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Conheça os Tipos de Dieta Enteral

Hoje vamos falar dos tipos de nutrições enterais existentes no mercado. Lembrando que já estudamos sobre a sondagem nasoenteral AQUI (procedimento realizado previamente para obtermos via pérvia para o paciente receber essa nutrição e/ou medicamentos).

Definição da Nutrição enteral

De acordo com o Ministério da saúde, a nutrição é definida como “todo e qualquer alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”.

Ou seja, a nutrição enteral,é uma maneira de repor os nutrientes que o organismo do paciente necessita, quando o mesmo está incapacitado ou com dificuldades de ingerir alimentos.

Indicação

É muito indicada para pacientes nas seguintes situações clínicas:

  • Disfagia: dificuldade na mastigação ou deglutição;
  • Odinofagia: dor ao mastigar ou deglutir;
  • Problemas no trato gastrointestinal: úlceras, tumores, hemorragias, esofagite, pós cirúrgicos;
  • Distúrbios neurológicos: como aqueles que podem afetar os processos de mastigação, deglutição ou digestão, condições de impossibilitam a consciência sobre a ação mecânica do ato de alimentar-se;
  • Baixa aceitação da dieta: principalmente em desnutridos ou com risco de desnutrição, como na anorexia, durante tratamento quimioterápicos, inapetência entre outros
  • Outras condições específicas: impossibilidade de alimentação via oral por necessidade de intubação orotraqueal, sedação, retirada total ou parcial de órgão que participam do processo de alimentação e digestão, recomendação de não estimular o funcionamento intestinal, entre outros.

Vias de administração

A dieta enteral poderá ser realizada através de algumas vias, são elas: 

  • Nasoentérica (SNE): Uso para períodos curtos, até 45 dias.
  • Nasogástrica (SNG): Uso para períodos curtos, até 45 dias
  • Gastrostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias
  • Jejunostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias. Não pode administrar medicações VO por essa via.

Conhecendo o equipo

O equipo é um tubo de material flexível que conecta o frasco com a dieta à sonda do paciente. Com o equipo podemos controlar o fluxo da dieta, ou seja, a velocidade com que o paciente vai receber a dieta. Para isso, existe uma pequena “pinça” no equipo (pinça de rolete), que pode ser aberta ou fechada para o controle do gotejamento da dieta.

Sobre o suporte

O suporte é necessário para manter o frasco de dieta suspenso acima da cabeça do paciente e facilitar o gotejamento da dieta. Existem suportes próprios para este fim, ou pode ser colocado um gancho preso à parede ou a um móvel.

O importante é deixar o frasco de dieta bem firme e posicionado acima da cabeça do paciente. O frasco de dieta deverá ficar aproximadamente 80 cm acima da altura do ombro do paciente.

Composição da dieta

Os nutrientes que estão presentes e compõem uma dieta enteral são os mesmos que o paciente receberia pelo consumo dos alimentos, como carboidratos, vitaminas, proteínas, gorduras, minerais e até mesmo água.

Atualmente, existem no mercado vários tipos diferentes de nutrições para atender às necessidades particulares de cada paciente, dependendo do peso, altura, nível de autonomia e condição médica e estado nutricional.

Existe, por exemplo, a dieta enteral hipercalórica, que contém mais calorias, para atender principalmente os pacientes com desnutrição. Tem também produtos com maior nível de proteínas e gorduras, com alto teor de fibras, isentos de lactose, sem glúten, entre muitos outros.

Tipos de dieta enteral

TIPO DE DIETA COMPOSIÇÃO INDICAÇÃO
Normocalórica Dieta enteral completa com quantidades normais de calorias. Diversas patologias, tais como doenças neurológicas, cardiopatias, hipertensão, dislipidemias, anorexia nervosa, entre outras. Essencial para pacientes com necessidades proteicas, ideal para pacientes críticos em UTI. 
Hipercalórica Dieta enteral rica em calorias. Desnutrição, anorexia nervosa, neoplasias, cardiopatias, doenças neurológicas, geriatria, restrição hídrica, pré e pós-operatório.
Hiperprotéica Dieta enteral com altos níveis de proteínas. Pacientes com necessidades proteicas muito aumentadas, críticos em UTI, entre outras.
Com fibras Dieta enteral enriquecida com
alto teor de fibras.
Pacientes com necessidades de consumir mais fibras para regularização do trânsito intestinal e outras patologias.
Pediátricas Dieta enteral específica para crianças. Crianças com má absorção, intolerância a dietas poliméricas, risco de broncoaspiração, pacientes críticos, com função gastrintestinal comprometida, pré e pós-operatório, entre outros.

Dieta Caseira

Também chamada de in natura, essa dieta é preparada com os alimentos usuais como legumes, verduras, arroz, carne, frango, leite, etc em casa. O nutricionista irá orientar os detalhes sobre a forma que deve ser preparado e as quantidades dos alimentos a serem utilizados, para que a dieta esteja completa e equilibrada.

Dieta Industrializada

É uma dieta previamente pronta, balanceada, que possui todos os nutrientes necessários. Pode ser apresentada sob a forma de pó, que deve ser liquidificada em água, ou sob a forma líquida pronta para ser administrada.

O nutricionista indicará a dieta mais adequada ao seu caso. Seja qual for o caso, o profissional de saúde (médico ou nutricionista) vai orientar o melhor tipo de dieta enteral para cada condição, a fim de garantir a melhor nutrição ao paciente.

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Patologias respiratórias frequentes em UTI

Algumas patologias respiratórias são as maiores causas de internação em Unidades de Terapia Intensiva – UTI. A maior parte delas requer suporte ventilatório invasivo devido a instabilidade que muitas vezes o paciente se encontra. Vamos conhecer algumas das patologias mais frequentes em UTI.

1. Insuficiência Respiratória Aguda

A insuficiência respiratória aguda é um dos motivos mais frequentes de internação em UTI.

Nessa patologia , o sistema respiratório torna-se incapaz de atender a manutenção da oxigenação do paciente. Em consequência disso, o sangue venoso não é suficientemente oxigenado e, portanto, o dióxido de carbono não é eliminado adequadamente.

Esse processo é agudo, ou seja, apresenta início súbito.

O resultado gasométrico apresenta PaO2 <50mmHg e/ou Pa CO2 >50mmHg, com PH <7,35.

Sinais e sintomas

O paciente poderá apresentar sinais e sintomas, como:

  • Agitação;
  • Cefaléia;
  • Convulsões e/ou tremores;
  • Alterações de amplitude respiratória;
  • Alteração de ritmo respiratório;
  • Alteração de frequência respiratória;
  • Alteração de padrão respiratório;
  • Apneia;
  • Sudorese;
  • Cianose;
  • Uso da musculatura acessória;
  • Roncos;
  • Sibilos;
  • Estretores;
  • Ausência de murmúrio vesicular;
  • Taquicardia;
  • Bradicardia;
  • Arritmias;
  • Hiper ou hipotensão;
  • Parada cardiorrespiratória.

Causas:

As causas da insuficiência respiratória aguda, são:

Tipo I: Caracterizada por déficit de oxigenação:

  • Desequilíbrio da ventilação/perfusão;
  • Shunt;
  • Hipoxemia de origem circulatória;
  • Alteração de difusão.

Tipo II: caracterização por déficit de ventilação:

  • Disfunções do Sistema Nervoso Central (Traumatismo cranioencefálico, intoxição exógena, acidente vascular encefálico etc.);
  • Disfunções do Sistema Neuromuscular (trauma cervical, poliomielite, miastenia grave etc.);
  • Disfunção da caixa torácica (escoliose, trauma);
  • Disfunção das vias aéreas intra e extratorácicas (aspiração de corpo estranho, tumores);
  •  Problemas pleurais (hidropneumotórax e/ou fibrose).

A maioria dos pacientes portadores de insuficiência respiratória aguda necessita de intubação e ventilação mecânica.2

2. Hipoxemia

Situação em que a concentração de oxigênio no sangue está abaixo do valor considerado normal. Os valores de pressão arterial de oxigênio no sangue abaixo de 80mmHg são indicativos de hipoxemia, sendo valores abaixo de 60mmHg característicos de hipoxemia severa.

Várias situações podem levar à hipoxemia, entre elas:

  • Congestão e/ou edema agudo de pulmão;
  • Atelectasias;
  • Pneumonias;
  • Discrasias;
  • Anemias;
  • Inabilidade da musculatura respiratória;
  • Bloqueio do sistema nervoso central por drogas como sedativos e curare.

Causas:

Os sinais e sintomas mais frequentes são:

  • Confusão mental;
  • Agitação psicomotora;
  • Taquicardia;
  • Arritmias;
  • Dispneia;
  • Taquipneia;
  • Alteração respiratória com sinais de esforço;
  • Cianose;
  • Sudorese.

O diagnóstico pode ser feito mediante histórico do paciente, exame físico e gasometria (pressão arterial de oxigênio menor de 80mmHg).

3. Edema Agudo de Pulmão

O Edema agudo de pulmão (EAP) é uma situação de emergência caracterizada por acúmulo anormal de líquidos no interstício e nos alvéolos pulmonares (congestão pulmonar). 

Esse acúmulo de líquidos é causado pelo aumento da pressão sanguínea nos capilares, acarretando deslocamento de líquidos do sangue para o interstício e depois, para os alvéolos pulmonares.

Causas

As principais causas são:

  • Estenose mitral;
  • Insuficiência ventricular esquerda;

A Insuficiência ventricular esquerda pode ser causada por:

  • Doença arterial coronariana;
  • Cardiopatias isquêmicas crônicas;
  • Angina instável;
  • Infarto Agudo do Miocardio
  • Hipertensão arterial;
  • Doenças das válculas cardíacas, além de estenose mitral;
  • Miocardiopatias;
  • Arritmias cardíacas;
  • Distúrbios de condução elétrica;
  • Infusão excessiva de líquidos;

Sinais e sintomas:

Os principais sinais e sintomas, são:

  • Dispneia súbita ou progressiva;
  • Dificuldade respiratória ao dormir;
  • Sibilos;
  • Sensação de estar em afogamento;
  • Presença de secreção rósea na boca;
  • Agitação psicomotora;
  • Alteração de nível de consciência, podendo ser confusão ou rebaixamento do nível de consciência;
  • Pele fria;
  • Palidez cutânea;
  • Cianose;
  • Diaforese;
  • Utilização da musculatura acessória;
  • Taquicardia;
  • Ritmo cardíaco de galope;
  • Estretores crepitantes;
  • Hipertensão ou hipotensão;
  • Dificuldade para respirar quando em posição dorsal;

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio de:

  1. Histórico do paciente;
  2. Exame físico;
  3. Presença de sinais e sintomas característicos;
  4. Radiografia de tórax;
  5. Ecocardiograma.

4. Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SARA)

A Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto (SARA), é definida como um quadro de lesão pulmonar aguda associada a um edema agudo de pulmão, não cardiogênico, e hipoxemia severa.

Os fatores de risco associados à SARA são:

  • Aspiração;
  • Infecção pulmonar difusa;
  • Inalação tóxica;
  • Contusão pulmonar;
  • Embolia gordurosa;
  • Toxicidade pelo oxigênio;
  • Síndrome séptica;
  • Politraumatismo;
  • Politransfusão;
  • Choque;
  • Grandes queimados;
  • Pancreatite;
  • By-pass cardiopulmonar
  • Intoxicação exógena;
  • Coagulação intravascular disseminada
  • Excesso de fluídos.

Sinais e sintomas:

Os principais sinais e sintomas, são:

  • Taquipneia;
  • Dispneia;
  • Cianose;
  • Estretores respiratórios finos.

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Conhecendo as Drogas Vasoativas (DVA) – Parte I

Drogas Vasoativas

Conceito:

O termo drogas vasoativas é atribuído às substâncias que apresentam efeitos:

  • Vasculares periféricos;
  • Pulmonares;
  • cardíacos.

Esses efeitos podem ser diretos ou indiretos agindo através de receptores situados no endotélio vascular. Comumente utilizadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em pacientes graves e hemodinamicamente instáveis para restaurar a perfusão tecidual, principalmente para regular a frequência cardíaca e volume sistólico.

A utilização dessas medicações requer o controle e a utilização hemodinâmica invasiva ou não invasiva para seu manejo.  O equilíbrio hemodinâmico é essencial no processo de controle e reversão da disfunção que pode acometer múltiplos órgãos do paciente independente de sua doença de base. E quando se busca o equilíbrio hemodinâmico, quer-se adequar a oferta tecidual de oxigênio e nutrientes para os tecidos, compensando assim qualquer desequilíbrio existente entre oferta e demanda.

ATENÇÃO: O conhecimento sobre drogas vasoativas, assim como sua indicações, limitações e efeitos hemodinâmicos é primordial para uma utilização consciente e livre de danos ao paciente, evitando iatrogenias.

Classificação das DVAS

As drogas vasoativas podem ser classificadas em:

  • Vasopressoras: elevam a Pressão Arterial através da vasoconstrição arterial e venosa;
  • Vasodilatadoras e Inotrópicas:  Promovem a melhora da contratilidade miocárdica e a melhora do volume de ejecção.

É importante lembrar que dependendo da dose, algumas delas podem exercer diferentes funções e papéis, dependendo da dose prescrita.

Principais DVAS: 

Catecolaminas: Possuem efeitos de acordo com a dose que são administradas, podendo estimular receptores alfa, beta e dopa.  Essas drogas são, então, classificadas em alfa adrenérgicas, beta adrenérgicas e dopaminérgicas ou mistas, de acordo com o predomínio de receptores sensibilizados. também denominadas aminas vasoativas ou drogas simpatomiméticas. Dentre elas, destacam-se:

  • Noradrenalina;
  • Adrenalina;
  • Dopamina;
  • Dobutamina;
  • Isoproterenol.

Vasoconstritor (Hormônio Anti-diurético):

  • Vasopressina.

Vasodilatadores:

  • Nitroprussiato de sódio;
  • Nitroglicerina.

Cuidados gerais:

As drogas devem ser prescritas junto a outras medidas terapêuticas para que possa adequar o equilíbrio hemodinâmico do paciente, por exemplo: reposição volêmica é imprescindível, assim como a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, correção ácido-básicos e gasometria.

É também necessário o uso de monitorização hemodinâmica invasiva, quando estiver sob uso dessas substâncias, pois suas potentes ações podem determinar mudanças drásticas tanto em parâmetros circulatórios como respiratórios, podendo, do seu uso inadequado, advirem efeitos colaterais indesejáveis, graves e deletérios, que obrigam sua suspensão ou algo pior ao paciente.

Cuidados de Enfermagem:

  • Preparo, administração e controle das drogas
  • Monitorização de dados vitais
  • Monitorização do débito urinário
  • Monitorização da perfusão sanguínea
  • Cuidados com o acesso venoso
  • Registros de Enfermagem

Preparo, administração e controle das drogas:

  • Estabelecer critérios de diluição das drogas por meio de protocolos institucionais;
  • Observar aspecto da solução antes e durante a administração;
  • Realizar dupla checagem com o enfermeiro antes de administrar;
  • Administrar as drogas com a bomba de infusão;
  • Calcular a dosagem das drogas em ug/Kg/min ou ug/Kg/h, isso varia de acordo com cada droga;
  • Controlar rigorosamente a velocidade de infusão das drogas;
  • Manter o peso do paciente sempre atualizado;
  • Estar atento aos sinais de desidratação antes de iniciar a infusão da droga;
  • Saber a ação, estabilidade e interação medicamentosa da droga que irá administrar;
  • Conhecer as drogas fotossensíveis  e usar equipo e proteção fotossensível para elas;

Monitorização dos dados vitais:

  • Aferir sinais vitais de modo contínuo;
  • Observar alterações do traçado de ECG;
  • Realizar leitura da PVC a cada duas horas ou conforme protocolo instituicional;

Monitorização do débito urinário:

  •  Controlar volume urinário a cada duas horas ou conforme protocolo institucional;
  • Atentar para alterações das função renal como: diminuição ou aumento do débito urinário, acompanhamento dos valores de uréia, creatinina e clarence de creatinina;
  • Realizar balanço hídrico rigoroso;

Monitorização da perfusão sanguínea

  • Acompanhar as variações do pulso e perfusão e temperatura periférica;
  • Manter as extremidades protegidas das perdas de calor (se possível, enfaixamento com algodão hidrófilo e atadura);
  • Observar para não garrotear os membros
  • Realizar rodízio do manguito de pressão arterial –  se possível é mais indicado ao paciente o uso de PAI.
  • Observar e avaliar o enchimento capilar

Cuidados com acesso venoso

  • Preferencialmente este paciente deverá usar cateter venosos central
  • Se possível infusão da droga em via exclusiva
  • Lavar a via com menor volume possível para evitar bolus da medicação;
  • Restringir número de extensões e dispositivos na via da droga;
  • Manter dispositivo venoso sempre pérvio;
  • Preferir veias calibrosas como a cefálica ou basílica em caso de acesso periférico e estar atento a sinais flogísticos e flebite;
  • Não injetar drogas em bolus pela via utilizada para a infusão da droga;
  • Observar sinais de infiltração e sinais de hiperemia local.

Registros de enfermagem

  • Anotar tudo aquilo que foi realizado com o paciente;
  • Anotar intercorrências.

Infusões:

Sobre a infusão é importante saber que:

Deverá sempre ser infusionado em BIC – Bomba de Infusão Contínua!

  • Bolus – menor /igual 1 minuto;
  • Infusão rápida – 1 e 3 minutos;
  • Infusão lenta – 30 e 60 minutos;
  • Infusão contínua -tempo superior a 60 minutos;
  • Infusão Intermitente -tempo superior a 60 minutos não continua.

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Sistema Muscular – Parte I

Agora que já aprendemos sobre ossos, chegou a vez dos músculos!

O corpo humano possui centenas de músculos, mas precisamente, 640 músculos! Para não ficar cansativo, farei 3 posts e irei detalhar os grupos musculares e os principais músculos, de diversas regiões do corpo para que possamos aprender, ok?! Vamos lá!

Conceito dos músculos:

O músculo é um tecido vivo, de coloração avermelhada devido a mioglobina que é proteína bem parecida com à hemoglobina que está presente nos glóbulos vermelho. Eles são estruturas individualizadas, que se ligam à uma ou mais articulações e através de suas contrações, produzem movimentos. As fibras musculares são responsáveis pela contração muscular.

Composição muscular:

Fibras: respectivamente células.
Miofibrilas: presentes no âmago celular, são estrias transversais.
Estrias Z: localizadas na estrutura muscular.
Banda I: denominada como a porção mais albumina da musculatura.
Miofilamentos: e a constituição das miofibrilas.
Banda A: filamentos espessos da miosina e actina.
Miosina: proteína
Actina: proteína

Fibras Musculares

As fibras musculares podem ser divididas em:

  1. Fibras vermelhas de Tipo I ou de contração lenta:
  • Utiliza sistema de energia: AERÓBICO;
  • Possui baixa capacidade de contração muscular (lenta);
  • Capacidade oxidativa (ou seja, usa o oxigênio como sua principal fonte de energia);
  • Sua coloração é Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
  • São altamente resistentes à fadiga;
  • São mais apropriadas para exercícios de longa duração;
  • Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como: natação, corrida.

  1. Fibras brancas de Tipo II ou de contração rápida.
  • Utiliza sistema de energia: ANAERÓBICO;
  • Possui alta capacidade de contração (rápido) Sua velocidade de contração e tensão é de 3 a 5 vezes maior se comparada às fibras lentas;
  • Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose);
  • Sua coloração é Branca;
  • Eles fadigam rapidamente;
  • Geram movimentos rápidos e poderosos;
  • Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo, saltos. Ex.: jogar basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação, entre outros.

Anatomia real: Fibras musculares.

Tipos de Músculos:

Músculos Estriados Esqueléticos:  Esses músculos são voluntários, ou seja, são contraídos por nossa influência. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

Músculos Lisos: Estão localizados nos vasos sanguíneos, vias aéreas e na maioria dos órgão, por exemplo, o músculo dos órgãos internos (estômago, fígado, intestino), pele, vasos sanguíneos, sistema excretor (movimentos peristálticos).  Possui ação involuntária que é controlada pelo sistema nervoso autônomo.

Músculo Estriado Cardíaco: Está localizado no coração (miocárdio), esse tipo de músculo é controlado pelo sistema nervoso vegetativo. É um músculo estriado, porém involuntário, auto ritmicidade.

 

Os músculos podem ser classificados de vários modos, por exemplo: quanto a situação, quanto à forma, disposição da fibra, sua origem e inserção e nomenclatura. 

Funções dos músculos:

  1. Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos em geral do corpo humano, exemplo: andar e correr.
  2.  Estabilidade das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e juntos participam de movimentos como permanecer de pé ou sentar.
  3.  Regular o Volume dos Órgãos: As faixas anelares produzem uma contração dos músculos lisos (esfíncteres) que impede a saída acidental do conteúdo de um órgão oco.
  4. Movimento de Substâncias dentro do Corpo: Influenciam diretamente As contrações dos músculos lisos nas paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
  5. Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.

Amanhã postaremos a Parte II e III do sistema muscular! Não perca!

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Quais são os tubos para coleta de sangue?

Uma das muitas funções da equipe de enfermagem é a coleta de material para exames. Mas você conhece todos os tubos para coleta e para quê cada um serve?

Ativador de coágulo (Tampa Vermelha):

Esse tubo é classificado como um tubo seco e possui ativador de coágulo jateado na sua  parede que acelera o processo de coagulação. São utilizados para determinações em soro na bioquímica e sorologia. São também aprovados pelo FDA para imunohematologia: tipagem ABO, Rh, pesquisa de anticorpos, fenotipagem eritrocitária e teste deantiglobulina direta (coombs direto). Há modelos com volume de 4 ml ou 6 ml.

Tubo com gel separador (tampa amarela):

Esse tubo contém ativador de coágulo jateado na sua parede, que acelera o processo de coagulação, e gel separador para obtenção de soro com a mais alta qualidade, proporcionando melhor eficiência no processo de trabalho dentro do laboratório. São utilizados para análises de bioquímica (rotina e especiais), sorologia, imunologia, marcadores tumorais e marcadores cardíacos, hormônios específicos e drogas terapêuticas. Há modelos com volumes de 3,5 ml ou 5 mL

Tubo com citrato de sódio (tampa azul)

Esses tubos são utilizados para prova de coagulação. As diferentes concentrações de citrato de sódio podem ter efeitos significativos nas análises de TP e TTPa, especialmente em pacientes sob terapia de anticoagulantes e quando reagentes mais sensíveis são utilizados. Estão disponíveis em duas concentrações: 0,109 mol/L (3,2%) e 0,129 mol/L (3,8%). A proporção é de 1 parte de citrato de sódio para 9 de sangue (1:9)

 

Tubo de Fluoreto de potássio (tampa cinza)

Esses tubos são utilizados para provas glicêmicas (diabetes),  hemoglobina glicada e lactato no plasma. O Fluoreto de Potássio é utilizado como inibidor glicolítico.

Tubo de Heparina de Lítio (tampa verde)

Esses tubos são utilizados quando é necessário o uso de plasma para determinações na Bioquímica e outros exames. Possuem heparina de lítio jateada na parede do tubo. Estes aditivos são anticoagulantes que ativam as enzimas antiplaquetárias, bloqueando a cascata de coagulação.


Tubo de EDTA (tampa roxa)

Esses tubos são utilizados para hematologia por serem os melhores anticoagulantes para preservar a morfologia celular, útil também para hemograma. Neste tubo há presença de EDTA K2 ou K3 jateado na parede do tubo e são utilizados em bancos de sangue. O EDTA é o anticoagulante recomendado para rotinas de hematologia por ser o melhor anticoagulante para a preservação da morfologia celular.

 

Tubo com citrato de sódio (tubo preto)

Esses tubos servem pra determinar a velocidade de hemossedimentação (VHS).

 

Sem aditivo (Tampa Branca)

O tubo sem aditivo é utilizado como tubo de transporte para amostras, inclusive para provas de líquido cefalorraquidiano (LCR).

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Carrinho de emergência: Tudo que você precisa saber!

O carrinho de emergência é um armário que contém todo material necessário para situações de emergência como: intubação orotraqueal, parada cardiorrespiratória, dentre outras situações que exigem socorro imediato.

TODOS os profissionais de saúde devem estar aptos a manusear o carrinho de emergência de modo sistematizado e organizado.

O  principal objetivo do carrinho de emergência é facilitar o acesso da equipe médica e de enfermagem a drogas, equipamentos e materiais de emergência mais rápido e dinâmico.

Cuidados com o carrinho de emergência:

  • Deverá permanecer sempre organizado e reposto;
  • Toda a equipe médica e de enfermagem deverá ter conhecimento do armazenamento de cada material;
  • O critério para organização poderá ser ordem alfabética (mais indicado),ordem numérica crescente ou padronização de cores;
  • Não deverá conter excesso de materiais, pois isso pode dificultar sua utilização;
  • Deverá ser guardado em local de fácil acesso e não deverá conter obstáculos que possa dificultar sua locomoção pela equipe;
  • Deve ser revisado diariamente e após o seu uso;
  • Todo material de consumo deverá estar descrito em uma lista para facilitar a revisão diária e evitar a falta ou excesso de algum material.
  • Quando utilizado, deverá ter sua conferência realizada pela enfermeira e após lacrado;
  • A conferência deve estar atenta aos prazos de validade, funcionamento correto do desfibrilador, laringoscópio, entre outros;
  • A checagem do material deverá ser registrada, datada e assinada em impresso próprio conforme rotina institucional.

Conhecendo o carrinho de emergência:

Na parte superior do carrinho de emergência, temos: suporte para o aparelho de desfibrilação/cardioversão, suporte para soro, suporte para cilindros, tábua para auxiliar na compressão torácica,  e as gavetas onde guardamos os materiais.

1ª Gaveta:

Na primeira gaveta do carrinho de emergência, deverá conter todos os medicamentos de modo organizado, preferencialmente em ordem alfabética e seus diluentes.

  • Adalat/Mifedipina 10 mg
  • Adrenalina/Epinefrina 1 mg
  • Atropina 0,25 mg/1ml
  • Adenosina 6mg/2ml
  • Aminofilina 240 mg
  • Ancoron/ Amiodarona 5 mg
  • Berotec
  • Benadryl 50 mg/1ml
  • Bricanyl 0,5 mg
  • Bicarbonato de sódio a 8,4%
  • Cedilanide/Lanatosídio C 0,4 mg
  • Cloreto de Potássio (KCL) 10%
  • Cloreto de sódio 20%
  • Cortisonal 100 mg e 500mg
  • Diempax 10 mg/2ml
  • Diazepam 10mg
  • Dobutamina
  • Dopamina/Revivan 50 mg
  • Etomidato
  • Fentanil
  • Furosemida/Lasix 20 mg
  • Gadernal/Fenobarbital 200 mg
  • Glicose hipertônica À 50%
  • Gluconato de cálcio à 10%
  • Haldol/Halopiridol 5 mg
  • Hidantal /Fenaltoína sódica 50 mg
  • Heparina/Liquemine 500 UI
  • Hidrocortisona/Solu-cortef 500 mg
  • Isordil 10 mg
  • Morfina
  • Narcan
  • Nitroprussiato de sódio
  • Noradrenalina 1mg/ml
  • Midazolan/Dormonid 5 e 15 mg
  • Prometazina/Fernegan 50 mg
  • Salbutamol
  • Sulfato de magnésio 50%
  • Sustrate
  • Streptoquinase
  • Seloken
  • Quelicin
  • Xylocaína

2ª Gaveta

Na segunda gaveta do carrinho de parada, deverá conter: material para punção venosa, venóclise, manipulação de medicação, entre outros.

  • Agulhas nº 25×7 e 40×12
  • Polifix
  • Cateter agulhado para punção nº 18,20 e 22
  • Equipo macrogotas e microgotas
  • Soro Fisiológico 0,9% 250 ml, 500 ml e 1000 ml
  • Soro Glicosado 5% 250 ml e 500 ml
  • Bicarbonato de sódio 5%
  • Bureta
  • Dial a flor
  • Torneirinhas
  • Tesoura descartável
  • Kit punção venosa (varia de acordo com o protocolo da instituição)
  • Luva estéril
  • Película para AVP

3ª Gaveta

Na terceira gaveta, em alguns hospitais, os mesmos optam por possuir kits para faciliatr o atendimento nas intercorrências, por exemplo:

  • Kit Noradrenalina
  • Kit Tridil (Nitroglicerina)
  • Kit Revivan (Dopamina)
  • Kit Nipride (Nitroprussiato de sódio)
  • Kit Dobutamina

4ª Gaveta

  • Kit Passagem de Cateter Venoso Central
  • Kit Toracocentese
  • Kit Intubação (Ambu, Fio guia, Gaze, Tubo orotraqueal 7,0, Tubo orotraqueal 7,5, Tubo orotraqueal 8,0, Luvas estéril 7,5 e 8,0 , Cânula de Guedell, Laringoscópio diversos tamanhos, Pilhas reserva)
  • Kit sondagem Nasoenteral
  • Kit sondagem Nasogástrica (SNG nº 12, nº 14, nº 16, Xylocaína gel, Coletor Sistema Aberto, Gaze e Seringa de 20 ml)
  • Kit sondagem Vesical (Seringa 20 ml, Xylocaína, Coletor Sistema Fechado, Gaze , Clorexidina, Agulha 40 x 12, Luva estéril 7,5 e 8,0 e AD 10 ml).
  • Kit aspiração
  • Fios de sutura
  • Kit nebulização ( Água destilada 500 ml, Nebulizador completo (máscara + traquéia))
  • Máscara de venturi
  • Kit Umidificador ( Cateter O2 tipo óculos, Umidificador, Extensão de O2, Água Destilada 125 ml)
  • Kit Intracath

IMPORTANTE:

No setor ao qual atuo, devido ao modelo do carrinho, na parte superior existe uma gaveta extra, próxima ao desfibrilador onde estão armazenadas seringas, seringas preenchidas, agulhas, garrotes, swab, eletrodos para monitor e marcapasso externo, gazes,  gel condutor e luvas de procedimento, máscara e etc.

A ordem de disposição desses materiais pode variar de instituição para instituição, por vários fatores, como: modelo do carrinho de emergência e protocolo institucional. Cada gaveta deverá estar identificada com os materiais que possui. Lembrando que: todos os profissionais deverão ser treinados e habilitados com o carrinho de emergência da sua instituição e os mesmos deverão conhecer o protocolo!

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Sinais Vitais: como aferir corretamente?

Quem já está na área sabe que uma das coisas que mais fazemos durante o plantão é aferir sinais vitais! E é sobre isso que vamos falar hoje!

O que são Sinais Vitais?

São os sinais das funções orgânicas básicas, sinais clínicos de vida que refletem o equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os sistemas do organismo e uma determinada doença.

Você sabia? A atenção especial aos sinais vitais foi defendida desde a antiguidade por Hipócrates, como um dos mais importantes dados do exame físico. Porém hoje, são frequentemente tratados com negligência; esses sinais permitem diagnosticar doenças como hipertensão arterial, choque, sepse, febre, hiperatividade simpática, entre tantas outras, bem como monitorizar evolutivamente doenças em curso.

Os sinais vitais são:

  • Pulso
  • Temperatura
  • Respiração
  • Pressão Arterial
  • Dor (sim, a dor recentemente passou a ser o quinto sinal vital!)

Pulso

Após cada batimento cardíaco, quando o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume resultantes provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial. Essa onda resultante é chamada de Pulso.

Alguns fatores podem provocar alterações passageiras no pulso, como: hipotensão, emoções, exercícios, alimentação, consumo de tóxico, etc.

Locais para verificação do pulso:

Habitualmente, aferimos o pulso através da artéria radial.  Porém, existem outros locais do corpo onde podemos realizar essa mensuração:

Terminologias:

  • Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal;
  • Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
  • Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais;
  • Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos;
  • Taquisfigmia: pulso acelerado;
  • Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal;
  • Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico.

Parâmetros de referência para pulsação:

  • Adultos – 60 a 100 bpm;
  • Crianças – 80 a 120 bpm;
  • Bebês – 100 a 160 bpm.

Técnica – como aferir?

  • Higienize as mãos;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as;
  • Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma artéria superficial e comprima levemente;
  • Conte os batimentos durante 1 min;
  • Observe arritmias e amplitude;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

ATENÇÃO:

Pulsos filiformes devem sempre ser confirmados em um grande tronco (carotídeo, femoral, ou mesmo ápex cardíaco).

Nunca use o polegar para aferir o pulso, pelo risco de confundir a sua própria pulsação com a do paciente.

Preferencialmente, não aferir em membro que possua fístula ou que tenha sido realizado cateterismo cardíaco.

Temperatura

A temperatura corporal de uma pessoa varia de acordo com o sexo, suas atividades físicas recentes, consumo de alimentos e líquidos, horário do dia que é mensurada e nas mulheres, do estágio do ciclo menstrual.

Terminologia

  • Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C;
  • Afebril: 36,1°C a 37,2°C;
  • Febril: 37,3°C a 37,7°C;
  • Febre: 37,8°C a 38,9°C;
  • Pirexia: 39°C a 40°C;
  • Hiperpirexia: acima de 40°C.

Valores de referência para a temperatura

  • Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C;
  • Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C;
  • Temperatura retal: 37°C a 38°C.

Verificação da temperatura axilar

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo;
  •  Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize  o resultado;
  • Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C;
  • Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação de temperatura oral

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, mantendo a boca fechada;
  • Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resultado;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% e guarde-o em local apropriado;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação da temperatura retal

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Calce as luvas de procedimento;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita flexionada (posição de Sims);
  • Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanhado a curvatura do reto, aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adultos;
  • Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor;
  • Lave o termômetro com água e sabão;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Retire as luvas de procedimento;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Respiração:

O processo complexo que envolve o aparelho cardiorrespiratório, que consiste nas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, com particular importância na captação de Oxigênio e eliminação do Gás carbônico. O oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com frequência regular. Essa troca de gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto.

Terminologia

  • Eupneia: respiração normal.
  • Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
  • Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta.
  • Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda.
  • Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade.
  • Apneia: ausência da respiração.
  • Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte.
  • Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de como diabético.
  • Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia.
  • Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios.

Valores de referência para respiração

  • Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;
  • Crianças – 20 a 25 inspirações/ min;
  • Bebês – 30 a 60 respirações/ min.

Verificação de frequência respiratória

  • Higieniza as mãos;
  • Posicione o paciente confortavelmente;
  • Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observe os movimentos respiratórios;
  • Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor e as características da respiração na folha de anotação de enfermagem.

Pressão Arterial

A pressão ou tensão arterial é função do produto: débito cardíaco x resistência vascular periférica, ou seja, a pressão arterial reflete na pressão que o sangue exerce contra a parede dos vasos, quando é lançado na corrente sanguínea, pelo ventrículo esquerdo, sendo essa pressão dependente de cinco fatores:

  1. Força contrátil do coração (ventrículo esquerdo): uma fraca contração da bomba cardíaca leva a uma queda na pressão; já que o débito cardíaco, que é a quantidade de sangue ejetado do ventrículo esquerdo fica prejudicado.
  2. Resistência Vascular periférica: quando o calibre dos vasos periféricos torna-se reduzido (vasoconstrição) a pressão se eleva, devido ao aumento da resistência, já quando esses têm um calibre mais amplo (vasodilatação), ocorre diminuição da pressão sanguínea.
  3. Volume do sangue circulante (volemia): é de fácil compreensão de que quanto maior a quantidade de sangue no interior dos vasos, maior será a pressão exercida sobre os mesmos e vice-versa.
  4. Viscosidade sanguínea: é decorrente da composição dos fluídos corporais circulantes, das proteínas (pressão oncótica) e dos elementos figurados do sangue: Quanto mais viscoso, mais alta será a pressão arterial.
  5. Elasticidade da parede dos vasos: Relaciona-se à resistência oferecida pelos vasos ao fluxo sanguíneo, Quanto menos elástica for a parede do vaso, maior será a resistência oferecida por ele, consequentemente, a pressão.

Temos a pressão máxima, chamada de sistólica que é exercida pelo batimento cardíaco no momento  em que o ventrículo esquerdo ejeta o sangue através da artéria aorta.  E pressão mínima que é a diastólica, que é apressão que está continuamente presente nas arteriais na fase de relaxamento e enchimento do ventrículo.

Terminologia

  • Hipertensão: PA acima da média
  • Hipotensão: PA inferior à média
  • Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam
  • Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam

Valores de referência para pressão arterial

  • Hipotensão – inferior a 100 x 60
  • Normotensão – 120 x 80
  • Hipertensão limite – 140 x 90
  • Hipertensão moderada – 160 x 100
  • Hipertensão grave – superior a 180 x 110

Verificação da pressão arterial

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material na bandeja;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito;
  • Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima;
  • Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço;
  • Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
  • Solicite que o paciente não fale durante a mensuração;
  • Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente;
  • Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de desaparecimento do pulso radial);
  • Proceda à deflação lentamente;
  • Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som ( Fase I de Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação;
  • Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff);
  • Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento;
  • Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente;
  • Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Guarde o material;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem.

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Mudança de decúbito e posições para exames!

Uma das funções da equipe de enfermagem é a mudança de decúbito dos pacientes, principalmente os acamados e com alto grau de dependência para realização de cuidados. Geralmente, pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, apresentam maior predisposição a Lesões por Pressão devido muitas vezes a potencialidade de sua gravidade.

A mudança de decúbito tem como principais objetivos:

  • Prevenção de Lesão por pressão;
  • Proporcionar conforto ao paciente;
  • Auxiliar como parte do seu tratamento;
  • Facilitar a realização de procedimentos;
  • Assegurar segurança para o paciente, evitando lesões e quedas.

É fundamental que os membros da equipe de enfermagem conheçam todas as posições que poderão colocar os pacientes. O rodízio entre essas posições é necessário, devendo ser anotado em prontuário do paciente a hora e a posição colocada.

Em alguns hospitais são colocados placas de aviso na cabeceira do leito informando a posição que o paciente deverá permanecer. Nesses casos, quando outro profissional manipula o paciente o paciente e até mesmo familiares,torna-se mais fácil voltar o paciente para a posição original, mantendo-se assim o rodízio preconizado.

Outros hospitais utilizam esquema de assinalar em um formulário que contém o desenho dos bonecos, nas diversas posições, qual a posição e o horário de manipulação do paciente.

É necessário lembrar que cada paciente deverá ser avaliado individualmente e assim serão determinadas, por prescrição de enfermagem, as posições propostas e o intervalo para realização da mudança de decúbito. Porém, geralmente, é preconizado que o paciente permaneça na mesma posição por no máximo duas horas.

Decúbito Dorsal Horizontal:

Posição na qual o dorso do paciente está encostado no colchão, sem alteração de inclinação da cama. Pode ou não utilizar travesseiros.

Posição utilizada em banho no leito, higiene íntima, mensuração da pressão venosa central, entre outras atividades.

 

 

 

Decúbito Ventral Horizontal ou Prona:

Posição na qual a parte ventral está encostada no colchão, sem alteração de inclinação da cama. O uso de travesseiros é opcional, podendo trazer desconforto para o paciente. Usualmente conhecida como posição de bruços. A posição também conhecida como prona, auxilia na descompressão e reexpansão alveolar dos segmentos dorsais.  Essa posição é utilizada para realização de curativos na região dorsal, pós-operatório de cirurgias na coluna vertebral, entre outras atividades.

Decúbito de Fowler:

Posição na qual o paciente é colocado em posição dorsal e a cabeceira da cama é elevada deixando o paciente em posição semelhante a estar sentado. Podem ser utilizados travesseiros para melhor acomodar o paciente e promover seu conforto. Em muitas situações é necessária a elevação da cama na parte das pernas, proporcionando maior conforto e evitando que o paciente escorregue na cama.

É a posição utilizada para alimentar o paciente, realizar higiene oral, administração de medicação por via oral e inalatória, entre outras atividades. 

Decúbito Semi-Fowler

Posição semelhante à Fowler, mas a inclinação do leito fica em torno de 30º, ou seja, o paciente ficará semi sentado. O uso de travesseiros é opcional, muitas vezes proporcionando maior conforto ao paciente.

Nessa posição são realizados vários procedimentos, entre eles: facilitar a respiração do paciente, prevenção de PAV (Pneumonia associada a Ventilação Mecânica) etc.

Decúbito Lateral Direito:

Posição na qual o paciente permanece apoiado sobre o lado direito do corpo, sobre os membros superior e inferior direito. É necessário o uso de coxins e travesseiros para manter o paciente mais confortável nessa posição. É fundamental a colocação de coxins para proteção das proeminências ósseas, como joelhos e tornozelos.

Decúbito Lateral Esquerdo:

Posição semelhante ao decúbito lateral direito, só que o paciente fica apoiado sobre o lado esquerdo. Os cuidados são semelhantes aos adotados no decúbito lateral direito.

Decúbito Trendelemburg:

Posição na qual o paciente permanece em decúbito dorsal horizontal, com ou sem travesseiros. A parte dos pés da cama é elevada, deixando os membros inferiores do paciente mais elevados que a cabeça.

Essa posição é utilizada em pós-operatório de cirurgias de varizes, para diminuir edema em membros inferiores, passagem de cateter central entre outras atividades.

Decúbito ginecológico:

Posição facilitada quando a cama possui perneiras de apoio. Nesse caso, as pernas do paciente são colocadas sobre as perneiras deixando a região genital externa exposta.

Na ausência de cama apropriada, a paciente deverá ser colocada em decúbito dorsal horizontal, com as pernas flexionadas e os calcanhares próximos à região do períneo. nessa posição os pés devem ficar encostados um no outro e os joelhos afastados, possibilitando assim a exposição da região genital.

É a posição utilizada para sondagem vesical em pacientes do sexo feminino.

Decúbito SIMS:

O paciente deverá ser colocado na posição de decúbito lateral esquerdo com as duas pernas flexionadas ou com o membro inferior esquerdo estendido e o membro inferior direito flexionado.

Essa posição é utilizada para procedimento realizados na região anal, como: sondagem retal, administração de supositórios, Fleet enema, Clister, exame físico da região anal, entre outros.

Decúbito genupeitoral:

Posição na qual o paciente fica em decúbito ventral, com o corpo fletido para frente, apoiado nas coxas. Os joelhos ficam próximos ao tórax.

Essa posição é indicada em procedimentos, como: exame retal e para cirurgias plásticas e etc.

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Anotação de enfermagem: o que devo anotar?

Anotaçãos de Enfermagem fornece dados que irão subsidiar o enfermeiro
no estabelecimento do plano de cuidados/prescrição; suporte para análise reflexiva
dos cuidados ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados esperados
e desenvolvimento da Evolução de Enfermagem.

Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência. Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibilitando a comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados. (CIANCIARULLO et al, 2001).

Afinal, o que deve conter na minha anotação de enfermagem?

Admissão:

  • Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
  •  Condições de chegada (deambulando, em maca, cadeira de rodas, etc.);
  •  Presença de acompanhante ou responsável;
  •  Condições de higiene;
  • Queixas relacionadas ao motivo da internação;
  • Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (mensuração de sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação
    de grades, etc.);
  •  Orientações prestadas.

Obs.: Poderão ser inclusos dados padronizados na instituição ou informações
coletadas de acordo com orientações.

Pré-operatório:

  • Procedimentos realizados no pré-operatório, conforme prescrição ou rotina institucional (banho, higiene oral, mensuração de sinais vitais, retirada e guarda de próteses, roupas íntimas, presença e local de dispositivos – acesso venoso, sondas, local de tricotomia, condições de pele, etc.);
  • Tempo de jejum;
  • Orientações prestadas;
  • Esvaziamento de bexiga;
  •  Administração de pré-anestésico;
  •  Encaminhamento/transferência para o Centro Cirúrgico.

Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação, conforme
prescrição ou rotina institucional.

Trans-operatório:

  •  Recepção no Centro Cirúrgico e encaminhamento à Sala Cirúrgica;
  • Orientações prestadas;
  • Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (posicionamento do paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa
    de bisturi e outros dispositivos – acesso venoso, sondas, etc.);
  •  Composição da equipe cirúrgica;
  •  Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme preconizado pela Instituição;
  •  Tipo de curativo e local;
  • Intercorrências durante o ato cirúrgico;
  •  Encaminhamento à RA (Recuperação Anestésica).

Pós-operatório:

  •  Posicionamento no leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito, etc.);
  • Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos,
    tremores, hipotensão, etc.);
  •  Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional;
  •  Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional
    (sondas, acesso venoso, etc.);
  •  Orientações prestadas;
  •  Encaminhamento/transferência de unidade ou alta hospitalar.

Transferência de unidade/setor:

  • Motivo da transferência;
  •  Data e horário;
  •  Setor de destino e forma de transporte;
  •  Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação de oxigênio, sinais vitais, etc.);
  • Condições (maca, cadeira de rodas);
  •  Queixas.

Alta:

  • Data e horário;
  • Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas );
  •  Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (mensuração de sinais vitais, retirada de cateter venoso, etc.);
  •  Orientações prestadas.

Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e se saiu acompanhado.

Óbito:

  • Assistência prestada durante a constatação;
  • Data e horário;
  • Identificação do médico que constatou;
  • Comunicação do óbito ao setor responsável, conforme rotina institucional;
  • Procedimentos pós-morte (higiene, tamponamento, etc.);
  • Encaminhamento do corpo (forma, local, etc.).

Importante relembrar que todos os procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, que devem ser registrados nas Anotações de Enfermagem, quando realizados por profissionais de nível médio de enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por profissionais habilitados e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manual de rotina da instituição.

Dieta:

  • Indicar dieta oferecida (geral, leve, branda, pastosa, hipossódica, para diabéticos, dieta por sonda);
  •  Aceitação da dieta (total ou parcial);
  • Dieta por sonda (quantidade da dieta e da hidratação, presença de refluxo gástrico);
  •  Dieta zero (cirurgia ou exames);
  • Necessidade de auxílio ou não;
  •  Recusa – indicar o motivo (disfagia, mastigação dolorosa, falta de apetite, náusea, etc.);
  • Sinais e sintomas apresentados.

Obs.: No caso de dietas administradas via sonda, importante citar os cuidados
prestados antes e após a administração, conforme prescrição (decúbito elevado,
lavagem após administração da dieta, etc.).

Diurese:

  • Ausência/presença de diurese (se sonda ou balanço hídrico, medir em ml);
  •  Características (coloração, odor);
  •  Presença de anormalidades (hematúria, piúria, disúria, etc.);
  •  Forma da eliminação (espontânea, via uripen, sonda vesical de demora/ostomiasurinárias).
  • Evacuação:
  •  Episódios (nos respectivos horários);
  •  Quantidade (pequena, média, grande);
  •  Consistência (pastosa, líquida, semipastosa);
  •  Via de eliminação (reto, ostomias);
  •  Características (coloração, odor, consistência, quantidade);
  •  Queixas.

Mudança de decúbito:

  •  Posição (dorsal, ventral, lateral direita ou esquerda);
  • Medidas de proteção (uso de coxins, etc.);
  • Horário;
  •  Sinais e sintomas observados (alterações cutâneas, etc.).

Higienização:

  • Tipo de banho (imersão, aspersão, de leito);
  •  Data e horário;
  • Tempo de permanência no banho de imersão, tolerância e resistência do paciente;
  •  Aspersão (deambulando, cadeira de banho, auxílio);
  •  No leito, verificar a ocorrência de irritação de pele, alergia ao sabão, hiperemia nas
    proeminências ósseas, realização de massagem de conforto, movimentação das
    articulações, aplicação de solução para prevenção de úlceras. Anotar os locais.

Cuidados com o couro cabeludo:

  • Horário do xampu ou tratamento realizado;
  • Condições do couro cabeludo e dos cabelos;
  •  Material utilizado.

Higiene íntima:

  •  Motivo da higiene íntima;
  • Aspecto do aparelho genital;
  •  Presença de secreção, edema, hiperemia.

Higiene oral:

  • Presença de prótese total/parcial (caso seja necessário sua retirada, identificar e entregar ao responsável da família ou do hospital);
  •  Condições da higiene (fez só, auxiliado ou realizado pelo profissional);
  •  Sinais e sintomas observados (hiperemia, lesões, condição da arcada dentária, etc.).

Curativo:

  •  Local da lesão;
  • Data e horário;
  •  Sinais e sintomas observados (presença de secreção, coloração, odor, quantidade,  etc.);
  • Tipo de curativo (oclusivo, aberto, simples, compressivo, presença de dreno, etc.);
  •  Material prescrito e utilizado.

Dreno:

  • Local e tipo;
  • Aspecto e quantidade de líquido drenado;
  • Sinais e sintomas observados.

Acesso venoso periférico:

  • Local da inserção;
  •  Data e horário;
  •  Dispositivo utilizado;
  •  Motivos de troca ou retirada;
  •  Sinais e sintomas observados e possíveis intercorrências (transfixação, hematomas,
    extravasamento, hiperemia etc.).

Dor:

  • Localização e características;
  •  Intensidade (contínua ou intermitente);
  •  Providências adotadas (comunicado à enfermeira, etc.).

Intercorrências:

  • Descrição do fato;
  •  Sinais e sintomas observados;
  •  Condutas tomadas (comunicado à enfermeira, etc.).

Obs.: Se a Anotação de Enfermagem traz dados constantes e variáveis a respeito dos cuidados prestados ao paciente, não há que se falar em padronização do conteúdo e sim em diretrizes que poderão trazer ao profissional de enfermagem mais segurança. Nada impede a criação de um roteiro como o apresentado anteriormente, porém, o profissional deverá ficar alerta quanto ao seu uso de forma individual, para cada caso.

Administração de medicamentos:

Atenção: Somente a checagem do(s) item(ns) cumpridos(s) ou não, através de símbolos, como /, ou O, respectivamente, não cumpre(m) os requisitos legais de validação de um documento, conforme mencionado no capítulo “Conceitos”, por isso a importância de registrar, por escrito, na Anotação de Enfermagem a administração ou não da medicação.

  • Item(ns) da prescrição medicamentosa administrada(s);
  • Se injetável, também registrar o local onde foi administrado: IM (glúteo, deltóide, vasto lateral, etc); EV (antebraço, dorso da mão, região cefálica, membro inferior, etc), SC  (abdome, região posterior do braço, coxa, etc) e ID. Não esquecer de fazer referência se do lado esquerdo ou direto;
  •  No caso de administrar através de um dispositivo já existente, como intracath, duplo lúmem, acesso venoso periférico, injetor lateral do equipo ou outro, anotar por onde foi administrado o medicamento endovenoso;
  •  No caso de não administrar o medicamento, apontar o motivo.

FONTE: Manual de anotação de enfermagem.

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Cateter Venoso Central

O Cateter Venoso Central ou Acesso Venoso Central é comumente utilizado no ambiente de terapia intensiva ou até mesmo em ambiente de emergência para auxiliar na terapêutica do paciente.

Pode ser realizados por: 

  • Punção na Veia Jugular Interna (VJI) e Veia Subclávia – cateterização;
  • Dissecção – quando o médico não consegue por técnica de punção.  

É um procedimento realizado pelo médico intensivista ou vascular. 

Indicações: 

  • O acesso jugular direito é o mais indicado, sobretudo em pacientes acima de 60 anos com deformidades torácicas ou em ventilação mecânica com alta dependência de Peep ou pressões inspiratórias. 
  • Coleta de sangue para exames laboratoriais;
  • Infusão de Drogas Vasoativas (DVA) ou soluções (SF, SG, Plasmalyte, etc);
  • Infusão de dieta parenteral em via exclusiva;
  • Monitorização hemodinâmica invasiva – determina a pressão do lado direito do coração -leitura de PVC);
  • Choque (permite a infusão de volume rápido);
  • PCR;
  • Dificuldade de punção em veias periféricas;
  • Via de acesso para hemodiálise;
  • Infusão de medicamentos irritantes ou vesicantes. 

Contraindicações:

  • Queimaduras no local;
  • Coagulopatias;
  • Infecção no local no sítio de inserção.

Quando um Cateter Venoso é Central?

Para um cateter venoso ser considerado central, a via distal deverá ser visualizada em exame de Raio-X, em veia cava superior próximo ao átrio direito.

Tipos de Cateter:

O cateter pode ser:

  • De luz simples – mono lúmen.
  • De luz dupla – Duplo lúmen.
  • De luz tripla –  Triplo lúmen.

Materiais necessários:

  • Bandeja de pequena cirurgia;
  • EPI’S: Gorro, máscara, luvas de procedimento e estéril, avental, campo cirúrgico estéril;
  • Solução antisséptica – Clorexidina degermante e alcoólica;
  • Cateter de acordo com a solicitação médica;
  •   Fios de sutura e bisturi;
  • Anestésico;
  • Seringas de 10 e 20 ml;
  • Agulhas 40×12 e 30×7;
  • Película adesiva;
  • Ampolas de água destilada 10 ml;
  • Gazes;
  • SF 0,9% 250 ml;
  • Equipo de macrogotas;
  • Aparelho de ultrassom.

  

Qual a função da equipe de enfermagem no procedimento?

  • Reunir todo o material necessário;
  • Abrir o material em técnica estéril;

Função da equipe de enfermagem no procedimento:

  • Conferir a pulseira de identificação;
  • Explicar o procedimento ao paciente e a sua necessidade;
  •  Reunir o material e se dirigir ao leito;
  • Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal e com coxim no pescoço;
  • Paramentar-se com máscara, óculos de proteção, luvas de procedimento;
  • Conectar o SF ao equipo macrogotas;
  • Auxiliar na paramentação médica;
  • Realizar limpeza concorrente na mesa auxiliar;
  • Abrir os materiais sobre a bandeja de modo estéril;
  • Auxiliar o médico na antissepsia do local da punção;
  • Colocar o paciente em posição de Trendelenburg para facilitar a punção;
  • Após o médico instalar o cateter, conectar o equipo de soro ao cateter e realizar o teste do retorno de sangue (leva-se o frasco de soro a parte inferior do leito para verificar o retorno sanguíneo pela extensão do equipo;
  • Após o médico realizar a sutura, realizar o curativo.

 

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