Categoria: Emergência

Tipos de hemorragia e cuidados de enfermagem

Hemorragia, ou perda de sangue devido a rupturas nos vasos sanguíneos, é uma condição que requer atenção imediata e cuidados precisos. No campo da enfermagem, compreender os diferentes tipos de hemorragia e a maneira correta de administrar cuidados é fundamental para garantir a estabilização do paciente e prevenir complicações. Neste artigo, examinaremos os tipos de hemorragia e os cuidados essenciais que os profissionais de enfermagem devem oferecer.

Tipos de Hemorragia:

1. Hemorragia Externa: Este tipo ocorre quando o sangue é visível a olho nu, seja por uma ferida, incisão cirúrgica ou lesão traumática. Pode ser controlada com pressão direta, elevação da área afetada e uso de curativos adequados.

2. Hemorragia Interna: A hemorragia interna acontece dentro do corpo e não é visível externamente. Pode ser resultado de lesões internas, ruptura de órgãos ou vasos sanguíneos. O profissional de enfermagem deve monitorar os sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, para detectar sinais de choque.

3. Hemorragia Arterial: Nesse tipo, o sangue é bombeado rapidamente das artérias, resultando em um sangramento pulsante e de cor vermelho-vivo. É vital controlar a hemorragia com pressão direta e dispositivos de contenção, como torniquetes, em situações extremas.

4. Hemorragia Venosa: A hemorragia venosa envolve o sangramento de veias e é caracterizada por um fluxo constante e de cor mais escura. Elevação da área afetada e aplicação de curativos compressivos são medidas importantes para controlar o sangramento.

5. Hemorragia Capilar: Nesse caso, os vasos sanguíneos menores, chamados capilares, são afetados. A hemorragia capilar é mais lenta e normalmente para por si só. A aplicação de curativos limpos e estéreis auxilia na prevenção de infecções.

Cuidados de Enfermagem:

1. Avaliação Rápida e Precisa: Avaliar a gravidade da hemorragia é crucial. Determinar a fonte do sangramento, a quantidade de sangue perdida e a estabilidade do paciente são etapas iniciais fundamentais.

2. Controle da Hemorragia: Aplicar pressão direta sobre a área de sangramento ajuda a controlar a perda de sangue. Torniquetes podem ser usados em situações extremas, mas devem ser aplicados corretamente e monitorados.

3. Monitoramento dos Sinais Vitais: Monitorar constantemente os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, ajuda a identificar sinais de choque e instabilidade.

4. Elevação da Área Afetada: Elevar a área afetada auxilia no controle do sangramento, pois reduz o fluxo sanguíneo para a região.

5. Administração de Fluidos Intravenosos (IV): A administração de fluidos IV ajuda a manter a pressão sanguínea e compensar a perda de sangue.

6. Prevenção de Infecções: Manter a área limpa e estéril ao aplicar curativos ajuda a prevenir infecções que podem ocorrer devido à exposição ao sangue.

7. Comunicação Efetiva: Manter os pacientes e suas famílias informados sobre a situação e os procedimentos realizados é essencial para reduzir a ansiedade e promover a confiança.

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Compreendendo o Monitor Multiparâmetros! Parte I

A monitorização multiparâmetros pode ser utilizada de modo diagnóstico, terapêutico ou até mesmo para prognóstico. Esse tipo de monitorização permite a equipe multiprofissional reconhecer e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente, realizar intervenções em tempo hábil e principalmente prevenir complicações.

É bastante utilizada em unidades de internação, ambulatório, cuidados críticos (UTI/PA/PS), semicríticos (semiintensiva) e centro cirúrgico.

O monitor multiparâmetros, como o próprio nome já diz, nos fornece parâmetros vitais do paciente, sendo possível prestar uma assistência qualificada de acordo com suas necessidades. Os dados fornecidos, podem ser invasivos ou não invasivos, sendo eles:

Não Invasivos: 

  • Monitorização Eletrocardiográfica e Frequência Cardíaca;
  • Oximetria de pulso (SatO2);
  • Pressão Arterial (PANI);
  • Temperatura (T°C);
  • Frequência respiratória (FR);
  • Capnografia (PCO2);
  • Indice Bispectral (BIS).

Invasiva

  • Pressão Arterial Invasiva (PAI);
  • Pressão Venosa Central (PVC);
  • Demais parâmetros derivados do cateter de Swan Ganz: Pressão da Artéria Pulmonar (PAP), Pressão do Capilar Pulmonar (PCP).

Monitorização eletrocardiográfica:

É o primeiro parâmetro fornecido pelo monitor. Ele nos trás a representação gráfica sobre a tela da atividade elétrica do coração.
É utilizado para observar, diagnosticar e avaliar o ritmo do coração.
O monitor permite visualizar o valor numérico da frequência cardíaca, como também a onda de traçado eletrocardiográfico.

É extremamente importante, pois, além da verificação da frequência cardíaca, auxilia na identificação de arritmias, anormalidades de condução e no diagnóstico dos distúrbios hidroeletrolíticos.

Pode ser de 3, 4 ou 5 vias de monitorização. 

Material necessário:

Eletrodos e luvas de procedimento. 

Técnica:

  1.  Higienizar as mãos;
  2. Reunir o material, encaminhar ao leito do paciente e explicar o procedimento;
  3. Conferir a pulseira de identificação do paciente;
  4. Retirar os lacres dos eletrodos, colocando estes na região torácica do paciente, conforme determinação exemplificada no monitor;
  5. Conectar os eletrodos aos cabos do monitor;
  6. Ligar o monitor cardíaco;
  7. Estabelecer limites máximo e mínimo de alarme, e manter o alarme sonoro ligado;
  8.  Reunir o material e deixar a unidade em ordem;
  9. Retirar as luvas;
  10. Descartar os materiais;
  11. Higienizar as mãos;
  12. Realizar anotação de enfermagem.

Lembre-se:

Caso seja necessário, realize a tricotomia do tórax. Poderá ser utilizado tricotomizador
elétrico ou lâmina de barbear, para melhor fixação dos eletrodos;
• Não esqueça de estabelecer os limites de alarmes segundo a faixa etária e quadro clínico do paciente.

Conheça mais sobre o exame de Eletrocardiografia, clique AQUI

Cuidados de Enfermagem: 

  • Observar reação alérgica ao gel ou à cola do eletrodo. Deve ser retirado e ser substituído por eletrodo hipoalérgico;
  • Seguir recomendação do fabricante para colocação dos eletrodos;
  • A troca do eletrodo deve ser realizada diariamente após o banho e sempre que
    necessário;
  • Certificar-se do funcionamento adequado do monitor cardíaco;
  • Verificar se os parâmetros para disparar os alarmes estão ajustados;
  • Verificar se o alarme está funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que o cabo do monitor está conectado adequadamente aos eletrodos;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação dos eletrodos;
  • Pacientes que utilizem marcapasso, é preciso adaptar o monitor multiparâmetros para função de leitura de marcapasso;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sobre o procedimento;
  • Alterações no padrão de ECG devem ser comunicadas imediatamente ao médico e/ou enfermeira;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme, rotina da instituição de saúde.

Pressão arterial Não Invasiva (PANI)

O monitor multiparâmetros, pode fornecer os dados da Pressão Arterial Não Invasiva ou não.

Métodos de Verificação Auscultatório:

Comumente é o método mais utilizado. É um necessário um esfigmomanômetro
e um estetoscópio.

Métodos de verificação Automatizado:

Utilizado nas Unidades de cuidados críticos, semi-críticos e centro cirúrgico.
É necessário um monitor multiparâmetros, um módulo de pressão, um cabo e um manguito.

Cuidados de enfermagem 

  • Manguito de pressão adequado conforme circunferência do braço;
  • Evitar a superinsuflação e consequentemente o garroteamento do membro do paciente;
  • Ao obter uma pressão inaudível com o método auscultatório, solicitar que outro membro da equipe realize a mensuração, confirmando o resultado;
  • Pacientes com acesso venoso periférico, proceder a aferição da pressão contrário ao acesso venoso;
  • Pacientes mastectomizadas ou com fístula arteriovenosa, aferição deve ser realizada em membro contrário;
  • Método automatizado, atentar-se à programação do aparelho (instabilidade hemodinâmica);
  • Realizar rodízio do manguito de pressão arterial se possível;
  • Atenção à desconexão do equipamento ou afrouxamento do manguito no membro do paciente;
  • Alterações repentinas no valor mensurado, devemos certificar o valor, repetindo o processo;
  • Comunicar ao médico e/ou enfermeira valores alterados da pressão arterial;
  • Realizar a higienização do manguito com álcool a 70% a cada troca de paciente. Unidades de longa permanência, recomenda-se a lavagem do manguito com água e sabão;
  • Calibração dos equipamentos periodicamente;

Temperatura:

A mensuração mais  utilizada é a axilar, com tempo de permanência de 3 minutos, porém existem outras formas de mensuração, vamos conhecer? 

  •  Oral;
  • Retal;
  • Timpânica;
  • Esofágica.

0 termômetro digital deve ser higienizado com álcool a 70% a cada uso;
A sonda retal pode ser lavada com água e sabão (somente a extremidade) e depois
higienizada com alcool a 70% ou higienização conforme rotina institucional.

Cuidados de Enfermagem 

  • A sonda esofágica deve ser esterilizada a cada uso;
  • A sonda do termômetro esofágico deve ser fixada com fita microporosa. Realizar a troca da fixação diariamente após o banho e quando necessário;
  • Temperatura automática através de termômetro esofágico e/ou retal, deve-se estar atento a diferença de valores de referência (verificar protocolo da institucional);
  • A sonda do termômetro retal deve ser fixada com fita microporosa no glúteo do paciente;
  • Cuidado nas trocas de fralda para a mobilização do termômetro. Recolocar com
    anestésico local caso seja necessário;
  • Valores alterados na sonda esofágica e/ou retal, deve-se verificar seu possível deslocamento. Em geral, sondas retais tendem a deslocar nas
    evacuações.
  • Estar atento aos cuidados aos pacientes febris, em especial as crianças que facilmente apresentam crise convulsiva por hipertermia.
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Frequência Respiratória:

Outro parâmetro fornecido pelo monitor é a frequência respiratória. 

Cuidados de Enfermagem

  • Equipe de enfermagem deve possuir conhecimento técnico para atender prontamente as alterações significativas para o estado clinico
    do paciente.
  • Valor normal: 16 a 20 mrpm;
  • Pacientes com dispneia devem ser mantidos em posição Fowler;
  • Observar e anotar em prontuário o padrão respiratório (ritmo, profundidade, simetria do tórax);
  • Observar o cansaço aos mínimos esforços e procurar não exigir do paciente nenhuma atividade sem o auxílio de oxigenoterapia;
  • Estar atento a qualquer enfisema subcutâneo, abaulamento, assimetria da respiração, em especial após procedimentos de punção próximo a região torácica;
  • Administrar oxigenoterapia conforme a prescrição médica;
  • Ao encontrar valores ou padrão respiratório alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Capnografia (CO2)

É a monitorização do gás carbônico. É utilizada nas unidades de cuidados críticos para pacientes graves. Em geral, manipulada por fisioterapeutas e anestesistas. Ainda assim, a  enfermagem deve possuir conhecimentos para prestar os cuidados adequados.

Compreendendo melhor: 

É o registro do gás carbônico no final da expiração e juntamente com a capnometria, constituem a essência da monitorização da função respiratória.

Conhecimentos necessários: 

  • É aferida por um detector que é colocado no final do tubo endotraqueal;
  • Nos fornece a analíse da pressão parcial de CO2;
  • Sua unidade de medida é: mmHg;
  • Valores normais: 35 a 45 mmHg.

Cuidados de Enfermagem: 

  • Realizar a higiene do sensor com álcool a 70% a cada troca do equipamento por paciente;
  • Evitar a condensação de vapor de água no circuito do ventilador para que as leituras não sejam falsamente elevadas;
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou enfermeira.

Oximetria de Pulso (SPO2)

É utilizado nas Unidades de Clínica médica, cirúrgica, centro cirúrgico e unidades de
cuidados críticos e semi-críticos;
É colocado um sensor de oximetria, ligado ao monitor multiparâmetros que nos fornece a visualização de uma onda de pulso e o valor mensurado da saturação de oxigênio e o pulso cardíaco.

Saturação de O2:

Seu valor normal é acima de 94%! Alterações e falsas leituras da saturação de oxigênio, são causadas geralmente por: 

  • Hipotensão;
  • Edema;
  • Perfusão periférica prejudicada.

Vantagens:

  • É um método não invasivo;
  • Fornece informação instantânea e contínua de alterações fisiológicas e rápida atuação em situações de hipóxia;
  • Possui pequena margem de erro.

Indicações: 

  • Permite ajustar a FiO2 e PEEP de acordo com a necessidade do paciente;
  • Auxílio no ajuste do ventilador mecânico e do desmame ventilatório;
  • Detecção de hipóxia;
  • Avaliação rápida da disfunção respiratória.

 A oximetria de pulso é um método de interpretação da relação da oxi-hemoglobina e da desoxi-hemoglobina medida por pletismografia óptica e espectroscopia por transiluminação do leito capilar pulsátil.

Deu pra entender? Vamos simplificar então?

É utilizado um sensor colocado no dedo ou no lóbulo da orelha do paciente e este transmite comprimentos de onda, sendo possível determinar a Taxa de concentração de oxigênio por meio da absorção.

Material: 

  • Monitor multiparâmetros;
  • Cabo de oxímetro do monitor;
  • Sensor de oxímetro (modelo de acordo com faixa etária);

Técnica: 

  • Higienizar as mãos e explicar o procedimento ao paciente/família;
  • Conectar o cabo de SpO2 ao monitor;
  • Ligar o monitor;
  • Fixar o dedal apropriadamente no dedo do paciente, oposto ao cateter intra-arterial;
  • Selecionar/tocar a tela na opção desejada para ajuste do alarme visando alterar os parâmetros, se necessário;
  • Manter alarme sempre ligado;

Lembrando que: 

  • A higienização das mãos e o descarte de material seguem padronização do SCIH de cada instituição de saúde.
  • O tipo e o tamanho de sensor de oxímetro corretos são definidos de acordo com o tipo de paciente a ser monitorizado.
  • Um mínimo fluxo arterial deve estar presente para que sejam obtidos níveis de saturação, a luz infravermelha seja emitida e o foto-detector estejam um oposto do outro.
  • Devemos fazer rodízio do local de colocação do sensor de oxímetro, evitando-se assim lesões e queimaduras;

Funcionamento do Oxímetro: 

O equipamento utilizado para mensurar os valores de saturação de oxigênio no sangue é
denominado oxímetro. Este pode ser manual (portátil) ou fixo ao leito (normalmente acoplado a monitor de multiparâmetros).
O sensor é formado por um par de pequenos diodos emissores de luz e é colocado em uma parte do corpo do paciente que seja translúcida, como a ponta dos
dedos ou o lóbulo da orelha. A intensidade com que a luz emitida pelo sensor
consegue atravessar o tecido determinará a saturação de oxigênio no sangue;
O mecanismo de leitura pelo oxímetro e automático, e o valor é expresso no monitor.

Vantagens: 

  • Facilidade para mensurar os valores;
  • Procedimento não invasivo;
  • Correlaciona-se bem com as medidas de saturação da hemoglobina;
  • Indica adequado suprimento de O2 aos tecidos;
  • Pode indicar o status do fluxo sanguíneo aos órgãos vitais e a capacidade de carrear do sangue.
  • Em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia intensiva, o oxímetro está associado aos monitores multiparâmetros, ou seja, no mesmo equipamento é possível monitorar a frequência cardíaca, a frequência respiratória e
    a pressão arterial de modo não invasivo e invasivo;
  •  É possível também visualizar o traçado elétrico do paciente;

Cuidados de enfermagem: 

  • Se as extremidades do paciente estiverem frias, procurar aquecê-las, pois a hipoperfusão distal provocará interferência nos valores de saturação de oxigênio no sangue;
  • Remover esmaltes coloridos, pois impossibilitam a leitura óptica infravermelha;
  • Certificar-se do posicionamento adequado do sensor;
  • Certificar-se de que o sensor não está fazendo pressão exagerada sobre os dedos ou o lóbulo da orelha;
  • Certificar-se de que o cabo do oxímetro está conectado adequadamente ao sensor;
  • Certificar-se de que o oxímetro esta funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que os parâmetros para disparo do alarme estão ajustados;
  • Certificar-se de que o alarme esta funcionando corretamente;
  • Alternar o local de posicionamento do sensor, a fim de evitar lesões de pele;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação do sensor;
  • Orientar o paciente e os familiares para o não manuseio do sensor;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sabre o procedimento;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme rotina da instituição de saúde;
  • Manter o paciente confortável.

Ficou com dúvida de algum dos parâmetros acima? Leia nosso artigo sobre Sinais Vitais, clique AQUI

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Como utilizar o DEA- Desfibrilador Externo Automático?

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um aparelho portátil utilizado no diagnóstico e tratamento de algumas arritmias malignas da Parada Cardiorrespiratória, como principalmente a FV (Fibrilação Ventricular).

Por que esse recurso é tão importante? A PCR mata mais do que o câncer e Aids e é um mal que acomete pessoas de vários perfis, muitas até que não possuem problemas cardíacos.

O serviço de Atendimento Pré-hospitalar foi criado para tratamentos como esse, mas por mais que o tempo de resposta seja curto, muitas vezes não conseguimos chegar em tempo hábil para atender esses pacientes. Por isso a necessidade do conhecimento de leigos sobre essa assistência e da disponibilidade do aparelho em locais de grande circulação. A carência de atendimento pela população foi o motivo para o desenvolvimento de iniciativas como o Dia Mundial da Reanimação Cardiopulmonar, por exemplo.

E mais importante ainda é que o próprio profissional de saúde (seja da Enfermagem, Medicina ou outras áreas) conheça muito bem o uso do DEA e seja multiplicador da prática, salvando vidas. Não à toa, em cursos de extensão aprofundamos no uso desse aparelho, que também deve estar presente nas ambulâncias para uso diante da Parada Cardiorrespiratória.

4 etapas do Desfibrilador Externo Automático

Existem vários modelos de DEA (Desfibrilador Externo Automático), mas eles possuem dispositivos padronizados para facilitar o manuseio. Para operar o aparelho, basta seguir as seguintes etapas:

1- Ligue o DEA

Após pressionar o botão de ON/OFF, escute as instruções em português que serão feitas pelo aparelho e siga elas na ordem e momento indicados.

2- Instale os eletrodos no tórax

Quando o aparelho indicar a necessidade de posicionar os eletrodos, siga as instruções de onde devem ser colocados. A maior parte dos DEAs possuem um desenho explicativo no próprio eletrodo que resume a seguinte posição:

  • Eletrodo do lado direito do paciente: precisa ser colado abaixo da clavícula, na  linha hemiclavicular.
  • Eletrodo do lado esquerdo do paciente: deve ser posicionado nas últimas costelas, na linha hemiaxilar (abaixo do mamilo esquerdo).

O posicionamento é feito dessa forma porque o choque deve passar por dentro do tórax para atingir um maior número de fibras cardíacas. O objetivo é causar uma “pane” no coração que não está batendo direito, para que ele possa então ser “resetado” / “zerado”, na possibilidade de ser reiniciado e funcionar de forma organizada.

3- Analise o ritmo

O aparelho irá pedir para que seja instalado o cabo no DEA, na luz que está piscando. Nesse momento será feita a análise do ritmo e o aparelho irá decidir se ele é chocável ou não. Não sendo chocável, continuamos com as compressões, pois ele está em uma parada cardíaca por assistolia ou AESP (Atividade Elétrica Sem Pulso).

4- Deflagre o choque 

Antes de deflagrar o choque, de acordo com o direcionamento do aparelho, dê a ordem para que os presentes se afastem e certifique-se de que não há ninguém próximo e principalmente encostando no aparelho ou paciente.  Deflagre o choque e comece imediatamente depois a fazer a compressão cardíaca para que o coração comece a ter novamente a sístole e diástole fisiológica.

A cada dois minutos, ele irá analisar o ritmo novamente e informar qual deve ser a próxima ação. O DEA deve ser mantido no paciente até a chegada do Suporte Avançado de Vida.

5 situações especiais no uso do DEA

Apesar da facilidade de operar o Desfibrilador Externo Automático, existem casos que demandam conhecimentos específicos de profissionais e leigos. Conheça cinco deles:

1- Homens com excesso de pelo no tórax

Nessa situação, os eletrodos colam nos pelos e não na pele. Por isso, o aparelho não tem uma aderência suficiente para fazer a análise do ritmo e o choque não é deflagrado. É preciso raspar a área para depois posicionar os eletrodos.

2- Pacientes que usam marca-passo

Não podemos colar o eletrodo em cima do marca-passo, pois ele pode interferir a ação do DEA.

3- Pessoas com medicamentos em adesivo

Não podemos colar os eletrodos em cima de medicamentos adesivos, como os de nicotina ou anticoncepcional. É preciso retirá-los para então seguir com o procedimento.

4- Paciente submerso ou molhado

Se o paciente estiver com o tórax molhado, é preciso secar a área em que será colocado o eletrodo. Caso esteja submerso, o posicionamento do aparelho só é permitido após a retirada do paciente do local. Na água o choque irá dissipar, não indo para as fibras cardíacas.

5- Crianças

Acima de 8 anos o paciente é considerado como um adulto e pode usar o aparelho. Abaixo disso, ele é atendido como criança em relação à desfibrilação. O DEA sempre possui eletrodos que são específicos para crianças, um botão de seleção da idade ou um atenuador de carga, que garante que a distribuição elétrica será somente a necessária.

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Fonte: IESPE

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Queimaduras: classificações e cuidados de enfermagem!

Definição:

Lesão na pele que pode ser causada por calor, frio ou substâncias químicas ou radiação sobre o revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até os tecidos até os tecidos mais profundos como órgãos e ossos.

Quanto calor é necessário para causar temperatura por contato?

A gravidade da lesão térmica por contato está relacionada a temperatura e ao tempo de
exposição;

A pele humana pode tolerar sem prejuízo temperaturas de até 40°C (depende do tempo
de exposição ao agente causal). Acima deste valor, são produzidas diferentes lesões.

Causas 

  • Agentes secos: fogo, objetos quentes, fricção;
  • Líquidos, vapores e gorduras quentes;
  • Eletricidade: raio, corrente de baixa ou alta voltagem;
  • Radiação: queimadura solar, exposição a fontes radioativas;
  • Frio: contato com metais e vapores congelados (oxigênio e nitrogênio).
  • Químicos: Substâncias químicas industriais, produtos e agentes químicos de uso doméstico;
  • Álcalis e ácidos.
  • Biológicos: Seres vivos: taturana, caravelas, água viva, urtiga…

Diagnóstico Etiológico:

  • Queimaduras térmicas (atrito);
  • Queimaduras químicas;
  • Queimaduras elétricas;
  • Queimaduras por radiação;

Classificação das Queimaduras: 

Quanto à Profundidade:

  • 1º Grau 
  • 2º Grau
  • 3º Grau
  • 4º Grau

 

Quanto à extensão:

Profundidade

  •  1º Grau

Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele.

Os sintomas da queimadura de primeiro grau são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram após 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas.

  • 2º Grau:

Atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo.

A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme.

Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas; não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro.

As queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos.

A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes

  • 3º Grau:

são as queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas.

São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.

  • 4º Grau:

São aquelas que não só acometem as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, músculos, ossos e os órgãos internos.

Extensão:

As queimaduras são classificadas de acordo com a sua extensão: 

  •  Pequeno queimado: até 10% da superfície corporal queimada;
  • Médio queimado: acima de 10% à 20% da superfície corporal queimada;
  • Grande queimado: acima de 20% da superfície corporal queimada;

REGRA DOS NOVE

É uma ferramenta que fornece a estratificação da lesão e triagem. Todo paciente com lesões de 2º ou 3º grau devem ser avaliados em relação ao percentual da área corporal atingida, de acordo com o diagrama. Quanto maior a extensão das queimaduras, maiores os riscos de complicações e morte.

 

ATENÇÃO!

  •  A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, extensão e localização.
  • As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, qualquer que seja a profundidade e extensão são consideradas graves.

Condutas para cada tipo de queimadura:

Queimaduras térmicas: 

  • Afastar a vítima da origem da queimadura;
  • Se a vítima estiver com fogo nas vestes, role-a no chão ou envolva-a em um cobertor ou similar.
  • Ao utilizar extintores, verifique se é indicado para o tipo de material em combustão
  •  Abordagem primária (ABCDE):
  • Verificar as vias aéreas, observar sinais de queimaduras na face (fuligem no nariz, cílios chamuscados, edema nos olhos e boca), podem indicar obstrução respiratória – queimaduras ‘internas’;
  • Retirar as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada cortando;
  •  Retirar pulseiras, colares, relógios e anéis devido ao risco de interrupção da circulação pelo edema;
  • Proteger os locais queimados com curativos estéreis próprios para queimaduras.
  • Transportar para hospital especializado.

Queimadura química:

  • Equipe que atende deve utilizar proteção universal para não ter contato com o agente químico;
  • Identificação do agente (ácido, base, composto orgânico);
  • Avaliar concentração, volume e duração de contato;
  • A lesão é progressiva. Remover roupas úmidas com o produto, cortando-as com tesoura;
  • Substância em pó, remover previamente excesso com escova ou panos;
  • Diluição da substância pela água corrente por no mínimo de 30 minutos.

Pós (cimento, cal, soda cáustica):

  • Remover o conteúdo sólido da pele;
  • Lavar com água corrente.
  • Atenção: Nunca faca fricção no local;
  • Empregar água sobre pressão na lavagem.

 

Queimaduras químicas:

Queimaduras nos olhos:

  • Lavar os olhos com água corrente
  • Cobrir ambos os olhos da vítima com compressa macia úmida;
  • Encaminhar a um hospital especializado.

Queimadura elétrica:  

  •  Definir se foi alta tensão, corrente alternada ou contínua, se houve passagem de corrente com ponto de entrada e saída;
  • Avaliar traumas associados (queda de altura e outros);
  • Avaliar se ocorreu perda de consciência ou PCR no momento do acidente;

Podem causar: 

  • Parada cardíaca > lesão de grupos musculares > liberação de potássio: arritmias
  • Liberação de mioglobina na corrente sanguínea > tóxica aos rins.
  • Queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão.
  • Elevados índices de mortalidade;
  • Geralmente são de pequenas extensões, porém de grande profundidade;
  • A intensidade da queimadura dependerá do tipo de corrente, da voltagem e da resistência;
  • Afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento e desligar a fonte de energia;
  •  Obs: Caso não seja possível separar a vítima do contato com o fio: NÃO PRESTAR SOCORRO! Acionar a companhia elétrica.
  • Interromper o contato da vítima com o agente agressor usando um pedaço de madeira seca, cinto de couro, borracha grossa ou luva de borracha;
  • Avaliar extensão da lesão e passagem da corrente;

  • Fazer avaliação primária;
  • Estar atento aos sinais de PCR, aplicar manobras de compressão torácica, se
    necessário;
  • Identificar o local de entrada e saída da corrente elétrica;


• Proteger os pontos de entrada e saída da corrente elétrica.

Queimaduras circunferênciais:

  • Podem contrair a parede torácica a ponto da vítima ser incapaz de respirar;
  • Nos membros superiores e inferiores, criam um efeito de compressão, que pode fazer com que haja ausência de pulsos em braços e pernas.
  • As ESCARATOMIAS, são incisões cirúrgicas, feitas através da escara da queimadura, que permitem a expansão dos tecidos mais profundos e a descompressão de estruturas vasculares previamente comprimidas e, geralmente, ocluídas.

Cálculo da Hidratação:

Fórmula de Parkland=2 a 4ml x %SCQ x Peso(kg)

  • 2ml para idosos, insuficiência renal e ICC;
  • 4ml para crianças e adultos jovens; 

Soluções Cristalóides (Ringer com lactato);

  • 50% infundido nas primeiras 8h
  • 50% entre a 8ª e 24ª horas.

Considere sempre a hora da queimadura!!

Hidratação:

  • Na lesão elétrica por fios de alta tensão, a vítima apresenta mioglobinúria após extensa destruição muscular.
  • Observar glicemia nas crianças, diabéticos e sempre que necessário (jejum); 
  • Na fase de hidratação (24h iniciais) não se usa diurético, drogas vasoativas.

Tratamento da dor

Uso da via Intravenosa:

Adultos:

  • Dipirona – EV
  • Morfina- diluída em 9 ml SF 0,9%.

Crianças: 

  • Dipirona – EV
  • Morfina – (solução diluída).

Medidas Gerais e Tratamentos da Ferida: 

  • Posicionamento: cabeceira elevada; pescoço em hiperextensão; membros superiores elevados e abduzidos, se lesão axilas; •
  • Administração da profilaxia do Tétano (Toxóide tetânico), da úlcera do stress (bloqueador receptor H2) e do tromboembolismo (heparina SC);
  • Limpeza da ferida com Clorexedina degermante e SF0,9%. Na falta deste, água e sabão neutro;
  • Usar antimicrobiano tópico (De acordo com protocolo institucional): pomada Dermacerium

Fisiopatologia:

 

 Tratamento Imediato de Emergência:

  • Interromper o processo de queimadura;
  • Remover roupas, jóias, anéis, piercing, próteses;
  • Cobrir as lesões com curativo estéril.

Tratamento na sala de Emergência:

 Vias aéreas- Avaliação:   

  • Avaliar presença de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de obstrução.

Respiração:

  • Aspirar vias aéreas superiores, se necessário;
  • Administração de O2 conforme prescrição médica se necessário; 
  • Observar suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente fechado, face acometida, rouquidão, estridor, escarro carbonáceo, dispnéia, queimadura nas vibrissas, insuficiência respiratória;
  • Cabeceira elevada (30°); 
  • Intubação endotraqueal = Escala de coma Glasgow<8, PaO2 <60, PaCO2>55 na gasometria, saturação <90% na oximetria, edema importante de face e orofaringe. 

Acesso venosos:

  • Obter preferencialmente acesso venoso periférico calibroso mesmo em área queimada;
  • Somente na impossibilidade desta, utilizar Acesso Venoso Central 
  • Passagem de Sonda Vesical de Demora para controle de diurese para queimaduras acima de 20% em adultos e 10% em crianças.

Tratamento adequado

Fase aguda: pode salvar vidas e evitar sequelas;

  •  Remover as vestimentas e protegê-lo com campos estéreis (intra hospitalar);
  •  Observar padrão respiratório;
  • Providenciar acesso venoso de grande calibre;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical  e controle do balanço hídrico;
  •  Administrar vacina antitetânica em pacientes não vacinados;

Reposição Volêmica:

  • Deve ser instituída precocemente;
  • Receber fluídos por via parenteral compensar a perda através das lesões;
  • Atentar-se para o fluxo urinário e às medidas hemodinâmicas;

Cuidados gerais:

  • Necessidade de analgesia é proporcional à profundidade da área queimada;
  •  Suporte Nutricional: Deve ser iniciado, de preferência, até 4 horas após a internação
    hospitalar;
  •  Prevenir desidratação e perda de calor com utilização de plástico estéril sobre a área queimada;
  • Realização de curativo diário (cobertura de acordo com a prescrição de enfermagem);

Complicações:

  • Infecções locais ou sistêmica;
  • Distúrbios eletrolíticos;
  • Sangramentos intestinais por úlceras agudas;
  • Deformidades;
  • Choque hipovolêmico;
  • Problemas no sistema renal e respiratórios.

Cuidados de Enfermagem

  • Observar o padrão respiratório;
  • Manter a via aérea permeável;
  • Administrar oxigenoterapia conforme solicitação médica;
  • Monitorizar os sinais vitais;
  • Preparar material para passagem de cateter venoso central se necessário;
  • Controle rigoroso do Balanço Hídrico.
  • Manter o paciente aquecido e a área corpórea queimada protegida com a utilização de plástico estéril;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical;
  • Controle rigoroso de diurese, bem como a cor e o aspecto da urina;
  • Pesar o paciente diariamente (conforme solicitação e estabilidade hemodinâmica do
    paciente).

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Manobra de Heimlich – aprenda como realizar!

Você sabia que uma pessoa pode morrer por asfixia em apenas 4 minutos??Você sabe como agir em uma situação como essa?  A manobra de Heimlich é de fácil aplicação e grande importância, pois pode salvar uma vida!

Você sabe como surgiu?

Criada pelo médico Henry Heimlich no ano de 1974, a manobra de Heimlich (também conhecida como “tosse artificial”) é uma técnica de primeiros socorros para asfixia, deve ser realizada quando a vítima estiver engasgada, a fim de retirar qualquer objeto da traqueia, facilitando a passagem de ar para os pulmões e evitando o sufocamento. A técnica baseia-se em utilizar as mãos para fazer uma pressão sobre o diafragma para que os pulmões se comprimam e assim façam pressão sobre o alimento ou objeto que possa ter ficado retido na garganta. A técnica, normalmente é feita por uma outra pessoa, mas também pode ser auto-aplicável, para o caso de não haver ninguém por perto.

Sinais de dificuldade para respirar:

  • Dificuldade ou incapacidade de falar;
  • Sentido de agitação;
  • Levar as mãos à garganta;
  • Incapacidade de respirar, ou fazê-lo com grande dificuldade (observe se há qualquer depressão na pele entre as costelas e acima das clavículas)
  • Respiração ruidosa
  • Incapacidade de tossir de forma eficaz
  • Lábios e unhas de coloração roxa ou cinza, rosto de cor acinzentada, devido à falta de oxigênio
  • Inconsciência

Como realizar a manobra:

 

  • Com a vítima em pé
  • Posicione-se atrás da vítima de modo que uma de suas pernas fique entre as pernas da vítima, servindo de base caso ela desmaie;
  • Coloque o braço em volta da cintura da mesma;
  • Feche uma mão e coloque o lado do polegar contra o abdômen da vítima entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide;
  • Com a outra mão envolva a mão fechada e pressione o abdômen da vítima;
  • Puxe ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão, expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução.
  • Realize cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa, suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
  • Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e deve-se iniciar a reanimação 
  • cardiorrespiratória.

Com a vítima deitada ou inconsciente

  • A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas no chão;
  • Ajoelhe-se por cima da coxa da vítima ou posicione-se lateralmente a ela;
  • Coloque a segunda mão diretamente sobre a primeira e realize a compressão abdominal;
  • Observe se o objeto foi expulso.

Em vítimas obesas ou grávidas

  • Posicione-se atrás da vítima de modo que uma de suas pernas fique entre as pernas da vítima;
  • Posicione suas mãos acima do apêndice xifóide;
  • Realize as compressões abdominais;
  • Verifique se o objeto foi expulso.

Em bebês

  • Coloque a vítima em decúbito ventral (de bruços sobre o braço) com a cabeça mais baixa do que o resto do corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax sobre o antebraço e/ou coxa.
  • Aplique 5 batidas interescapulares (entre as omoplatas, com a mão em forma de concha), para remover o objeto;
  • Se não resultar, inicie 5 compressões torácicas com dois dedos (terceiro e quarto metacarpo).
  • Continue esse ciclo se não obtiver sucesso.

Em crianças:

  • Encoraje a criança a tossir;
  • Se a tosse for ineficaz, aplique 5 batidas interescapulares;
  • Se continuar com obstrução, inicie a Manobra de Heimlich (5 compressões abdominais);
  • Repita sucessivamente séries de 5 batidas interescapulares e 5 compressões abdominais, até o objeto sair.

Fonte: Ministério da Saúde 

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