Categoria: Primeiros Socorros

Tipos de hemorragia e cuidados de enfermagem

Hemorragia, ou perda de sangue devido a rupturas nos vasos sanguíneos, é uma condição que requer atenção imediata e cuidados precisos. No campo da enfermagem, compreender os diferentes tipos de hemorragia e a maneira correta de administrar cuidados é fundamental para garantir a estabilização do paciente e prevenir complicações. Neste artigo, examinaremos os tipos de hemorragia e os cuidados essenciais que os profissionais de enfermagem devem oferecer.

Tipos de Hemorragia:

1. Hemorragia Externa: Este tipo ocorre quando o sangue é visível a olho nu, seja por uma ferida, incisão cirúrgica ou lesão traumática. Pode ser controlada com pressão direta, elevação da área afetada e uso de curativos adequados.

2. Hemorragia Interna: A hemorragia interna acontece dentro do corpo e não é visível externamente. Pode ser resultado de lesões internas, ruptura de órgãos ou vasos sanguíneos. O profissional de enfermagem deve monitorar os sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, para detectar sinais de choque.

3. Hemorragia Arterial: Nesse tipo, o sangue é bombeado rapidamente das artérias, resultando em um sangramento pulsante e de cor vermelho-vivo. É vital controlar a hemorragia com pressão direta e dispositivos de contenção, como torniquetes, em situações extremas.

4. Hemorragia Venosa: A hemorragia venosa envolve o sangramento de veias e é caracterizada por um fluxo constante e de cor mais escura. Elevação da área afetada e aplicação de curativos compressivos são medidas importantes para controlar o sangramento.

5. Hemorragia Capilar: Nesse caso, os vasos sanguíneos menores, chamados capilares, são afetados. A hemorragia capilar é mais lenta e normalmente para por si só. A aplicação de curativos limpos e estéreis auxilia na prevenção de infecções.

Cuidados de Enfermagem:

1. Avaliação Rápida e Precisa: Avaliar a gravidade da hemorragia é crucial. Determinar a fonte do sangramento, a quantidade de sangue perdida e a estabilidade do paciente são etapas iniciais fundamentais.

2. Controle da Hemorragia: Aplicar pressão direta sobre a área de sangramento ajuda a controlar a perda de sangue. Torniquetes podem ser usados em situações extremas, mas devem ser aplicados corretamente e monitorados.

3. Monitoramento dos Sinais Vitais: Monitorar constantemente os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, ajuda a identificar sinais de choque e instabilidade.

4. Elevação da Área Afetada: Elevar a área afetada auxilia no controle do sangramento, pois reduz o fluxo sanguíneo para a região.

5. Administração de Fluidos Intravenosos (IV): A administração de fluidos IV ajuda a manter a pressão sanguínea e compensar a perda de sangue.

6. Prevenção de Infecções: Manter a área limpa e estéril ao aplicar curativos ajuda a prevenir infecções que podem ocorrer devido à exposição ao sangue.

7. Comunicação Efetiva: Manter os pacientes e suas famílias informados sobre a situação e os procedimentos realizados é essencial para reduzir a ansiedade e promover a confiança.

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Como utilizar o DEA- Desfibrilador Externo Automático?

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um aparelho portátil utilizado no diagnóstico e tratamento de algumas arritmias malignas da Parada Cardiorrespiratória, como principalmente a FV (Fibrilação Ventricular).

Por que esse recurso é tão importante? A PCR mata mais do que o câncer e Aids e é um mal que acomete pessoas de vários perfis, muitas até que não possuem problemas cardíacos.

O serviço de Atendimento Pré-hospitalar foi criado para tratamentos como esse, mas por mais que o tempo de resposta seja curto, muitas vezes não conseguimos chegar em tempo hábil para atender esses pacientes. Por isso a necessidade do conhecimento de leigos sobre essa assistência e da disponibilidade do aparelho em locais de grande circulação. A carência de atendimento pela população foi o motivo para o desenvolvimento de iniciativas como o Dia Mundial da Reanimação Cardiopulmonar, por exemplo.

E mais importante ainda é que o próprio profissional de saúde (seja da Enfermagem, Medicina ou outras áreas) conheça muito bem o uso do DEA e seja multiplicador da prática, salvando vidas. Não à toa, em cursos de extensão aprofundamos no uso desse aparelho, que também deve estar presente nas ambulâncias para uso diante da Parada Cardiorrespiratória.

4 etapas do Desfibrilador Externo Automático

Existem vários modelos de DEA (Desfibrilador Externo Automático), mas eles possuem dispositivos padronizados para facilitar o manuseio. Para operar o aparelho, basta seguir as seguintes etapas:

1- Ligue o DEA

Após pressionar o botão de ON/OFF, escute as instruções em português que serão feitas pelo aparelho e siga elas na ordem e momento indicados.

2- Instale os eletrodos no tórax

Quando o aparelho indicar a necessidade de posicionar os eletrodos, siga as instruções de onde devem ser colocados. A maior parte dos DEAs possuem um desenho explicativo no próprio eletrodo que resume a seguinte posição:

  • Eletrodo do lado direito do paciente: precisa ser colado abaixo da clavícula, na  linha hemiclavicular.
  • Eletrodo do lado esquerdo do paciente: deve ser posicionado nas últimas costelas, na linha hemiaxilar (abaixo do mamilo esquerdo).

O posicionamento é feito dessa forma porque o choque deve passar por dentro do tórax para atingir um maior número de fibras cardíacas. O objetivo é causar uma “pane” no coração que não está batendo direito, para que ele possa então ser “resetado” / “zerado”, na possibilidade de ser reiniciado e funcionar de forma organizada.

3- Analise o ritmo

O aparelho irá pedir para que seja instalado o cabo no DEA, na luz que está piscando. Nesse momento será feita a análise do ritmo e o aparelho irá decidir se ele é chocável ou não. Não sendo chocável, continuamos com as compressões, pois ele está em uma parada cardíaca por assistolia ou AESP (Atividade Elétrica Sem Pulso).

4- Deflagre o choque 

Antes de deflagrar o choque, de acordo com o direcionamento do aparelho, dê a ordem para que os presentes se afastem e certifique-se de que não há ninguém próximo e principalmente encostando no aparelho ou paciente.  Deflagre o choque e comece imediatamente depois a fazer a compressão cardíaca para que o coração comece a ter novamente a sístole e diástole fisiológica.

A cada dois minutos, ele irá analisar o ritmo novamente e informar qual deve ser a próxima ação. O DEA deve ser mantido no paciente até a chegada do Suporte Avançado de Vida.

5 situações especiais no uso do DEA

Apesar da facilidade de operar o Desfibrilador Externo Automático, existem casos que demandam conhecimentos específicos de profissionais e leigos. Conheça cinco deles:

1- Homens com excesso de pelo no tórax

Nessa situação, os eletrodos colam nos pelos e não na pele. Por isso, o aparelho não tem uma aderência suficiente para fazer a análise do ritmo e o choque não é deflagrado. É preciso raspar a área para depois posicionar os eletrodos.

2- Pacientes que usam marca-passo

Não podemos colar o eletrodo em cima do marca-passo, pois ele pode interferir a ação do DEA.

3- Pessoas com medicamentos em adesivo

Não podemos colar os eletrodos em cima de medicamentos adesivos, como os de nicotina ou anticoncepcional. É preciso retirá-los para então seguir com o procedimento.

4- Paciente submerso ou molhado

Se o paciente estiver com o tórax molhado, é preciso secar a área em que será colocado o eletrodo. Caso esteja submerso, o posicionamento do aparelho só é permitido após a retirada do paciente do local. Na água o choque irá dissipar, não indo para as fibras cardíacas.

5- Crianças

Acima de 8 anos o paciente é considerado como um adulto e pode usar o aparelho. Abaixo disso, ele é atendido como criança em relação à desfibrilação. O DEA sempre possui eletrodos que são específicos para crianças, um botão de seleção da idade ou um atenuador de carga, que garante que a distribuição elétrica será somente a necessária.

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Fonte: IESPE

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Queimaduras: classificações e cuidados de enfermagem!

Definição:

Lesão na pele que pode ser causada por calor, frio ou substâncias químicas ou radiação sobre o revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até os tecidos até os tecidos mais profundos como órgãos e ossos.

Quanto calor é necessário para causar temperatura por contato?

A gravidade da lesão térmica por contato está relacionada a temperatura e ao tempo de
exposição;

A pele humana pode tolerar sem prejuízo temperaturas de até 40°C (depende do tempo
de exposição ao agente causal). Acima deste valor, são produzidas diferentes lesões.

Causas 

  • Agentes secos: fogo, objetos quentes, fricção;
  • Líquidos, vapores e gorduras quentes;
  • Eletricidade: raio, corrente de baixa ou alta voltagem;
  • Radiação: queimadura solar, exposição a fontes radioativas;
  • Frio: contato com metais e vapores congelados (oxigênio e nitrogênio).
  • Químicos: Substâncias químicas industriais, produtos e agentes químicos de uso doméstico;
  • Álcalis e ácidos.
  • Biológicos: Seres vivos: taturana, caravelas, água viva, urtiga…

Diagnóstico Etiológico:

  • Queimaduras térmicas (atrito);
  • Queimaduras químicas;
  • Queimaduras elétricas;
  • Queimaduras por radiação;

Classificação das Queimaduras: 

Quanto à Profundidade:

  • 1º Grau 
  • 2º Grau
  • 3º Grau
  • 4º Grau

 

Quanto à extensão:

Profundidade

  •  1º Grau

Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele.

Os sintomas da queimadura de primeiro grau são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram após 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas.

  • 2º Grau:

Atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo.

A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme.

Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas; não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro.

As queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos.

A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes

  • 3º Grau:

são as queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas.

São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.

  • 4º Grau:

São aquelas que não só acometem as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, músculos, ossos e os órgãos internos.

Extensão:

As queimaduras são classificadas de acordo com a sua extensão: 

  •  Pequeno queimado: até 10% da superfície corporal queimada;
  • Médio queimado: acima de 10% à 20% da superfície corporal queimada;
  • Grande queimado: acima de 20% da superfície corporal queimada;

REGRA DOS NOVE

É uma ferramenta que fornece a estratificação da lesão e triagem. Todo paciente com lesões de 2º ou 3º grau devem ser avaliados em relação ao percentual da área corporal atingida, de acordo com o diagrama. Quanto maior a extensão das queimaduras, maiores os riscos de complicações e morte.

 

ATENÇÃO!

  •  A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, extensão e localização.
  • As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, qualquer que seja a profundidade e extensão são consideradas graves.

Condutas para cada tipo de queimadura:

Queimaduras térmicas: 

  • Afastar a vítima da origem da queimadura;
  • Se a vítima estiver com fogo nas vestes, role-a no chão ou envolva-a em um cobertor ou similar.
  • Ao utilizar extintores, verifique se é indicado para o tipo de material em combustão
  •  Abordagem primária (ABCDE):
  • Verificar as vias aéreas, observar sinais de queimaduras na face (fuligem no nariz, cílios chamuscados, edema nos olhos e boca), podem indicar obstrução respiratória – queimaduras ‘internas’;
  • Retirar as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada cortando;
  •  Retirar pulseiras, colares, relógios e anéis devido ao risco de interrupção da circulação pelo edema;
  • Proteger os locais queimados com curativos estéreis próprios para queimaduras.
  • Transportar para hospital especializado.

Queimadura química:

  • Equipe que atende deve utilizar proteção universal para não ter contato com o agente químico;
  • Identificação do agente (ácido, base, composto orgânico);
  • Avaliar concentração, volume e duração de contato;
  • A lesão é progressiva. Remover roupas úmidas com o produto, cortando-as com tesoura;
  • Substância em pó, remover previamente excesso com escova ou panos;
  • Diluição da substância pela água corrente por no mínimo de 30 minutos.

Pós (cimento, cal, soda cáustica):

  • Remover o conteúdo sólido da pele;
  • Lavar com água corrente.
  • Atenção: Nunca faca fricção no local;
  • Empregar água sobre pressão na lavagem.

 

Queimaduras químicas:

Queimaduras nos olhos:

  • Lavar os olhos com água corrente
  • Cobrir ambos os olhos da vítima com compressa macia úmida;
  • Encaminhar a um hospital especializado.

Queimadura elétrica:  

  •  Definir se foi alta tensão, corrente alternada ou contínua, se houve passagem de corrente com ponto de entrada e saída;
  • Avaliar traumas associados (queda de altura e outros);
  • Avaliar se ocorreu perda de consciência ou PCR no momento do acidente;

Podem causar: 

  • Parada cardíaca > lesão de grupos musculares > liberação de potássio: arritmias
  • Liberação de mioglobina na corrente sanguínea > tóxica aos rins.
  • Queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão.
  • Elevados índices de mortalidade;
  • Geralmente são de pequenas extensões, porém de grande profundidade;
  • A intensidade da queimadura dependerá do tipo de corrente, da voltagem e da resistência;
  • Afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento e desligar a fonte de energia;
  •  Obs: Caso não seja possível separar a vítima do contato com o fio: NÃO PRESTAR SOCORRO! Acionar a companhia elétrica.
  • Interromper o contato da vítima com o agente agressor usando um pedaço de madeira seca, cinto de couro, borracha grossa ou luva de borracha;
  • Avaliar extensão da lesão e passagem da corrente;

  • Fazer avaliação primária;
  • Estar atento aos sinais de PCR, aplicar manobras de compressão torácica, se
    necessário;
  • Identificar o local de entrada e saída da corrente elétrica;


• Proteger os pontos de entrada e saída da corrente elétrica.

Queimaduras circunferênciais:

  • Podem contrair a parede torácica a ponto da vítima ser incapaz de respirar;
  • Nos membros superiores e inferiores, criam um efeito de compressão, que pode fazer com que haja ausência de pulsos em braços e pernas.
  • As ESCARATOMIAS, são incisões cirúrgicas, feitas através da escara da queimadura, que permitem a expansão dos tecidos mais profundos e a descompressão de estruturas vasculares previamente comprimidas e, geralmente, ocluídas.

Cálculo da Hidratação:

Fórmula de Parkland=2 a 4ml x %SCQ x Peso(kg)

  • 2ml para idosos, insuficiência renal e ICC;
  • 4ml para crianças e adultos jovens; 

Soluções Cristalóides (Ringer com lactato);

  • 50% infundido nas primeiras 8h
  • 50% entre a 8ª e 24ª horas.

Considere sempre a hora da queimadura!!

Hidratação:

  • Na lesão elétrica por fios de alta tensão, a vítima apresenta mioglobinúria após extensa destruição muscular.
  • Observar glicemia nas crianças, diabéticos e sempre que necessário (jejum); 
  • Na fase de hidratação (24h iniciais) não se usa diurético, drogas vasoativas.

Tratamento da dor

Uso da via Intravenosa:

Adultos:

  • Dipirona – EV
  • Morfina- diluída em 9 ml SF 0,9%.

Crianças: 

  • Dipirona – EV
  • Morfina – (solução diluída).

Medidas Gerais e Tratamentos da Ferida: 

  • Posicionamento: cabeceira elevada; pescoço em hiperextensão; membros superiores elevados e abduzidos, se lesão axilas; •
  • Administração da profilaxia do Tétano (Toxóide tetânico), da úlcera do stress (bloqueador receptor H2) e do tromboembolismo (heparina SC);
  • Limpeza da ferida com Clorexedina degermante e SF0,9%. Na falta deste, água e sabão neutro;
  • Usar antimicrobiano tópico (De acordo com protocolo institucional): pomada Dermacerium

Fisiopatologia:

 

 Tratamento Imediato de Emergência:

  • Interromper o processo de queimadura;
  • Remover roupas, jóias, anéis, piercing, próteses;
  • Cobrir as lesões com curativo estéril.

Tratamento na sala de Emergência:

 Vias aéreas- Avaliação:   

  • Avaliar presença de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de obstrução.

Respiração:

  • Aspirar vias aéreas superiores, se necessário;
  • Administração de O2 conforme prescrição médica se necessário; 
  • Observar suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente fechado, face acometida, rouquidão, estridor, escarro carbonáceo, dispnéia, queimadura nas vibrissas, insuficiência respiratória;
  • Cabeceira elevada (30°); 
  • Intubação endotraqueal = Escala de coma Glasgow<8, PaO2 <60, PaCO2>55 na gasometria, saturação <90% na oximetria, edema importante de face e orofaringe. 

Acesso venosos:

  • Obter preferencialmente acesso venoso periférico calibroso mesmo em área queimada;
  • Somente na impossibilidade desta, utilizar Acesso Venoso Central 
  • Passagem de Sonda Vesical de Demora para controle de diurese para queimaduras acima de 20% em adultos e 10% em crianças.

Tratamento adequado

Fase aguda: pode salvar vidas e evitar sequelas;

  •  Remover as vestimentas e protegê-lo com campos estéreis (intra hospitalar);
  •  Observar padrão respiratório;
  • Providenciar acesso venoso de grande calibre;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical  e controle do balanço hídrico;
  •  Administrar vacina antitetânica em pacientes não vacinados;

Reposição Volêmica:

  • Deve ser instituída precocemente;
  • Receber fluídos por via parenteral compensar a perda através das lesões;
  • Atentar-se para o fluxo urinário e às medidas hemodinâmicas;

Cuidados gerais:

  • Necessidade de analgesia é proporcional à profundidade da área queimada;
  •  Suporte Nutricional: Deve ser iniciado, de preferência, até 4 horas após a internação
    hospitalar;
  •  Prevenir desidratação e perda de calor com utilização de plástico estéril sobre a área queimada;
  • Realização de curativo diário (cobertura de acordo com a prescrição de enfermagem);

Complicações:

  • Infecções locais ou sistêmica;
  • Distúrbios eletrolíticos;
  • Sangramentos intestinais por úlceras agudas;
  • Deformidades;
  • Choque hipovolêmico;
  • Problemas no sistema renal e respiratórios.

Cuidados de Enfermagem

  • Observar o padrão respiratório;
  • Manter a via aérea permeável;
  • Administrar oxigenoterapia conforme solicitação médica;
  • Monitorizar os sinais vitais;
  • Preparar material para passagem de cateter venoso central se necessário;
  • Controle rigoroso do Balanço Hídrico.
  • Manter o paciente aquecido e a área corpórea queimada protegida com a utilização de plástico estéril;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical;
  • Controle rigoroso de diurese, bem como a cor e o aspecto da urina;
  • Pesar o paciente diariamente (conforme solicitação e estabilidade hemodinâmica do
    paciente).

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Manobra de Heimlich – aprenda como realizar!

Você sabia que uma pessoa pode morrer por asfixia em apenas 4 minutos??Você sabe como agir em uma situação como essa?  A manobra de Heimlich é de fácil aplicação e grande importância, pois pode salvar uma vida!

Você sabe como surgiu?

Criada pelo médico Henry Heimlich no ano de 1974, a manobra de Heimlich (também conhecida como “tosse artificial”) é uma técnica de primeiros socorros para asfixia, deve ser realizada quando a vítima estiver engasgada, a fim de retirar qualquer objeto da traqueia, facilitando a passagem de ar para os pulmões e evitando o sufocamento. A técnica baseia-se em utilizar as mãos para fazer uma pressão sobre o diafragma para que os pulmões se comprimam e assim façam pressão sobre o alimento ou objeto que possa ter ficado retido na garganta. A técnica, normalmente é feita por uma outra pessoa, mas também pode ser auto-aplicável, para o caso de não haver ninguém por perto.

Sinais de dificuldade para respirar:

  • Dificuldade ou incapacidade de falar;
  • Sentido de agitação;
  • Levar as mãos à garganta;
  • Incapacidade de respirar, ou fazê-lo com grande dificuldade (observe se há qualquer depressão na pele entre as costelas e acima das clavículas)
  • Respiração ruidosa
  • Incapacidade de tossir de forma eficaz
  • Lábios e unhas de coloração roxa ou cinza, rosto de cor acinzentada, devido à falta de oxigênio
  • Inconsciência

Como realizar a manobra:

 

  • Com a vítima em pé
  • Posicione-se atrás da vítima de modo que uma de suas pernas fique entre as pernas da vítima, servindo de base caso ela desmaie;
  • Coloque o braço em volta da cintura da mesma;
  • Feche uma mão e coloque o lado do polegar contra o abdômen da vítima entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide;
  • Com a outra mão envolva a mão fechada e pressione o abdômen da vítima;
  • Puxe ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro, comprimindo a parte superior do abdômen com a base do pulmão, expulsando o ar e movimentando o objeto causador da obstrução.
  • Realize cinco vezes a manobra com uma compressão firme e vigorosa, suficiente para movimentar o objeto e desobstruir as vias aéreas;
  • Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deverá ser interrompida e deve-se iniciar a reanimação 
  • cardiorrespiratória.

Com a vítima deitada ou inconsciente

  • A vítima deve ser colocada em decúbito dorsal, ou seja, com as costas no chão;
  • Ajoelhe-se por cima da coxa da vítima ou posicione-se lateralmente a ela;
  • Coloque a segunda mão diretamente sobre a primeira e realize a compressão abdominal;
  • Observe se o objeto foi expulso.

Em vítimas obesas ou grávidas

  • Posicione-se atrás da vítima de modo que uma de suas pernas fique entre as pernas da vítima;
  • Posicione suas mãos acima do apêndice xifóide;
  • Realize as compressões abdominais;
  • Verifique se o objeto foi expulso.

Em bebês

  • Coloque a vítima em decúbito ventral (de bruços sobre o braço) com a cabeça mais baixa do que o resto do corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax sobre o antebraço e/ou coxa.
  • Aplique 5 batidas interescapulares (entre as omoplatas, com a mão em forma de concha), para remover o objeto;
  • Se não resultar, inicie 5 compressões torácicas com dois dedos (terceiro e quarto metacarpo).
  • Continue esse ciclo se não obtiver sucesso.

Em crianças:

  • Encoraje a criança a tossir;
  • Se a tosse for ineficaz, aplique 5 batidas interescapulares;
  • Se continuar com obstrução, inicie a Manobra de Heimlich (5 compressões abdominais);
  • Repita sucessivamente séries de 5 batidas interescapulares e 5 compressões abdominais, até o objeto sair.

Fonte: Ministério da Saúde 

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