Categoria: Aulas Completas

Tipos de isolamentos ou precauções existentes no hospital

Você já ouviu falar dos isolamentos ou precauções hospitalares? Todos sabemos que o ambiente hospitalar é um ambiente propício a disseminação de microrganismos e o isolamento de pacientes é uma forma antiga para prevenção de disseminação de doenças. Vamos entender melhor!

Isolamento:

É a segregação de pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença, sob condições que permitam evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a outros.

Precauções:

Conjunto de medidas e recomendações que visam evitar ou diminuir a transmissão direta ou indireta de doenças infecto contagiosas ou microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes e profissionais de saúde ou visitantes.

Tipos de Isolamento ou Precaução: 

O tipo de isolamento é determinado de acordo com o agente infeccioso confirmado ou suspeito. Existem quatro tipos de Isolamento ou Precaução, são eles:

  1. Precauções Padrão
  2. Precauções de Contato
  3. Precauções com Gotículas Perdigoto
  4. Precauções com Gotículas Aerossóis

Precaução Padrão:

É indicado a todos os pacientes e toda a equipe multiprofissional deve aderir.

São medidas de proteção que devem ser aplicadas sempre que houver risco de contaminação com:

  • Sangue ou fluido corporal, mesmo que estes não sejam visivelmente perceptíveis;
  • Contato com pele não íntegra;
  • Contato com  mucosas.

Cuidados:

  • Higienização das mãos
  • Luvas de procedimento (uso de luvas não estéreis mas limpas quando existir possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, sangue, secreções, excreções com exceção do suor, pele não íntegra, mucosas. Entre um paciente e outro, ou entre sítios anatômicos do mesmo paciente, deve-se trocar as luvas. Após o uso, retirá-las e imediatamente higienizar as mãos);
  • Avental (limpo e não estéril, é utilizado para proteger as roupas e superfícies corporais de respingos de sangue, secreções e excreções e líquidos corporais. Após o procedimento retirar o avental e providenciar a higienização das mãos de imediato);
  • Máscaras, Óculos proteção: (Devem ser utilizar para proteger as mucosas oral, nasal e ocular de respingos de secreções, excreções, sangue e líquidos corporais);
  • Cuidados com Artigos e Equipamentos de Assistência ao Paciente (Devem ser manuseados de forma que não contaminem o ambiente, os pacientes e os profissionais de saúde e encaminhados para a limpeza e desinfecção ou esterilização);
  • Controle de Infecção no Ambiente Não é apenas o paciente que fica colonizado por micro-organismos. Todo o ambiente ao seu redor também fica colonizado. Por isso que aparelhos de uso geral como: estetoscópio, aparelho de pressão, termômetro, cabos de monitorização podem carregar bactérias, por isso, devem ser higienizados após cada uso.
  • Cuidado com Roupas ( roupas usadas, sujas com sangue, secreções , excreções e líquidos corporais deverão ser condicionadas em sacos impermeáveis para evitar contaminação de superfícies ambientais.
  • Prevenção de Acidentes posterior Contaminação (prevenir acidentes com perfuro-cortantes, bisturis e outros, não reencapar agulhas, descarte correto observando limite dos recipientes);
  • Acomodação Adequada do Paciente (deve utilizar quarto privativo quando o paciente não for capaz de manter sua higiene pessoal e do ambiente).

Precauções de Contato:

Precauções de contato são medidas aplicadas para a prevenção da transmissão de agentes infecciosos através de contato direto ou indireto com o paciente ou ambiente.

Deve ser adotada quando o paciente tem potencial de transmissão por meio direto e indireto. É importante lembrar,que na precaução de contato a precaução padrão também deverá ser aplicada!

A transmissão pode ocorrer por meio de:

  • Contato Direto: Transmissão de microrganismos de um paciente para outro através do contato direto da pele.
  • Contato Indireto: Transmissão de microrganismos por meio de fômites ou veículos inanimados como roupas contaminados, artigos e equipamentos contaminados.

Na Precaução por Contato deve-se:

  • Oferecer quarto privativo ou comum para o mesmo microorganismo;
  • Luvas e Avental deverão ser utilizados pelo profissional para o contato com o paciente ou material infectante;
  • Devemos evitar o transporte do paciente se possível;
  • Artigos e Equipamentos deverão ser de uso exclusivo para cada paciente.

 

A precaução por gotículas é utilizada quando o potencial de infecção se dá por meio do ar envolvendo dois tipos:

  1. Precaução por gotículas;
  2. Precaução por gotículas aerossol.

Precaução por gotículas:

A transmissão por gotículas, se dá através de partículas maiores que 5μm (micras), são gotículas eliminadas através de:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros;
  • Realização de procedimentos como a aspiração de secreções.

Os perdigotos atingem cerca de um metro de distância e rapidamente se depositam no chão. Podemos citar como exemplo, a transmissão das seguintes doenças:

  • Doença meningocócica;
  • Gripe;
  • Coqueluche;
  • Dfteria;
  • Caxumba e;
  • Rubéola.

Cuidados:

  • A pessoa deve ser internada em um quarto privativo (um único paciente no quarto), preferencialmente.
  • Se não for possível, o outro leito deve ficar a uma distância de no mínimo 1 metro;
  • A porta do quarto deve permanecer sempre fechada;
  • Todas as pessoas que entrarem no quarto (inclusive visitas), devem usar máscara cirúrgica (tampando nariz e boca) durante todo o tempo que permanecerem no quarto;
  • Ao sair do quarto, a máscara deve ser jogada no lixo (não pode guardar para usar depois);
  • O paciente não pode sair do quarto, por exemplo: caminhar pelo corredor do hospital, a não ser que seja preciso, exemplo: realizar algum exame;
  • Caso o paciente precise sair do quarto, deverá usar a máscara cirúrgica todo o tempo que estiver fora.

Precauções por Aerossóis:

A transmissão por aerossóis, acontece quando partículas menores que 5μm (micras), são eliminadas por meio das vias aéreas, quando ressecadas, através da:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros.

O aerossóis podem permanecer por horas suspensas no ar podendo atingir outros ambientes através das correntes de ar. São doenças transmitidas por aerossóis:

  • Mycobacterium tuberculosis,
  • Sarampo e;
  • Varicela.

Cuidados:

  • O paciente deve ficar obrigatoriamente em um quarto sozinho.
  • O quarto deve ser com pressão negativa, com ar condicionado de alta pressão de filtro de alta eficácia.
  • A porta do quarto deve ficar SEMPRE fechada
  • Obrigatório o uso de mascara de tipo N95 ou PPF -22 para todo profissional que entrar no quarto. A máscara poderá ser reutilizada desde que não esteja dobrada, amassada ou molhada.
  • Se precisar sair do quarto, o paciente deve usar máscara cirúrgica.

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Sistema Muscular – Parte I

Agora que já aprendemos sobre ossos, chegou a vez dos músculos!

O corpo humano possui centenas de músculos, mas precisamente, 640 músculos! Para não ficar cansativo, farei 3 posts e irei detalhar os grupos musculares e os principais músculos, de diversas regiões do corpo para que possamos aprender, ok?! Vamos lá!

Conceito dos músculos:

O músculo é um tecido vivo, de coloração avermelhada devido a mioglobina que é proteína bem parecida com à hemoglobina que está presente nos glóbulos vermelho. Eles são estruturas individualizadas, que se ligam à uma ou mais articulações e através de suas contrações, produzem movimentos. As fibras musculares são responsáveis pela contração muscular.

Composição muscular:

Fibras: respectivamente células.
Miofibrilas: presentes no âmago celular, são estrias transversais.
Estrias Z: localizadas na estrutura muscular.
Banda I: denominada como a porção mais albumina da musculatura.
Miofilamentos: e a constituição das miofibrilas.
Banda A: filamentos espessos da miosina e actina.
Miosina: proteína
Actina: proteína

Fibras Musculares

As fibras musculares podem ser divididas em:

  1. Fibras vermelhas de Tipo I ou de contração lenta:
  • Utiliza sistema de energia: AERÓBICO;
  • Possui baixa capacidade de contração muscular (lenta);
  • Capacidade oxidativa (ou seja, usa o oxigênio como sua principal fonte de energia);
  • Sua coloração é Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
  • São altamente resistentes à fadiga;
  • São mais apropriadas para exercícios de longa duração;
  • Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como: natação, corrida.

  1. Fibras brancas de Tipo II ou de contração rápida.
  • Utiliza sistema de energia: ANAERÓBICO;
  • Possui alta capacidade de contração (rápido) Sua velocidade de contração e tensão é de 3 a 5 vezes maior se comparada às fibras lentas;
  • Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose);
  • Sua coloração é Branca;
  • Eles fadigam rapidamente;
  • Geram movimentos rápidos e poderosos;
  • Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo, saltos. Ex.: jogar basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação, entre outros.

Anatomia real: Fibras musculares.

Tipos de Músculos:

Músculos Estriados Esqueléticos:  Esses músculos são voluntários, ou seja, são contraídos por nossa influência. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.

Músculos Lisos: Estão localizados nos vasos sanguíneos, vias aéreas e na maioria dos órgão, por exemplo, o músculo dos órgãos internos (estômago, fígado, intestino), pele, vasos sanguíneos, sistema excretor (movimentos peristálticos).  Possui ação involuntária que é controlada pelo sistema nervoso autônomo.

Músculo Estriado Cardíaco: Está localizado no coração (miocárdio), esse tipo de músculo é controlado pelo sistema nervoso vegetativo. É um músculo estriado, porém involuntário, auto ritmicidade.

 

Os músculos podem ser classificados de vários modos, por exemplo: quanto a situação, quanto à forma, disposição da fibra, sua origem e inserção e nomenclatura. 

Funções dos músculos:

  1. Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos em geral do corpo humano, exemplo: andar e correr.
  2.  Estabilidade das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e juntos participam de movimentos como permanecer de pé ou sentar.
  3.  Regular o Volume dos Órgãos: As faixas anelares produzem uma contração dos músculos lisos (esfíncteres) que impede a saída acidental do conteúdo de um órgão oco.
  4. Movimento de Substâncias dentro do Corpo: Influenciam diretamente As contrações dos músculos lisos nas paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
  5. Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.

Amanhã postaremos a Parte II e III do sistema muscular! Não perca!

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Ossos do corpo humano – Onde se localizam?

Agora que já estudamos sobre ossos e suas classificações, que tal estudarmos onde cada um deles se localiza?

Relembrando que: o corpo humano possui 206 ossos, sendo assim temos:

  • Ossos da cabeça (crânio e face);
  • Osso do pescoço;
  • Ossos do ouvido;
  • Ossos do tórax;
  • Ossos do abdome;
  • Ossos da coluna vertebral;
  • Ossos dos membros inferiores;
  • Ossos dos membros superiores.

Vamos aprender onde cada um se localiza?

Ossos da cabeça – Crânio e Face

A cabeça é formada por 22 ossos! Sendo divididos em:

  • Neurocrânio: formados pelos ossos que protegem o encéfalo. São 8 ossos do crânio: (frontal, 2 parietal, 2 temporaloccipitalesfenoideetmoide);
  • Viscerocrânio: Parte do crânio formada por ossos que constituem as aberturas do sistema respiratório e digestório. Também denominado de esqueleto facial. O viscerocrânio é formado por 14 ossos da face, sendo eles: (2 zigomático, 2 maxilar, 2 nasalmandíbula, 2 palatino, 2 lacrimalvômer, 2 concha nasal inferior).

Osso do pescoço:

O pescoço é formado por 1 ossohioide. O osso hioide em forma de U, não se articula com nenhum outro osso e tem como função dá suporte a língua, fornecendo locais de fixação para alguns músculos do pescoço e da faringe. Localiza-se à nível de C3.

Ossos do ouvido:

O ouvido humano é formado por 6 ossos, são eles: 2 bigorna, 2 martelo e 2 estribo. Você sabia que o menor osso do corpo humano é o estribo, localizado no ouvido médio que mede apenas 0,25 centímetros. Esses ossículos da orelha média amplificam as vibrações geradas pelas ondas sonoras que penetram pela orelha externa através da membrana do tímpano.

Ossos do Tórax:

O Tórax é formado por 44 ossos sendo 24 costelas, 12 vértebras torácicas, 7 vértebras cervicais e 1 esterno.

Temos 12 pares de costelas. Esses ossos são alongados, em forma de semi-arcos, e ligam as vértebras torácicas ao esterno. As costelas são classificadas em:

  • 7 Pares Verdadeiras: articulam se diretamente ao esterno.
  • 3 Pares Falsas Propriamente Ditas: Unem-se ao esterno através da cartilagem costal.
  • 2 Pares Falsas Flutuantes: são livres pois não possuem ligação com o esterno.

 

Ossos do abdome:

O abdome é formado por 7 ossos sendo 5 vértebras lombares, 1 sacro e 1 cóccix (Esses dois últimos também fazem parte da coluna vertebral).

Ossos da coluna Vertebral:

A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix.

Ossos dos Membros Inferiores:

Os membros inferiores são formados por 62 ossos ao todo, sendo eles: 2 na cintura pélvica, 8 nas pernas (2 fêmur, 2 patelas, 2 tíbias, 2 fíbulas) e 52 ossos nos pés: ossos do tornozelo, calcâneotálusnavicularcuneiforme medialcuneiforme intermédiocuneiforme lateralcuboidemetatarsaisfalanges proximaisfalanges médiasfalanges distais.

Ossos dos Membros Superiores:

Os membros superiores são formados por 64 ossos sendo 4 na cintura escapular (2 clavículas e 2 escápulas), 6 nos braços  (2 úmeros, 2 ulna, 2 rádio) e 54 nas mãos: escafoidesemilunarpiramidalpisiformetrapéziotrapezoidecapitatohamatometacárpicosfalange proximalfalange médiafalange distal.

 

Clique aqui e confira a primeira aula sobre ossos!

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Anatomia: Sistema Esquelético

O Sistema esquelético é composto por ossos, que são órgãos esbranquiçados, rígidos que se unem a outros por intermédio de articulações constituem o esqueleto. O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue. Sua irrigação acontece por meio dos canais de Volkman e os canais de Havers.

  • Canais de Havers são uma série de tubos em torno de estreitos canais formados por lamelas concêntricas de fibras colágenas. A região em que está presente, denomina-se: osso compacto ou diáfise.
  • Canais de Volkmann são canais microscópicas encontradas no osso compacto, são perpendiculares aos Canais de Havers, e são um dos componentes do sistema de Haversian. Os canais de Volkmann também podem transportar pequenas artérias em todo o osso. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Cartilagem

A cartilagem, também conhecida como tecido cartilaginoso, é uma espécie de tecido flexível, conectivo e elástico que os seres humanos possuem em várias partes do corpo. Ele é composto por uma matriz gelatinosa formada, principalmente, por proteínas e carboidratos.  Sua coloração costuma ser cinza clara ou branca.

Funções do sistema esquelético:

  • Proteção de estruturas vitais como: Coração, cérebro, pulmões;
  • Sustentação do organismo (coluna vertebral)
  • Base mecânica para o movimento (sistema de alavanca);
  • Reserva de sais minerais;
  • Sistema hematopoiético ( produção contínuo de novas células sanguíneas).

Número de ossos:

O corpo humano possuiu 206 ossos, sendo eles:

Cabeça – 22 ossos

  • Crânio – 08 ossos
  • Face – 14 ossos

Pescoço – 8 ossos

  • Vértebras – 7 ossos
  • hioide

Tórax – 37 ossos

  • Costelas – 24 ossos
  • Vértebras – 12 ossos
  • Esterno – 1 osso

Abdome – 7 ossos

  • Vértebras lombares – 5 ossos
  • Sacro – 1 osso
  • Cóccix – 1 osso

Membro Superior – 32 ossos

  • Cintura Escapular – 2 ossos
  • Braço – 1 osso
  • Antebraço – 2 ossos
  • Mão – 27 ossos

Membro Inferior – 31 ossos

  • Cintura Pélvica – 1 osso
  • Coxa – 1 osso
  • Joelho – 1 osso
  • Perna – 2 ossos
  • Pé – 26 ossos

Ossículos do Ouvido Médio = 3 ossos

Divisão do Esqueleto:

  • Esqueleto Axial – É composto pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.
  • Esqueleto Apendicular – É composto pelos membros superiores e inferiores.

Classificação dos ossos:

Os ossos podem ser classificados em:

Ossos longos:

Esses ossos, possuem o comprimento maior do que a sua largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades. Podem também ser um pouco encurvado, o que permite a eles maior resistência. Os ossos longos tem suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises.  Exemplo: Fêmur.

 

Ossos Curtos: Sua aparência lembra um cubo, e uma característica marcante desses ossos é que eles possuem seu comprimento similar a sua largura. Em sua composição encontramos osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto.  Exemplo: Ossos do Carpo.

 

Ossos Laminares (Planos): Esses ossos são finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos. Exemplos: Frontal e Parietal.

Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: Costelas.

 

 

Ossos Pneumáticos: Esses ossos são ocos,possuem cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. Exemplo: Esfenoide.

 

 

Ossos Sesamoides Exemplo Patela

Ossos Sesamoides: Esses ossos estão presentes no
interior de alguns tendões em que há fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Podem possuir variados tamanhos e medem apenas alguns milímetros de diâmetro. Exemplo: Patelas.

 

Ossos Suturais ossos localizados entre as suturas do cranio

Ossos Suturais: Esses ossos são pequenos e se localizam dentro das articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio.

 

 

Ossos Irregulares: Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias. Eles tem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto.  Exemplo: Vértebra

 

Estrutura dos Ossos Longos:

As partes de um osso longo são as seguintes:

Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituída principalmente de tecido ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo.

Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso e recobertas por cartilagem.

Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.

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Sinais Vitais: como aferir corretamente?

Quem já está na área sabe que uma das coisas que mais fazemos durante o plantão é aferir sinais vitais! E é sobre isso que vamos falar hoje!

O que são Sinais Vitais?

São os sinais das funções orgânicas básicas, sinais clínicos de vida que refletem o equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os sistemas do organismo e uma determinada doença.

Você sabia? A atenção especial aos sinais vitais foi defendida desde a antiguidade por Hipócrates, como um dos mais importantes dados do exame físico. Porém hoje, são frequentemente tratados com negligência; esses sinais permitem diagnosticar doenças como hipertensão arterial, choque, sepse, febre, hiperatividade simpática, entre tantas outras, bem como monitorizar evolutivamente doenças em curso.

Os sinais vitais são:

  • Pulso
  • Temperatura
  • Respiração
  • Pressão Arterial
  • Dor (sim, a dor recentemente passou a ser o quinto sinal vital!)

Pulso

Após cada batimento cardíaco, quando o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume resultantes provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial. Essa onda resultante é chamada de Pulso.

Alguns fatores podem provocar alterações passageiras no pulso, como: hipotensão, emoções, exercícios, alimentação, consumo de tóxico, etc.

Locais para verificação do pulso:

Habitualmente, aferimos o pulso através da artéria radial.  Porém, existem outros locais do corpo onde podemos realizar essa mensuração:

Terminologias:

  • Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal;
  • Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
  • Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais;
  • Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos;
  • Taquisfigmia: pulso acelerado;
  • Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal;
  • Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico.

Parâmetros de referência para pulsação:

  • Adultos – 60 a 100 bpm;
  • Crianças – 80 a 120 bpm;
  • Bebês – 100 a 160 bpm.

Técnica – como aferir?

  • Higienize as mãos;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as;
  • Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma artéria superficial e comprima levemente;
  • Conte os batimentos durante 1 min;
  • Observe arritmias e amplitude;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

ATENÇÃO:

Pulsos filiformes devem sempre ser confirmados em um grande tronco (carotídeo, femoral, ou mesmo ápex cardíaco).

Nunca use o polegar para aferir o pulso, pelo risco de confundir a sua própria pulsação com a do paciente.

Preferencialmente, não aferir em membro que possua fístula ou que tenha sido realizado cateterismo cardíaco.

Temperatura

A temperatura corporal de uma pessoa varia de acordo com o sexo, suas atividades físicas recentes, consumo de alimentos e líquidos, horário do dia que é mensurada e nas mulheres, do estágio do ciclo menstrual.

Terminologia

  • Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C;
  • Afebril: 36,1°C a 37,2°C;
  • Febril: 37,3°C a 37,7°C;
  • Febre: 37,8°C a 38,9°C;
  • Pirexia: 39°C a 40°C;
  • Hiperpirexia: acima de 40°C.

Valores de referência para a temperatura

  • Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C;
  • Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C;
  • Temperatura retal: 37°C a 38°C.

Verificação da temperatura axilar

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo;
  •  Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize  o resultado;
  • Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C;
  • Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação de temperatura oral

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, mantendo a boca fechada;
  • Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resultado;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% e guarde-o em local apropriado;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação da temperatura retal

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Calce as luvas de procedimento;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita flexionada (posição de Sims);
  • Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanhado a curvatura do reto, aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adultos;
  • Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor;
  • Lave o termômetro com água e sabão;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Retire as luvas de procedimento;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Respiração:

O processo complexo que envolve o aparelho cardiorrespiratório, que consiste nas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, com particular importância na captação de Oxigênio e eliminação do Gás carbônico. O oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com frequência regular. Essa troca de gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto.

Terminologia

  • Eupneia: respiração normal.
  • Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
  • Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta.
  • Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda.
  • Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade.
  • Apneia: ausência da respiração.
  • Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte.
  • Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de como diabético.
  • Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia.
  • Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios.

Valores de referência para respiração

  • Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;
  • Crianças – 20 a 25 inspirações/ min;
  • Bebês – 30 a 60 respirações/ min.

Verificação de frequência respiratória

  • Higieniza as mãos;
  • Posicione o paciente confortavelmente;
  • Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observe os movimentos respiratórios;
  • Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor e as características da respiração na folha de anotação de enfermagem.

Pressão Arterial

A pressão ou tensão arterial é função do produto: débito cardíaco x resistência vascular periférica, ou seja, a pressão arterial reflete na pressão que o sangue exerce contra a parede dos vasos, quando é lançado na corrente sanguínea, pelo ventrículo esquerdo, sendo essa pressão dependente de cinco fatores:

  1. Força contrátil do coração (ventrículo esquerdo): uma fraca contração da bomba cardíaca leva a uma queda na pressão; já que o débito cardíaco, que é a quantidade de sangue ejetado do ventrículo esquerdo fica prejudicado.
  2. Resistência Vascular periférica: quando o calibre dos vasos periféricos torna-se reduzido (vasoconstrição) a pressão se eleva, devido ao aumento da resistência, já quando esses têm um calibre mais amplo (vasodilatação), ocorre diminuição da pressão sanguínea.
  3. Volume do sangue circulante (volemia): é de fácil compreensão de que quanto maior a quantidade de sangue no interior dos vasos, maior será a pressão exercida sobre os mesmos e vice-versa.
  4. Viscosidade sanguínea: é decorrente da composição dos fluídos corporais circulantes, das proteínas (pressão oncótica) e dos elementos figurados do sangue: Quanto mais viscoso, mais alta será a pressão arterial.
  5. Elasticidade da parede dos vasos: Relaciona-se à resistência oferecida pelos vasos ao fluxo sanguíneo, Quanto menos elástica for a parede do vaso, maior será a resistência oferecida por ele, consequentemente, a pressão.

Temos a pressão máxima, chamada de sistólica que é exercida pelo batimento cardíaco no momento  em que o ventrículo esquerdo ejeta o sangue através da artéria aorta.  E pressão mínima que é a diastólica, que é apressão que está continuamente presente nas arteriais na fase de relaxamento e enchimento do ventrículo.

Terminologia

  • Hipertensão: PA acima da média
  • Hipotensão: PA inferior à média
  • Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam
  • Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam

Valores de referência para pressão arterial

  • Hipotensão – inferior a 100 x 60
  • Normotensão – 120 x 80
  • Hipertensão limite – 140 x 90
  • Hipertensão moderada – 160 x 100
  • Hipertensão grave – superior a 180 x 110

Verificação da pressão arterial

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material na bandeja;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito;
  • Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima;
  • Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço;
  • Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
  • Solicite que o paciente não fale durante a mensuração;
  • Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente;
  • Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de desaparecimento do pulso radial);
  • Proceda à deflação lentamente;
  • Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som ( Fase I de Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação;
  • Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff);
  • Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento;
  • Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente;
  • Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Guarde o material;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem.

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Mudança de decúbito e posições para exames!

Uma das funções da equipe de enfermagem é a mudança de decúbito dos pacientes, principalmente os acamados e com alto grau de dependência para realização de cuidados. Geralmente, pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, apresentam maior predisposição a Lesões por Pressão devido muitas vezes a potencialidade de sua gravidade.

A mudança de decúbito tem como principais objetivos:

  • Prevenção de Lesão por pressão;
  • Proporcionar conforto ao paciente;
  • Auxiliar como parte do seu tratamento;
  • Facilitar a realização de procedimentos;
  • Assegurar segurança para o paciente, evitando lesões e quedas.

É fundamental que os membros da equipe de enfermagem conheçam todas as posições que poderão colocar os pacientes. O rodízio entre essas posições é necessário, devendo ser anotado em prontuário do paciente a hora e a posição colocada.

Em alguns hospitais são colocados placas de aviso na cabeceira do leito informando a posição que o paciente deverá permanecer. Nesses casos, quando outro profissional manipula o paciente o paciente e até mesmo familiares,torna-se mais fácil voltar o paciente para a posição original, mantendo-se assim o rodízio preconizado.

Outros hospitais utilizam esquema de assinalar em um formulário que contém o desenho dos bonecos, nas diversas posições, qual a posição e o horário de manipulação do paciente.

É necessário lembrar que cada paciente deverá ser avaliado individualmente e assim serão determinadas, por prescrição de enfermagem, as posições propostas e o intervalo para realização da mudança de decúbito. Porém, geralmente, é preconizado que o paciente permaneça na mesma posição por no máximo duas horas.

Decúbito Dorsal Horizontal:

Posição na qual o dorso do paciente está encostado no colchão, sem alteração de inclinação da cama. Pode ou não utilizar travesseiros.

Posição utilizada em banho no leito, higiene íntima, mensuração da pressão venosa central, entre outras atividades.

 

 

 

Decúbito Ventral Horizontal ou Prona:

Posição na qual a parte ventral está encostada no colchão, sem alteração de inclinação da cama. O uso de travesseiros é opcional, podendo trazer desconforto para o paciente. Usualmente conhecida como posição de bruços. A posição também conhecida como prona, auxilia na descompressão e reexpansão alveolar dos segmentos dorsais.  Essa posição é utilizada para realização de curativos na região dorsal, pós-operatório de cirurgias na coluna vertebral, entre outras atividades.

Decúbito de Fowler:

Posição na qual o paciente é colocado em posição dorsal e a cabeceira da cama é elevada deixando o paciente em posição semelhante a estar sentado. Podem ser utilizados travesseiros para melhor acomodar o paciente e promover seu conforto. Em muitas situações é necessária a elevação da cama na parte das pernas, proporcionando maior conforto e evitando que o paciente escorregue na cama.

É a posição utilizada para alimentar o paciente, realizar higiene oral, administração de medicação por via oral e inalatória, entre outras atividades. 

Decúbito Semi-Fowler

Posição semelhante à Fowler, mas a inclinação do leito fica em torno de 30º, ou seja, o paciente ficará semi sentado. O uso de travesseiros é opcional, muitas vezes proporcionando maior conforto ao paciente.

Nessa posição são realizados vários procedimentos, entre eles: facilitar a respiração do paciente, prevenção de PAV (Pneumonia associada a Ventilação Mecânica) etc.

Decúbito Lateral Direito:

Posição na qual o paciente permanece apoiado sobre o lado direito do corpo, sobre os membros superior e inferior direito. É necessário o uso de coxins e travesseiros para manter o paciente mais confortável nessa posição. É fundamental a colocação de coxins para proteção das proeminências ósseas, como joelhos e tornozelos.

Decúbito Lateral Esquerdo:

Posição semelhante ao decúbito lateral direito, só que o paciente fica apoiado sobre o lado esquerdo. Os cuidados são semelhantes aos adotados no decúbito lateral direito.

Decúbito Trendelemburg:

Posição na qual o paciente permanece em decúbito dorsal horizontal, com ou sem travesseiros. A parte dos pés da cama é elevada, deixando os membros inferiores do paciente mais elevados que a cabeça.

Essa posição é utilizada em pós-operatório de cirurgias de varizes, para diminuir edema em membros inferiores, passagem de cateter central entre outras atividades.

Decúbito ginecológico:

Posição facilitada quando a cama possui perneiras de apoio. Nesse caso, as pernas do paciente são colocadas sobre as perneiras deixando a região genital externa exposta.

Na ausência de cama apropriada, a paciente deverá ser colocada em decúbito dorsal horizontal, com as pernas flexionadas e os calcanhares próximos à região do períneo. nessa posição os pés devem ficar encostados um no outro e os joelhos afastados, possibilitando assim a exposição da região genital.

É a posição utilizada para sondagem vesical em pacientes do sexo feminino.

Decúbito SIMS:

O paciente deverá ser colocado na posição de decúbito lateral esquerdo com as duas pernas flexionadas ou com o membro inferior esquerdo estendido e o membro inferior direito flexionado.

Essa posição é utilizada para procedimento realizados na região anal, como: sondagem retal, administração de supositórios, Fleet enema, Clister, exame físico da região anal, entre outros.

Decúbito genupeitoral:

Posição na qual o paciente fica em decúbito ventral, com o corpo fletido para frente, apoiado nas coxas. Os joelhos ficam próximos ao tórax.

Essa posição é indicada em procedimentos, como: exame retal e para cirurgias plásticas e etc.

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Anotação de enfermagem: o que devo anotar?

Anotaçãos de Enfermagem fornece dados que irão subsidiar o enfermeiro
no estabelecimento do plano de cuidados/prescrição; suporte para análise reflexiva
dos cuidados ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados esperados
e desenvolvimento da Evolução de Enfermagem.

Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência. Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim, possibilitando a comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados. (CIANCIARULLO et al, 2001).

Afinal, o que deve conter na minha anotação de enfermagem?

Admissão:

  • Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
  •  Condições de chegada (deambulando, em maca, cadeira de rodas, etc.);
  •  Presença de acompanhante ou responsável;
  •  Condições de higiene;
  • Queixas relacionadas ao motivo da internação;
  • Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (mensuração de sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação
    de grades, etc.);
  •  Orientações prestadas.

Obs.: Poderão ser inclusos dados padronizados na instituição ou informações
coletadas de acordo com orientações.

Pré-operatório:

  • Procedimentos realizados no pré-operatório, conforme prescrição ou rotina institucional (banho, higiene oral, mensuração de sinais vitais, retirada e guarda de próteses, roupas íntimas, presença e local de dispositivos – acesso venoso, sondas, local de tricotomia, condições de pele, etc.);
  • Tempo de jejum;
  • Orientações prestadas;
  • Esvaziamento de bexiga;
  •  Administração de pré-anestésico;
  •  Encaminhamento/transferência para o Centro Cirúrgico.

Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação, conforme
prescrição ou rotina institucional.

Trans-operatório:

  •  Recepção no Centro Cirúrgico e encaminhamento à Sala Cirúrgica;
  • Orientações prestadas;
  • Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (posicionamento do paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa
    de bisturi e outros dispositivos – acesso venoso, sondas, etc.);
  •  Composição da equipe cirúrgica;
  •  Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme preconizado pela Instituição;
  •  Tipo de curativo e local;
  • Intercorrências durante o ato cirúrgico;
  •  Encaminhamento à RA (Recuperação Anestésica).

Pós-operatório:

  •  Posicionamento no leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito, etc.);
  • Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos,
    tremores, hipotensão, etc.);
  •  Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional;
  •  Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional
    (sondas, acesso venoso, etc.);
  •  Orientações prestadas;
  •  Encaminhamento/transferência de unidade ou alta hospitalar.

Transferência de unidade/setor:

  • Motivo da transferência;
  •  Data e horário;
  •  Setor de destino e forma de transporte;
  •  Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação de oxigênio, sinais vitais, etc.);
  • Condições (maca, cadeira de rodas);
  •  Queixas.

Alta:

  • Data e horário;
  • Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas );
  •  Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
    (mensuração de sinais vitais, retirada de cateter venoso, etc.);
  •  Orientações prestadas.

Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e se saiu acompanhado.

Óbito:

  • Assistência prestada durante a constatação;
  • Data e horário;
  • Identificação do médico que constatou;
  • Comunicação do óbito ao setor responsável, conforme rotina institucional;
  • Procedimentos pós-morte (higiene, tamponamento, etc.);
  • Encaminhamento do corpo (forma, local, etc.).

Importante relembrar que todos os procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, que devem ser registrados nas Anotações de Enfermagem, quando realizados por profissionais de nível médio de enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por profissionais habilitados e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manual de rotina da instituição.

Dieta:

  • Indicar dieta oferecida (geral, leve, branda, pastosa, hipossódica, para diabéticos, dieta por sonda);
  •  Aceitação da dieta (total ou parcial);
  • Dieta por sonda (quantidade da dieta e da hidratação, presença de refluxo gástrico);
  •  Dieta zero (cirurgia ou exames);
  • Necessidade de auxílio ou não;
  •  Recusa – indicar o motivo (disfagia, mastigação dolorosa, falta de apetite, náusea, etc.);
  • Sinais e sintomas apresentados.

Obs.: No caso de dietas administradas via sonda, importante citar os cuidados
prestados antes e após a administração, conforme prescrição (decúbito elevado,
lavagem após administração da dieta, etc.).

Diurese:

  • Ausência/presença de diurese (se sonda ou balanço hídrico, medir em ml);
  •  Características (coloração, odor);
  •  Presença de anormalidades (hematúria, piúria, disúria, etc.);
  •  Forma da eliminação (espontânea, via uripen, sonda vesical de demora/ostomiasurinárias).
  • Evacuação:
  •  Episódios (nos respectivos horários);
  •  Quantidade (pequena, média, grande);
  •  Consistência (pastosa, líquida, semipastosa);
  •  Via de eliminação (reto, ostomias);
  •  Características (coloração, odor, consistência, quantidade);
  •  Queixas.

Mudança de decúbito:

  •  Posição (dorsal, ventral, lateral direita ou esquerda);
  • Medidas de proteção (uso de coxins, etc.);
  • Horário;
  •  Sinais e sintomas observados (alterações cutâneas, etc.).

Higienização:

  • Tipo de banho (imersão, aspersão, de leito);
  •  Data e horário;
  • Tempo de permanência no banho de imersão, tolerância e resistência do paciente;
  •  Aspersão (deambulando, cadeira de banho, auxílio);
  •  No leito, verificar a ocorrência de irritação de pele, alergia ao sabão, hiperemia nas
    proeminências ósseas, realização de massagem de conforto, movimentação das
    articulações, aplicação de solução para prevenção de úlceras. Anotar os locais.

Cuidados com o couro cabeludo:

  • Horário do xampu ou tratamento realizado;
  • Condições do couro cabeludo e dos cabelos;
  •  Material utilizado.

Higiene íntima:

  •  Motivo da higiene íntima;
  • Aspecto do aparelho genital;
  •  Presença de secreção, edema, hiperemia.

Higiene oral:

  • Presença de prótese total/parcial (caso seja necessário sua retirada, identificar e entregar ao responsável da família ou do hospital);
  •  Condições da higiene (fez só, auxiliado ou realizado pelo profissional);
  •  Sinais e sintomas observados (hiperemia, lesões, condição da arcada dentária, etc.).

Curativo:

  •  Local da lesão;
  • Data e horário;
  •  Sinais e sintomas observados (presença de secreção, coloração, odor, quantidade,  etc.);
  • Tipo de curativo (oclusivo, aberto, simples, compressivo, presença de dreno, etc.);
  •  Material prescrito e utilizado.

Dreno:

  • Local e tipo;
  • Aspecto e quantidade de líquido drenado;
  • Sinais e sintomas observados.

Acesso venoso periférico:

  • Local da inserção;
  •  Data e horário;
  •  Dispositivo utilizado;
  •  Motivos de troca ou retirada;
  •  Sinais e sintomas observados e possíveis intercorrências (transfixação, hematomas,
    extravasamento, hiperemia etc.).

Dor:

  • Localização e características;
  •  Intensidade (contínua ou intermitente);
  •  Providências adotadas (comunicado à enfermeira, etc.).

Intercorrências:

  • Descrição do fato;
  •  Sinais e sintomas observados;
  •  Condutas tomadas (comunicado à enfermeira, etc.).

Obs.: Se a Anotação de Enfermagem traz dados constantes e variáveis a respeito dos cuidados prestados ao paciente, não há que se falar em padronização do conteúdo e sim em diretrizes que poderão trazer ao profissional de enfermagem mais segurança. Nada impede a criação de um roteiro como o apresentado anteriormente, porém, o profissional deverá ficar alerta quanto ao seu uso de forma individual, para cada caso.

Administração de medicamentos:

Atenção: Somente a checagem do(s) item(ns) cumpridos(s) ou não, através de símbolos, como /, ou O, respectivamente, não cumpre(m) os requisitos legais de validação de um documento, conforme mencionado no capítulo “Conceitos”, por isso a importância de registrar, por escrito, na Anotação de Enfermagem a administração ou não da medicação.

  • Item(ns) da prescrição medicamentosa administrada(s);
  • Se injetável, também registrar o local onde foi administrado: IM (glúteo, deltóide, vasto lateral, etc); EV (antebraço, dorso da mão, região cefálica, membro inferior, etc), SC  (abdome, região posterior do braço, coxa, etc) e ID. Não esquecer de fazer referência se do lado esquerdo ou direto;
  •  No caso de administrar através de um dispositivo já existente, como intracath, duplo lúmem, acesso venoso periférico, injetor lateral do equipo ou outro, anotar por onde foi administrado o medicamento endovenoso;
  •  No caso de não administrar o medicamento, apontar o motivo.

FONTE: Manual de anotação de enfermagem.

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Você poderá gostar também de: Conheça a diferença entre anotação e evolução de enfermagem

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Cateter Venoso Central

O Cateter Venoso Central ou Acesso Venoso Central é comumente utilizado no ambiente de terapia intensiva ou até mesmo em ambiente de emergência para auxiliar na terapêutica do paciente.

Pode ser realizados por: 

  • Punção na Veia Jugular Interna (VJI) e Veia Subclávia – cateterização;
  • Dissecção – quando o médico não consegue por técnica de punção.  

É um procedimento realizado pelo médico intensivista ou vascular. 

Indicações: 

  • O acesso jugular direito é o mais indicado, sobretudo em pacientes acima de 60 anos com deformidades torácicas ou em ventilação mecânica com alta dependência de Peep ou pressões inspiratórias. 
  • Coleta de sangue para exames laboratoriais;
  • Infusão de Drogas Vasoativas (DVA) ou soluções (SF, SG, Plasmalyte, etc);
  • Infusão de dieta parenteral em via exclusiva;
  • Monitorização hemodinâmica invasiva – determina a pressão do lado direito do coração -leitura de PVC);
  • Choque (permite a infusão de volume rápido);
  • PCR;
  • Dificuldade de punção em veias periféricas;
  • Via de acesso para hemodiálise;
  • Infusão de medicamentos irritantes ou vesicantes. 

Contraindicações:

  • Queimaduras no local;
  • Coagulopatias;
  • Infecção no local no sítio de inserção.

Quando um Cateter Venoso é Central?

Para um cateter venoso ser considerado central, a via distal deverá ser visualizada em exame de Raio-X, em veia cava superior próximo ao átrio direito.

Tipos de Cateter:

O cateter pode ser:

  • De luz simples – mono lúmen.
  • De luz dupla – Duplo lúmen.
  • De luz tripla –  Triplo lúmen.

Materiais necessários:

  • Bandeja de pequena cirurgia;
  • EPI’S: Gorro, máscara, luvas de procedimento e estéril, avental, campo cirúrgico estéril;
  • Solução antisséptica – Clorexidina degermante e alcoólica;
  • Cateter de acordo com a solicitação médica;
  •   Fios de sutura e bisturi;
  • Anestésico;
  • Seringas de 10 e 20 ml;
  • Agulhas 40×12 e 30×7;
  • Película adesiva;
  • Ampolas de água destilada 10 ml;
  • Gazes;
  • SF 0,9% 250 ml;
  • Equipo de macrogotas;
  • Aparelho de ultrassom.

  

Qual a função da equipe de enfermagem no procedimento?

  • Reunir todo o material necessário;
  • Abrir o material em técnica estéril;

Função da equipe de enfermagem no procedimento:

  • Conferir a pulseira de identificação;
  • Explicar o procedimento ao paciente e a sua necessidade;
  •  Reunir o material e se dirigir ao leito;
  • Posicionar o paciente em decúbito dorsal horizontal e com coxim no pescoço;
  • Paramentar-se com máscara, óculos de proteção, luvas de procedimento;
  • Conectar o SF ao equipo macrogotas;
  • Auxiliar na paramentação médica;
  • Realizar limpeza concorrente na mesa auxiliar;
  • Abrir os materiais sobre a bandeja de modo estéril;
  • Auxiliar o médico na antissepsia do local da punção;
  • Colocar o paciente em posição de Trendelenburg para facilitar a punção;
  • Após o médico instalar o cateter, conectar o equipo de soro ao cateter e realizar o teste do retorno de sangue (leva-se o frasco de soro a parte inferior do leito para verificar o retorno sanguíneo pela extensão do equipo;
  • Após o médico realizar a sutura, realizar o curativo.

 

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BIA- Balão Intra-Aórtico Conceito, Indicações e Cuidados de enfermagem!

O Balão Intra-Aórtico é um dispositivo de assistência cardiocirculatória mecânica, temporário e de permanência curta, muito utilizado por pacientes em quadro de falência cardíaca e circulatória, esse mecanismo proporciona uma diminuição da pós-carga cardíaca e da pressão diastólica do ventrículo esquerdo, aumentando a perfusão coronariana devido ao aumento da pressão diastólica na aorta, resultando na melhora do débito cardíaco.

Mecanismo de ação do BIA:

Durante a insuflação há um aumento da pressão diastólica da aorta, da pressão da raiz da aorta, da perfusão coronária e consequentemente do suprimento de oxigênio.

Na desinsuflação ocorre a diminuição da pressão diastólica final aórtica, da impedância à ejeção, da pós-carga e da demanda de oxigênio.

A insuflação aumenta a pressão de perfusão da artéria coronária e o fluxo sanguíneo, enquanto o esvaziamento reduz a impedância à ejeção (pós-carga), o trabalho ventricular esquerdo (VE), diminuindo a demanda de oxigênio pelo miocárdio.

Com a melhora do fluxo sanguíneo e a redução do trabalho do VE, os resultados desejados são a perfusão aumentada das artérias coronárias e a pós-carga diminuída, com subsequente aumento do débito cardíaco.

Conhecendo os componentes do BIA:

Cateter Balão: É um cateter rígido que apresenta na extremidade um balão cilíndrico de poliuretano, de elevada biocompatibilidade e baixa trombogenicidade. Os mais comuns são os de 20,30 e 40 cc de volume para adultos e 4 e 12 c para uso pediátrico.

Esse balão é preenchido com gás hélio ou dióxido de carbono. O dióxido de carbono apresenta mais solubilidade no sangue, o que reduz substancialmente os riscos de embolia gasosa e suas sequelas, caso haja ruptura do balão. No entanto, alguns fabricantes recomendam o gás hélio, devido  à menor densidade em relação ao dióxido de carbono, permitindo que o balão insufle e desinsufle mais rapidamente.

 

Monitor fisiológico: O console incluiu um osciloscópio e transdutores destinados a monitorizar o eletrocardiograma e a curva de pressão arterial. As curvas obtidas no monitor do console são utilizadas para sincronizar as fases de enchimento e esvaziamento do balão com as fases do ciclo cardíaco do paciente.  Também temos dados presentes como: Frequência cardíaca, pressão sistólica e diastólica assistida e não assistida.

Unidade Controladora:Compreende os dispositivos de controle do tempo , os calibradores e os sistemas de alarme.

Seção pneumática: Compreende um sistema de bombas pneumáticas e válvulas para gerar a pressão positiva e negativa que, respectivamente, insuflam e desinsuflam o balão, comandadas pelos eventos assinalados no traçado do ECG.

Tanque de gás: Reservatório na qual é armazenado o gás hélio.

Baterias: Conjunto de baterias que permite o funcionamento temporário do dispositivo, na ausência de energia elétrica. Permite o transporte do paciente.

Tipos de Balão Intra-Aórtico:

Os balões utilizados para contrapulsação dividem-se em unidirecional e bidirecional. O balão unidirecional geralmente possui duas câmaras que são insufladas quase sem simultaneamente, produzindo contrapulsação mais eficaz com relação ao aumento da pressão de perfusão coronariana. Esse dispositivo aumenta a perfusão coronária, a cerebral, a renal e a mesentérica.

O balão bidirecional apresenta uma única câmara que insufla a partir da porção mediana, deslocando o sangue nos dois sentidos, proximal e distal, durante a diástole ventricular. É utilizado quando se faz necessária a introdução do cateter pela artéria axilar ou aorta ascendente.

Indicações:

  • Falência ventricular esquerda ou choque cardiogênico;
  • Complicações agudas do infarto do miocárdio;
  • Pacientes com angina instável refratária ao tratamento clínico;
  • Arritmias pós-infarto do miocárdio;
  • Suporte a pacientes submetidos a terapêutica trombolítica;
  • Pacientes submetidos a angioplastias de alto risco;
  • Cirurgia cardíaca como ponte para transplante cardíaco.

Contraindicações:

  • Insuficiência aórtica moderada ou grave
  • Presença de aneurisma de aorta torácica ou abdominal
  • Dano cerebral irreversível
  • Cardiopatia crônica terminal
  • Doença oclusiva vascular periférica grave
  • Dissecação aórtica
  • Disfunção severa crônica do ventrículo esquerdo
  • Enxertos anteriores de desvio aortofemural ou aortoilíaco

Como é feita a inserção:

O cateter pode ser inserido de dois modos, ambos com anestesia local.

  1.   Arteriotomia (dissecção)
  2. Via percutânea (punção – técnica de Seldinger)

A artéria selecionada para a inserção do balão deve ser calibrosa o suficiente para acomodar o cateter e manter um fluxo sanguíneo distal para preservar a irrigação do membro.

O cateter, após introduzido através da artéria femoral até a aorta descendente, é conectado ao equipamento responsável pela insuflação e desinsuflação do balão com gás hélio (gás de baixo peso molecular). A confirmação da posição correta do balão é feita pela radiografia de tórax.

Seu funcionamento é controlado por um computador acoplado ao monitor cardíaco (conectado ao paciente), que permite a sincronia entre o balão e as fases de contração e relaxamento do coração. As curvas obtidas no monitor são utilizadas para sincronizar as fases de enchimento e esvaziamento do balão com as fases do ciclo cardíaco do paciente.

O procedimento:

O BIA é introduzido pela artéria femoral pela técnica de punção percutânea, que elimina a dissecção cirúrgica e o uso de enxertos. Após a introdução, o cateter-balão é avançado e posicionado na aorta torácica descendente. A distância é estimada por meio da mensuração da distância do ligamento inguinal na virilha e a borda axilar do paciente. Antes da fixação definitiva, o posicionamento do cateter deverá ser avaliado por meio de radiografia de tórax.

Durante a passagem do cateter:

  • Sangramento, por falta de monitoramento do coagulograma
  • Perfuração ou dissecação da artéria – emergência cirúrgica
  • Trauma ou lesão arterial, por inadequação do tamanho e posição do cateter ou por dificuldade devido a doença oclusiva aterosclerótica
  • Infecção, por não utilização de técnicas assépticas no procedimento
  • Dor, por analgesia insuficiente
  • Isquemia do membro cateterizado

Durante o uso do cateter/manutenção:

  • Obstrução ou enrolamento do cateter
  • Perfuração do balão, constatado pela presença de sangue no interior da tubulação do cateter – nesse caso, suspender o uso e o pinçar o cateter
  • Infecção; por manipulação inadequada
  • Sangramento, por uso de heparina ou plaquetopenia
  • Isquemia do membro (presente em cerca de 15 a 45% dos casos) – retirada imediata
  • Embolia arterial sistêmica
  • Erros de mensuração da pressão arterial, por calibração inadequada, dos transdutores, presença de bolhas, extensões muito longas, obstruções, entre outras
  • Erro no disparo do balão (deflação) por seleção incorreta de derivação no ECG
  • Instabilidade hemodinâmica, por falhas de funcionamento do balão (posição, quantidade de gás) e por presença de arritmias
  • Hematoma retroperitonial
  • Tromboembolismo, por deslocamento de trombos/êmbolos
  • Embolia aérea, por ruptura do balonete
  • Hemólise, por contrapulsação prolongada

Após a retirada do cateter:

  • Sangramento, por manutenção de heparina no período que antecede a retirada
  • Formação de hematoma no local da inserção, por falta de hemostasia adequada através de compressão local
  • Isquemia do membro cateterizado
  • Tromboembolismo pulmonar e cerebral por deslocamento de êmbolos durante a retirada

Desmame:

O desmame pode iniciar em 24 a 72 horas depois da inserção, quando há evidência de estabilidade hemodinâmica que não requer suporte vasopressor excessivo.

Indicações para o desmame:

  • Estabilidade hemodinâmica: pressão arterial sistólica maior que 100mmHg, pressão da artéria pulmonar em cunha menor que 20mmHg e índice cardíaco maior que 2 L/min/m2.
  • Evidência de boa perfusão coronária: pulsos periféricos cheios, débito urinário adequado – superior a 0,5 ml/kg/hora, ausência de edema pulmonar, ausência de isquemia no ECG, melhora do estado mental
  • Requisitos mínimos para o suporte vasopressor
  • Insuficiência arterial grave: perda dos pulsos na região distal do membro, palidez, dor.
  • Deterioração irreversível da condição

Cuidados de enfermagem na assistência circulatória mecânica (BIA):

  • Avaliação clínica e hemodinâmica do paciente antes do procedimento – verificar resultados de exames laboratoriais;
  • Preparo do material;
  • Checagem do funcionamento do equipamento e monitorização adequada no console;
  • Avaliação cuidadosa da perfusão periférica: pulso, coloração, aquecimento, enchimento capilar dos membros inferiores;
  • Manutenção de material de emergência próximo, com fácil acesso;
  • Avaliação da perfusão, pulso e temperatura do membro cateterizado durante a passagem do balão e após o procedimento, de 2 em 2 horas e do diâmetro da panturrilha a cada hora – detecção precoce de isquemias;
  • Manutenção do membro cateterizado em extensão – evitar flexão do quadril;
  • Monitorização hemodinâmica a cada 15 minutos na primeira hora após instalação do BIA;
  • Manutenção do decúbito elevado (30º) – evitar sangramento no local da punção e quebra ou migração do cateter;
  • Avaliação do sítio de inserção do cateter a cada 2 horas e resultados de Hb/Ht para detecção de hematoma ou sangramento;
  • Manutenção da integridade cutânea (prevenção de lesões por pressão) – cuidados de higiene, colchões de espuma perfilados e mudança de decúbito com movimentação em bloco;
  • Manutenção de traçado de ECG de qualidade;
  • Manutenção da anticoagulação conforme prescrição – prevenção de trombos e embolia;
  • Avaliação abdominal (ausculta) de 4 em 4 horas – detecção de isquemia mesentérica;
  • Avaliação neurológica – detecção de embolia cerebral;
  • Contagem de plaquetas – trombocitopenia;
  • Manutenção de técnica asséptica na manipulação do cateter;
  • Avaliação de sinais de infecção: temperatura, sinais flogísticos ou secreção no local de inserção do cateter;
  • Avaliação de dor torácica – injúria na parede da aorta;
  • Monitorização do equipamento e detecção precoce de falhas do sistema como vazamento, achatamento de curva;
  • Avaliação do funcionamento contínuo do balão – evitar a formação de trombos;
  • Manutenção de tempos adequados de insuflação e desinsuflação – otimização do débito cardíaco;
  • Avaliação do BIA com o ritmo cardíaco: detecção de fibrilação, batimentos ectópicos, taquicardia, entre outros;
  • Avaliar parâmetros de desmame;
  • Monitorar a suspensão da anticoagulação 4 a 6 horas antes da retirada do BIA.

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Ventilação Mecânica Invasiva

O que é Ventilação mecânica?

É um procedimento terapêutico invasivo que pode promover a substituição parcial ou total da função respiratória, pode ser invasivo ou não.

Principais objetivos da Ventilação Mecânica:

  • Manter as trocas gasosas;
  • Reverter hipoxemia;
  • Corrigir acidose respiratória aguda associada à hipercapnia;
  • Reduzir o desconforto respiratório;
  • Prevenir ou reverter atelectasias;
  • Reverter a fadiga dos músculos respiratórios;
  • Permitir a sedação e anestesia;
  • Reduzir o consumo de oxigênio sistêmico e do miocárdio;
  • Reduzir a pressão intracraniana;
  • Estabilizar a parede torácica;
  • Manter a oxigenação e/ou ventilação, de maneira artificial, até que os desequilíbrios dessas funções sejam corrigidos.

Classificação:

O suporte ventilatório pode ser classificado em:

  • Ventilação mecânica invasiva: utiliza-se uma cânula (endotraqueal ou traqueostomia) na via aérea;
  • Ventilação mecânica não invasiva: utiliza-se uma máscara como interface entre o ventilador e o paciente.

 Ciclo Respiratório da Ventilação:

  1. Fase inspiratória: o ventilador deverá insuflar os os pulmões, vencendo as propriedades resistivas e elásticas do sistema respiratório; a válvula inspiratória se mantém aberta.
  2. Ciclagem ou mudança de fase: transição entre a fase inspiratória e a expiratória.
  3. Fase expiratória: o ventilador deverá permitir o esvaziamento dos pulmões, normalmente, de forma passiva para a atmosfera, mediante o fechamento da válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória, permitindo que a pressão do sistema respiratório equilibre-se com a pressão expiratória final determinada no ventilador;
  4. Disparo ou mudança da fase expiratória para a fase inspiratória: fase em que termina a expiração e ocorre a abertura da válvula inspiratória (disparo) do ventilador, iniciando novamente a fase inspiratória.

Indicações:

  • Reanimação em virtude de PCR;
  • Hipoventilação;
  • Apneia;
  • Insuficiência respiratória em virtude de patologias pulmonares;
  • Hipoxemia;
  • Fraqueza muscular respiratória;
  • Doenças neuromusculares (paralisias);
  • Trauma craniano (comando respiratório instável);
  • Acidente vascular encefálico;
  • Intoxicação exógena;
  • Prevenção de complicações respiratórias: pós-operatórios, deformidades torácicas.
  • Situações de instabilidade da parede torácica;
  • Prevenir ou reverter atelectasias;
  • Permitir sedações e anestesias;
  • Reduzir o consumo de oxigênio sistêmico e do miocárdio.

Ciclagem dos ventiladores:

É o modo pelo qual os ciclos ventilatórios são disparados/ciclados. São classificados em quatro modalidades de acordo com o início da inspiração.

  1. Ciclados à tempo: a inspiração termina de acordo com um tempo predeterminado. A quantidade de gás ofertada e a pressão nas vias aéreas vão variar, a cada respiração, dependendo das modificações da mecânica pulmonar.
  2. Ciclados à pressão: a inspiração cessa quando é alcançada a pressão pulmonar máxima programada. Os volumes oferecidos irão variar de acordo com as mudanças da mecânica pulmonar. Contudo, o volume minuto não é garantido.
  3. Ciclados à volume: a inspiração termina assim que o volume corrente programado é administrado.
  4. Ciclados à fluxo: a inspiração termina assim que um determinado fluxo é alcançado.

Modos ventilatórios:

  • Modo controlado: Neste modo, fixa-se a freqüência respiratória, o volume corrente e o fluxo inspiratório. O inicio da inspiração (disparo) ocorre de acordo com a frequência respiratória pré-estabelecida. A transição entre a inspiração e a expiração (ciclagem) ocorre após a liberação do volume corrente pré-estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo. Na ventilação controlada, o volume-minuto é completamente dependente da frequência e do volume corrente do respirador. Nenhum esforço respiratório do paciente irá contribuir para o volume-minuto.

Indicação: Pacientes que não conseguem realizar esforço respiratório (traumatismo raquimedular, depressão do SNC por drogas, bloqueio neuromuscular).

 

  • Modo assistido controlado: Permite um mecanismo de duplo disparo. O ventilador “percebe” o esforço inspiratório do paciente e “responde” oferecendo-lhe um volume corrente predeterminado. O ciclo respiratório são preferencialmente iniciados pelo esforço inspiratório do paciente. Esse esforço deve ser o necessário para vencer o limiar de sensibilidade da válvula de demanda do ventilador, desencadeando, a partir daí, a liberação do volume corrente.  Se não ocorrer o esforço inspiratório, o ventilador oferece ciclos controlados na frequência respiratória mínima determinada.

Indicação: Pacientes com ventilação espontânea, porém com fraqueza de musculatura respiratória, desmame ventilatório.

 

  • Ventilação mandatória intermitente (SIMV): Permite que o paciente respire espontaneamente nos intervalos de ciclos controlados pelo ventilador. Portanto, a frequência e volume corrente irão variar de acordo com a necessidade e capacidade individuais. Ao contrário do modo assistido-controlado, na SIMV não existe uma sensibilidade a ser vencida.

Indicação: Desmame ventilatório com necessidade da redução gradual da frequência respiratória do ventilador, permitindo que o paciente assuma o trabalho respiratório.

 

  • Pressão de suporte: Este é um modo de ventilação mecânica espontânea, ou seja, disparado e ciclado pelo paciente, em que o ventilador assiste à ventilação através da manutenção de uma pressão positiva pré-determinada durante a inspiração até que o fluxo inspiratório do paciente reduza-se a um nível crítico, normalmente 25% do pico de fluxo inspiratório atingido. Isto permite que o paciente controle a frequência respiratória e o tempo inspiratório e, dessa forma, o volume de ar inspirado. Assim, o volume corrente depende do esforço inspiratório, da pressão de suporte pré-estabelecida e da mecânica do sistema respiratório.

CPAP: é a ventilação espontânea contínua assistida por um ventilador. Neste modo, o ventilador mantém uma pressão positiva durante todo o ciclo respiratório, tanto da inspiração como na expiração.

Para conhecimento:

  • FiO2 (concentração de oxigênio): necessária para manter uma taxa arterial de oxigênio (PaO2) adequada. O FiO2 inicial em qualquer paciente que é introduzido na ventilação mecânica deve ser de 100%. Esse valor deve ser alterado de acordo com a evolução do paciente até alcançar os valores de oferta de O2 em ar ambiente, que é de 21%.
  • Pressão inspiratória: é a pressão máxima que deve ser exercida internamente na caixa torácica, esta não deve ultrapassar o valor de 40 cmH2O.
  • Volume minuto: é a quantidade de ar que foi administrado ao paciente durante um minuto.
  • PEEP: é a pressão expiratória final que fica dentro do alvéolo. Quando um paciente está em um ventilador mecânico, é necessário que a PEEP seja mantida para evitar o colabamento dos alvéolos. O valor fisiológico da PEEP é de 5 cmH2O e esse deve ser o valor programado no ventilador.

Referências:

Livros:

Técnicas de UTI – Rosangêla Jeronimo. Editora Rideel

Enfermagem em Cardiologia cuidados avançados – Jurema Palomo

Sites/Material online:

www.acls.com.br

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Associação de Medicina Intensiva Brasileira. II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2000, 26(Supl 2)

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Associação de Medicina Intensiva Brasileira. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2007, 33 (Supl 2)

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