Categoria: Centro Cirúrgico

Cuidados de Enfermagem ao Paciente no Centro Cirúrgico: Aspectos Cruciais para a Segurança e Bem-Estar

O cuidado perioperatório é uma etapa crucial na prática de enfermagem, especialmente no ambiente do centro cirúrgico, onde a atenção e a vigilância constante são essenciais para a segurança e o bem-estar do paciente. Neste artigo, exploraremos dez cuidados fundamentais que os profissionais de enfermagem devem adotar ao assistir pacientes no centro cirúrgico, visando uma assistência de qualidade e a prevenção de complicações.

1. Preparação Adequada do Paciente: Assegurar que o paciente esteja devidamente preparado para o procedimento cirúrgico, incluindo a verificação da identidade do paciente, consentimento informado assinado, jejum adequado e retirada de objetos pessoais, como joias e próteses dentárias.

2. Monitorização Contínua dos Sinais Vitais: Realizar uma vigilância constante dos sinais vitais do paciente, incluindo pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio, garantindo a identificação precoce de quaisquer alterações que possam requerer intervenções imediatas.

3. Verificação e Contagem de Materiais Cirúrgicos: Participar da contagem de materiais cirúrgicos em conjunto com a equipe, antes e após o procedimento, para evitar a retenção de instrumentos no paciente e garantir a segurança durante o processo cirúrgico.

4. Assepsia e Antissepsia: Seguir rigorosamente as práticas de assepsia e antissepsia durante todo o procedimento, garantindo que a sala cirúrgica esteja livre de contaminantes e que todos os membros da equipe estejam adequadamente paramentados.

5. Prevenção de Lesões de Pele: Posicionar corretamente o paciente na mesa cirúrgica, utilizando almofadas e dispositivos de proteção para prevenir lesões de pele e garantir o fluxo sanguíneo adequado.

6. Controle de Infecções: Assegurar que todas as medidas de controle de infecções sejam seguidas, como a higienização das mãos antes e após o contato com o paciente, uso apropriado de EPIs e manipulação cuidadosa dos materiais estéreis.

7. Administração Segura de Medicamentos: Verificar a medicação correta, dose e via de administração antes da aplicação, e estar atento a possíveis interações medicamentosas ou alergias que possam impactar o paciente.

8. Comunicação Efetiva com a Equipe: Manter uma comunicação clara e efetiva com a equipe cirúrgica, reportando quaisquer mudanças no estado do paciente e garantindo a sincronia das ações durante o procedimento.

9. Monitorização Anestésica: Colaborar com a equipe de anestesia na monitorização dos sinais vitais do paciente durante a administração da anestesia, garantindo a estabilidade cardiovascular e respiratória.

10. Cuidados Pós-Operatórios: Após o procedimento, providenciar os cuidados pós-operatórios necessários, incluindo a monitorização dos sinais vitais, controle da dor, curativos adequados e orientações para a recuperação do paciente.

Ao adotar esses cuidados essenciais no centro cirúrgico, os profissionais de enfermagem desempenham um papel vital na segurança e no sucesso do procedimento cirúrgico. A atenção minuciosa e o compromisso com as melhores práticas asseguram uma assistência de qualidade ao paciente, contribuindo para resultados positivos e uma experiência cirúrgica mais segura e tranquila.

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Conhecendo os Tempos Cirúrgicos

As intervenções cirúrgicas são procedimentos comuns hoje em dia. Elas são realizadas de modo:
🔹Eletivo;
🔹Urgência;
🔹Emergência.
Independente de qual modo seja, são sempre realizadas em quatro fases que também podem ser chamados de tempos básicos e fundamentais, são eles:
🔹Diérese;
🔹Hemostasia;
🔹Exérese;
🔹Síntese.

Diérese:

Nessa etapa, é realizado o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou órgão. Ela pode ser classificada em mecânica ou física.

Diérese Mecânica:

A diérese mecânica possui alguns tipos, dentre eles:
🔹Punção: realizada através da introdução de uma agulha ou trocarte nos tecidos, sem seccioná-los. Pode ser realizada com várias finalidades como: drenagem de coleção líquida das cavidades ou do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de líquidos para exame diagnóstico, injeção de contraste e medicamentos.

Punção

Punção

🔹Secção: esse procedimento consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material cortante, como tesouras, serras, lâminas ou bisturi elétrico.


🔹Divulsão: esse procedimento é realizado através do afastamento dos tecidos nos planos anatômicos com tesouras de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores.


🔹Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio de cureta.


🔹Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão tubular.


Já a diérese física pode ser classificada em:
🔹Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por intermédio do bisturi elétrico.


🔹Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que vai ser realizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio liquefeito por ser uma substância criogênica potente.


🔹Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega um feixe de radiação infravermelha de alta intensidade. Os sistemas laser podem ser obtidos com materiais em estado sólido, líquido e gasoso. Existem vários sistemas laser, mas o mais utilizado na cirurgia é o laser de dióxido de carbono (CO2).

Hemostasia

É o processo que consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento, pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa antes da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de tempo de coagulação e dosagem de pró-trombina.
Pode ser classificada em:
🔹Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. A hemostasia medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais pré-operatórios, enquanto a cirúrgica é realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o ato operatório, temporária ou definitiva.
🔹Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não favoráveis e com material muitas vezes improvisado, como, por exemplo, compressão digital, garrotes e torniquetes.
🔹Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção cirúrgica e pode ser medicamentosa (drogas que diminuem o sangramento por vasoconstrição), mecânica (compressão e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou biológica (absorventes).

Exérese

É o tempo cirúrgico fundamental que consiste na realização do tratamento cirúrgico, seja em caráter curativo, paliativo ou diagnóstico. É a cirurgia propriamente dita, exige maiores cuidados da equipe multidisciplinar e deve ser executada sob orientação do cirurgião responsável.

Síntese

É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma:
🔹 Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis.
🔹Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, adesivos (esparadrapos) ou ataduras.
🔹Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a extensão da incisão cirúrgica.
🔹Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da ferida em consequência da colocação de dreno em determinado local da incisão cirúrgica.
🔹Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por traumatismos.
🔹Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do rompimento da continuidade.
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Classificação das cirurgias de acordo com a finalidade

O procedimento cirúrgico atualmente é algo comum no ambiente hospitalar, porém ele é classificado de vários modos, vamos conhecer cada um deles?

Definição

Também conhecido como procedimento cirúrgico, cirurgia é o nome dado a qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente para diagnosticar ou tratar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou aparência de parte do corpo.

Classificação das cirurgias

Este procedimento, pode ser classificado de acordo com:
🔹Finalidade;
🔹Urgência;
🔹Potencial de Contaminação.

Finalidade

As cirurgias serão classificadas de acordo com a sua finalidade, quando forem:

  • Diagnósticas;
  • Curativas;
  • Reparadoras;
  • Reconstrutora ou cosmética;
  • Paliativa.

Cirurgias Diagnósticas

As cirurgias diagnósticas, são cirurgias destinadas a realizar um diagnóstico no paciente, por exemplo:

  • Biopsia: é a retirada de um tecido para análise de tipo de células;
  • Laparotomia Exploratória: é a incisão da parede abdominal de modo a visualizar os órgãos abdominais para fins de facilitar diagnósticos.

Cirurgia curativa

São procedimentos cirúrgicos que tem a finalidade de por fim a determinado diagnóstico, por exemplo:

  • Excisão de tumor;
  • Apêndice inflamado – apendicite.

Cirurgia reparadora

São cirurgias com o intuito de reconstruir tecidos, por exemplo:

  • Enxerto de pele em feridas de pressão.

Cirurgia reconstrutora ou cosmética

São cirurgias reconstrutoras ou cosméticas, são destinadas á reconstrução de uma área anatômica corporal, tecido ou órgão, por exemplo:

  • Mamoplastia: após mastectomia total devido ao câncer de mama;
  • Colocação de prótese mamária para fins estéticos.

Cirurgia paliativa

São cirurgias que não possuem a capacidade de corrigir o problema de saúde do paciente mas sim de aliviar possibilitando maior conforto, por exemplo:

  • Gastrostomia para compensar a incapacidade de deglutir alimentos.

Urgências

As cirurgias serão classificadas quanto á urgências quando foram:

  • Emergência;
  • Urgência;
  • Necessárias;
  • Eletivas;
  • Opcionais.

Cirurgias de Emergência

São cirurgias realizadas quando o paciente necessita de atenção imediata, pois há risco iminente de vida. O procedimento não pode ser adiado. Por exemplo:

  • Sangramento grave;
  • Obstrução vesical ou intestinal;
  • Fratura de crânio;
  • Feridas por arma de fogo ou arma branca;
  • Queimaduras extensas.

Cirurgias de Urgência

São cirurgias que podem esperar por no máximo de 24 a 30 horas. Por exemplo:

  • Infecção aguda da vesícula biliar;
  • Cálculos renais e uretrais.

Cirurgias necessárias

São cirurgias que podem ser planejadas dentro de períodos de tempos mais longos como semanas ou meses. Exemplos:

  • Hiperplasia da próstata sem obstrução vesical;
  • Distúrbios da tireoide;
  • Catarata.

Cirurgias eletivas

São procedimentos cirúrgicos que, se forem adiados, não irão oferecer riscos catastróficos ao paciente, por exemplo:

  • Hérnia simples;
  • Reparação vaginal.

Cirurgias opcionais

São cirurgias em que o paciente decide se irá realizar ou não, por exemplo:

  • Mamoplastia de aumento;
  • Mamoplastia de redução;
  • Rinoplastia;
  • Implante capilar;
  • Lipoaspiração.

Potencial de contaminação

Todos os tipos de cirurgias são classificados também em relação ao risco de adquirir uma contaminação na ferida cirúrgica. Assim, as cirurgias são classificadas quanto ao potencial de contaminação em:

  1. Cirurgias limpas;
  2. Cirurgias potencialmente contaminadas;
  3. Cirurgias contaminadas;
  4. Cirurgias infectadas.

Cirurgias Limpas

São cirurgias que apresentam as seguintes características:

  • Realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação;
  • Ausência de qualquer processo infeccioso no tecido que irá receber o ato cirúrgico;
  • Cirurgias que não penetram nos tratos digestórios, urinário ou respiratório;

Exemplos:Cirurgias de Ovários.

Cirurgias Potencialmente Contaminadas

  • São cirurgias realizadas em tecidos de difícil descontaminação;
  • Ausência de supuração local;
  • Esse tipo de cirurgia são aquelas que penetram nos tratos digestórios, respiratórios e urinários sem contaminação significativa;

Exemplo: Redução de fratura exposta.

Cirurgias Contaminadas

São cirurgias realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos;

  • Os tecidos são de difícil descontaminação;
  • Apresentam com processo inflamatória porém sem a presença de pus (supuração);

Exemplo: Apendicite supurada.

Cirurgias Infectadas

São cirurgias realizadas em tecidos que apresentem:

  • Supuração local;
  • Tecido necrótico;
  • Feridas traumáticas sujas.

Exemplos: Cirurgia do reto e ânus com pus.
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