Hoje vamos falar dos tipos de nutrições enterais existentes no mercado. Lembrando que já estudamos sobre a sondagem nasoenteral AQUI (procedimento realizado previamente para obtermos via pérvia para o paciente receber essa nutrição e/ou medicamentos).
Definição da Nutrição enteral
De acordo com o Ministério da saúde, a nutrição é definida como “todo e qualquer alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”.
Ou seja, a nutrição enteral,é uma maneira de repor os nutrientes que o organismo do paciente necessita, quando o mesmo está incapacitado ou com dificuldades de ingerir alimentos.
Indicação
É muito indicada para pacientes nas seguintes situações clínicas:
- Disfagia: dificuldade na mastigação ou deglutição;
- Odinofagia: dor ao mastigar ou deglutir;
- Problemas no trato gastrointestinal: úlceras, tumores, hemorragias, esofagite, pós cirúrgicos;
- Distúrbios neurológicos: como aqueles que podem afetar os processos de mastigação, deglutição ou digestão, condições de impossibilitam a consciência sobre a ação mecânica do ato de alimentar-se;
- Baixa aceitação da dieta: principalmente em desnutridos ou com risco de desnutrição, como na anorexia, durante tratamento quimioterápicos, inapetência entre outros
- Outras condições específicas: impossibilidade de alimentação via oral por necessidade de intubação orotraqueal, sedação, retirada total ou parcial de órgão que participam do processo de alimentação e digestão, recomendação de não estimular o funcionamento intestinal, entre outros.
Vias de administração
A dieta enteral poderá ser realizada através de algumas vias, são elas:
- Nasoentérica (SNE): Uso para períodos curtos, até 45 dias.
- Nasogástrica (SNG): Uso para períodos curtos, até 45 dias
- Gastrostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias
- Jejunostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias. Não pode administrar medicações VO por essa via.
Conhecendo o equipo
O equipo é um tubo de material flexível que conecta o frasco com a dieta à sonda do paciente. Com o equipo podemos controlar o fluxo da dieta, ou seja, a velocidade com que o paciente vai receber a dieta. Para isso, existe uma pequena “pinça” no equipo (pinça de rolete), que pode ser aberta ou fechada para o controle do gotejamento da dieta.
Sobre o suporte
O suporte é necessário para manter o frasco de dieta suspenso acima da cabeça do paciente e facilitar o gotejamento da dieta. Existem suportes próprios para este fim, ou pode ser colocado um gancho preso à parede ou a um móvel.
O importante é deixar o frasco de dieta bem firme e posicionado acima da cabeça do paciente. O frasco de dieta deverá ficar aproximadamente 80 cm acima da altura do ombro do paciente.
Composição da dieta
Os nutrientes que estão presentes e compõem uma dieta enteral são os mesmos que o paciente receberia pelo consumo dos alimentos, como carboidratos, vitaminas, proteínas, gorduras, minerais e até mesmo água.
Atualmente, existem no mercado vários tipos diferentes de nutrições para atender às necessidades particulares de cada paciente, dependendo do peso, altura, nível de autonomia e condição médica e estado nutricional.
Existe, por exemplo, a dieta enteral hipercalórica, que contém mais calorias, para atender principalmente os pacientes com desnutrição. Tem também produtos com maior nível de proteínas e gorduras, com alto teor de fibras, isentos de lactose, sem glúten, entre muitos outros.
Tipos de dieta enteral
TIPO DE DIETA | COMPOSIÇÃO | INDICAÇÃO |
Normocalórica | Dieta enteral completa com quantidades normais de calorias. | Diversas patologias, tais como doenças neurológicas, cardiopatias, hipertensão, dislipidemias, anorexia nervosa, entre outras. Essencial para pacientes com necessidades proteicas, ideal para pacientes críticos em UTI. |
Hipercalórica | Dieta enteral rica em calorias. | Desnutrição, anorexia nervosa, neoplasias, cardiopatias, doenças neurológicas, geriatria, restrição hídrica, pré e pós-operatório. |
Hiperprotéica | Dieta enteral com altos níveis de proteínas. | Pacientes com necessidades proteicas muito aumentadas, críticos em UTI, entre outras. |
Com fibras | Dieta enteral enriquecida com alto teor de fibras. |
Pacientes com necessidades de consumir mais fibras para regularização do trânsito intestinal e outras patologias. |
Pediátricas | Dieta enteral específica para crianças. | Crianças com má absorção, intolerância a dietas poliméricas, risco de broncoaspiração, pacientes críticos, com função gastrintestinal comprometida, pré e pós-operatório, entre outros. |
Dieta Caseira
Também chamada de in natura, essa dieta é preparada com os alimentos usuais como legumes, verduras, arroz, carne, frango, leite, etc em casa. O nutricionista irá orientar os detalhes sobre a forma que deve ser preparado e as quantidades dos alimentos a serem utilizados, para que a dieta esteja completa e equilibrada.
Dieta Industrializada
É uma dieta previamente pronta, balanceada, que possui todos os nutrientes necessários. Pode ser apresentada sob a forma de pó, que deve ser liquidificada em água, ou sob a forma líquida pronta para ser administrada.
O nutricionista indicará a dieta mais adequada ao seu caso. Seja qual for o caso, o profissional de saúde (médico ou nutricionista) vai orientar o melhor tipo de dieta enteral para cada condição, a fim de garantir a melhor nutrição ao paciente.
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