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Aprendendo sobre as Meias Antiembólicas

As meias elásticas terapêuticas tiveram seu grande avanço com Conrad Jobst, em 1950, quando ele desenvolveu o gradiente de compressão ambulatorial, empregado até os dias de hoje.  Essas meias terapêuticas baseiam-se no gradiente, pois a compressão máxima é exercida no tornozelo, decrescendo em direção a coxa.

As meias elásticas são classificadas de acordo com o gradiente de compressão, e segundo as diretrizes para compressão dividem-se em:

  • Meias elásticas preventivas: possuem menos de 15mmHg de compressão no tornozelo e dispensam prescrição médica;
  • Meias elásticas terapêuticas: compressão no tornozelo acima de 15mmHg e necessitam de orientação médica para serem utilizadas;
  • Meias antiembólicas: específicas para a profilaxia de tromboembolismo venoso, cor branca, sem ponteira, apresentando 18 a 23mmHg de compressão no tornozelo.

Como funciona?

O corpo humano dispões de um mecanismo fisiológico complexo que mantém o sangue fluído, proporcionando sua circulação dentro dos vasos sanguíneos. Distúrbios hematológicos ou relacionados aos vasos sanguíneos podem ocasionar alterações tanto na fluidez como da circulação sanguínea.

As alterações hematológicas podem ocasionar sangranento excessivo ou formação de massas endovasculares, denominadas trombos. 

As alterações nos vasos sanguíneos também podem propiciar a formação desses mesmos trombos, por deficiência circulatória. Estes ocasionam a trombose, que pode ser venosa ou arterial, e muitas vezes, leva o paciente ao óbito.   

TVP x TEP compreendendo a diferença

Entende-se como Trombose Venosa Profunda (TVP) a formação de um trombo dentro do vaso venoso profundo, tendo como principal complicação o Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

A etiologia da trombose encontra-se na interação de três fatores:

  • Estase venosa
  • Lesão da parede endotelial
  • Hipercoagulabilidade

Sendo a estase venosa o principal fator predisponente da trombose venosa. Esses três fatores, compõe a Tríade de Virchow que foi descrita pela primeira vez em 1856, pelo patologista Rudolf Virchow.

A estase venosa ocorre quando há diminuição do fluxo venoso, ocasionando maior quantidade de sangue dentro do vaso. os fatores pró e anticoagulantes da crculação encontram-se em equilíbrio, sendo que a diminuição do fluxo, ocasionada por relaxamento da musculatura, principalmente da panturrilha, e a diminuição do débito cardíaco provocam a ativação de fatores pró-coagulantes, favorecendo a formação de trombos. O relaxamento dessa musculatura pode ser causado por repouso, por anestesias e paralisias.

Essa condição pode acometer tanto pacientes cirúrgicos quanto  clínicos, colocando-os em risco de TEP quando o trombo aderido à parede do vaso se desprende, podendo causar a obstrução de vasos arteriais ou venosos de acordo com sua origem. 

A TVP é um importante problema médico que resultam em altos índices de morbimortalidade. Existem evidências de que o uso de tromboprofilaxia  deve ser realizados para muitos grupos de pacientes, incluídos aqueles submetidos a grandes cirurgias gerais, ginecológicas, urológicas, cirurgias de extremidade inferior, artroplastias e fraturas de quadril, neurocirurgias, bem como em grandes traumatizados ou casos de lesões na medula e em pacientes com patologias clínicas de alto risco para tromboembolismo.

Desta forma, a Joint Commission on Acreditation of Healthcare  Organizations e a National Quality Forum estabeleceram a padronização de medidas preventivas, diagnósticas e de tratamento criterioso no ambiente hospitalar. 

O tratamento de melhor resultado, ainda, é a prevenção, que consiste na estratificação de risco dos pacientes, deambulação precoce, exercícios ativos e passivos.  De acordo com a estratificação de riscos, o Conselho Internacional indica a utilização de métodos mecânicos:

Meias antiembólicas:

Meias antiembólicas + compressão pneumática intermitente   

As meias antiembólicas de compressão graduada estimulam o fluxo sanguíneo e impedem a dilatação de dos vasos venosos. Apresentam compressão graduada ao longo da trama, exercendo maior pressão nos tornozelos que na fossa poplítea e na região superor da coxa. 

As meias destinadas as profilaxias da TVP são de cor branca, apresentam diferentes compressões ao longo da trama e são abertas nos dedos, de acordo com o Consenso Internacional para a Prevenção da TVP.

Para a afetividade da terapêutica, é necessária a mensuração da perna do paciente, de modo a adequar a meia ao comprimento e à circunferência da panturrilha e da coxa.

Material necessário:

  • Meia de compressão antiembólica adequadas ao tamanho do paciente de acordo com as medidas.
  • Fita métrica.

Procedimento de mensuração:

  1. Higienizar as mãos.
  2. Orientar o paciente e familiar sobre o procedimento e sua importância.
  3. Higienizar as mãos novamente.
  4. Aferir com a fita métrica a circunferência da panturrilha e o comprimento do calcanhar até a fossa poplítea (para meias de compressão até o o joelho).
  5. Aferir com a fita métrica a circunferência da coxa (na parte mais larga) , a circunferência da panturrilha e o comprimento da perna (do calcanhar até a prega glútea).
  6. Identificar nas orientações contidas na embalagem das meias, aquela que se adequou às medidas mensuradas.

Procedimento de calçamento (ou colocação):

  1. Conferir se a meia escolhida é a adequada ao paciente.
  2. Higienizar as mãos.
  3. Abrir o invólucro.
  4. Retirar as meias do pacote.
  5. Virar as meias do avesso e calça-las até o calcanhar (na meia, há marcação da localização do calcanhar) do paciente.
  6. Posicionar-se lateralmente em relação ao membro do paciente e vestir a meia até o joelho ou até a coxa dele.

Cuidados de enfermagem:

  • Deixar a meia sem vincos ou dobras, para evitar o garroteamento.
  • Manter os dedos cobertos.
  • Verificar perfusão periférica.
  • Só retirar a meia para o banho ou quando estiver suja.
  • No caso de retirada para o banho, por logo em seguida.
  • No caso de sujidade, providenciar a lavagem ou outro par.
  • Não é necessário realizar “pausa” na terapêutica.
  • Sempre atentar-se para vestir corretamente as meias.

Contraindicações:

  • Isquemia do membro.
  • Infecção do membro.
  • Neuropatia periférica.

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Retirada do dente siso! Cuidados com o pós-operatório!

Há alguns dias comecei a sentir um certo desconforto que em pouco tempo virou uma terrível dor de dente, não demorei para descobrir que era o terrível: SISO

Popularmente conhecido como “o dente do juízo” , o siso geralmente nasce nos jovens de 17 a 21 anos, as vezes um pouco mais ou um pouco menos do que isso.  O surgimento do dente siso pode dar inicio a vários desconfortos, por exemplo: dores causadas pelo desalinhamento dos dentes ou pela falta de espaço na boca para ele. Inchaço, infecção na gengiva e até o surgimento de cáries são complicações comuns, (essa última, devido a má higienização devido ao local onde o dente se encontra). A extração do dente é recomendada aos pacientes logo no início das complicações como uma forma de driblá-las.

A extração:

As pessoas que já realizaram esse tipo de procedimento, são tem opiniões diversas sobre o procedimento em si e o pós-operatório. Algumas pessoas referem que não tiveram qualquer tipo de problema depois da cirurgia e, por outro lado, há os que classificam o pós-operatório como uma das experiências mais desagradáveis que viveram. Ainda que possa parecer, não é exagero: o mesmo procedimento pode ser realmente mais complicado para algumas pessoas (como foi comigo, todo o procedimento durou três horas e as primeiras duas horas após a extração foi bem complicada, mas não estou sentindo muita dor).

Quando a extração é necessária?

Caso não seja possível alcançar o siso durante a escovação, a cirurgia com toda a certeza deve ser considerado. Outros motivos que levam à extração:

  •  Quando o paciente tem pericoronarite, uma inflamação que recobre todo o dente.
  • Quando o siso nasce parcialmente e está inclinado sobre o dente da frente, fazendo pressão. (Foi o meu caso)
  • Quando o dente está incluso ou impactado dentro do osso, ou seja, não nasceu.

Posições que o dente pode estar.

Cuidados no Pós-operatório:

A principal recomendação, sem dúvidas é o repouso! Isso mesmo! Repousar bastante! Outra importante recomendação, é: Não fazer esforços! Nada de peso no pós-operatório! Tome todas as medicações corretamente. Tenha muito cuidados ao escovar os dentes. Se necessário, faça compressas para o inchaço. No dia seguinte, mantenha uma dieta à base de líquidos ou pastosa. Nada de alimentos duros e nada de mastigar também! Caso for ingerir sopas ou caldos por exemplo, temperatura morna a fria. E a melhor recomendação de todas! Consuma muitos alimentos gelados, ou seja, sorvete liberado! 

Bom, é isso pessoal. Espero que ajude vocês! 

Até a próxima.

 

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