Categoria: Cateteres

Cateter de Shirley/ Swan-Ganz na Prática de Enfermagem: Indicações e Cuidados Essenciais

O Cateter de Shirley: Uma Visão Detalhada

O que é o Cateter de Shirley?

O cateter de Shirley, também conhecido como Cateter de Swan-Ganz, é um dispositivo intravascular utilizado para medir pressões cardíacas, débito cardíaco e amostrar sangue em diferentes locais do sistema circulatório.

Indicações:

  1. Avaliação Hemodinâmica:
    • Utilizado em pacientes críticos para monitorar pressões cardíacas, auxiliando na avaliação da função cardíaca.
  2. Insuficiência Cardíaca:
    • Em casos de insuficiência cardíaca grave, o cateter pode ser inserido para guiar o manejo terapêutico.
  3. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS):
    • Em pacientes com SARS, o cateter pode ser usado para monitorar a pressão capilar pulmonar e orientar a gestão do volume intravascular.

Procedimento de Inserção:

  1. Local de Inserção:
    • Geralmente inserido pela veia jugular interna ou subclávia.
  2. Guiamento por Imagem:
    • Inserção frequentemente guiada por fluoroscopia ou ecocardiografia para garantir colocação precisa.
  3. Posicionamento na Artéria Pulmonar:
    • O cateter é avançado até a artéria pulmonar, onde as medições hemodinâmicas são realizadas.

Cuidados de Enfermagem:

  1. Monitoramento Contínuo:
    • Monitorar constantemente os sinais vitais e as leituras do cateter para identificar possíveis complicações.
  2. Prevenção de Infecções:
    • Adotar rigorosa técnica asséptica durante a inserção e cuidados subsequentes para minimizar o risco de infecção.
  3. Avaliação do Local de Inserção:
    • Observar sinais de inflamação, hematoma ou sangramento no local de inserção.
  4. Calibração e Zero:
    • Calibrar e zerar o sistema de pressão regularmente para garantir leituras precisas.
  5. Administração de Medicamentos:
    • Administrar medicamentos conforme prescrição médica através do cateter, se necessário.
  6. Educação do Paciente:
    • Fornecer informações ao paciente e à equipe sobre a finalidade do cateter e os cuidados necessários.
  7. Remoção Adequada:
    • Remover o cateter com precaução, seguindo os protocolos, quando não mais necessário.

Considerações Importantes:

  1. Treinamento Especializado:
    • A inserção e manuseio do cateter de Shirley exigem treinamento especializado, e apenas profissionais qualificados devem realizar o procedimento.
  2. Avaliação Contínua da Necessidade:
    • Avaliar continuamente a necessidade do cateter, considerando fatores como resposta clínica, estabilidade hemodinâmica e evolução do quadro clínico.

Ao compreender as indicações e cuidados associados ao cateter de Shirley, os profissionais de enfermagem na UTI desempenham um papel crucial na monitorização e gestão hemodinâmica eficaz, contribuindo para o cuidado abrangente do paciente crítico.

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10 Cuidados de Enfermagem ao paciente com Sonda Nasogástrica

  1. Higiene das mãos: Lave as mãos adequadamente antes de lidar com a sonda nasogástrica (SNG). Use luvas estéreis, se necessário, para evitar a contaminação.
  2. Posicionamento adequado: Certifique-se de que a sonda esteja posicionada corretamente no estômago. Verifique a marcação da sonda e compare-a com a distância do nariz à orelha e da orelha ao umbigo do paciente. Documente essa verificação regularmente.
  3. Fixação segura: Fixe a sonda nasogástrica de forma segura ao paciente. Utilize fita adesiva ou dispositivos de fixação apropriados, levando em consideração a sensibilidade e a integridade da pele do paciente.
  4. Verificação da posição: Verifique periodicamente a posição da sonda nasogástrica. Monitore a aspiração gástrica para confirmar a presença de conteúdo gástrico adequado e ausência de sinais de aspiração pulmonar.
  5. Irrigação e administração de medicações: Siga as orientações do médico ou do protocolo institucional para a irrigação da sonda nasogástrica e administração de medicações via sonda. Lembre-se de usar seringas estéreis e soluções adequadas.
  6. Registro adequado: Registre de forma precisa todas as ações relacionadas à sonda nasogástrica, como posição, aspiração gástrica, irrigações, administração de medicações e qualquer problema ou preocupação observada.
  7. Monitoramento de sinais vitais: Observe regularmente os sinais vitais do paciente, incluindo frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura e saturação de oxigênio, para detectar possíveis complicações, como aspiração pulmonar.
  8. Hidratação e nutrição: Colabore com a equipe de saúde para garantir que o paciente receba hidratação e nutrição adequadas de acordo com as prescrições médicas. Monitore a ingestão e a eliminação de líquidos.
  9. Prevenção de infecções: Realize cuidados adequados de assepsia ao redor do local de inserção da sonda nasogástrica para prevenir infecções. Mantenha a área limpa e seca.
  10. Avaliação e conforto do paciente: Observe sinais de desconforto ou irritação relacionados à sonda nasogástrica. Se o paciente estiver relatando dor ou desconforto excessivo, comunique a equipe de saúde para que as medidas adequadas sejam tomadas.

Lembrando que os cuidados com a sonda nasogástrica podem variar de acordo com as políticas institucionais e as necessidades individuais do paciente. Sempre siga as diretrizes e orientações específicas do local de trabalho e consulte a equipe de saúde quando necessário.

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PICC – Cateter Central de Inserção Periférica

PICC

O Cateter Central de Inserção Periférica, também conhecido como PICC,  é um cateter de longa permanência que possui sua inserção periférica com localização central. Nos últimos anos vem sendo utilizado cada vez mais nos pacientes que necessitam de terapia infusional prolongada.

O cateter

Esse cateter é confeccionado em material macio, flexível que pode ser silicone ou poliuretano e também é radiopaco (pode ser visualizado em radiografias).

Atualmente no mercado temos modelos como:

  • Power PICC

  • Valvulado

A escolha de quantos lúmens deverá ser observada e decidida mediante a terapia indicada e o caso clínico do paciente. Portanto, eles podem ser:

  • Monolúmen
  • Duplo lúmen
  • Triplo lúmen

Ele é indicado para pacientes em que fazem uso de terapia intravenosa com:

  • Drogas vasoativas;
  • Soluções vesicantes e irritantes;
  • Nutrição parenteral prolongada;
  • Antibióticoterapia;
  • Infusões hipertônicas

O enfermeiro e o PICC

Quando o assunto é PICC o enfermeiro é o grande protagonista! Você sabia que de acordo com a resolução 258/2011, o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) passou a reconhecer a implantação do PICC, como uma competência do enfermeiro, mediante curso com formação específica? Isso mesmo, é uma atribuição do enfermeiro habilitado.

Indicações

  •  Obter via pérvia de acesso venoso profundo por tempo prolongado;
  • Administrar soluções hiperosmolares (ex: nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas);
  • Administrar soluções vesicantes e irritantes.

Contra-indicações:

  • Administrar grandes volumes “em bolus” e sob pressão;
  • Difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematoma e trombo no local ou membro da punção;
  • Lesões cutâneas no local da inserção.

Benefícios

  • Fácil inserção do cateter e manuseio pela equipe;
  • Tempo de permanência prolongado;
  • Menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares centrais;
  • Preservação da rede venosa;
  • Indicado para terapia domiciliar;
  • Redução do estresse causado por múltiplas punções;
  • Preservação dos demais acessos venosos;
  • Melhor hemodiluição das drogas, diminuindo a agressão ao sistema vascular;
  • Não há risco de trombose de sistema porta;
  • Menor desconforto e dor para o paciente;
  • Menor restrição da mobilidade;

Procedimento:

Escolha do acesso venoso:

Preferencialmente as veias escolhidas são:

  • basílica
  • cefálica
  • mediana cubital.

Características

A veia escolhida deve possuir algumas características, como: serem veias palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória.

 A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e não apresentar sinais de: hematomas, infecção (flebites, celulites e abscessos), alterações anatômicas.

Escolha do cateter 

O cateter a ser utilizado deve ser proporcional ao calibre proporcional ao da veia selecionada e da terapia proposta e sempre deve-se dar preferência a cateter de lúmem único, exceto se paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva.

Material Necessário 

Bandeja contendo material estéril:

  • 2 cubas redondas
  • 1 tesoura
  • 1 pinça anatômica pequena não serrilhada
  • 1 pinça Pean
  • 2 campos simples
  • 1 campo fenestrado
  • Gaze
  • Avental
  • Campo estéril
  • Gorro
  • EPI’s: máscara, óculos e luvas estéreis

Demais materiais:

  • Clorexidina degermante e alcoólica
  • Soro Fisiológico 0,9%
  • Seringas de 10 ml
  • Fita métrica não estéril;
  • Cateter de calibre adequado (acompanhado de fita métrica, conjunto de agulha e introdutor estéreis); 

  • Película transparente
  • Anestésico local
  • Ultrassom

Procedimento

Medidas prévias à inserção do PICC

  • Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de realizar radiografia imediatamente ao término do procedimento;
  • Higienizar as mãos;
  • Avaliar as condições clínicas do paciente;
  • Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento; 
  • Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax;
  • Garrotear o membro escolhido para a punção;
  • Realizar o exame físico dos vasos sangüíneos através da técnica de inspeção e palpação e com auxílio de ultrassom;
  • Retirar o garrote após exame físico;
  • Mensurar com a fita métrica: perímetro braquial; distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápulo-umeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal, acrescentar ao valor mensurado, aproximadamente 3cm.

Inserção do cateter:

É necessário que durante esse momento do procedimento, o profissional que executará a punção seja auxiliado por outro profissional.

Profissional que irá auxiliar:

  • Paramentar-se com: gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
  • Higienizar as mãos;
  • Auxiliar o profissional que irá realizar a punção a paramentar-se.
  • Abrir o material estéril;
  • Posicionar o ultrassom.

Profissional a executar a punção: 

  • Paramentar-se com: gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
  • Higienizar as mãos com solução degermante;
  • Vestir o avental estéril;
  • Calçar as luvas estéreis;
  • Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9% ou clorexidina alcoólico;
  • Posicionar os campos simples e fenestrados;
  • Lubrificar o cateter com a solução salina a 0,9%, preenchendo o lúmem através do injetor lateral. Para os cateteres que não possuam injetor lateral, sugere-se que sejam imersos em recipiente estéril, contendo solução salina a 0,9%.
  • Medir o cateter com a fita métrica estéril e cortá-lo de acordo com a medida realizada anteriormente;
  • Executar a punção introduzindo apenas o bisel da agulha com auxílio do ultrassom.
    Introduzir aproximadamente 5cm do cateter lentamente na luz do vaso através da agulha ou cateter introdutor, com auxílio da pinça anatômica;
  • Retirar a agulha ou o cateter introdutor da luz do vaso, pressionando a pele;
  • Partir a agulha ou o cateter introdutor conforme orientação do fabricante;
  • Retirar o fio guia (se houver);
  • Avançar por completo o cateter utilizando a pinça auxiliar até alcançar a medida aferida previamente;
  • Testar a permeabilidade do cateter, com solução salina a 0,9%;
  • Realizar  exame de raio-x para verificar o correto posicionamento do cateter;

  • Retirar os campos;
  • Realizar a limpeza do sítio de inserção com solução salina a 0,9% ou solução alcoólica;
  • Preparar gaze e fita adesiva (se não dispuser de curativo transparente) para fixação do cateter.
  • Fixar o cateter da seguinte forma: colocar gaze no sítio de inserção sob e sobre o cateter; colocar sobre a gaze o curativo transparente (se houver);
  • Fixar a fita adesiva em chevron sobre o curativo transparente.
  • Retirar a paramentação;
  • Lavar as mãos com sabonete líquido comum;

Permeabilização do cateter

Diária

  • O volume e concentração das soluções utilizadas devem estar determinados na rotina/protocolo de utilização do cateter;
  • Realizar flush de solução salina 0,9% ao término da infusão de medicamentos (principalmente: NPT, quimioterápicos, sangue, antibióticos, medicações de horário etc);
  • Heparina: 10U/ml (Verificar a protocolo institucional quanto ao uso). 

Semanal

  • Deverá ser realizada de acordo com a rotina/protocolo pré-estabelecido.

Avaliação do sítio de punção

  • Frequência: diária. Atentar-se para os sinais flogísticos na inserção do cateter. 

Técnica

  • Inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia, a fim de observar sinais de infecção (dor, rubor, enduração, calor, secreção);
  • Aferir as circunferências dos membros. Um aumento nestes valores, quando comparadas às medidas entre o membro puncionado e o contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a suspeita de trombose ou extravasamento.

Curativo

  • Primeira troca: deverá ser realizada sempre após 24 horas do procedimento ou conforme rotina institucional.

Trocas subsequentes

  • Curativo transparente ou convencional: deverá ser trocado, apenas em caso de sujidade, umidade ou desprendimento . Nas trocas subsequentes dos curativos transparentes não é necessária a utilização de gaze. Atentar-se para rotina institucional.

A prematuridade e o PICC

A prematuridade é uma das principais causas de internação na unidades neonatais, responsáveis por elevadas taxas de morbidade no período perinatal.

O PICC é muito utilizado na terapia infusional como medida fundamental para recuperação do neonato, entre suas vantagens, temos:

  • Reposição de eletrólitos;
  • Administração de nutrição parenteral;
  • Antibioticoterapia;
  • Evita múltiplas punções culminando em flebotomia.

O PICC vem sendo utilizado em unidades neonatais com uma frequência cada vez maior por ser um dispositivo de longa permanência e com um menor risco de complicações mecânicas e infecciosas.

Nas instituições onde o uso de PICC é implantado, deve ser elaborada uma estratégia de educação continuada que permite capacitar os profissionais quanto à sua manipulação e manutenção.

O cateter central x cateter de linha média 

O cateter é considerado posicionado em nível central, quando se localiza dentro dos limites do tórax. A posição ideal da ponta do cateter, é quando este estiver localizado no terço distal da veia cava superior.

O cateter é considerado em posição periférica, quando se localiza fora dos limites do tórax, com a ponta próxima a veia axilar, sendo indicado para casos de hidratação venosa por tempo prolongado. Nesta localização, não se deve ministrar soluções hiperosmolares, irritantes ou vesicantes.

Vale ressaltar que conforme indicação clínica: o PICC poderá ser utilizado como cateter de linha média, porém o cateter de linha média não poderá ser utilizado como PICC.

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