Categoria: Bulário

Tudo que você precisa saber sobre: Noradrenalina!

A noradrenalina, também conhecida como norepinefrina, é um neurotransmissor essencial para a regulação do sistema nervoso simpático e exerce um papel fundamental na resposta ao estresse e na função cardiovascular. Além disso, a noradrenalina é amplamente utilizada como agente terapêutico em diversas situações clínicas. Neste artigo, exploraremos os aspectos-chave da noradrenalina, seus mecanismos de ação e suas aplicações clínicas relevantes para a prática de enfermagem.

O que é a noradrenalina?

A noradrenalina é um neurotransmissor do grupo das catecolaminas, sintetizada a partir do aminoácido tirosina. Ela desempenha um papel importante na regulação do humor, da atenção, da resposta ao estresse e da pressão arterial. A noradrenalina é produzida principalmente pelas glândulas suprarrenais e também é liberada pelos terminais nervosos simpáticos.

Mecanismo de ação: A noradrenalina exerce sua ação através da ligação a receptores adrenérgicos localizados nos órgãos-alvo. Existem dois principais tipos de receptores adrenérgicos: alfa e beta. Os receptores alfa estão presentes em vários tecidos, incluindo as paredes dos vasos sanguíneos, enquanto os receptores beta estão presentes principalmente no músculo cardíaco e no tecido adiposo. A ativação desses receptores desencadeia respostas fisiológicas específicas, como vasoconstrição, aumento da frequência cardíaca e broncodilatação.

Aplicações clínicas da noradrenalina na enfermagem:

  1. Suporte hemodinâmico: A noradrenalina é frequentemente utilizada em pacientes em estado de choque ou com hipotensão refratária, auxiliando na estabilização da pressão arterial e do débito cardíaco. Na prática de enfermagem, é fundamental monitorar continuamente os sinais vitais e as respostas do paciente ao uso desse medicamento, ajustando a dose conforme necessário.
  2. Parada cardíaca: A noradrenalina também pode ser empregada em situações de parada cardíaca, especialmente quando ocorre bradicardia extrema ou quando outras medidas não conseguem restaurar a circulação efetiva. Os enfermeiros desempenham um papel essencial na administração adequada da noradrenalina durante a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), garantindo a monitorização contínua do ritmo cardíaco e a titulação da dose conforme as diretrizes clínicas.
  3. Sepse: A sepse é uma condição crítica que requer cuidados intensivos, e a noradrenalina pode ser utilizada como parte do tratamento para manter uma perfusão adequada dos órgãos em pacientes sépticos. O enfermeiro desempenha um papel crucial na administração, monitorização e avaliação contínua dos efeitos hemodinâmicos da noradrenalina nesses casos.

Conclusão: A noradrenalina desempenha um papel vital tanto como neurotransmissor quanto como agente terapêutico na prática de enfermagem. Compreender seus mecanismos de ação e suas aplicações clínicas é essencial para fornecer cuidados de qualidade aos pacientes que necessitam desse medicamento. É importante que os enfermeiros estejam atualizados sobre as diretrizes e protocolos de administração da noradrenalina, garantindo uma abordagem segura e eficaz no uso desse agente farmacológico.

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Descomplicando o Cálculo de Penicilina

Penicilina Cristalina 

É um antibiótico de largo espectro utilizado em unidades hospitalares por via endovenosa. Apresenta-se por frascoampola nas concentrações:
  • 5.000.000 UI
  • 10.000.00 UI
Lembrando que UI significa Unidades Internacionais.
A Penicilina Cristalina possui uma característica diferente da maioria das medicações: no seu solvente, devemos considerar o volume do soluto! 

Por exemplo:

No frasco-ampola de 5.000.000 UI o soluto (pó) equivale a 2 ml e o solvente (diluente) será 8 ml! Ou seja, quando acrescentamos 8ml de água destilada no frasco-ampola, teremos uma solução contendo 10 ml! Deu pra entender?
 
No frasco-ampola de 10.000.000 UI o soluto (pó) equivale a 4 ml e o solvente (diluente) será 6 ml! Ou seja, quando acrescentamos 6 ml de água destilada no frasco-ampola de 10.000.000 UI, teremos uma solução contendo 10ml. 

 

Esquematizando: 

  • Se 5.000.000 UI estão para 8 ml AD + 2 ml pó liofilizado (10ml), logo 5.000.000 UI estão para 10 ml;
  • Se 10.000.000 UI estão para 6 ml AD + 4 ml pó liofilizado (10 ml), logo 10.000.000 UI estão para 10 ml
  • Se 10.000.000 UI estão para 16 ml AD + 4 ml pó liofilizado (20 ml), logo 10.000.000 UI estão para 20 ml

Dicas importantes

Caso a quantidade de solvente (Água Destilada) não esteja escrita na prescrição médica, ou não houver orientação do fabricante, quem determina a quantidade do solvente é quem está preparando. 
Utilizamos 8 ml no caso de Penicilina Cristalina de 5.000.000 UI e 6 ml no caso de 
Penicilina Cristalina de 10.000.000 UI, para que tenhamos maior facilidade na hora 
do cálculo. 
 Ao administrar Penicilina Cristalina, lembre-se que esta medicação é colocada 
normalmente em bureta com 50ml ou 100ml, conforme PM.

 Calculando: 

 Foi prescrito Penicilina Cristalina 4.800.000 UI, na unidade tem-se o frasco ampola de 
10.000.000UI. Como proceder? 
Primeiro devemos compreender o que a questão nos pede e colocamos os dados.
PMPenicilina Cristalina: 4.800.000 UI 
Frasco-Ampola – Penicilina Cristalina: 10.000.000 UI
Diluente: 6ml (Não esqueça que quem determina é quem está preparando?)
Coloque sempre a fórmula para nunca errar. 
AP – Dil
PM – X 
A seguir é só substituir com os valores do enunciado.
10.000.0UI – 10ml (6 ml de AD + 4 ml de pó liofilizado)
4.800.000UI – X
 
Lembre – se que o 10ml foi a soma de 6ml de AD +4ml de pó liofilizado
 
Utilizamos a regra de três para calcular. 
X= 4.800.000UI.10
      10.000.000UI
Em seguida, multiplicamos: 
X=48.000.000UI
     10.000.000UI
Após,  realizamos a divisão ou a simplificação. Cortamos as unidades iguais e obtemos o resultado: 
X= 4,8ml
Resposta: Deve-se aspirar da solução 4,8ml que corresponde a 4.800.000UI

Exercícios

Hora de praticar o que aprendemos!

  1. Possuo prescrição de Penicilina Cristalina 500.000 UI, tenho disponível frasco com 5.000.000 UI, como proceder?
  2. Possuo prescrição de Penicilina Cristalina 150.000 UI, tenho disponível frasco com 10.000.000 UI, como proceder?
  3. Possuo prescrição de Penicilina Cristalina 700.000 UI, tenho disponível frasco com 10.000.000 UI, como proceder?
  4. Possuo prescrição de Penicilina Cristalina 600.000 UI, tenho disponível frasco com 5.000.000 UI, como proceder?
  5. Possuo prescrição de Penicilina Cristalina 200.000 UI, tenho disponível frasco com 10.000.000 UI, como proceder?

 

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Conheça os 9 certos da medicação!

Uma das muitas atribuições da equipe de enfermagem é a administração de medicações. Para evitar erros, existem os 9 certos da medicação muito utilizado pela enfermagem, você conhece? De acordo com o Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos, do Ministério da Saúde, os 9 certos são:

Os 9 certos da medicação

1. Paciente certo

Antes de administrar qualquer medicação é extremamente importante que o profissional de saúde se certifique de que irá administrar a medicação no paciente correto. Nesse momento, devemos solicitar que o paciente nos informe alguns dados, como por exemplo:

  • Devemos utilizar dois identificadores, nesse caso, pode ser o nome do paciente e data de nascimento;
  • Devemos questionar ao paciente, confirmar com a pulseira de identificação.

– Qual o seu nome? Sua data de nascimento

Não esqueça de verificar se o nome corresponde ao nome identificado no leito, nome identificado no prontuário e nome identificado na PRESCRIÇÃO MÉDICA.

Devemos ter sempre o cuidado de evitar (dentro do possível) internar duas pessoas com nomes similares no mesmo local.

Ex.: João Carlos Santos

      João Gustavo Silva 

Evitar também que o mesmo funcionário preste assistência de enfermagem a dois pacientes com nomes similares.

2. Medicamento certo

Nesta etapa devemos conferir a medicação que iremos administrar! Preferencialmente, realizar a conferência em três momentos:

  1. Ao pegar a medicação
  2. Antes de aspirar a medicação
  3. Antes de descartar o frasco da medicação.

Em todos esses momentos devemos conferir com a prescrição médica se está correto. 

Nessa etapa, também devemos averiguar alergias com o paciente ou familiares e sempre deixar essa informação registrada no prontuário. Pacientes que tenham alergia a alguma medicação devem ser identificados com pulseira para sinalizar.

Se houver associação de medicamentos (buscopam composto= dipirona + escopolamina), deve-se certificar-se de que o paciente não é alérgico a nenhum dos componentes.

3. Via certa

Em relação a via certa, devemos:

  • Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada para administrar o medicamento.
  • Verificar se o diluente (tipo e volume) está prescrito.
  • Analisar se o medicamento tem compatibilidade com a via prescrita.
  • Avaliar a compatibilidade do medicamento com os produtos  utilizados para sua administração (seringas, cateteres, sondas, equipos) A Noradrenalina por exemplo é uma medicação fotossensível, portanto, devemos usar equipo e proteção fotossensível.
  • E o mais importante: JAMAIS administrar a medicação sem conhecê-la.

4. Hora certa

Um fator importante na recuperação do paciente é a administração de medicamentos, porém, os mesmos devem ser administrados na correta do seu aprazamento. Sempre que possível, devemos evitar atrasos! 

Não esqueça que:

  •  Preferencialmente, a medicação deve ser preparada beira leito quando será administrada.
  • Em caso de medicações administradas após algum tempo do preparo devemos atentar para o período de estabilidade (como quimioterápicos) e também para a forma de armazenamento.
  • A antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário predefinido somente poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro e do prescritor.

5. Dose certa

Temos sempre que ter em mente que a dosagem da medicação, se feita de forma errada, poderá causar danos ao paciente, portanto devemos sempre: 

  • Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada.
  • Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola), consultar o médico.
  • Conferir a velocidade de gotejamento. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância.

6. Registro certo da administração e compatibilidade

Todas as medicações administradas devem ser registradas, bem como o horário de sua realização. Isso é fundamental na segurança do paciente e na continuidade dos cuidados prestados a ele. Lembre-se, você não estará lá no próximo turno para esclarecer dúvidas! Então anote com atenção, clareza e detalhes importantes. Registre:

  • Na prescrição o horário da administração do medicamento e cheque!

                             Modo correto e incorreto de checar as medicações!

  • Na anotação de enfermagem, devemos registrar  todos os medicamentos que administramos e justificar em casos de adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos.

7. Orientação correta

A orientação correta refere-se tanto ao profissional quanto ao paciente! Qualquer dúvida deve ser esclarecida antes de administrar a medicação. De acordo com os 10 passos para segurança do paciente, o paciente também é uma barreira para prevenir erros e deve ser envolvido na segurança de sua assistência! Devemos informar o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), para que “serve” (indicação), a dose e a frequência que será administrado.

8. Forma certa

Esta etapa está relacionada com a forma farmacêutica do medicamento. Devemos sempre:

  • Checar se o medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via de administração prescrita.
  • Checar se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência permite administração de medicação por via oral – V.O).

9. Resposta certa (Monitorização)

Nessa última etapa devemos observar cuidadosamente o paciente, para identificar se o medicamento teve o efeito desejado. Registrar em prontuário e informar ao médico, todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento. Devemos considerar o que o paciente ou familiar relata e nunca menosprezar ou desprezar as informações concedidas.

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Conhecendo as Drogas Vasoativas (DVA) – Parte II

Já estudamos sobre a definição, classificação e cuidados de enfermagem das Drogas Vasoativas, agora vamos conhecer melhor cada droga! Se você não conferiu o primeiro post sobre Drogas Vasoativas, clique AQUI para conferir!

Catecolaminas:

Noradrenalina

É o neurotransmissor do sistema nervoso simpático e precursor da adrenalina. A noradrenalina possui atividade tanto no receptor alfa, como beta 1 adrenérgico, com pouca ação sobre receptores beta 2.

Dependendo da dose utilizada, obtém-se aumento do volume sistólico, diminuição reflexa da frequência cardíaca e importante vasoconstrição periférica, com aumento da pressão arterial.

A noradrenalina é também um potente vasoconstritor visceral e renal, o que limita sua utilização clínica. É também vasoconstritora sobre a rede vascular, sistêmica e pulmonar, e deve ser usada com prudência, em pacientes com hipertensão pulmonar.

Por outro lado, é uma droga de eleição no choque séptico, cuja finalidade é elevar a PA em pacientes hipotensos, que não responderam à ressuscitação por volume e a outros inotrópicos menos potentes.

Adrenalina:

É um potente estimulador alfa e beta adrenérgico, cujo efeito vasopressor é muito conhecido. O mecanismo da elevação da pressão arterial causado pela adrenalina, é devido a uma ação direta no miocárdio, com aumento da contração ventricular, um aumento da freqüência cardíaca e uma vasoconstrição em muitos leitos vasculares (arteríolas da pele, rins e vênulas).

Na musculatura lisa, sua ação predominante é de relaxamento através da ativação de receptores alfa e beta adrenérgicos.

A droga exerce também broncodilatação, pela interação com receptores beta 2 do músculo liso bronquial, combinada à inibição da degranulação de mastócitos. A adrenalina também eleva as concentrações de glicose (aumento da neoglicogênese e inibição da secreção de insulina) e do lactato sérico.

As principais indicações da adrenalina incluem estados de choque circulatório que não respondem às outras catecolaminas menos potentes, em particular no choque cardiogênico, quando de uso combinado com agentes redutores da pós-carga. Recomenda-se esta droga no tratamento de brocoespamos severos.

É também indicada no tratamento da anafilaxia e, durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, é o agente farmacológico de efeito vasoconstritor mais eficaz.

Dopamina:

É o precursor imediato da noradrenalina. Possui inúmeros efeitos, pois estimula todos os tipos de receptores, sendo estes dose-dependentes. Em baixas doses, possui efeito dopaminérgico predominante, causando aumento do débito cardíaco; diminuição da resistência vascular sistêmica e vasodilatação renal e mesentérica.

Em doses médias, possui um efeito beta predominante, aumentando o débito cardíaco; a pressão arterial e a diurese. Em doses elevadas, o efeito predominante é o alfa, causando aumento da resistência vascular sistêmica e da pressão arterial e diminuição do fluxo sanguíneo renal.

Assim, as indicações principais da dopamina estão relacionadas aos estados de baixo débito com volemia controlada ou aumentada (efeito beta adrenérgico). Pelo fato de essa droga vasoativa possuir, em baixas doses, um efeito vasodilatador renal, é também indicada em situações nas quais os parâmetros hemodinâmicos estejam estáveis, porém com oligúria persistente (efeito dopaminérgico).

Ela pode, também, ser utilizada em condições de choque com resistência periférica diminuída (efeito alfa adrenérgico).

Dobutamina

É uma droga simpatomimética sintética, com ação predominantemente beta 1 agonista. Esta droga possui baixa afinidade por receptores beta 2 e é quase desprovida de efeitos alfa adrenérgicos.

A dobutamina apresenta poucos efeitos sobre a frequência cardíaca, aumenta a contratilidade miocárdica e o índice cardíaco, não agindo sobre a resistência vascular periférica.

A droga é utilizada para melhorar a função ventricular e o desempenho cardíaco, em pacientes nos quais a disfunção ventricular acarreta diminuição no volume sistólico e no débito cardíaco como por exemplo, choque cardiogênico e insuficiência cardíaca congestiva.

O consumo de oxigênio do miocárdio, sob o uso da dobutamina, é menor do que sob a ação de outras catecolaminas.

Dopexamina

É uma catecolamina sintética com atividade dopaminérgica e beta 2 agonista, com fraco efeito beta 1 adrenérgico e ausência de efeitos em receptores alfa.

Quando comparada à dopamina, a dopexamina tem menor potência ao estimular receptores dopaminérgicos, ao passo que seus efeitos beta 2 são cerca de sessenta vezes mais potentes.

Assim, o estímulo de receptores beta resulta em aumento no débito cardíaco, queda da resistência vascular sistêmica e aumento no volume urinário e na excreção de sódio, por estimulação dopaminérgica.

Além disso, a droga potencializa os efeitos da noradrenalina endógena, pelo bloqueio da recaptação da mesma. A dopexamina pode ser utilizada no tratamento da insuficiência cardíaca aguda e congestiva e nos pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca, que evoluem com baixo débito.

Além disso, a dopexamina pode, também, ser utilizada no choque séptico, em associação com a noradrenalina, na tentativa de prevenção da insuficiência renal aguda e no incremento do fluxo mesentérico e da perfusão gastrintestinal.

Isoproterenol:

É uma catecolamina sintética, de estrutura semelhante à adrenalina. É um potente agonista beta adrenérgico, com afinidade muito baixa pelos receptores alfa. Portanto, exerce efeitos potentes no sistema cardiovascular, como aumento da contratilidade, freqüência e velocidade de condução do estímulo elétrico cardíaco.

Observa-se um aumento no débito cardíaco e no consumo de oxigênio do miocárdio. A estimulação dos receptores beta adrenérgicos resulta num relaxamento da musculatura lisa vascular ao mesmo tempo em que a resistência vascular sistêmica e a pressão diastólica caem.

O músculo liso da via aérea brônquica e vascular pulmonar também são relaxados pelo isoproterenol, ocasionando uma diminuição da resistência vascular pulmonar e reversão de broncoespamos.

Está indicado principalmente nas síndromes de baixo débito com pressões de enchimento elevadas e resistência periférica e pulmonar também elevadas (choque cardiogênico). É também indicado para tratar os casos de bradicardia com repercussão hemodinâmica até que uma terapia definitiva (marcapasso) seja utilizada.

VASODILATADORES:

Nitroprussiato de sódio:

É um vasodilatador misto, com efeitos sobre os territórios arterial e venoso. Age diretamente na musculatura lisa vascular. Não apresenta efeito direto sobre as fibras musculares cardíacas, sendo seu incremento no débito cardíaco devido à ação vasodilatadora.

O fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular são mantidos e a secreção de renina, pelo organismo, é aumentada. A droga promove então, diminuição da resistência periférica total, da pressão arterial e do consumo de oxigênio do miocárdio, pouca alteração da frequência cardíaca e diminuição da resistência vascular pulmonar.

O metabólito ativo da droga é o óxido nítrico, que parece ser o responsável pela ação vasodilatadora. O nitroprussiato de sódio é uma molécula instável, que sofre decomposição em condições alcalinas e quando exposto à luz.

É indicado no tratamento das emergências hipertensivas e como droga auxiliar nos estados de choque circulatório, com pressões de enchimento ventricular e resistência periférica aumentadas.

Os estados de baixo débito, associados à disfunção celular grave são de ocorrência relativamente comum nas Unidades de Terapia Intensiva. O emprego das drogas vasoativas é de importância vital para a reversão desta situação, melhorando o prognóstico e a sobrevida dos pacientes.

Essas drogas possuem, em geral, ação rápida e potente, porém seu índice terapêutico é baixo, devendo ser administradas mediante adequada monitorização hemodinâmica e laboratorial.

Nitroglicerina:

A nitroglicerina é um derivado do nitrato orgânico que se metaboliza rapidamente no fígado por uma nitrato-redutase. A droga atua sobre as veias sistêmicas e as grandes artérias.

Em angina pectoris aumenta a capacidade das veias, o que diminui o retorno venoso ao coração e a pressão diastólica no VE, razão pela qual as necessidades de oxigênio são menores. Na circulação arterial coronária, dilata os vasos de pouca resistência, o que dá origem a uma distribuição do fluxo coronário.

Se o ateroma estiver localizado excentricamente, dilata as estenoses arteroscleróticas. Também dilata o leito arteriocular, com diminuição da resistência vascular sistêmica. É indicado em casos de Angina pectoris, como monoterapia ou em combinação com outros antianginosos, como beta-bloqueadores ou antagonistas dos canais do cálcio.

Insuficiência cardíaca em pacientes que não respondem ao tratamento convencional com digital e outros fármacos inotrópicos positivos e diuréticos.

HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO:

Vasopressina: é um hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão arterial; fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina.

Este hormônio é chamado de vasopressina, pois aumenta a pressão sanguínea ao induzir uma vasoconstrição moderada sobre as arteríolas do corpo. O medicamento atua no néfron, favorecendo a abertura dos canais de água (aquaporinas) nas células do túbulo de conexão e túbulo coletor.

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Bulário: Propofol – para que serve, indicações e efeitos colaterais.

O Propofol é uma das principais escolhas para sedativos em hospitais. O seu início de ação verifica-se cerca de 30 segundos após a administração. Usualmente, o recobro da anestesia é rápido. Tal como acontece com todos os anestésicos gerais, o mecanismo de ação deste medicamento é pouco conhecido.

A recuperação da anestesia é geralmente rápida e total com uma incidência baixa de cefaleias, náusea e vômitos pós-operatórios.

Medicamento de referência:  Diprivan.

Indicação:

  • Esse medicamento é um anestésico de curta duração, indicado para indução da anestesia geral e a manutenção da mesma.
  • Manutenção de sedação de doentes em unidades de cuidados intensivos .

Posologia:

  • Seu uso é injetável, por via intravenosa que pode ser em infusão contínua ou em bolus.
  • Medicamento de uso hospitalar, – restritos a médicos especializados.
  • As doses devem ser individualizadas de acordo com  idade e a condição do paciente.
  • Quando administrado na sedação consciente de adultos para procedimentos cirúrgicos e de diagnóstico, os doentes deverão ser monitorizados permanentemente, tendo em atenção os primeiros sinais de hipotensão, obstrução das vias aéreas e dessaturação de oxigénio.

Contraindicações:

  • Anestesia obstétrica;
  • Gestantes;
  • Hipersensibilidade ao medicamento;
  • Diprivan contém óleo de soja refinado. Este medicamento não deve ser administrado a doentes alérgicos à soja ou ao amendoim;
  • propofol não está recomendado para a indução da anestesia geral em crianças com menos de 3 anos de idade e na manutenção da anestesia geral em crianças com idade inferior a 2 meses;
  • Pressão intracraniana aumentada ou circulação cerebral prejudicada.

Contraindicações que exigem avaliação (Risco x Benefícios):

  • Distúrbios circulatórios;
  • Distúrbios metabólicos lipídico – pancreatite, hiperlipoproteinemia, hiperlipidemia diabética;
  • Hipovolemia;
  • Insuficiência cardíaca, hepática, renal e respiratória.

Efeitos colaterais:

  • Acidose respiratória;
  • Hiperlipidemia;
  • Cólica abdominal;
  • Contrações musculares;
  • Convulsões;

Cuidados de enfermagem:

  • Uso hospitalar
  • Testar a permeabilidade do acesso venoso antes de administrar o anestésico.
  • Pode ter os efeitos depressores do SNC aumentados por álcool.
  • Antes da administração, o produto pode ser misturado apenas por dextrose a 5% ou lidocaína.
  • Manter o produtto a uma temperatura entre 4 e 22ºC. Não refrigerar.
  • Disponibilizar materiais e medicamentos para os casos de atendimento de emergência, como parada cardiorrespiratória ou choque anafilático;
  • Não utilizar a medicação durante a gestação ou lactação – avaliar risco benefício.
  • Monitorar a pressão arterial pois pode gerar hipotensão.
  • Cuidados a ter no manuseamento: Agitar antes de usar, usar apenas preparações homogêneas e recipientes não danificados.
  • A assepsia deve ser estendida a todo o equipamento de perfusão. O limite de tempo de perfusão não deve exceder as 12 horas (emulsão lipídica). Após este tempo deve ser eliminado e substituído.
  • Os agentes bloqueadores neuromusculares, Atracurium e Mivacurium, não devem ser administrados através da mesma via intravenosa do Propofol, sem primeiro limpar essa via.
  • A duração da administração não deve exceder os 7 dias.

 

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Bulário: HEPARINA – Tudo que você precisa saber!

A Heparina é uma medicação pertencente ao grupo farmacológico dos anticoagulantes e sua principal função é evitar a formação de trombos. É muito utilizado na redução da capacidade de coagulação sanguínea, ajudando assim na prevenção ativa da formação de coágulos.

   Medicamento de referência: Liquemine.

   Indicação:

  • Tratamento: Coagulação intravascular disseminada.
  • Profilaxia: Tromboembolismo
  • Profilaxia e tratamento: Tromboembolismo pulmonar e Trombose venosa profunda (TVP).

Outras indicações:

-Anticoagulante para indução de circulação extracorpórea em cirurgia cardíaca.
-Anticoagulante para auxílio no tratamento da fibrilação atrial (F.A).
-Anticoagulante para utilização em procedimentos de hemodiálise.

-Tratamento de síndromes coronarianas agudas incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM) e angina instável.

Você sabia?

A heparina interage com a antitrombina, formando um complexo ternário que inativa várias enzimas da coagulação, tais como os fatores da coagulação (II, IX e X) e mais significativamente a trombina. Esta interação aumenta em mais de 1000 vezes a atividade intrínseca da antitrombina. Pode-se reverter o efeito da heparina através da administração de um antídoto, chamado protamina.

Atualmente encontra-se disponível no mercado a heparina de baixo peso molecular, que possui maior efetividade e menor incidência de efeitos colaterais.

Como ela age no organismo?

Encontra-se presente nos tecidos que estão em contato com o meio externo, tais como pulmões, pele e mucosa intestinal, ou em órgãos responsáveis pela defesa do organismo, tais como timo e gânglios linfáticos. A heparina encontra-se dentro dos grânulos secretórios dos mastócitos.

Posologia:

Uso injetável (em bolus ou em infusão contínua) ou por via subcutânea. E as suas doses e intervalos devem ser estabelecidos pelas provas de coagulação!

Principais Precauções com o uso de Heparina!

Como o seu efeito útil é de tornar o sangue mais fino e inibe a formação de trombos ou coágulos, e também aumenta as concentrações de lípidos no sangue, é preciso tomar certos cuidados com o uso da heparina. Ele pode causar alguns efeitos adversos como:

-Hemorragias
-Trombocitopenia (diminuição da contagem de plaquetas).
-Queda do cabelo (alopécia) transitória.
-Osteoporose.
-Reações alérgicas.
-Necrose de pele.

É também contraindicada em doentes com hemofilia, trombocitopenia, púrpuras, hipertensão arterial, endocardite, úlcera ou insuficiência hepática ou renal.

 

SE LIGA! Mapa conceitual dessa aula!

É isso pessoal, espero que vocês tenham gostado e não se esqueçam que esse material está disponível para download de modo gratuito! Qualquer dúvida, entre em contato! Até a próxima!

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Bulário Enf com amor: Gentamicina

Você conhece , já administrou ou já utilizou a Gentamicina? Vem conferir tudo que você precisa saber sobre  esse medicamento!

Medicamento de referência: Garamicina (Mantecorp)

Outras marcas comerciais: Gentaron, Septopal Continue lendo

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