Categoria: Microbiologia

Diferença entre Limpeza Concorrente e Terminal em Ambiente Hospitalar

A limpeza é uma parte essencial dos cuidados de enfermagem em ambientes hospitalares, e existem diferentes tipos de limpeza que são realizados com objetivos específicos. Duas dessas modalidades são a limpeza concorrente e a limpeza terminal, cada uma desempenhando um papel importante na manutenção da higiene e segurança dos pacientes. Vamos explorar a diferença entre esses dois tipos de limpeza:

1. Limpeza Concorrente:

A limpeza concorrente, também conhecida como limpeza de rotina ou limpeza diária, é realizada de forma contínua ao longo do dia, durante a rotina de cuidados com o paciente. Algumas características da limpeza concorrente incluem:

  • Frequência: Realizada regularmente e conforme necessário, muitas vezes várias vezes ao dia, dependendo da área e das condições do paciente.
  • Objetivo: Manter a limpeza e a ordem no ambiente imediato do paciente, garantindo a remoção de sujeiras visíveis, derramamentos, restos de alimentos e outros resíduos.
  • Áreas Alvo: Inclui a limpeza de superfícies de contato frequentemente tocadas, como mesas de cabeceira, corrimãos, interruptores de luz, entre outros, além da higienização de áreas de preparo e administração de medicamentos.
  • Equipamentos e Produtos: São utilizados equipamentos e produtos de limpeza de uso regular, como panos limpos, soluções desinfetantes de uso hospitalar e equipamentos de proteção individual (EPI) adequados.

A limpeza concorrente é essencial para manter um ambiente hospitalar limpo e seguro para os pacientes, evitando a propagação de micro-organismos e reduzindo o risco de infecções cruzadas.

2. Limpeza Terminal:

A limpeza terminal, também conhecida como limpeza de alta ou limpeza completa, é realizada após a alta do paciente ou a transferência para outra área ou unidade. Algumas características da limpeza terminal incluem:

  • Frequência: Realizada de forma menos frequente do que a limpeza concorrente, geralmente após a desocupação do leito pelo paciente.
  • Objetivo: Realizar uma limpeza profunda e completa de todas as superfícies e áreas do ambiente hospitalar, removendo sujeiras, resíduos orgânicos, micro-organismos e preparando o ambiente para o próximo paciente.
  • Áreas Alvo: Inclui a desinfecção de todas as superfícies do quarto do paciente, mobiliário, equipamentos, pisos e paredes, além da substituição de lençóis, cortinas e outros itens descartáveis.
  • Equipamentos e Produtos: São utilizados produtos de limpeza hospitalar mais potentes, como desinfetantes de amplo espectro, máquinas de limpeza a vapor, aspiradores de pó industriais e EPI adequados para lidar com resíduos biológicos.

A limpeza terminal é fundamental para garantir a segurança e a qualidade do ambiente hospitalar, preparando adequadamente o espaço para receber o próximo paciente e minimizando o risco de transmissão de doenças e infecções.

Em resumo, enquanto a limpeza concorrente é realizada de forma contínua durante a rotina de cuidados, a limpeza terminal é uma limpeza mais profunda e abrangente realizada após a desocupação do leito pelo paciente. Ambos os tipos de limpeza são essenciais para manter um ambiente hospitalar limpo, seguro e propício à recuperação dos pacientes.

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Tipos de isolamentos ou precauções existentes no hospital

Você já ouviu falar dos isolamentos ou precauções hospitalares? Todos sabemos que o ambiente hospitalar é um ambiente propício a disseminação de microrganismos e o isolamento de pacientes é uma forma antiga para prevenção de disseminação de doenças. Vamos entender melhor!

Isolamento:

É a segregação de pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença, sob condições que permitam evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a outros.

Precauções:

Conjunto de medidas e recomendações que visam evitar ou diminuir a transmissão direta ou indireta de doenças infecto contagiosas ou microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes e profissionais de saúde ou visitantes.

Tipos de Isolamento ou Precaução: 

O tipo de isolamento é determinado de acordo com o agente infeccioso confirmado ou suspeito. Existem quatro tipos de Isolamento ou Precaução, são eles:

  1. Precauções Padrão
  2. Precauções de Contato
  3. Precauções com Gotículas Perdigoto
  4. Precauções com Gotículas Aerossóis

Precaução Padrão:

É indicado a todos os pacientes e toda a equipe multiprofissional deve aderir.

São medidas de proteção que devem ser aplicadas sempre que houver risco de contaminação com:

  • Sangue ou fluido corporal, mesmo que estes não sejam visivelmente perceptíveis;
  • Contato com pele não íntegra;
  • Contato com  mucosas.

Cuidados:

  • Higienização das mãos
  • Luvas de procedimento (uso de luvas não estéreis mas limpas quando existir possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, sangue, secreções, excreções com exceção do suor, pele não íntegra, mucosas. Entre um paciente e outro, ou entre sítios anatômicos do mesmo paciente, deve-se trocar as luvas. Após o uso, retirá-las e imediatamente higienizar as mãos);
  • Avental (limpo e não estéril, é utilizado para proteger as roupas e superfícies corporais de respingos de sangue, secreções e excreções e líquidos corporais. Após o procedimento retirar o avental e providenciar a higienização das mãos de imediato);
  • Máscaras, Óculos proteção: (Devem ser utilizar para proteger as mucosas oral, nasal e ocular de respingos de secreções, excreções, sangue e líquidos corporais);
  • Cuidados com Artigos e Equipamentos de Assistência ao Paciente (Devem ser manuseados de forma que não contaminem o ambiente, os pacientes e os profissionais de saúde e encaminhados para a limpeza e desinfecção ou esterilização);
  • Controle de Infecção no Ambiente Não é apenas o paciente que fica colonizado por micro-organismos. Todo o ambiente ao seu redor também fica colonizado. Por isso que aparelhos de uso geral como: estetoscópio, aparelho de pressão, termômetro, cabos de monitorização podem carregar bactérias, por isso, devem ser higienizados após cada uso.
  • Cuidado com Roupas ( roupas usadas, sujas com sangue, secreções , excreções e líquidos corporais deverão ser condicionadas em sacos impermeáveis para evitar contaminação de superfícies ambientais.
  • Prevenção de Acidentes posterior Contaminação (prevenir acidentes com perfuro-cortantes, bisturis e outros, não reencapar agulhas, descarte correto observando limite dos recipientes);
  • Acomodação Adequada do Paciente (deve utilizar quarto privativo quando o paciente não for capaz de manter sua higiene pessoal e do ambiente).

Precauções de Contato:

Precauções de contato são medidas aplicadas para a prevenção da transmissão de agentes infecciosos através de contato direto ou indireto com o paciente ou ambiente.

Deve ser adotada quando o paciente tem potencial de transmissão por meio direto e indireto. É importante lembrar,que na precaução de contato a precaução padrão também deverá ser aplicada!

A transmissão pode ocorrer por meio de:

  • Contato Direto: Transmissão de microrganismos de um paciente para outro através do contato direto da pele.
  • Contato Indireto: Transmissão de microrganismos por meio de fômites ou veículos inanimados como roupas contaminados, artigos e equipamentos contaminados.

Na Precaução por Contato deve-se:

  • Oferecer quarto privativo ou comum para o mesmo microorganismo;
  • Luvas e Avental deverão ser utilizados pelo profissional para o contato com o paciente ou material infectante;
  • Devemos evitar o transporte do paciente se possível;
  • Artigos e Equipamentos deverão ser de uso exclusivo para cada paciente.

 

A precaução por gotículas é utilizada quando o potencial de infecção se dá por meio do ar envolvendo dois tipos:

  1. Precaução por gotículas;
  2. Precaução por gotículas aerossol.

Precaução por gotículas:

A transmissão por gotículas, se dá através de partículas maiores que 5μm (micras), são gotículas eliminadas através de:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros;
  • Realização de procedimentos como a aspiração de secreções.

Os perdigotos atingem cerca de um metro de distância e rapidamente se depositam no chão. Podemos citar como exemplo, a transmissão das seguintes doenças:

  • Doença meningocócica;
  • Gripe;
  • Coqueluche;
  • Dfteria;
  • Caxumba e;
  • Rubéola.

Cuidados:

  • A pessoa deve ser internada em um quarto privativo (um único paciente no quarto), preferencialmente.
  • Se não for possível, o outro leito deve ficar a uma distância de no mínimo 1 metro;
  • A porta do quarto deve permanecer sempre fechada;
  • Todas as pessoas que entrarem no quarto (inclusive visitas), devem usar máscara cirúrgica (tampando nariz e boca) durante todo o tempo que permanecerem no quarto;
  • Ao sair do quarto, a máscara deve ser jogada no lixo (não pode guardar para usar depois);
  • O paciente não pode sair do quarto, por exemplo: caminhar pelo corredor do hospital, a não ser que seja preciso, exemplo: realizar algum exame;
  • Caso o paciente precise sair do quarto, deverá usar a máscara cirúrgica todo o tempo que estiver fora.

Precauções por Aerossóis:

A transmissão por aerossóis, acontece quando partículas menores que 5μm (micras), são eliminadas por meio das vias aéreas, quando ressecadas, através da:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros.

O aerossóis podem permanecer por horas suspensas no ar podendo atingir outros ambientes através das correntes de ar. São doenças transmitidas por aerossóis:

  • Mycobacterium tuberculosis,
  • Sarampo e;
  • Varicela.

Cuidados:

  • O paciente deve ficar obrigatoriamente em um quarto sozinho.
  • O quarto deve ser com pressão negativa, com ar condicionado de alta pressão de filtro de alta eficácia.
  • A porta do quarto deve ficar SEMPRE fechada
  • Obrigatório o uso de mascara de tipo N95 ou PPF -22 para todo profissional que entrar no quarto. A máscara poderá ser reutilizada desde que não esteja dobrada, amassada ou molhada.
  • Se precisar sair do quarto, o paciente deve usar máscara cirúrgica.

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