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Os Princípios do SUS: Fundamentos Essenciais para a Enfermagem

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um pilar fundamental no cenário da saúde pública no Brasil, e seus princípios orientam as práticas e diretrizes dessa área. Vamos explorar cada um desses princípios, destacando sua importância no contexto da enfermagem.

1. Universalidade:

  • Princípio: Garantir acesso integral a todos, sem qualquer forma de discriminação.
  • Relevância para a Enfermagem: Assegurar que todos os pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso igualitário a serviços de enfermagem.

2. Integralidade:

  • Princípio: Oferecer atenção à saúde de forma completa, considerando promoção, prevenção, tratamento e reabilitação.
  • Relevância para a Enfermagem: Incentivar uma abordagem holística na prática da enfermagem, abrangendo todos os aspectos do cuidado ao paciente.

3. Equidade:

  • Princípio: Buscar reduzir desigualdades, garantindo atenção proporcional às necessidades de cada indivíduo.
  • Relevância para a Enfermagem: Priorizar intervenções e recursos conforme as necessidades específicas de pacientes, promovendo justiça no acesso aos cuidados.

4. Regionalização e Hierarquização:

  • Princípio: Organizar a oferta de serviços de forma regional, com diferentes níveis de complexidade.
  • Relevância para a Enfermagem: Contribuir para uma distribuição equitativa de recursos e serviços, permitindo uma abordagem mais eficaz às necessidades locais.

5. Descentralização:

  • Princípio: Transferir responsabilidades e recursos para instâncias subnacionais.
  • Relevância para a Enfermagem: Facilitar uma gestão mais próxima da realidade local, possibilitando respostas mais ágeis e adaptadas.

6. Participação Social:

  • Princípio: Incluir a sociedade nas decisões sobre políticas de saúde.
  • Relevância para a Enfermagem: Promover a participação ativa da comunidade no planejamento e avaliação dos serviços de enfermagem, garantindo que suas necessidades sejam consideradas.

Ao compreender e aplicar esses princípios do SUS, os profissionais de enfermagem desempenham um papel crucial na efetivação de um sistema de saúde mais justo, inclusivo e orientado para o bem-estar de toda a população brasileira.

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Princípios do SUS

A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS por vários motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a ser aberta à sociedade; além disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como “direito de todos e dever do Estado”. A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.

PRINCÍPIOS

O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Os princípios da universalidade, integralidade e da eqüidade são às vezes chamados de princípios ideológicos ou doutrinários, e os princípios da descentralização, da regionalização e da hierarquização de princípios organizacionais, mas não está claro qual seria a classificação do princípio da participação popular.

Universalidade

“A saúde é um direito de todos”, como afirma a Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei.

Integralidade

A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria.

Equidade

Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.

Participação da comunidade

controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto.

Descentralização político-administrativa

O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; as transferências passaram a ser “fundo-a-fundo”, ou seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos.

Hierarquização e regionalização

Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor complexidade.

Ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidades.A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguintes princípios:

  • Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

  • Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

  • Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;

  • Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;

  • Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-ambiente e saneamento básico;

  • Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;

  • Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

  • Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Segundo o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS:

  • Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

  • Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

  • Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

  • Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

  • Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

  • Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

  • Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

  • Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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