Categoria: Nutrição

Tipos de Dietas na UTI: Cuidados Nutricionais Críticos

A alimentação adequada desempenha um papel crucial nos cuidados intensivos, e diferentes tipos de dietas são implementados para atender às necessidades específicas dos pacientes na UTI. Vamos explorar essas dietas e destacar considerações importantes para enfermeiros.

1. Dieta Enteral:

  • Descrição: Administração de nutrientes diretamente no trato gastrointestinal.
  • Indicações: Pacientes com função gastrointestinal preservada.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Verificar a posição correta do tubo.
    • Monitorar sinais de complicações, como obstruções ou refluxo.

2. Dieta Parenteral:

  • Descrição: Administração de nutrientes diretamente na corrente sanguínea.
  • Indicações: Quando a via enteral não é viável.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Manter uma técnica asséptica rigorosa durante a administração.
    • Monitorar sinais de infecção ou reações adversas.

3. Dieta por Sonda Nasogástrica:

  • Descrição: Introdução de nutrientes por meio de uma sonda inserida através das narinas até o estômago.
  • Indicações: Pacientes que necessitam de suporte nutricional temporário.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Verificar a posição correta da sonda antes da administração.
    • Avaliar regularmente a tolerância e prevenir complicações, como a pneumonia associada à aspiração.

4. Dieta Pós-Gastrectomia:

  • Descrição: Alimentação adaptada para pacientes submetidos à remoção parcial ou total do estômago.
  • Indicações: Pacientes após gastrectomia.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Monitorar a tolerância alimentar e adaptar a dieta conforme necessário.
    • Orientar o paciente sobre modificações dietéticas a longo prazo.

5. Dieta Hipercalórica e Hiperproteica:

  • Descrição: Dieta rica em calorias e proteínas para pacientes com necessidades aumentadas.
  • Indicações: Pacientes com lesões graves, queimaduras ou condições que requerem recuperação nutricional acelerada.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Monitorar a resposta do paciente e ajustar a dieta conforme as necessidades metabólicas.

Ao compreender e aplicar essas diferentes dietas, os enfermeiros na UTI desempenham um papel vital na promoção da nutrição adequada, essencial para a recuperação eficaz e o suporte à saúde dos pacientes críticos.

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Nutrição: Introdução e principais definições

A avaliação nutricional surgiu na área hospitalar por volta de 1936, quando Studley relacionou a perda de peso em pacientes com úlcera péptica exposto à cirurgia com o aumento de complicações no pós-operatório, passando o peso corporal a ser um dado expressivo no acompanhamento de pacientes, determinando assim o risco nutricional como primeiro indicador.
Risco nutricional é qualquer circunstância em que há presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam concernir o estado nutricional do indivíduo. O déficit nutricional está associado com o acréscimo de ocorrência de infecções, lesão por pressão tempo de internações, custo hospitalares e, consequentemente, morbimortalidade.

Quando detectada a subnutrição, especialmente em pacientes sob cuidados hospitalares, torna-se fundamental o planejamento para a reabilitação nutricional. Com a avaliação nutricional, é possível intervir adequadamente para manutenção ou restabelecimento do estado de saúde não apenas de pacientes hospitalizados, mas também de atletas, trabalhadores, gestantes, ou de indivíduos de qualquer idade, gênero, estado fisiológico ou condição física.

O estado nutricional da população é um bom indicador de qualidade de vida da população proporcionado um aporte para uma intervenção nutricional adequada, promovendo uma vida mais saudável.

Alimentar-se é uma necessidade humana básica, fundamental para termos uma boa qualidade de vida, sendo os nutrientes fornecedores de energia e materiais constituintes essenciais para o crescimento e sobrevivência dos seres vivos, sendo necessário fazer de forma balanceada e diversificada.

Para obtermos uma qualificação adequada, é de competência dos profissionais da área compreender e diferenciar conceitos importantes sobre nutrição e dietética.

Para isto segue alguns conceitos básicos:

  • Alimentação: é a prática conceder e consumir alimentos;
  • Alimentos: são produtos in natura ou industrializados com diferentes gostos, cheiro, cores e nutrientes que integra as refeições diárias;
  • Nutrientes: elementos presentes nos alimentos indispensáveis para o desempenho do organismo, sendo divididos em carboidratos, fibras alimentares, proteínas, lipídios, vitaminas, sais minerais e água;
  • Metabolismo: concordância de procedimentos através dos quais o corpo recebe e gasta energia oriundo dos alimentos sendo dividida em anabolismo (obtenção) e catabolismo (degradação);
  • Recomendações nutricionais: parâmetros de comparação usado para estimativa de energia e nutrientes dos alimentos consumidos que satisfazem as necessidades nutricionais da maioria dos indivíduos de uma população sadia;
  • Necessidades nutricionais: proporções de nutrientes essenciais diariamente de acordo com o sexo, idade e condições fisiológicas do indivíduo, a fim de apresentar, assegurar ou reaver o estado nutricional, concedendo o funcionamento adequado do organismo;
  • Necessidade energética basal: é a menor quantidade de caloria indispensável para assegurar o metabolismo basal, pertinente aos processos vitais como respiração, circulação, metabolismo celular, secreção hormonal, conservação da temperatura corpórea e atividade nervosa de um indivíduo em repouso. Aproximadamente 60 a 65% da energia consumida pelo ser humano serão oriundas da necessidade basal;
  • Necessidade energética total: é a totalidade da necessidade energética basal à energia essencial para a consumação da atividade física diária de acordo com a sua intensidade;
  • Dieta equilibrada: consumo apropriado de nutrientes, considerando as orientações nutricionais vigentes;
  • Dieta balanceada: consumo diferente dos valores descritos nas orientações nutricionais de um ou mais nutrientes, tendo em vista a necessidade específica de cada paciente de acordo com a condição patológica;
  • Dietética: representa na execução da ciência da nutrição uma elaboração de refeições balanceadas através do uso da criatividade e técnicas oportunas a fim de possibilitar prazer gastronômicos a pessoas;
  • Dietoterapia: é a Ciência da nutrição que se aplica às dietas próprias para cada enfermidade.

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Conheça os Tipos de Dieta Enteral

Hoje vamos falar dos tipos de nutrições enterais existentes no mercado. Lembrando que já estudamos sobre a sondagem nasoenteral AQUI (procedimento realizado previamente para obtermos via pérvia para o paciente receber essa nutrição e/ou medicamentos).

Definição da Nutrição enteral

De acordo com o Ministério da saúde, a nutrição é definida como “todo e qualquer alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”.

Ou seja, a nutrição enteral,é uma maneira de repor os nutrientes que o organismo do paciente necessita, quando o mesmo está incapacitado ou com dificuldades de ingerir alimentos.

Indicação

É muito indicada para pacientes nas seguintes situações clínicas:

  • Disfagia: dificuldade na mastigação ou deglutição;
  • Odinofagia: dor ao mastigar ou deglutir;
  • Problemas no trato gastrointestinal: úlceras, tumores, hemorragias, esofagite, pós cirúrgicos;
  • Distúrbios neurológicos: como aqueles que podem afetar os processos de mastigação, deglutição ou digestão, condições de impossibilitam a consciência sobre a ação mecânica do ato de alimentar-se;
  • Baixa aceitação da dieta: principalmente em desnutridos ou com risco de desnutrição, como na anorexia, durante tratamento quimioterápicos, inapetência entre outros
  • Outras condições específicas: impossibilidade de alimentação via oral por necessidade de intubação orotraqueal, sedação, retirada total ou parcial de órgão que participam do processo de alimentação e digestão, recomendação de não estimular o funcionamento intestinal, entre outros.

Vias de administração

A dieta enteral poderá ser realizada através de algumas vias, são elas: 

  • Nasoentérica (SNE): Uso para períodos curtos, até 45 dias.
  • Nasogástrica (SNG): Uso para períodos curtos, até 45 dias
  • Gastrostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias
  • Jejunostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias. Não pode administrar medicações VO por essa via.

Conhecendo o equipo

O equipo é um tubo de material flexível que conecta o frasco com a dieta à sonda do paciente. Com o equipo podemos controlar o fluxo da dieta, ou seja, a velocidade com que o paciente vai receber a dieta. Para isso, existe uma pequena “pinça” no equipo (pinça de rolete), que pode ser aberta ou fechada para o controle do gotejamento da dieta.

Sobre o suporte

O suporte é necessário para manter o frasco de dieta suspenso acima da cabeça do paciente e facilitar o gotejamento da dieta. Existem suportes próprios para este fim, ou pode ser colocado um gancho preso à parede ou a um móvel.

O importante é deixar o frasco de dieta bem firme e posicionado acima da cabeça do paciente. O frasco de dieta deverá ficar aproximadamente 80 cm acima da altura do ombro do paciente.

Composição da dieta

Os nutrientes que estão presentes e compõem uma dieta enteral são os mesmos que o paciente receberia pelo consumo dos alimentos, como carboidratos, vitaminas, proteínas, gorduras, minerais e até mesmo água.

Atualmente, existem no mercado vários tipos diferentes de nutrições para atender às necessidades particulares de cada paciente, dependendo do peso, altura, nível de autonomia e condição médica e estado nutricional.

Existe, por exemplo, a dieta enteral hipercalórica, que contém mais calorias, para atender principalmente os pacientes com desnutrição. Tem também produtos com maior nível de proteínas e gorduras, com alto teor de fibras, isentos de lactose, sem glúten, entre muitos outros.

Tipos de dieta enteral

TIPO DE DIETA COMPOSIÇÃO INDICAÇÃO
Normocalórica Dieta enteral completa com quantidades normais de calorias. Diversas patologias, tais como doenças neurológicas, cardiopatias, hipertensão, dislipidemias, anorexia nervosa, entre outras. Essencial para pacientes com necessidades proteicas, ideal para pacientes críticos em UTI. 
Hipercalórica Dieta enteral rica em calorias. Desnutrição, anorexia nervosa, neoplasias, cardiopatias, doenças neurológicas, geriatria, restrição hídrica, pré e pós-operatório.
Hiperprotéica Dieta enteral com altos níveis de proteínas. Pacientes com necessidades proteicas muito aumentadas, críticos em UTI, entre outras.
Com fibras Dieta enteral enriquecida com
alto teor de fibras.
Pacientes com necessidades de consumir mais fibras para regularização do trânsito intestinal e outras patologias.
Pediátricas Dieta enteral específica para crianças. Crianças com má absorção, intolerância a dietas poliméricas, risco de broncoaspiração, pacientes críticos, com função gastrintestinal comprometida, pré e pós-operatório, entre outros.

Dieta Caseira

Também chamada de in natura, essa dieta é preparada com os alimentos usuais como legumes, verduras, arroz, carne, frango, leite, etc em casa. O nutricionista irá orientar os detalhes sobre a forma que deve ser preparado e as quantidades dos alimentos a serem utilizados, para que a dieta esteja completa e equilibrada.

Dieta Industrializada

É uma dieta previamente pronta, balanceada, que possui todos os nutrientes necessários. Pode ser apresentada sob a forma de pó, que deve ser liquidificada em água, ou sob a forma líquida pronta para ser administrada.

O nutricionista indicará a dieta mais adequada ao seu caso. Seja qual for o caso, o profissional de saúde (médico ou nutricionista) vai orientar o melhor tipo de dieta enteral para cada condição, a fim de garantir a melhor nutrição ao paciente.

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Conheça os tipos de Dietas Hospitalares

Dietoterapia

Estabelecer uma dieta adequada  é um passo fundamental para a recuperação do paciente. Porém, existem vários tipos de dietas com diversas finalidades. Conheça-as!

De acordo com a finalidade, as dietas são classificadas em:

  • Dietas de Rotina
  • Dietas especiais

Dietas de Rotina

São dietas que não necessitam de restrições ou modificações em suas composições. Elas  podem sofrer modificações em sua consistência, para possibilitar ao paciente, uma melhor adaptação mediante alguma dificuldade de aceitação alimentar ou em fases de transição de uma dieta para outra.

Dieta Hídrica e Líquida:

Os alimentos possuem consistência líquida e não requer do sistema digestivo muito trabalho para realizar sua digestão. São utilizadas para pacientes com:

  • Disfagias;
  • Desconforto gastro intestinal;
  • Dificuldade de mastigação e deglutição;
  • Pré e pós-operatórios.

Os alimentos permitidos na dieta hídrica, são: água, chá e caldo de legumes coados.
Os alimentos permitidos na dieta líquida, são: água, chá, leite, café, gelatinas, sucos, vitaminas de frutas, caldos, sopas liquidificadas, mingau com consistência fina.

Dieta Leve

Dieta leve

Os alimentos possuem a consistência semi líquida. Bastante utilizada  para pacientes em:

  • Pré e pós-operatórios;
  • Distúrbios gastrointestinais.

Os alimentos permitidos nessa dieta, são: caldos, sopas, carnes, verduras, legumes (bem cozidos e em forma de purê), arroz, frutas macias, gelatinas e pudins.

Dieta Pastosa

Dieta Pastosa

Os alimentos possuem consistência pastosa e são de fácil deglutição.
São utilizados para pacientes com:

  • Dificuldade de mastigação e deglutição.

Os alimentos permitidos, são: todos com consistência pastosa cremosa (purês, sopas cremosas, arroz bem cozido, papa de bolacha, pudins, frutas cozidas, etc.)

Dieta Branda

Dieta branda

Os alimentos são bem cozidos, restritos em celulose ou alimentos fermentáveis.  São utilizadas para pacientes:

  • Pré e pós-operatórios;
  • Transição para a dieta geral.

Os alimentos permitidos nessa dieta, são: folhas e legumes cozidos a vapor, carnes assadas, cozidas ou grelhadas, pães macios, sopas.

Dieta Geral, Livre ou Voluntária

Dieta Geral

Os alimentos nesse tipo de dieta não precisam ter tantas restrições como nos anteriores. Utilizada para pacientes que podem receber qualquer tipo de preparação e alimentos variados sem restrições, de acordo com sua tolerância.

Dietas Especiais

Dieta para Diabéticos/Hipocalórica:

É uma dieta específica para pessoas que não podem ingerir açúcar, sendo necessário controlar os alimentos energéticos, como: arroz, batata, pão e massa.

São proibidos nessa dieta:

  1. Alimentos e bebidas que contenham açúcar
  2. Alimentos gordurosos e frituras em excesso.

Dieta Hipercalórica:

É uma dieta cuja finalidade é fornecer mais energia ao paciente. Deve ser oferecida maior quantidade de arroz, massa, doces.

Dieta Obstipante ou Sem Resíduos:

Utilizada para pacientes com diarreia. Fica proibido a ingestão de: verduras cruas ou cozidas, legumes, frutas cruas, frituras e alimentos gordurosos, leite e derivados, doces (só gelatina) e sucos de frutas (com exceção do limão, maçã e goiaba).

Dieta Laxativa ou Com Resíduos:

Bastante utilizada para pacientes com intestino preso. Elas devem conter a maior quantidade de verduras, legumes, frutas (laranja, mamão, ameixa) e líquidos possível.

Dieta Hiperproteíca:

Deverá conter a maior quantidade de proteínas possível. Deve-se oferecer leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e ovos.

Dieta Hipoproteíca

Deverá conter a menor quantidade de proteínas possível.

Dieta Hipogordurosa (para pessoas com problemas de fígado)

Deverá conter pouca quantidade de gordura. Fica proibido nessa dieta a ingesta de: manteiga, margarina, queijo, iogurte, leite (só desnatado), frituras e alimentos gordurosos.

Dieta Hipossódica

É uma dieta com controle de sódio e sal. São proibidos: pão francês, bolacha de água e sal, queijos salgados e embutidos. Pode ser oferecido até 2g de sal em sache ao paciente.

Dieta Assódica ou Sem Sal

É uma dieta preparada sem  a adição de sal no cozimento dos alimentos. Bastante utilizada para pacientes hipertensos.

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Noções básicas de Nutrição!

Noções básicas:

Alimento: todo material nutritivo consumido para equilibrar as funções vitais diárias. Promove o crescimento, desenvolvimento e energia. Contém nutrientes.

Nutrientes: substâncias químicas que compõem os alimentos, e que exercem funções.As células utilizam para o crescimento,manutenção e reparo. A digestão química transforma os alimentos em nutrientes. São eles: proteínas; carboidratos; lipídios; sais minerais; vitaminas, água.   

O alimento e o corpo

O alimento que ingerimos é nossa única fonte de energia para desempenharmos nossas funções biológicas. Também fornece substâncias essenciais que não podemos sintetizar.

Os nutrientes absorvidos pelo trato gastrointestinal são usadas para fornecer energia para os processos vitais, servem como componentes estruturais na síntese de moléculas complexas ou são armazenadas para uso posterior.

A maioria dos adolescentes e adultos necessita de 1600 a 2800 quilocalorias diárias. A pirâmide alimentar indica: 50 a 60 % de carboidratos,30% ou menos de gorduras,12 a 15% de proteínas.

Metabolismo

Metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorre na célula e que lhe permite manter-se viva, crescer e se dividir.

Em resumo, podemos dizer que o metabolismo refere-se a todos os processos bioquímicos de construção e quebra de moléculas que ocorrem nos organismos.

Divide –se em:

  • Anabolismo – síntese de substâncias simples em mais complexas.
  • Catabolismo – degradação dos compostos complexos em mais simples.

Classificação dos Nutrientes:

1- Quanto a composição química:

  • Orgânicos – reino animal e vegetal.
  • Inorgânico – água e sais minerais.

2- Quanto ao reino:

  • Animal;
  • Vegetal;
  • Mineral.

3- Quanto a função:

  • Plástico;
  • Energético;
  • Reguladores.

Funções dos nutrientes:

a)Construtora ou plástica: formam a massa muscular, repõem e regeneram tecidos, formação de defesa.

    Ex: proteínas, sais minerais, água

b) Reguladora: mantém a ordem dos processos do organismo, para a saúde (crescimento, controle hormonal).

Ex: vitaminas, água e sais minerais.

c) Energética: Fornecem energia.

Ex: gordura, carboidratos.    

Vitaminas:

  • Função reguladora – Crescimento, desenvolvimento, reprodução.
  • Classificação – Lipossolúveis (A,D,E.K), Hidrossolúveis (complexo B).

Vitamina A 

  • Crescimento, visão,pele e defesa.
  • Deficiência: distúrbio de crescimento e da visão.
  • Fonte: alimentos de origem animal (peixe, fígado, manteiga, leite e gema de ovo).

Vitamina D

  • Promove absorção de Ca e P, crescimento e calcificação do dentes e ossos.
  • A deficiência causa raquitismo(em criança), osteomalacia(adulto), enfraquecimento e desmineralização dos ossos.
  • Fonte: óleo de fígado, peixe, gema de ovo.

Vitamina K

  • Promove a síntese da protrombina e eficiente na coagulação.
  • Fonte : folhas verdes

Vitamina B1 = tiamina

  • Mantém a função do tecido nervoso e músculos.
  • Carência: beribéri (fadiga, apatia, náuseas e distúrbios psíquicos).
  • Fonte: leite, ovos, legumes, folhas verdes.

Vitamina B12 = cianocobalamina

  • Combate a anemia e melhora a degeneração do SNC.
  • Fonte: fígado, rins, leite, ovos, queijo, legumes.

Vitamina B6= piridoxina

  • Auxilia no raciocínio e memória.
  • Fonte: fígado, feijão, soja, milho e carne.

Vitamina C

  • Previne escorbuto, ajuda no crescimento e na saúde dos dentes (escorbuto = hemorragia tecidos, fragilidade dos ossos, mudança na estrutura dos dentes),cicatrização e defesa.
  • Carência: diminui a resistência e promove o escorbuto.
  • Fonte: limão, laranja, caju, kiwi.

Lipídeos: 

Substâncias orgânicas denominadas graxas ou  gorduras .

1- Simples: gorduras, óleos, ceras.(triglicérides)

2- Compostos: fosfolipídios, glicolipídios.

3- Esteróis: colesterol.

Gorduras

  • São absorvidas após ação digestiva;
  • São emulsionados no intestino delgado pela bile;
  • São armazenados nas células do tecido adiposo;
  • São energéticos, transportam vit. A,D,E,K, protegem contra o frio.

Colesterol

  • Fonte: gema de ovo, leite, queijo, manteiga.
  • O excesso promove arteriosclerose e obesidade.

A gordura é um termo genérico para uma classe de lipídeos. As gorduras são sintetizadas pela união de três ácidos graxos a uma molécula de glicerol, formando um triéster, chamadas de triglicerídeos, triglicerides ou mais corretamente de triacilgliceróis.

As gorduras podem ser sólidas ou líquidas em temperatura ambiente, dependendo de sua estrutura e de sua composição. Usualmente o termo “gordura“ se refere aos triglicerídeos em seu estado sólido, enquanto que o termo óleo, ao triglicerídeos no estado líquido.

As gorduras podem ser diferenciadas em gordura saturada e gordura insaturada.

As gorduras saturadas são encontradas normalmente nos animais, no coco e no óleo de palma, enquanto as insaturadas nos demais vegetais.

Gordura Insaturada

O que é – Existente principalmente em vegetais, ela é líquida em temperatura ambiente. Há a monoinsaturada (com apenas uma ligação dupla de carbono) e a poliinsaturada (com mais de uma ligação dupla de carbono).

Onde é encontrada – Azeite de oliva, óleo de canola e de milho, amêndoa, castanha-do-pará, abacate, semente de linhaça, truta e salmão.

Efeitos no corpo – Ajuda a reduzir o colesterol ruim, o triglicérides (tipo de gordura que, em níveis elevados, pode causar doenças coronarianas) e a pressão arterial.

Gordura Saturada 

O que é – Um tipo de gordura encontrado principalmente em produtos de origem animal e que, em temperatura ambiente, apresenta-se em estado sólido.

Onde é encontrada – Carnes vermelhas e brancas (principalmente gordura da carne e pele das aves), leite e derivados integrais (manteiga, creme de leite, iogurte, nata) e azeite de dendê.

Efeitos no corpo – Aumenta o colesterol ruim (LDL), que se deposita nas artérias, elevando o risco de problemas no coração.

Gordura Trans 

O que é – Um tipo de gordura formada por um processo químico (hidrogenação), no qual óleos vegetais líquidos são transformados em ácido graxo trans, uma gordura sólida.

Onde é encontrada – Margarina, biscoitos, batatas fritas, sorvete e salgadinhos de pacote.

Efeitos no corpo – Não faz nada bem à saúde: aumenta o colesterol ruim e, ao mesmo tempo, reduz o bom.

Hidratos de Carbono (glicídios)

São compostos químicos formados nos vegetais pela fotossíntese e utilizados como energia nos animais. A glicose é a unidade fundamental.

Classificação:

1- Monossacarídeos = glicose, frutose, galactose.

2- Dissacarídeos = sacarose, maltose, lactose.

3- Polissacarídeos = amido, celulose.

  • Os glicídios devem ser reduzidos à forma de glicose antes se serem utilizados.
  • A glicose é armazenada na forma de glicogênio.
  • Fonte: cereais, açúcares, mel, frutas e vegetais.
  • Dieta deficiente = magreza.
  • Dieta excesso = obesidade.
  • São regulados pela insulina e glucagon.

Proteínas:

São fontes de imunoglobulinas, enzimas e hormônios.

  • Formados por aminoácidos, que podem ser essenciais (fornecido por alimentos) e não essenciais (produzidos pelo organismo).
  • Funções: formação de tecidos, enzimas e anticorpos.
  • Fonte: leite, ovos, carnes, feijão, soja, espinafre.

Sais Minerais:

Formados por sódio, potássio, cloro, cálcio, magnésio, flúor.

  • Função: regulam os processos vitais,a atividade das enzimas  e do equilíbrio ácido-básico.

Cálcio

  • Formação de ossos e dentes, contração muscular.
  • Deficiência causa raquitismo, cárie e ossos fracos.
  • Fonte: leite.

Flúor

  • Constitui ossos e dentes.
  • Previne cáries.
  • Fonte: água potável.

Cloro e sódio

  • Regulam equilíbrio ácido-básico.
  • Manutenção dos fluídos orgânicos.
  • Fonte: sal de cozinha.
  • Excesso – hipertensão arterial.

Água

  • É indispensável.
  • A carência provoca desidratação.

Dieta alimentar Balanceada

É uma dieta com finalidade preventiva e terapêutica. O organismo necessita de energia suficiente para seu trabalho e manutenção da temperatura corporal. A dieta deve fornecer a quantidade de energia para a satisfação das exigências energéticas. Assim, o regime alimentar deve ser completo em alimentos nutritivos e deve seguir os critérios:

  • Quantidade diária de nutrientes;
  • Qualidade completa na sua composição;
  • Proporção: 10% a 15% proteína. 25% a 30% lipídios. 55% a 60% HC.
  • A dieta deve ser adequada ao organismo.

Dietoterapia:

É a parte da nutrição que estuda as dietas para o tratamento das patologias.  A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os nutrientes adequados.

Finalidades:

  • Restabelecer condições de nutrição;
  • Curar o cliente;
  • Manter controle de patologias crônicas;
  • Prevenir alterações no pré e pós operatório.

Funções da equipe de enfermagem: 

  • Notificar o SND sobre a admissão, alta, transferência ou óbito do cliente;
  • Proporcionar ambiente agradável no momento da refeição, evitando odores e procedimentos desagradáveis;
  • Facilitar o acesso ao alimento;
  • Orientar sobre o uso da prótese dentária e higiene oral;
  • Administrar dietas (sonda);
  • Comunicar o SND alterações nas prescrições das dietas;
  • Quando possível, atender solicitações do cliente;
  • Registrar no prontuário ocorrências relativas às refeições como recusa, vômito.

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