Conhecendo as Drogas Vasoativas (DVA) – Parte I

Conteúdo:

Drogas Vasoativas

Conceito:

O termo drogas vasoativas é atribuído às substâncias que apresentam efeitos:

  • Vasculares periféricos;
  • Pulmonares;
  • cardíacos.

Esses efeitos podem ser diretos ou indiretos agindo através de receptores situados no endotélio vascular. Comumente utilizadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em pacientes graves e hemodinamicamente instáveis para restaurar a perfusão tecidual, principalmente para regular a frequência cardíaca e volume sistólico.

A utilização dessas medicações requer o controle e a utilização hemodinâmica invasiva ou não invasiva para seu manejo.  O equilíbrio hemodinâmico é essencial no processo de controle e reversão da disfunção que pode acometer múltiplos órgãos do paciente independente de sua doença de base. E quando se busca o equilíbrio hemodinâmico, quer-se adequar a oferta tecidual de oxigênio e nutrientes para os tecidos, compensando assim qualquer desequilíbrio existente entre oferta e demanda.

ATENÇÃO: O conhecimento sobre drogas vasoativas, assim como sua indicações, limitações e efeitos hemodinâmicos é primordial para uma utilização consciente e livre de danos ao paciente, evitando iatrogenias.

Classificação das DVAS

As drogas vasoativas podem ser classificadas em:

  • Vasopressoras: elevam a Pressão Arterial através da vasoconstrição arterial e venosa;
  • Vasodilatadoras e Inotrópicas:  Promovem a melhora da contratilidade miocárdica e a melhora do volume de ejecção.

É importante lembrar que dependendo da dose, algumas delas podem exercer diferentes funções e papéis, dependendo da dose prescrita.

Principais DVAS: 

Catecolaminas: Possuem efeitos de acordo com a dose que são administradas, podendo estimular receptores alfa, beta e dopa.  Essas drogas são, então, classificadas em alfa adrenérgicas, beta adrenérgicas e dopaminérgicas ou mistas, de acordo com o predomínio de receptores sensibilizados. também denominadas aminas vasoativas ou drogas simpatomiméticas. Dentre elas, destacam-se:

  • Noradrenalina;
  • Adrenalina;
  • Dopamina;
  • Dobutamina;
  • Isoproterenol.

Vasoconstritor (Hormônio Anti-diurético):

  • Vasopressina.

Vasodilatadores:

  • Nitroprussiato de sódio;
  • Nitroglicerina.

Cuidados gerais:

As drogas devem ser prescritas junto a outras medidas terapêuticas para que possa adequar o equilíbrio hemodinâmico do paciente, por exemplo: reposição volêmica é imprescindível, assim como a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, correção ácido-básicos e gasometria.

É também necessário o uso de monitorização hemodinâmica invasiva, quando estiver sob uso dessas substâncias, pois suas potentes ações podem determinar mudanças drásticas tanto em parâmetros circulatórios como respiratórios, podendo, do seu uso inadequado, advirem efeitos colaterais indesejáveis, graves e deletérios, que obrigam sua suspensão ou algo pior ao paciente.

Cuidados de Enfermagem:

  • Preparo, administração e controle das drogas
  • Monitorização de dados vitais
  • Monitorização do débito urinário
  • Monitorização da perfusão sanguínea
  • Cuidados com o acesso venoso
  • Registros de Enfermagem

Preparo, administração e controle das drogas:

  • Estabelecer critérios de diluição das drogas por meio de protocolos institucionais;
  • Observar aspecto da solução antes e durante a administração;
  • Realizar dupla checagem com o enfermeiro antes de administrar;
  • Administrar as drogas com a bomba de infusão;
  • Calcular a dosagem das drogas em ug/Kg/min ou ug/Kg/h, isso varia de acordo com cada droga;
  • Controlar rigorosamente a velocidade de infusão das drogas;
  • Manter o peso do paciente sempre atualizado;
  • Estar atento aos sinais de desidratação antes de iniciar a infusão da droga;
  • Saber a ação, estabilidade e interação medicamentosa da droga que irá administrar;
  • Conhecer as drogas fotossensíveis  e usar equipo e proteção fotossensível para elas;

Monitorização dos dados vitais:

  • Aferir sinais vitais de modo contínuo;
  • Observar alterações do traçado de ECG;
  • Realizar leitura da PVC a cada duas horas ou conforme protocolo instituicional;

Monitorização do débito urinário:

  •  Controlar volume urinário a cada duas horas ou conforme protocolo institucional;
  • Atentar para alterações das função renal como: diminuição ou aumento do débito urinário, acompanhamento dos valores de uréia, creatinina e clarence de creatinina;
  • Realizar balanço hídrico rigoroso;

Monitorização da perfusão sanguínea

  • Acompanhar as variações do pulso e perfusão e temperatura periférica;
  • Manter as extremidades protegidas das perdas de calor (se possível, enfaixamento com algodão hidrófilo e atadura);
  • Observar para não garrotear os membros
  • Realizar rodízio do manguito de pressão arterial –  se possível é mais indicado ao paciente o uso de PAI.
  • Observar e avaliar o enchimento capilar

Cuidados com acesso venoso

  • Preferencialmente este paciente deverá usar cateter venosos central
  • Se possível infusão da droga em via exclusiva
  • Lavar a via com menor volume possível para evitar bolus da medicação;
  • Restringir número de extensões e dispositivos na via da droga;
  • Manter dispositivo venoso sempre pérvio;
  • Preferir veias calibrosas como a cefálica ou basílica em caso de acesso periférico e estar atento a sinais flogísticos e flebite;
  • Não injetar drogas em bolus pela via utilizada para a infusão da droga;
  • Observar sinais de infiltração e sinais de hiperemia local.

Registros de enfermagem

  • Anotar tudo aquilo que foi realizado com o paciente;
  • Anotar intercorrências.

Infusões:

Sobre a infusão é importante saber que:

Deverá sempre ser infusionado em BIC – Bomba de Infusão Contínua!

  • Bolus – menor /igual 1 minuto;
  • Infusão rápida – 1 e 3 minutos;
  • Infusão lenta – 30 e 60 minutos;
  • Infusão contínua -tempo superior a 60 minutos;
  • Infusão Intermitente -tempo superior a 60 minutos não continua.

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