Categoria: Urgência e Emergência

10 Principais Sintomas de Infarto: Reconhecimento e Atuação da Enfermagem

O infarto agudo do miocárdio, comumente conhecido como ataque cardíaco, é uma emergência médica que requer intervenção rápida e eficaz. Neste artigo, abordaremos os 10 principais sintomas de infarto, a importância do reconhecimento precoce por parte da enfermagem e as medidas de tratamento e cuidados essenciais.

O que é o Infarto Agudo do Miocárdio?

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando há uma obstrução súbita de uma ou mais artérias coronárias, resultando na falta de oxigênio e nutrientes para o músculo cardíaco. Isso leva à morte das células cardíacas e pode resultar em danos permanentes ao coração.

HCI - Hemodinâmica e Cardiologia Invasiva - Ver Artigo

Inimigo silencioso, infarto do miocárdio mata 80 mil pessoas por ano no  Brasil - Uai Saúde

Causas do Infarto:

  • A principal causa do infarto é a formação de placas de gordura (aterosclerose) nas artérias coronárias, que podem se romper e obstruir o fluxo sanguíneo.
  • Outros fatores de risco incluem hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, colesterol elevado, obesidade e histórico familiar de doença cardíaca.

Tratamento do Infarto:

  • O tratamento imediato visa restaurar o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco afetado e prevenir complicações.
  • Terapias incluem a administração de medicamentos antiplaquetários, trombolíticos e vasodilatadores.
  • Em alguns casos, pode ser necessário realizar procedimentos invasivos, como angioplastia coronária com colocação de stent ou cirurgia de bypass coronário.

Cuidados de Enfermagem:

  1. Avaliação Rápida: A enfermagem deve estar atenta aos sinais e sintomas de infarto, realizando uma avaliação inicial rápida e precisa.
  2. Monitoramento Contínuo: Monitorar os sinais vitais, ECG e saturação de oxigênio para identificar alterações que indiquem complicações.
  3. Administração de Medicamentos: Administração correta e oportuna de medicamentos prescritos, incluindo analgésicos, antiplaquetários e vasodilatadores.
  4. Oxigenioterapia: Fornecer oxigenioterapia conforme necessário para garantir uma oxigenação adequada.
  5. Suporte Emocional: Oferecer apoio emocional ao paciente e seus familiares durante o período de crise e tratamento.
  6. Educação ao Paciente: Educar o paciente sobre a importância de seguir o plano de tratamento prescrito, fazer mudanças no estilo de vida e participar de programas de reabilitação cardíaca.
  7. Prevenção de Complicações: Implementar medidas para prevenir complicações, como arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca e tromboembolismo.
  8. Comunicação Interdisciplinar: Trabalhar em equipe com outros profissionais de saúde para garantir uma abordagem abrangente e coordenada no cuidado ao paciente com infarto.
  9. Acompanhamento Pós-Alta: Agendar consultas de acompanhamento para monitorar a recuperação do paciente e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.
  10. Promoção da Adesão ao Tratamento: Incentivar a adesão do paciente ao tratamento medicamentoso, mudanças no estilo de vida e participação em programas de reabilitação cardíaca para reduzir o risco de eventos futuros.

Reconhecer os sinais e sintomas de infarto e agir rapidamente pode fazer a diferença entre a vida e a morte. A enfermagem desempenha um papel crucial na identificação precoce, tratamento e cuidado compassivo dos pacientes com infarto, contribuindo para melhores resultados e qualidade de vida.

Estude mais sobre Infarto com a nossa MEGA AULA! CLIQUE AQUI

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2024/02/22/2783/

Tipos de Fraturas Ósseas e Cuidados de Enfermagem

As fraturas ósseas são lesões comuns que requerem cuidados especializados por parte dos profissionais de enfermagem. Hoje vamos explorar os diferentes tipos de fraturas e destaca os cuidados essenciais que contribuem para uma recuperação eficaz.

Tipos de Fraturas Ósseas:

  1. Fratura Fechada:
    • A quebra do osso ocorre sem perfurar a pele.
  2. Fratura Aberta:
    • O osso quebrado perfura a pele, aumentando o risco de infecção.
  3. Fratura Transversal:
    • A fratura ocorre em um ângulo reto em relação ao eixo do osso.
  4. Fratura Cominutiva:
    • O osso se quebra em três ou mais fragmentos.
  5. Fratura Espiral:
    • Uma fratura em espiral ao longo do eixo do osso.
  6. Fratura de Greenstick:
    • Comum em crianças, envolve uma quebra parcial do osso, sem separação completa.

Cuidados de Enfermagem:

  1. Avaliação Inicial:
    • Realizar uma avaliação abrangente para identificar a extensão da lesão e possíveis lesões associadas.
  2. Imobilização Adequada:
    • Aplicar técnicas de imobilização, como talas ou gesso, para manter a estabilidade e aliviar a dor.
  3. Controle da Dor:
    • Administrar analgésicos conforme prescrição médica para aliviar a dor do paciente.
  4. Monitoramento Neurovascular:
    • Realizar verificações frequentes da circulação sanguínea, sensação e movimentação distal à fratura.
  5. Elevação e Gelo:
    • Utilizar técnicas de elevação e aplicação de gelo para reduzir o inchaço.
  6. Assistência na Mobilidade:
    • Colaborar com a fisioterapia para desenvolver planos de mobilidade que minimizem a atrofia muscular.
  7. Prevenção de Complicações:
    • Educar o paciente sobre a importância da movimentação adequada para prevenir complicações como trombose venosa profunda.
  8. Suporte Psicológico:
    • Oferecer suporte emocional, pois as fraturas podem ter um impacto significativo no bem-estar psicológico.
  9. Cuidados com Fraturas Abertas:
    • Em fraturas abertas, realizar curativos assépticos para prevenir infecções e administrar antibióticos conforme necessário.

Considerações Importantes:

  1. Acompanhamento Radiológico:
    • Realizar acompanhamento radiológico para monitorar a consolidação óssea.
  2. Individualização do Cuidado:
    • Adaptar os cuidados de enfermagem às necessidades específicas de cada paciente, considerando fatores como idade e saúde geral.

Ao compreender os diferentes tipos de fraturas e implementar cuidados de enfermagem personalizados, os profissionais de enfermagem desempenham um papel crucial na promoção da recuperação eficaz e na minimização das complicações associadas a essas lesões ósseas.

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2024/01/15/tipos-de-fraturas-osseas-e-cuidados-de-enfermagem/

Bacteremia: Aprenda o que é e os Cuidados de Enfermagem

Introdução:

A bacteremia, presença de bactérias no sangue, é uma condição séria que pode levar a complicações graves se não tratada adequadamente. Neste post, exploraremos o que é bacteremia, os cuidados de enfermagem necessários e a conduta médica essencial para garantir a recuperação do paciente.

O que é Bacteremia:

A bacteremia ocorre quando bactérias entram na corrente sanguínea. Essa condição pode surgir a partir de infecções em diferentes partes do corpo, como pulmões, trato urinário ou feridas na pele.

Conduta Médica:

  1. Identificação da Fonte:
    • O primeiro passo é identificar a fonte da infecção que está levando à bacteremia. Exames de imagem, cultura de sangue e outros testes diagnósticos podem ser utilizados.
  2. Antibioticoterapia Adequada:
    • O tratamento principal consiste em antibióticos específicos direcionados à bactéria identificada. A escolha do antibiótico é baseada nos resultados dos testes de sensibilidade.
  3. Controle da Fonte de Infecção:
    • Além da antibioticoterapia, é crucial controlar a fonte da infecção. Isso pode envolver procedimentos cirúrgicos, drenagem de abscessos ou outros métodos dependendo da origem da infecção.
  4. Monitoramento Clínico:
    • Monitoramento constante dos sinais vitais, resposta ao tratamento e avaliação de possíveis complicações.
  5. Suporte Hemodinâmico:
    • Em casos graves, pode ser necessário suporte hemodinâmico, como administração de fluidos intravenosos e medicamentos para manter a estabilidade cardiovascular.

Cuidados de Enfermagem:

  1. Monitoramento Contínuo:
    • Monitorar os sinais vitais frequentemente para detectar quaisquer alterações que possam indicar piora da condição.
  2. Administração de Antibióticos:
    • Garantir a administração pontual e correta dos antibióticos, observando possíveis reações adversas.
  3. Higiene Rigorosa:
    • Práticas rigorosas de higiene para prevenir a disseminação de infecções no ambiente hospitalar.
  4. Educação ao Paciente:
    • Educar o paciente sobre a importância de completar o curso de antibióticos prescrito e sobre sinais de alerta que requerem atenção médica.
  5. Prevenção de Complicações:
    • Atentar para o desenvolvimento de complicações como sepse, endocardite ou abcessos e implementar medidas preventivas.
  6. Avaliação de Resposta ao Tratamento:
    • Avaliar regularmente a resposta do paciente ao tratamento, ajustando a terapia conforme necessário.
  7. Isolamento quando Necessário:
    • Implementar precauções de isolamento quando a bactéria é conhecida por ser altamente contagiosa.

Conclusão:

A bacteremia requer uma abordagem multidisciplinar, com uma estreita colaboração entre médicos e profissionais de enfermagem. Ao compreender a condição e implementar cuidados de forma abrangente, a equipe de saúde pode melhorar significativamente as chances de recuperação do paciente afetado por bacteremia.

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2024/01/06/bacteremia-aprenda-o-que-e-e-os-cuidados-de-enfermagem/

Ritmos chocáveis x Ritmos não chocáveis na PCR

Antes de aprender sobre os ritmos, vamos relembrar o que é uma Parada Cardíaca:

https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/04/25/parada-cardiaca-x-infarto-entenda-a-diferenca/

A PCR pode acontecer nos seguintes ritmos existentes:

Chocáveis

  • Fibrilação Ventricular (FV)
  • Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP)

Não chocáveis

  • Assistolia
  • Atividade Elétrica sem Pulso (AESP)

Na parada cardiorrespiratória (PCR), é crucial distinguir entre ritmos cardíacos chocáveis e não chocáveis, pois a terapia adequada depende do tipo de ritmo observado. Aqui estão os principais ritmos chocáveis e não chocáveis na PCR:

Ritmos Chocáveis:

  1. Fibrilação Ventricular (FV): A FV é um ritmo cardíaco caótico no qual os ventrículos do coração tremem rapidamente, não permitindo a ejeção de sangue. É considerada uma das causas mais comuns de PCR e é tratada com desfibrilação elétrica, que fornece um choque elétrico para tentar restaurar o ritmo normal.
  2. Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP): Na TVSP, os ventrículos do coração se contraem rapidamente, mas não é perceptível um pulso detectável. Embora seja um ritmo grave, pode ser tratado com desfibrilação, principalmente se evoluir para FV.

Ritmos Não Chocáveis:

  1. Assistolia: A assistolia é a ausência completa de atividade elétrica no coração. Não há contração cardíaca visível e nenhum pulso detectável. Não é responsiva à desfibrilação, e o tratamento se concentra em medidas avançadas de suporte de vida, como compressões torácicas eficazes e administração de medicamentos.
  2. Atividade Elétrica sem Pulso (AESP): AESP ocorre quando há alguma atividade elétrica no ECG, mas não há pulso detectável. Essa condição pode ter várias causas subjacentes e requer tratamento da causa subjacente, como hipovolemia ou hipoxemia, além de suporte avançado de vida.

É crucial que nós da equipe de enfermagem, socrristas e profissionais de saúde no geral que respondem a uma PCR sejamos capazes de identificar rapidamente o tipo de ritmo e tomar as medidas apropriadas. A desfibrilação é eficaz apenas para ritmos chocáveis, enquanto ritmos não chocáveis requerem intervenções diferentes e abordagens específicas, incluindo a resolução da causa subjacente. O reconhecimento e a resposta rápidos são fundamentais para melhorar as chances de sobrevivência do paciente em uma PCR.

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2023/08/30/ritmos-chocaveis-x-ritmos-nao-chocaveis-na-pcr/

Tipos de hemorragia e cuidados de enfermagem

Hemorragia, ou perda de sangue devido a rupturas nos vasos sanguíneos, é uma condição que requer atenção imediata e cuidados precisos. No campo da enfermagem, compreender os diferentes tipos de hemorragia e a maneira correta de administrar cuidados é fundamental para garantir a estabilização do paciente e prevenir complicações. Neste artigo, examinaremos os tipos de hemorragia e os cuidados essenciais que os profissionais de enfermagem devem oferecer.

Tipos de Hemorragia:

1. Hemorragia Externa: Este tipo ocorre quando o sangue é visível a olho nu, seja por uma ferida, incisão cirúrgica ou lesão traumática. Pode ser controlada com pressão direta, elevação da área afetada e uso de curativos adequados.

2. Hemorragia Interna: A hemorragia interna acontece dentro do corpo e não é visível externamente. Pode ser resultado de lesões internas, ruptura de órgãos ou vasos sanguíneos. O profissional de enfermagem deve monitorar os sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, para detectar sinais de choque.

3. Hemorragia Arterial: Nesse tipo, o sangue é bombeado rapidamente das artérias, resultando em um sangramento pulsante e de cor vermelho-vivo. É vital controlar a hemorragia com pressão direta e dispositivos de contenção, como torniquetes, em situações extremas.

4. Hemorragia Venosa: A hemorragia venosa envolve o sangramento de veias e é caracterizada por um fluxo constante e de cor mais escura. Elevação da área afetada e aplicação de curativos compressivos são medidas importantes para controlar o sangramento.

5. Hemorragia Capilar: Nesse caso, os vasos sanguíneos menores, chamados capilares, são afetados. A hemorragia capilar é mais lenta e normalmente para por si só. A aplicação de curativos limpos e estéreis auxilia na prevenção de infecções.

Cuidados de Enfermagem:

1. Avaliação Rápida e Precisa: Avaliar a gravidade da hemorragia é crucial. Determinar a fonte do sangramento, a quantidade de sangue perdida e a estabilidade do paciente são etapas iniciais fundamentais.

2. Controle da Hemorragia: Aplicar pressão direta sobre a área de sangramento ajuda a controlar a perda de sangue. Torniquetes podem ser usados em situações extremas, mas devem ser aplicados corretamente e monitorados.

3. Monitoramento dos Sinais Vitais: Monitorar constantemente os sinais vitais do paciente, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, ajuda a identificar sinais de choque e instabilidade.

4. Elevação da Área Afetada: Elevar a área afetada auxilia no controle do sangramento, pois reduz o fluxo sanguíneo para a região.

5. Administração de Fluidos Intravenosos (IV): A administração de fluidos IV ajuda a manter a pressão sanguínea e compensar a perda de sangue.

6. Prevenção de Infecções: Manter a área limpa e estéril ao aplicar curativos ajuda a prevenir infecções que podem ocorrer devido à exposição ao sangue.

7. Comunicação Efetiva: Manter os pacientes e suas famílias informados sobre a situação e os procedimentos realizados é essencial para reduzir a ansiedade e promover a confiança.

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2023/08/16/tipos-de-hemorragia-e-cuidados-de-enfermagem/

Pressão Arterial Invasiva (PAI)

Como já estudamos aqui no site, temos vários modos de obter parâmetros de Pressão arterial. Os métodos frequentemente utilizados para aferir a pressão arterial são: não invasivos manuais ou automatizados e invasivo. Hoje iremos abordar sobre o método invasivo, a também chamada de PAI ou PAM!

Pressão Arterial Invasiva (PAI)

É um índice hemodinâmico básico, frequentemente utilizado para guiar intervenções terapêuticas, com a vantagem de favorecer valores pressóricos mais fidedignos em pacientes críticos e portadores de hipertensão ou hipotensão arterial severa.

A monitorização da PAI é realizada por meio da canulação/punção ou dissecção de uma artéria (radial, femoral ou pediosa) que é conectada a um sistema de transdutor de pressão. 

 Locais de inserção

Os locais mais comuns para a inserção do cateter são as artérias:

  • Radial;
  • Femoral;
  • Pediosa.

São obtidas pelos métodos de punção percutânea ou dissecção. Sem dúvida, a artéria de primeira escolha é a artéria radial.

O procedimento

É introduzido um cateter na artéria escolhida e após ligado a sistema transdutor de pressão por onde é obtido os parâmetros da pressão arterial.

A canulação arterial é geralmente um procedimento seguro e com grande benefício para o avanço nos cuidados do paciente.

A artéria radial é a primeira opção de acesso arterial, devido a facilidade de punção e ao menor número de complicações deste sítio. Sempre que possível dar preferência para o lado corporal não dominante e realizar o teste de Allen com o objetivo de avaliar a presença de circulação colateral adequada para a mão pela artéria ulnar.  Caso não seja possível, a segunda opção é a femoral e só então a pediosa.

Esse procedimento pode ser realizado a beira leito da UTI desde que seja utilizado técnica estéril. 

PAI - Inserção

PAI – Inserção

Teste de Allen

O teste de Allen, é realizado para verificar a patência das artérias radial e ulnar. É muito importante avaliar a mão antes de procedimentos como gasometria arterial ou punção arterial devido ao risco de isquemia com esses procedimentos. 

Como realizar

Comprime-se as artérias radial e ulnar no nível do punho com as duas mãos e solicita-se ao paciente abrir e fechar a mão. Solta-se uma das artérias e avalia-se a coloração. Em seguida, repetimos o procedimento liberando a outra artéria.  

O teste é positivo quando o enchimento de uma das artérias é lento. Por exemplo: o tempo de enchimento capilar da mão pela artéria ulnar deve ser de 5 a 7 segundo. Tempo maior que 7 a 15 segundos para o retorno significa enchimento capilar ulnar inadequado, portanto a artéria radial não deve ser cateterizada.

Indicação

  • Choque;
  • Cirurgia cardiopulmonar;
  • Grandes cirurgias vasculares, torácicas, abdominais ou neurológicas;
  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Uso de monitorização da pressão intracraniana;
  • Emergência hipertensiva associada à dissecção de aorta ou AVC;
  • Necessidade de gasometria arterial mais que três vezes ao dia;
  • Controle rigoroso da pressão arterial para conduta clinica.
  • Pacientes graves com infusão contínua de drogas vasoativas, vasodilatadores, vasopressores ou inotrópicos
  • Parada cardíaca
  • Trauma neurológico ou politrauma
  • Insuficiência respiratória grave
  • Procedimentos cirúrgicos de grande porte
  • Uso de balão intra-aórtico

Contraindicações 

  • Doença vascular periférica;
  • Doenças hemorrágicas;
  • Uso de anticoagulantes e trombolíticos;
  • Áreas infectadas;
  • Queimaduras nos locais de punção.

Complicações

  • Insuficiência vascular;
  • Vasoespasmo;
  • Redução da perfusão capilar;
  • Oclusão arterial;
  • Hemorragia;
  • Hematoma local;
  • Infecção do sítio do cateter;
  • Trombose;
  • Injeção acidental de drogas por via arterial;
  • Isquemia e necrose;
  • Embolização arterial e sistêmica.

A cateterização arterial permite:

  • Monitorização contínua direta da pressão arterial;
  • Retirada frequente de sangue para exames e medição de gases sanguíneos arteriais, evitando-se desconforto e lesão arterial provocados por punções frequentes;
  • Posição de um local para remoção rápida do volume sanguíneo, em situações de sobrecarga volêmica;
  • Mensuração acurada, frequente e contínua da pressão arterial nos pacientes que utilizam drogas vasoativas potentes ( noradrenalina, nitroprussiato de sódio, adrenalina, dopamina, etc).

Compreendendo o Transdutor

Para viabilização da monitorização hemodinâmica contínua, o cateter arterial é conectado a um sistema transdutor de pressão que converte o sinal mecânico em sinal elétrico interpretado pelo monitor que por sua vez registra de forma gráfica e numérica e em tempo real as pressões diastólica, sistólica e média.

Equipamentos - Monitoramento da Pressão Arterial Invasiva

É utilizado um equipo acoplado ao um soro para auxiliar a manter o sistema pressurizado e pérvio. 

A conexão ao transdutor eletrônico é feita por interposição de cateter de polietileno rígido esterilizado, não menor que 30cm nem maior que 120cm de comprimento. 

ATENÇÃO: Não acrescentar tubos intermediários com flexibilidade e tamanho não padronizados, pelo risco de causar interferência no resultado.

Todo o sistema deve ser preenchido com solução salina fisiológica estéril. Em alguns hospitais, utiliza-se SF 0,9% com heparina na proporção de 1 unidade/ml, mas não esqueça que isso varia de acordo com a instituição. 

 A solução glicosada a 5% não deve ser utilizada devido a sua maior viscosidade, o que pode causar alteração no resultado. Qualquer bolha de ar deve ser retirada do sistema para evitar que os resultados não sejam subestimados.

Devemos sempre manter  a bolsa pressurizadora em 300 mmHg quando adultos e 200 mmHg para crianças.

Curiosidade: 

Porque manter o soro pressurizado a 300 ou 200 mmHg?

Após realizado algumas pesquisas, foi verificado que esse parâmetro era suficiente para permitir que o sistema fique pérvio. O sistema pressurizado, infunde continuamente 3ml/h da solução. Esse valor não causa danos a artéria e permite que o sistema mantenha-se pérvio, sem coagulações! 

O sistema deve ser zerado antes do início das medidas. A zeragem é fundamental para garantir o nivelamento do local do sistema circulatório e do transdutor de pressão.

A onda de pressão é captada pelo diafragma do transdutor que transforma o impulso mecânico em impulso elétrico e amplificado por um monitor eletrônico.

A pressão arterial média (PAM) é o valor médio da pressão durante todo um ciclo do pulso de pressão. 

Pressão Arterial Média, o que é?

A PAM – Pressão Arterial Média – pode ser obtida com a pressão arterial invasiva ou não através da fórmula: 

PAM = PAS+PAD x 2
                        3

Onde:

  • PAM = Pressão Arterial Média
  • PAS= Pressão Arterial Sistólica
  • PAD=Pressão Arterial Diastólica

Exemplo:

Foi aferida a PA, da paciente ACL, 65 anos, e obteve-se o seguinte parâmetro: 120x80mmHg. Calcule a PAM usando a fórmula:

PAM = PAS +PAD x 2
                        3

PAM = 120 + 80 x 2
                        3

PAM = 120+160   = 93mmHg
                        3

Material necessário

  • Mesa auxiliar
  • Solução antisséptica
  • Cateter arterial
  • Gaze estéril
  • Máscara descartável
  • Avental estéril
  • Luva estéril
  • Campo estéril – fenestrado
  • Seringa descartável
  • Agulha 13 x 0,38
  • Agulha 40 x 12
  • Anestésico local
  • Solução salina 0,9% – 500 ml
  • Heparina sódica – 5.000 UI/ml (Caso a instituição utilize!)
  • Kit – transdutor de pressão
  • Bolsa pressurizadora
  • Fio de sutura agulhado mononylon
  • Pinça para sutura/porta-agulha

Intervenções de Enfermagem

Atribuições do técnico no procedimento:

  • Posicionar o paciente adequadamente para o procedimento;
  • Selecionar material para punção arterial, selecionar monitor com módulo de PAM, bomba de infusão para o soro fisiológico de manutenção ;
  • Preparar o material para o procedimento (cateter, campos estereis, EPI’s) 
  • Oferecer ao médico material para punção, paramentação e antissepsia;
  • Preparar o sistema conectando o transdutor de pressão ao frasco de da solução salina 0,9% de 500 ml na  bolsa de pressurização, exercer pressão de 300 mmHg e conectar a saída do transdutor ao cabo de pressão ligado ao monitor
  • Retirar o ar do sistema para evitar erros de leitura.
  • Zerar o sistema (linha axilar média – 4º. espaço intercostal) e ativar os alarmes
  • Após a fixação do cateter, realizar curativo oclusivo.
  • Preferencialmente deve ser zerado com cabeceira a 30º, sendo que se a zeragem for outra deverá ser informada e registrada em local visível a equipe;

Cuidados de Enfermagem ao manuseio do sistema:

  •  Estar atento a manutenção do pressurizador: mantê-lo sempre com a permeabilidade do cateter pelo fluxo contínuo de SF 0,9% (500ml) e a bolsa pressurizadora com 300mmHg.
  • Realizar flush de SF 0,9% a cada 6 horas.
  • Atentar para coágulos e permeabilidade do sistema.
  • Acompanhar fixação do cateter, e após realizar curativo estéril, atentando para possibilitar observação da equipe após.
  • Assegurar fixação do membro, prevenindo retirada acidental do cateter.
  • Observar constantemente a curva. Atentar-se para sinais infecção do sítio punção.
  • Sempre higienizar as mãos para manipular o cateter ou sistema.
  • Realizar zeragem do sistema a cada 6 horas ou sempre que alterar o nível da cama.

Cuidados de Enfermagem na manutenção do cateter:

  • Mantenha o membro aquecido e em posição funcional.
  • Monitore as extremidades do membro cateterizado (temperatura, presença de edema, coloração, perfusão capilar e sensibilidade) a cada 4 horas.
  • Monitore a presença de sangramento, principalmente em pacientes portadores de coagulopatia.
  • Inspecione o sítio de inserção do cateter – hiperemia e presença de secreção – infecção pode estar associada ao tempo de permanência do cateter (mais do que 72 horas) ou à falta de assepsia.
  • Mantenha a permeabilidade do cateter – mantenha a bolsa pressurizadora com pressão de 300 mmHg para evitar retorno de sangue e obstrução do cateter.
  • Mantenha as conexões seguras e fixadas adequadamente para prevenir desconexão acidental e hemorragia.
  • Utilize técnica asséptica para a manipulação do sistema.
  • Mantenha a permanência do cateter somente durante o tempo necessário para o controle hemodinâmico, pois o risco de trombose aumenta com o tempo de permanência.
  • Troque o sistema de pressão invasiva conforme protocolo institucional, evitando contaminação.
  • Troque a solução salina sempre que necessário.

Enfermeiros na passagem de PAI

A RESOLUÇÃO COFEN Nº 390/2011 normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva.

Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.

  • Parágrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização.

Esse material foi útil para seus estudos? Que tal comentar o que achou para que possamos sempre melhorar? Se você gostou desse estudo e quer receber nossos artigos semanais, cadastre-se em nossa Lista de Leitores para receber diretamente no seu e-mail. Obrigada e até a próxima!

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/24/pressao-arterial-invasiva/

Compreendendo o Monitor Multiparâmetros! Parte I

A monitorização multiparâmetros pode ser utilizada de modo diagnóstico, terapêutico ou até mesmo para prognóstico. Esse tipo de monitorização permite a equipe multiprofissional reconhecer e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente, realizar intervenções em tempo hábil e principalmente prevenir complicações.

É bastante utilizada em unidades de internação, ambulatório, cuidados críticos (UTI/PA/PS), semicríticos (semiintensiva) e centro cirúrgico.

O monitor multiparâmetros, como o próprio nome já diz, nos fornece parâmetros vitais do paciente, sendo possível prestar uma assistência qualificada de acordo com suas necessidades. Os dados fornecidos, podem ser invasivos ou não invasivos, sendo eles:

Não Invasivos: 

  • Monitorização Eletrocardiográfica e Frequência Cardíaca;
  • Oximetria de pulso (SatO2);
  • Pressão Arterial (PANI);
  • Temperatura (T°C);
  • Frequência respiratória (FR);
  • Capnografia (PCO2);
  • Indice Bispectral (BIS).

Invasiva

  • Pressão Arterial Invasiva (PAI);
  • Pressão Venosa Central (PVC);
  • Demais parâmetros derivados do cateter de Swan Ganz: Pressão da Artéria Pulmonar (PAP), Pressão do Capilar Pulmonar (PCP).

Monitorização eletrocardiográfica:

É o primeiro parâmetro fornecido pelo monitor. Ele nos trás a representação gráfica sobre a tela da atividade elétrica do coração.
É utilizado para observar, diagnosticar e avaliar o ritmo do coração.
O monitor permite visualizar o valor numérico da frequência cardíaca, como também a onda de traçado eletrocardiográfico.

É extremamente importante, pois, além da verificação da frequência cardíaca, auxilia na identificação de arritmias, anormalidades de condução e no diagnóstico dos distúrbios hidroeletrolíticos.

Pode ser de 3, 4 ou 5 vias de monitorização. 

Material necessário:

Eletrodos e luvas de procedimento. 

Técnica:

  1.  Higienizar as mãos;
  2. Reunir o material, encaminhar ao leito do paciente e explicar o procedimento;
  3. Conferir a pulseira de identificação do paciente;
  4. Retirar os lacres dos eletrodos, colocando estes na região torácica do paciente, conforme determinação exemplificada no monitor;
  5. Conectar os eletrodos aos cabos do monitor;
  6. Ligar o monitor cardíaco;
  7. Estabelecer limites máximo e mínimo de alarme, e manter o alarme sonoro ligado;
  8.  Reunir o material e deixar a unidade em ordem;
  9. Retirar as luvas;
  10. Descartar os materiais;
  11. Higienizar as mãos;
  12. Realizar anotação de enfermagem.

Lembre-se:

Caso seja necessário, realize a tricotomia do tórax. Poderá ser utilizado tricotomizador
elétrico ou lâmina de barbear, para melhor fixação dos eletrodos;
• Não esqueça de estabelecer os limites de alarmes segundo a faixa etária e quadro clínico do paciente.

Conheça mais sobre o exame de Eletrocardiografia, clique AQUI

Cuidados de Enfermagem: 

  • Observar reação alérgica ao gel ou à cola do eletrodo. Deve ser retirado e ser substituído por eletrodo hipoalérgico;
  • Seguir recomendação do fabricante para colocação dos eletrodos;
  • A troca do eletrodo deve ser realizada diariamente após o banho e sempre que
    necessário;
  • Certificar-se do funcionamento adequado do monitor cardíaco;
  • Verificar se os parâmetros para disparar os alarmes estão ajustados;
  • Verificar se o alarme está funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que o cabo do monitor está conectado adequadamente aos eletrodos;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação dos eletrodos;
  • Pacientes que utilizem marcapasso, é preciso adaptar o monitor multiparâmetros para função de leitura de marcapasso;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sobre o procedimento;
  • Alterações no padrão de ECG devem ser comunicadas imediatamente ao médico e/ou enfermeira;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme, rotina da instituição de saúde.

Pressão arterial Não Invasiva (PANI)

O monitor multiparâmetros, pode fornecer os dados da Pressão Arterial Não Invasiva ou não.

Métodos de Verificação Auscultatório:

Comumente é o método mais utilizado. É um necessário um esfigmomanômetro
e um estetoscópio.

Métodos de verificação Automatizado:

Utilizado nas Unidades de cuidados críticos, semi-críticos e centro cirúrgico.
É necessário um monitor multiparâmetros, um módulo de pressão, um cabo e um manguito.

Cuidados de enfermagem 

  • Manguito de pressão adequado conforme circunferência do braço;
  • Evitar a superinsuflação e consequentemente o garroteamento do membro do paciente;
  • Ao obter uma pressão inaudível com o método auscultatório, solicitar que outro membro da equipe realize a mensuração, confirmando o resultado;
  • Pacientes com acesso venoso periférico, proceder a aferição da pressão contrário ao acesso venoso;
  • Pacientes mastectomizadas ou com fístula arteriovenosa, aferição deve ser realizada em membro contrário;
  • Método automatizado, atentar-se à programação do aparelho (instabilidade hemodinâmica);
  • Realizar rodízio do manguito de pressão arterial se possível;
  • Atenção à desconexão do equipamento ou afrouxamento do manguito no membro do paciente;
  • Alterações repentinas no valor mensurado, devemos certificar o valor, repetindo o processo;
  • Comunicar ao médico e/ou enfermeira valores alterados da pressão arterial;
  • Realizar a higienização do manguito com álcool a 70% a cada troca de paciente. Unidades de longa permanência, recomenda-se a lavagem do manguito com água e sabão;
  • Calibração dos equipamentos periodicamente;

Temperatura:

A mensuração mais  utilizada é a axilar, com tempo de permanência de 3 minutos, porém existem outras formas de mensuração, vamos conhecer? 

  •  Oral;
  • Retal;
  • Timpânica;
  • Esofágica.

0 termômetro digital deve ser higienizado com álcool a 70% a cada uso;
A sonda retal pode ser lavada com água e sabão (somente a extremidade) e depois
higienizada com alcool a 70% ou higienização conforme rotina institucional.

Cuidados de Enfermagem 

  • A sonda esofágica deve ser esterilizada a cada uso;
  • A sonda do termômetro esofágico deve ser fixada com fita microporosa. Realizar a troca da fixação diariamente após o banho e quando necessário;
  • Temperatura automática através de termômetro esofágico e/ou retal, deve-se estar atento a diferença de valores de referência (verificar protocolo da institucional);
  • A sonda do termômetro retal deve ser fixada com fita microporosa no glúteo do paciente;
  • Cuidado nas trocas de fralda para a mobilização do termômetro. Recolocar com
    anestésico local caso seja necessário;
  • Valores alterados na sonda esofágica e/ou retal, deve-se verificar seu possível deslocamento. Em geral, sondas retais tendem a deslocar nas
    evacuações.
  • Estar atento aos cuidados aos pacientes febris, em especial as crianças que facilmente apresentam crise convulsiva por hipertermia.
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Frequência Respiratória:

Outro parâmetro fornecido pelo monitor é a frequência respiratória. 

Cuidados de Enfermagem

  • Equipe de enfermagem deve possuir conhecimento técnico para atender prontamente as alterações significativas para o estado clinico
    do paciente.
  • Valor normal: 16 a 20 mrpm;
  • Pacientes com dispneia devem ser mantidos em posição Fowler;
  • Observar e anotar em prontuário o padrão respiratório (ritmo, profundidade, simetria do tórax);
  • Observar o cansaço aos mínimos esforços e procurar não exigir do paciente nenhuma atividade sem o auxílio de oxigenoterapia;
  • Estar atento a qualquer enfisema subcutâneo, abaulamento, assimetria da respiração, em especial após procedimentos de punção próximo a região torácica;
  • Administrar oxigenoterapia conforme a prescrição médica;
  • Ao encontrar valores ou padrão respiratório alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Capnografia (CO2)

É a monitorização do gás carbônico. É utilizada nas unidades de cuidados críticos para pacientes graves. Em geral, manipulada por fisioterapeutas e anestesistas. Ainda assim, a  enfermagem deve possuir conhecimentos para prestar os cuidados adequados.

Compreendendo melhor: 

É o registro do gás carbônico no final da expiração e juntamente com a capnometria, constituem a essência da monitorização da função respiratória.

Conhecimentos necessários: 

  • É aferida por um detector que é colocado no final do tubo endotraqueal;
  • Nos fornece a analíse da pressão parcial de CO2;
  • Sua unidade de medida é: mmHg;
  • Valores normais: 35 a 45 mmHg.

Cuidados de Enfermagem: 

  • Realizar a higiene do sensor com álcool a 70% a cada troca do equipamento por paciente;
  • Evitar a condensação de vapor de água no circuito do ventilador para que as leituras não sejam falsamente elevadas;
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou enfermeira.

Oximetria de Pulso (SPO2)

É utilizado nas Unidades de Clínica médica, cirúrgica, centro cirúrgico e unidades de
cuidados críticos e semi-críticos;
É colocado um sensor de oximetria, ligado ao monitor multiparâmetros que nos fornece a visualização de uma onda de pulso e o valor mensurado da saturação de oxigênio e o pulso cardíaco.

Saturação de O2:

Seu valor normal é acima de 94%! Alterações e falsas leituras da saturação de oxigênio, são causadas geralmente por: 

  • Hipotensão;
  • Edema;
  • Perfusão periférica prejudicada.

Vantagens:

  • É um método não invasivo;
  • Fornece informação instantânea e contínua de alterações fisiológicas e rápida atuação em situações de hipóxia;
  • Possui pequena margem de erro.

Indicações: 

  • Permite ajustar a FiO2 e PEEP de acordo com a necessidade do paciente;
  • Auxílio no ajuste do ventilador mecânico e do desmame ventilatório;
  • Detecção de hipóxia;
  • Avaliação rápida da disfunção respiratória.

 A oximetria de pulso é um método de interpretação da relação da oxi-hemoglobina e da desoxi-hemoglobina medida por pletismografia óptica e espectroscopia por transiluminação do leito capilar pulsátil.

Deu pra entender? Vamos simplificar então?

É utilizado um sensor colocado no dedo ou no lóbulo da orelha do paciente e este transmite comprimentos de onda, sendo possível determinar a Taxa de concentração de oxigênio por meio da absorção.

Material: 

  • Monitor multiparâmetros;
  • Cabo de oxímetro do monitor;
  • Sensor de oxímetro (modelo de acordo com faixa etária);

Técnica: 

  • Higienizar as mãos e explicar o procedimento ao paciente/família;
  • Conectar o cabo de SpO2 ao monitor;
  • Ligar o monitor;
  • Fixar o dedal apropriadamente no dedo do paciente, oposto ao cateter intra-arterial;
  • Selecionar/tocar a tela na opção desejada para ajuste do alarme visando alterar os parâmetros, se necessário;
  • Manter alarme sempre ligado;

Lembrando que: 

  • A higienização das mãos e o descarte de material seguem padronização do SCIH de cada instituição de saúde.
  • O tipo e o tamanho de sensor de oxímetro corretos são definidos de acordo com o tipo de paciente a ser monitorizado.
  • Um mínimo fluxo arterial deve estar presente para que sejam obtidos níveis de saturação, a luz infravermelha seja emitida e o foto-detector estejam um oposto do outro.
  • Devemos fazer rodízio do local de colocação do sensor de oxímetro, evitando-se assim lesões e queimaduras;

Funcionamento do Oxímetro: 

O equipamento utilizado para mensurar os valores de saturação de oxigênio no sangue é
denominado oxímetro. Este pode ser manual (portátil) ou fixo ao leito (normalmente acoplado a monitor de multiparâmetros).
O sensor é formado por um par de pequenos diodos emissores de luz e é colocado em uma parte do corpo do paciente que seja translúcida, como a ponta dos
dedos ou o lóbulo da orelha. A intensidade com que a luz emitida pelo sensor
consegue atravessar o tecido determinará a saturação de oxigênio no sangue;
O mecanismo de leitura pelo oxímetro e automático, e o valor é expresso no monitor.

Vantagens: 

  • Facilidade para mensurar os valores;
  • Procedimento não invasivo;
  • Correlaciona-se bem com as medidas de saturação da hemoglobina;
  • Indica adequado suprimento de O2 aos tecidos;
  • Pode indicar o status do fluxo sanguíneo aos órgãos vitais e a capacidade de carrear do sangue.
  • Em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia intensiva, o oxímetro está associado aos monitores multiparâmetros, ou seja, no mesmo equipamento é possível monitorar a frequência cardíaca, a frequência respiratória e
    a pressão arterial de modo não invasivo e invasivo;
  •  É possível também visualizar o traçado elétrico do paciente;

Cuidados de enfermagem: 

  • Se as extremidades do paciente estiverem frias, procurar aquecê-las, pois a hipoperfusão distal provocará interferência nos valores de saturação de oxigênio no sangue;
  • Remover esmaltes coloridos, pois impossibilitam a leitura óptica infravermelha;
  • Certificar-se do posicionamento adequado do sensor;
  • Certificar-se de que o sensor não está fazendo pressão exagerada sobre os dedos ou o lóbulo da orelha;
  • Certificar-se de que o cabo do oxímetro está conectado adequadamente ao sensor;
  • Certificar-se de que o oxímetro esta funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que os parâmetros para disparo do alarme estão ajustados;
  • Certificar-se de que o alarme esta funcionando corretamente;
  • Alternar o local de posicionamento do sensor, a fim de evitar lesões de pele;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação do sensor;
  • Orientar o paciente e os familiares para o não manuseio do sensor;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sabre o procedimento;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme rotina da instituição de saúde;
  • Manter o paciente confortável.

Ficou com dúvida de algum dos parâmetros acima? Leia nosso artigo sobre Sinais Vitais, clique AQUI

Esse material foi útil para seus estudos? Que tal comentar o que achou para que possamos sempre melhorar? Se você gostou desse estudo e quer receber nossos artigos semanais, cadastre-se em nossa Lista de Leitores para receber diretamente no seu e-mail. Obrigada e até a próxima!

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/02/monitor-mutiparametos/

Como utilizar o DEA- Desfibrilador Externo Automático?

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um aparelho portátil utilizado no diagnóstico e tratamento de algumas arritmias malignas da Parada Cardiorrespiratória, como principalmente a FV (Fibrilação Ventricular).

Por que esse recurso é tão importante? A PCR mata mais do que o câncer e Aids e é um mal que acomete pessoas de vários perfis, muitas até que não possuem problemas cardíacos.

O serviço de Atendimento Pré-hospitalar foi criado para tratamentos como esse, mas por mais que o tempo de resposta seja curto, muitas vezes não conseguimos chegar em tempo hábil para atender esses pacientes. Por isso a necessidade do conhecimento de leigos sobre essa assistência e da disponibilidade do aparelho em locais de grande circulação. A carência de atendimento pela população foi o motivo para o desenvolvimento de iniciativas como o Dia Mundial da Reanimação Cardiopulmonar, por exemplo.

E mais importante ainda é que o próprio profissional de saúde (seja da Enfermagem, Medicina ou outras áreas) conheça muito bem o uso do DEA e seja multiplicador da prática, salvando vidas. Não à toa, em cursos de extensão aprofundamos no uso desse aparelho, que também deve estar presente nas ambulâncias para uso diante da Parada Cardiorrespiratória.

4 etapas do Desfibrilador Externo Automático

Existem vários modelos de DEA (Desfibrilador Externo Automático), mas eles possuem dispositivos padronizados para facilitar o manuseio. Para operar o aparelho, basta seguir as seguintes etapas:

1- Ligue o DEA

Após pressionar o botão de ON/OFF, escute as instruções em português que serão feitas pelo aparelho e siga elas na ordem e momento indicados.

2- Instale os eletrodos no tórax

Quando o aparelho indicar a necessidade de posicionar os eletrodos, siga as instruções de onde devem ser colocados. A maior parte dos DEAs possuem um desenho explicativo no próprio eletrodo que resume a seguinte posição:

  • Eletrodo do lado direito do paciente: precisa ser colado abaixo da clavícula, na  linha hemiclavicular.
  • Eletrodo do lado esquerdo do paciente: deve ser posicionado nas últimas costelas, na linha hemiaxilar (abaixo do mamilo esquerdo).

O posicionamento é feito dessa forma porque o choque deve passar por dentro do tórax para atingir um maior número de fibras cardíacas. O objetivo é causar uma “pane” no coração que não está batendo direito, para que ele possa então ser “resetado” / “zerado”, na possibilidade de ser reiniciado e funcionar de forma organizada.

3- Analise o ritmo

O aparelho irá pedir para que seja instalado o cabo no DEA, na luz que está piscando. Nesse momento será feita a análise do ritmo e o aparelho irá decidir se ele é chocável ou não. Não sendo chocável, continuamos com as compressões, pois ele está em uma parada cardíaca por assistolia ou AESP (Atividade Elétrica Sem Pulso).

4- Deflagre o choque 

Antes de deflagrar o choque, de acordo com o direcionamento do aparelho, dê a ordem para que os presentes se afastem e certifique-se de que não há ninguém próximo e principalmente encostando no aparelho ou paciente.  Deflagre o choque e comece imediatamente depois a fazer a compressão cardíaca para que o coração comece a ter novamente a sístole e diástole fisiológica.

A cada dois minutos, ele irá analisar o ritmo novamente e informar qual deve ser a próxima ação. O DEA deve ser mantido no paciente até a chegada do Suporte Avançado de Vida.

5 situações especiais no uso do DEA

Apesar da facilidade de operar o Desfibrilador Externo Automático, existem casos que demandam conhecimentos específicos de profissionais e leigos. Conheça cinco deles:

1- Homens com excesso de pelo no tórax

Nessa situação, os eletrodos colam nos pelos e não na pele. Por isso, o aparelho não tem uma aderência suficiente para fazer a análise do ritmo e o choque não é deflagrado. É preciso raspar a área para depois posicionar os eletrodos.

2- Pacientes que usam marca-passo

Não podemos colar o eletrodo em cima do marca-passo, pois ele pode interferir a ação do DEA.

3- Pessoas com medicamentos em adesivo

Não podemos colar os eletrodos em cima de medicamentos adesivos, como os de nicotina ou anticoncepcional. É preciso retirá-los para então seguir com o procedimento.

4- Paciente submerso ou molhado

Se o paciente estiver com o tórax molhado, é preciso secar a área em que será colocado o eletrodo. Caso esteja submerso, o posicionamento do aparelho só é permitido após a retirada do paciente do local. Na água o choque irá dissipar, não indo para as fibras cardíacas.

5- Crianças

Acima de 8 anos o paciente é considerado como um adulto e pode usar o aparelho. Abaixo disso, ele é atendido como criança em relação à desfibrilação. O DEA sempre possui eletrodos que são específicos para crianças, um botão de seleção da idade ou um atenuador de carga, que garante que a distribuição elétrica será somente a necessária.

Esse material foi útil para seus estudos? Que tal comentar o que achou para que possamos sempre melhorar? Se você gostou desse estudo e quer receber nossos artigos semanais, cadastre-se em nossa Lista de Leitores para receber diretamente no seu e-mail. Obrigada e até a próxima!

Fonte: IESPE

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/01/como-utilizar-o-dea/

Queimaduras: classificações e cuidados de enfermagem!

Definição:

Lesão na pele que pode ser causada por calor, frio ou substâncias químicas ou radiação sobre o revestimento do corpo, podendo destruir desde a pele até os tecidos até os tecidos mais profundos como órgãos e ossos.

Quanto calor é necessário para causar temperatura por contato?

A gravidade da lesão térmica por contato está relacionada a temperatura e ao tempo de
exposição;

A pele humana pode tolerar sem prejuízo temperaturas de até 40°C (depende do tempo
de exposição ao agente causal). Acima deste valor, são produzidas diferentes lesões.

Causas 

  • Agentes secos: fogo, objetos quentes, fricção;
  • Líquidos, vapores e gorduras quentes;
  • Eletricidade: raio, corrente de baixa ou alta voltagem;
  • Radiação: queimadura solar, exposição a fontes radioativas;
  • Frio: contato com metais e vapores congelados (oxigênio e nitrogênio).
  • Químicos: Substâncias químicas industriais, produtos e agentes químicos de uso doméstico;
  • Álcalis e ácidos.
  • Biológicos: Seres vivos: taturana, caravelas, água viva, urtiga…

Diagnóstico Etiológico:

  • Queimaduras térmicas (atrito);
  • Queimaduras químicas;
  • Queimaduras elétricas;
  • Queimaduras por radiação;

Classificação das Queimaduras: 

Quanto à Profundidade:

  • 1º Grau 
  • 2º Grau
  • 3º Grau
  • 4º Grau

 

Quanto à extensão:

Profundidade

  •  1º Grau

Também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele.

Os sintomas da queimadura de primeiro grau são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram após 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas.

  • 2º Grau:

Atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo.

A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme.

Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas; não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro.

As queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos.

A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixas cicatrizes

  • 3º Grau:

são as queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas.

São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.

  • 4º Grau:

São aquelas que não só acometem as camadas da pele, mas também o tecido adiposo subjacente, músculos, ossos e os órgãos internos.

Extensão:

As queimaduras são classificadas de acordo com a sua extensão: 

  •  Pequeno queimado: até 10% da superfície corporal queimada;
  • Médio queimado: acima de 10% à 20% da superfície corporal queimada;
  • Grande queimado: acima de 20% da superfície corporal queimada;

REGRA DOS NOVE

É uma ferramenta que fornece a estratificação da lesão e triagem. Todo paciente com lesões de 2º ou 3º grau devem ser avaliados em relação ao percentual da área corporal atingida, de acordo com o diagrama. Quanto maior a extensão das queimaduras, maiores os riscos de complicações e morte.

 

ATENÇÃO!

  •  A gravidade da queimadura será determinada pela profundidade, extensão e localização.
  • As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, qualquer que seja a profundidade e extensão são consideradas graves.

Condutas para cada tipo de queimadura:

Queimaduras térmicas: 

  • Afastar a vítima da origem da queimadura;
  • Se a vítima estiver com fogo nas vestes, role-a no chão ou envolva-a em um cobertor ou similar.
  • Ao utilizar extintores, verifique se é indicado para o tipo de material em combustão
  •  Abordagem primária (ABCDE):
  • Verificar as vias aéreas, observar sinais de queimaduras na face (fuligem no nariz, cílios chamuscados, edema nos olhos e boca), podem indicar obstrução respiratória – queimaduras ‘internas’;
  • Retirar as partes da roupa que não estejam grudadas na área queimada cortando;
  •  Retirar pulseiras, colares, relógios e anéis devido ao risco de interrupção da circulação pelo edema;
  • Proteger os locais queimados com curativos estéreis próprios para queimaduras.
  • Transportar para hospital especializado.

Queimadura química:

  • Equipe que atende deve utilizar proteção universal para não ter contato com o agente químico;
  • Identificação do agente (ácido, base, composto orgânico);
  • Avaliar concentração, volume e duração de contato;
  • A lesão é progressiva. Remover roupas úmidas com o produto, cortando-as com tesoura;
  • Substância em pó, remover previamente excesso com escova ou panos;
  • Diluição da substância pela água corrente por no mínimo de 30 minutos.

Pós (cimento, cal, soda cáustica):

  • Remover o conteúdo sólido da pele;
  • Lavar com água corrente.
  • Atenção: Nunca faca fricção no local;
  • Empregar água sobre pressão na lavagem.

 

Queimaduras químicas:

Queimaduras nos olhos:

  • Lavar os olhos com água corrente
  • Cobrir ambos os olhos da vítima com compressa macia úmida;
  • Encaminhar a um hospital especializado.

Queimadura elétrica:  

  •  Definir se foi alta tensão, corrente alternada ou contínua, se houve passagem de corrente com ponto de entrada e saída;
  • Avaliar traumas associados (queda de altura e outros);
  • Avaliar se ocorreu perda de consciência ou PCR no momento do acidente;

Podem causar: 

  • Parada cardíaca > lesão de grupos musculares > liberação de potássio: arritmias
  • Liberação de mioglobina na corrente sanguínea > tóxica aos rins.
  • Queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão.
  • Elevados índices de mortalidade;
  • Geralmente são de pequenas extensões, porém de grande profundidade;
  • A intensidade da queimadura dependerá do tipo de corrente, da voltagem e da resistência;
  • Afastar a vítima da fonte antes de iniciar o atendimento e desligar a fonte de energia;
  •  Obs: Caso não seja possível separar a vítima do contato com o fio: NÃO PRESTAR SOCORRO! Acionar a companhia elétrica.
  • Interromper o contato da vítima com o agente agressor usando um pedaço de madeira seca, cinto de couro, borracha grossa ou luva de borracha;
  • Avaliar extensão da lesão e passagem da corrente;

  • Fazer avaliação primária;
  • Estar atento aos sinais de PCR, aplicar manobras de compressão torácica, se
    necessário;
  • Identificar o local de entrada e saída da corrente elétrica;


• Proteger os pontos de entrada e saída da corrente elétrica.

Queimaduras circunferênciais:

  • Podem contrair a parede torácica a ponto da vítima ser incapaz de respirar;
  • Nos membros superiores e inferiores, criam um efeito de compressão, que pode fazer com que haja ausência de pulsos em braços e pernas.
  • As ESCARATOMIAS, são incisões cirúrgicas, feitas através da escara da queimadura, que permitem a expansão dos tecidos mais profundos e a descompressão de estruturas vasculares previamente comprimidas e, geralmente, ocluídas.

Cálculo da Hidratação:

Fórmula de Parkland=2 a 4ml x %SCQ x Peso(kg)

  • 2ml para idosos, insuficiência renal e ICC;
  • 4ml para crianças e adultos jovens; 

Soluções Cristalóides (Ringer com lactato);

  • 50% infundido nas primeiras 8h
  • 50% entre a 8ª e 24ª horas.

Considere sempre a hora da queimadura!!

Hidratação:

  • Na lesão elétrica por fios de alta tensão, a vítima apresenta mioglobinúria após extensa destruição muscular.
  • Observar glicemia nas crianças, diabéticos e sempre que necessário (jejum); 
  • Na fase de hidratação (24h iniciais) não se usa diurético, drogas vasoativas.

Tratamento da dor

Uso da via Intravenosa:

Adultos:

  • Dipirona – EV
  • Morfina- diluída em 9 ml SF 0,9%.

Crianças: 

  • Dipirona – EV
  • Morfina – (solução diluída).

Medidas Gerais e Tratamentos da Ferida: 

  • Posicionamento: cabeceira elevada; pescoço em hiperextensão; membros superiores elevados e abduzidos, se lesão axilas; •
  • Administração da profilaxia do Tétano (Toxóide tetânico), da úlcera do stress (bloqueador receptor H2) e do tromboembolismo (heparina SC);
  • Limpeza da ferida com Clorexedina degermante e SF0,9%. Na falta deste, água e sabão neutro;
  • Usar antimicrobiano tópico (De acordo com protocolo institucional): pomada Dermacerium

Fisiopatologia:

 

 Tratamento Imediato de Emergência:

  • Interromper o processo de queimadura;
  • Remover roupas, jóias, anéis, piercing, próteses;
  • Cobrir as lesões com curativo estéril.

Tratamento na sala de Emergência:

 Vias aéreas- Avaliação:   

  • Avaliar presença de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de obstrução.

Respiração:

  • Aspirar vias aéreas superiores, se necessário;
  • Administração de O2 conforme prescrição médica se necessário; 
  • Observar suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente fechado, face acometida, rouquidão, estridor, escarro carbonáceo, dispnéia, queimadura nas vibrissas, insuficiência respiratória;
  • Cabeceira elevada (30°); 
  • Intubação endotraqueal = Escala de coma Glasgow<8, PaO2 <60, PaCO2>55 na gasometria, saturação <90% na oximetria, edema importante de face e orofaringe. 

Acesso venosos:

  • Obter preferencialmente acesso venoso periférico calibroso mesmo em área queimada;
  • Somente na impossibilidade desta, utilizar Acesso Venoso Central 
  • Passagem de Sonda Vesical de Demora para controle de diurese para queimaduras acima de 20% em adultos e 10% em crianças.

Tratamento adequado

Fase aguda: pode salvar vidas e evitar sequelas;

  •  Remover as vestimentas e protegê-lo com campos estéreis (intra hospitalar);
  •  Observar padrão respiratório;
  • Providenciar acesso venoso de grande calibre;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical  e controle do balanço hídrico;
  •  Administrar vacina antitetânica em pacientes não vacinados;

Reposição Volêmica:

  • Deve ser instituída precocemente;
  • Receber fluídos por via parenteral compensar a perda através das lesões;
  • Atentar-se para o fluxo urinário e às medidas hemodinâmicas;

Cuidados gerais:

  • Necessidade de analgesia é proporcional à profundidade da área queimada;
  •  Suporte Nutricional: Deve ser iniciado, de preferência, até 4 horas após a internação
    hospitalar;
  •  Prevenir desidratação e perda de calor com utilização de plástico estéril sobre a área queimada;
  • Realização de curativo diário (cobertura de acordo com a prescrição de enfermagem);

Complicações:

  • Infecções locais ou sistêmica;
  • Distúrbios eletrolíticos;
  • Sangramentos intestinais por úlceras agudas;
  • Deformidades;
  • Choque hipovolêmico;
  • Problemas no sistema renal e respiratórios.

Cuidados de Enfermagem

  • Observar o padrão respiratório;
  • Manter a via aérea permeável;
  • Administrar oxigenoterapia conforme solicitação médica;
  • Monitorizar os sinais vitais;
  • Preparar material para passagem de cateter venoso central se necessário;
  • Controle rigoroso do Balanço Hídrico.
  • Manter o paciente aquecido e a área corpórea queimada protegida com a utilização de plástico estéril;
  • Realizar procedimento de cateterismo vesical;
  • Controle rigoroso de diurese, bem como a cor e o aspecto da urina;
  • Pesar o paciente diariamente (conforme solicitação e estabilidade hemodinâmica do
    paciente).

Esse material foi útil para seus estudos? Que tal comentar o que achou para que possamos sempre melhorar? Se você gostou desse estudo e quer receber nossos artigos semanais, cadastre-se em nossa Lista de Leitores para receber diretamente no seu e-mail. Obrigada e até a próxima!

Link permanente para este artigo: https://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/04/13/queimadura/