Categoria: Introdução a enfermagem

Cateterismo ou Sondagem Vesical de Demora

O Cateterismo ou sondagem Vesical é um procedimento comum em setores como UTI, PA, PS, Centro Cirúrgico e alas. 

Compreendendo o procedimento

O cateterismo vesical é um procedimento invasivo e estéril, onde é introduzido uma sonda no meato uretral até a bexiga, com a finalidade de drenar a urina presente ali e sua permanência é prolongada.

Contraindicações

Esse procedimento não é indicado para pacientes que possuem lesões uretrais.

Riscos

O principal risco deste procedimento sem dúvidas é a ITU -Infecção do Trato Urinário, pode ocorrer caso o procedimento seja contaminado em algum momento e durante a passagem da sonda ocorra a introdução de microrganismos no trato urinário. 

A sonda

A sonda utilizada para este procedimento é a sonda de Folley. O material que é constituído, pode ser de látex ou silicone.

A sonda pode ter duas ou três vias. Na sonda de duas vias, uma é utilizada para insuflar o balão e a outra via para drenagem. Na de três vias, uma delas é igualmente utilizada para o balão, outra via para drenagem e a terceira via, para irrigação.

 

 

 

Objetivos

Os objetivos do cateterismo vesical são:

  • Aliviar a retenção urinária;
  • Realizar controle e proporcionar alívio aos pacientes que sofrem de incontinência urinária;
  • Avaliar débito urinário;
  • Monitorar o balanço hídrico, principalmente perdas com maior precisão;
  • Medir volume residual;
  • Promover a restrição pós-operatória para pacientes que não tem possibilidade de se locomover até o banheiro);
  • Coletar amostras de urina para exames;
  • Irrigação da bexiga;
  • Instilação de medicamentos;
  • Cirurgias urológicas.

Tipos

O cateterismo vesical pode ser de três tipos, são eles: 

  1. Sistema Aberto – Intermitente ou alívio;
  2. Sistema Fechado – Sondagem vesical de demora;
  3. Via Suprapúbica.

Material

  • Bandeja
  • Biombo para fornecer privacidade ao paciente;
  • Material para higiene íntima com solução degermante (Clorexidina ou PVPI).
  • Material de cateterismo vesical (cuba-rim, cúpula, pinça, gaze e campo fenestrado).
  • Luvas estéreis.
  • EPIS (Óculos, luvas de procedimento e máscara)
  • Sonda Folley estéril descartável nº 16,18 ou 20 – Analisar anteriormente a anatomia do paciente.
  • Compressas de gaze estéril.
  • Lidocaína gel.
  • Agulhas 40mm X 12mm.
  • Coletor de urina de sistema fechado.
  • Seringa de 10 ou 20 ml.
  • Água destilada – ampola.
  • Adesivo hipoalergênico para fixação de acordo com rotina institucional.
  • Saco plástico para resíduos.

Técnica

  1. Higienize as mãos;
  2. Reúna os materiais na bandeja;
  3.  Confira a pulseira de identificação e explique ao paciente o procedimento e a importância da sua colaboração, conforme o grau de compreensão;
  4. Calce as luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara descartável;
  5. Posicione o paciente: decúbito dorsal, joelhos fletidos e afastados, quanto possível; posição ginecológica (feminino). Importante neste momento, não esquecer de favorecer a privacidade do paciente. Observar se há boa iluminação, usar o
    foco de luz se necessário.
  6. Realize a higiene íntima com água e sabão ou clorexidina degermante.
  7. Retire as luvas.
  8. Higienize as mãos novamente.
  9. (Higiene Feminina) Irrigue a vulva com água morna. Molhe a luva de banho ou gaze, ensaboe e lave a região vulvar por fora, de cima para baixo (direção do períneo para o reto), em um movimento único;
  10. Retire as luvas;
  11. Higienize as mãos;
  12. Abra o campo estéril na mesa auxiliar se paciente do sexo masculino e não colaborativo. Se paciente do sexo feminino e colaborativo pode-se abrir o
    campo sobre o leito, com uma das pontas sob a região glútea, abra o restante do material sobre o campo conforme sequência de uso;
  13. Coloque a solução antisséptica aquosa (Clorexidina Aquosa 0,5% ) na cúpula;
    Abra a embalagem do coletor e coloque-á sobre o campo estéril;
  14. Abra a xylocaína e dispense a quantidade necessária em uma gaze.
  15. Realizar a desinfecção da ampola de água destilada com swab de álcool, abrir e deixar sobre a mesa.
  16. Calce as luvas estéreis
  17. Aspire a água destilada com auxílio da seringa e agulha, sem tocar na ampola;
  18. Teste o balão da sonda, com água destilada, de acordo com sua capacidade, nunca ultrapassando o volume máximo sugerido; esvaziar o balão deixando o volume injetado na seringa.
  19. Conecte o coletor sistema fechado à sonda vesical e certifique-se sobre a
    completa conexão entre sonda e coletor.
  20. Proceder a anti-sepsia com Clorexedina aquoso.    Feminino: 
    Com a mão dominante, realize a anti-sepsia com bolas de algodão montadas (em pinça cheron – adulto), embebidas em Clorexedina aquoso, afastando os grandes lábios com a mão não dominante
    1- grandes lábios D
    2 – grandes lábios E
    3 – pequenos lábios D
    4 – pequenos lábios e
    Movimentos unidirecionais, de cima para baixo, vulva para anus.
    Utilizar uma bola de algodão para cada movimento, que deve ser único
    5 – Visualizar o meato uretral. Mantenha a posição da mão não dominante até a introdução da sonda; Lubrificar a sonda com xilocaína gel.
    Masculino:
    Coloque o campo fenestrado e afaste com a mão não dominante o prepúcio e segure o pênis perpendicularmente ao corpo. Proceda com a outra mão, a anti-sepsia das pregas do prepúcio, glande e meato uretral, com bolas de algodão embebidas em Clorexedina aquoso; em movimento e sentido únicos, de cima
    para baixo, em seguida, insira toda a xylocaína gel diretamente no meato uretral
    lentamente. Introduza toda a extensão da sonda no meato uretral até refluir
    urina.
  21. Caso haja introdução inadvertida da sonda na vagina a mesma deverá ser desprezada, providenciada nova sonda e novo par de luva.
  22. Insufle o balão lentamente com o volume de água indicado na sonda, SOMENTE após observar o refluxo da urina.
  23. Atenção: interrompa a insuflação caso o paciente sinta dor ou tenha resistência
    pois a sonda pode não estar na bexiga.
  24. Nos homens: tracione lentamente a sonda até encontrar resistência;
  25. Realize o enxágue da região perineal com água, para a retirada do excesso de Clorexedina aquoso;
  26. Retire as luvas.
  27.  Fixe a sonda na face interna da coxa com fita adesiva.
  28. Despreze o material descartável no saco plástico e o perfurocortante na caixa rígida coletora;
  29. Higienize as mãos;
  30. Realize sua anotação de enfermagem.

O que anotar?

Igualmente a todos os procedimentos que realizamos, é necessário após o procedimento anotar o que foi feito. Montei um esqueminha do que não pode faltar!​

  • Horário;
  • Procedimento realizado;​
  • Tipo e calibre da sonda utilizada;​
  • Volume de líquido no balão​;
  • Aspecto e cor da urina drenada;​
  • Intercorrências​;
  • Nome/cargo/COREN.

 

Cuidados de enfermagem

  • Fixar o cateter de modo adequado (meso);​
  • Esvaziar a bolsa coletora de acordo com rotina institucional, por exemplo, em alguns setores esvaziamos ao atingir 2/3 de sua capacidade em outros, como na UTI por exemplo, esvaziamos a cada duas horas;
  • Caso o paciente sinta dor durante a insuflação do balão, interromper pois a sonda pode estar não estar localizada na bexiga​
  • Higienizar a região perineal, com água e sabão, incluindo a junção do cateter com o meato uretral três vezes ao dia;
  • Higienizar as mãos antes e após o manuseio do cateter e/ou tubo e/ou bolsa coletora; ​
  • Manter a bolsa coletora sempre abaixo do nível da bexiga para manter fluxo contínuo de drenagem de urina por gravidade. 
  • Não deixar  bico da SVD encostar no cálice ao esvaziar a bolsa.

Esvaziamento da bolsa coletora

Materiais

  • EPI (máscara e óculos); ​
  • Recipiente graduado individualizado ​

 Técnica

  • Higienizar as mãos com água e sabão ;​
  • Colocar os óculos de proteção, máscara descartável e calçar luvas de procedimento; ​
  • Retirar o tubo de drenagem do seu protetor posicionando-o para o recipiente que irá receber a urina, evitando o contato de ambas superfícies durante todo o processo; ​
  •  Abrir a pinça do tudo de drenagem; ​
  • Acompanhar o esvaziamento espontâneo da urina da bolsa coletora no frasco de uso individualizado; ​
  • Fechar a pinça do tubo de drenagem; ​
  • Utilizar desinfecção, com álcool 70%, da superfície externa e ponta do tubo de drenagem (é protocolo em algumas instituições);
  • Colocar o tubo de drenagem no seu protetor; ​
  • Após medir o volume, desprezar a urina no vaso sanitário; ​
  • Retirar e desprezar a luva de procedimento no lixo comum, higienizar as mãos e proceder as anotações, registrando coloração, aspecto, volume de diurese e orientações aos paciente e familiar. ​

 Como retirar a SVD

Os materiais necessários, são:

  • Máscara e óculos de proteção; ​
  • Seringa de 20 ml;​
  • Luvas de procedimento.

Técnica:

  • Higienizar as mãos; ​
  • Reunir todo o material necessário e estar com a bolsa coletora vazia; ​
  • Certificar-se que o paciente identificado é o paciente a ser submetido ao procedimento, por meio da leitura da pulseira de identificação; ​
  • Orientar o paciente / familiares sobre o procedimento a ser realizado; ​
  • Colocar máscara descartável, óculos de proteção e calçar as luvas de procedimento; ​
  • Posicionar o paciente; ​
  • Conectar a seringa na via do balão e aspirar todo o conteúdo líquido do balão;​
  • Atentar para a retirada do volume descrito da capacidade do balão; ​
  • Tracionar suavemente a sonda em direção a região externa, até a saída total da sonda Foley. ​
  • Deixar o paciente confortável; ​
  • Recolher o material utilizado; ​
  • Retirar as luvas,óculos e máscara descartável e higienizar as mãos; 
  • Recompor a unidade;​
  • Calçar a luva de procedimento; ​
  • Levar a bandeja e os materiais utilizados para o expurgo desprezando-os no lixo infectante; ​
  • Realizar desinfecção da bandeja no expurgo; ​
  •  Higienizar as mãos; ​
  • Realizar anotação de enfermagem, registrando nº da sonda de folley retirada e intercorrências no procedimento. ​

Terminologias:

  • Anúria: menor que 100ml em 24 horas​
  • Oligúriamenor que 400ml em 24 horas​
  • Poliúria: volume maior que o normal da urina​
  • Nictúriamicção durante a noite​
  • Disúria: dificuldade ou desconforto ao urinar​
  • Hematúriaurina com sangue​
  • Piúria: urina com pus​
  • Incontinência: incapacidade de controlar a eliminação urinária ​

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MEGA AULA – Curativos! Parte I

Uma das muitas atribuições da enfermagem é a realização de curativos.  Porém, existem várias formas de fazê-lo, e vários materiais a serem utilizados, como veremos.

O carrinho de Curativo:

Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de curativos. Este deve ser completamente limpo. Deve-se verificar a validade de todo o material a ser utilizado. Quando houver suspeita sobre a esterilidade do material que deve ser estéril, este deve ser considerado não estéril e ser descartado. Deve verificar ainda se os pacotes estão bem lacrados e dobrados corretamente

Definições importantes:

Curativo:

É o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida, proporcionando um meio adequado para esse processo. A escolha do curativo depende do tipo de ferida.

Ferida:

São o resultado visível de lesão ou morte das células dos tecidos, causando ruptura da integridade de um tecido. Podem envolver parcial ou totalmente a espessura da pele, podendo atingir subcutâneo, músculo ou até mesmo comprometendo tecidos e órgãos profundos.

Podem ser:
  • Ferida não cirúrgica: é a decorrente de doenças, traumatismos, dentre outros;
  • Ferida cirúrgica: é realizada pelo cirurgião por meio de instrumentos especializados. As vezes, podem acontecer complicações como: sangramento, infecção, exsudação (purulenta, serosa), deiscência dos pontos, aumento da extensão e/ou profundidade da ferida.

São classificadas em:

Feridas assépticas – não contaminada: ferida cirúrgica​;

Feridas sépticas – contaminada​: ferida lacerada.​ 

O Curativo ideal

  • O curativo ideal deve manter alta umidade entre a ferida e o curativo.
  • Remover o excesso de exsudação, evitando a maceração dos tecidos próximos;
  • Permitir a troca gasosa;
  • Fornecer isolamento térmico;
  • Ser impermeável as bactérias;
  • Estar insento de substâncias tóxicas;
  • Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência.

Funções dos Curativos:

  •  Prevenir e tratar a infecção das lesões contaminadas;
  • Evitar a contaminação das feridas limpas;
  • Promover a cicatrização;
  • Remover exsudatos;
  • Promover a hemostasia;
  • Proteger o leito da ferida;
  • Aliviar a dor;
  • Manter medicamentos no local;
  • Manter um ambiente umedecido;
  • Remover corpos estranhos;
  • Proteger contra traumas;
  • Reaproximar bordas separadas;
  • Preencher espaço morto;
  • Remover tecido necrótico;
  • Reduzir o edema;
  • Fornecer isolamento térmico;
  • Dar conforto psicológico;
  • Permitir as trocas gasosas;
  • Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida.

Lembrando que:

Curativo Infectado: limpeza de fora para dentro!
Curativo Limpo: limpeza de dentro para fora!

Cicatrização das feridas:

O processo de cicatrização, transforma o tecido de granulação em tecido cicatricial, sendo a cicatriz a etapa final deste processo.

Fisiopatologia da cicatrização:

Estágios da cicatrização:

  • Reação inflamatória- hemostasia, edema e atração de leucócitos. Dura por volta de 03 dias.​
  • Reepitelização– células epidérmicas se reproduzem​;
  • Proliferação- células epiteliais cobre a superfície da ferida,aparece o tecido de granulação que consiste de colágeno, capilares,macrófagos e fibroblastos;
  • Maturação –final da cicatrização, tecido organizado.

Tipos de cicatrização:

  • Primeira intenção: é quando as bordas das feridas tem suas superfícies aproximadas  por sutura, fita adesiva ou outros mecanismos;
  • Segunda intenção ou granulação: é quando não acontece aproximação das superfícies, e nesse espaço proliferam as granulações, que, por sua vez, serão recobertas pelo epitélio.
  • Terceira intenção: ocorre quando as bordas da ferida são unidas por uma sutura posteriormente.

Fatores que afetam a cicatrização:

Nível nutricional: Um dieta pobre em elementos protéicos, vitamina C e desidratação são os principais causadores do retardo da cicatrização;
Condições de vascularização: como o sangue fornece os elementos cicatrizantes, quanto melhor a circulação, mais eficiente será a cicatrização.
Idade: O processo cicatricial é mais retardado nos idosos;
Edema: Causa alterações na derme o que dificulta a união das extremidades da ferida e diminui a vascularização local.
Administração de drogas: medicamentos que escondem a presença de infecção.
Técnica de curativo: Um dos principais motivos de complicações é o modo como é feito o curativo, exemplo:  troca insuficiente, falhas de técnica asséptica, curativo apertado demais impedindo a circulação.
Glicose: A alteração da taxa de glicose sanguínea prejudica diretamente a cicatrização.

Classificação dos Curativos:

Como já mencionamos, o tipo de curativo a ser utilizado, irá depender da ferida que iremos tratar. Como critérios para escolha, devemos levar em consideração:

  • A ferida: se está seca, com crosta, se apresenta exsudato ou se possui necrose.
  • Onde está localizada a ferida;
  • Qual o tamanho desta ferida;
  • E o formato da ferida: se é superficial ou profunda.

Curativo aberto:

É utilizado em feridas sem infecção que após tratamento permanecem abertos – sem proteção oclusiva. Não há necessidade dos ferimentos serem
ocluídos.
•Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas)
•Cortes pequenos ou escoriações
•Queimaduras de 1º grau

Semi-Oclusivo:

Curativo que oclui parcialmente a lesão e absorve secreções, sendo semi-permeável ao ar e a água. Também permite a exposição da ferida ao ar, absorve exsudato da ferida e isola o exsudato da pele saudável adjacente.

Oclusivo:

Curativo que oclui totalmente o leito da ferida e não permite a passagem de ar ou fluidos, sendo uma barreira contra bactérias. Tem como vantagens:
•Vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;
•Impede a perda de fluidos;
•Promove o isolamento térmico e de terminações nervosas;
•Impede a formação de crostas.

Compressivo:

É utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ou promover estase, e ajudar na aproximação das extremidades do ferimento. Após a limpeza do leito da ferida e aplicação de medicamentos (as vezes) é ocluído.

Com irrigação:

Alguns ferimentos que possui infecção dentro da cavidade ou fístula,possui indicação de irrigação com SF 0,9% ou antisséptico, sendo realizado com seringa.

Com Drenagem:

Nos ferimentos com grande quantidade de exsudação, utiliza-se nessas situações, coloca-se um dreno de Penrose, Kehr, tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.     

Sutura com Fita Adesiva:

Após limpeza da ferida, as bordas do tecido seccionado são unidas e fixa-se a fita adesiva. Este tipo de curativo é apropriado para cortes superficiais e de pequena extensão.

ATENÇÃO: Para que a aula não fica demasiadamente grande e cansativa, dividimos esse post em dois, não deixe de conferir também o MEGA AULA – Curativos Parte II, onde abordamos sobre a técnica correta do curativo, quais as pinças que utilizamos e os tipos de curativos presente no mercado!

MEGA AULA – Curativos! Parte II

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MEGA AULA – Curativos! Parte II

Agora que já estudamos a introdução de curativos (se você perdeu, clica AQUI para conferir), vamos aprender a técnica correta, os instrumentos para realizar e quais produtos podemos utilizar.

Pinças para curativo:

Utilizamos as pinças Kocher e Dente de rato para retirar o curativo anterior e as pinças Anatômicas e Kelly para limpeza, tratamento e oclusão da ferida.

Técnica:

  1. Cheque a prescição de enfermagem e observe o curativo a ser realizado e os materiais necessários.
  2. Higienize as mãos, reuna o material e leve para junto do paciente. Cheque pulseira de identificação.
  3. Explique ao paciente o procedimento e sobre sua participação ativa ou passiva, conforme o grau de compreensão;
  4. Coloque o paciente em posição confortável e exponha o local da lesão; Coloque a mesa ao lado da cama próxima ao local em que será feito o curativo pois irá facilitar o gerenciamento do campo e materiais estéreis.
  5. Higienize as mãos novamente; Coloque a máscara e óculos de proteção.
  6. Abra o kit curativo com técnica asséptica e coloque as pinças com os cabos voltados para fora do campo estéril; Se curativo com luva estéril: abrir luva estéril e fazer da própria embalagem seu campo estéril.
  7. Coloque gazes no campo estéril em quantidade adequada ao tamanho do curativo;
  8. Para retirada do curativo sujo utilize: luvas de procedimento (para curativos com luva estéril) ou pinça dente de rato e luva de procedimento ( curativo com pinça).
  9. Após, despreze as luvas de procedimento, higienize as mãos novamente; (Se necessário, utilize vaselina líquida ou SF0,9% para remoção dos adesivos quando muito aderidos e despreze-o no saco plástico)
  10. Abra a embalagem do Soro Fisiológico 0,9%; realize a desinfecção do ejetor de borracha com swab alcoólico e introduza a agulha 40×12 de forma asséptica;
  11. Dobre a gaze estéril utilizando as pinças do kit curativo, ou luva estéril quando necessário. Umedeça-a com Soro Fisiológico 0,9% e realize a limpeza conforme o tipo de ferida, séptica ou asséptica.
    Feridas Sépitcas: de fora para dentro
    Feridas Assépticas: de dentro para fora
  12. Se necessário, aplique a cobertura prescrita e cubra a região com gaze estéril e adesivo hipoalergênico de forma oclusiva. Deixe o paciente confortável e em segurança.
  13. Despreze o material utilizado (exceto perfuro cortantes) em saco plástico – lixo infectante.
  14. Limpe a mesa auxiliar com álcool a 70%; Higienize suas mãos;
  15. Registre todo o procedimento. Anote as condições do curativo e comportamento do paciente durante o procedimento, comunique qualquer alteração.

Tipos de cobertura para curativos:

Soro Fisiológico:

Mantém a umidade da ferida e favorece a formação de do tecido de granulação, amolece tecidos desvitalizados, absorve o exsudato e estimula o debridamento autolítico.  ferida úmida e importante na formação do tecido de
granulação.

Indicação: Limpeza de todo tipo de ferida e manutenção da umidade. Pode ser utilizado para todo tipo de ferida. 

Ácidos Graxos Essenciais: 

Mantém a ferida úmida, acelera o processo de granulação, é facilmente absorvido pela pele e forma uma película de proteção. Correspondem a uma classe de óleo vegetal formado por triglicerídeos de cadeia média, vitamina A,E e lecitina de soja.
É importante para a manutenção da integridade das membranas das células. Possui ação hidratante e auxilia a restauração da pele. A vitamina E é antioxidante, protegendo a membrana celular contra radicais livres, e a vitamina A participa como importante cofator na cicatrização.  

É indicado para lesões abertas não intactas, e profilaxia de lesão por pressão.
Modo de usar: Aplicar no local afetado utilizando uma gaze e sua troca deverá ser a cada 12 à 24 horas.

Sulfadiazina de Prata:

Possui características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais. Para manter sua ação deve ser trocado a cada 12 h. É muito utilizado em queimaduras. É uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%. Pode ser associada: nitrato de cério, acido hialurônico.
Mecanismo de ação: Prata- confere características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais, provoca precipitação protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana.

Hidrogel

É um desbridante autolítico. Composição: carboximetilcelulose + propilenoglico + água (70 a 90%)

Mecanismo de ação:  

Umidade: Proporciona meio úmido e facilita a migração celular, favorece a angiogênese. 
Desbridamento autolítico: amolece o tecido desvitalizado, facilitando sua remoção;
alivia a dor; protege e hidrata terminações nervosas. 

Ação: debridamento autolitico/ remove crostas e tecidos desvitalizados em feridas abertas.

Hidrocolóide 

Absorve o exsudato e mantém a ferida úmida, protegida de traumas e contaminação. É indicada para ferida com pequena quantidade de exsudação.
Composição: carboximetilcelulose + gelatina + pectina.
Não indicada para feridas com exposição de tecido ósseo, músculos e tendões. 
Ação: é hidrofílico, absorve o exsudato da ferida, formando um gel viscoso e coloidal que irá manter a umidade da ferida.

Papaína

Composição: enzima proteolítica. São encontradas nas folhas, caules e frutos da planta Carica Papaya.
Presente em forma de: pó, gel ou pasta.
Possui atuação desbridante (enzimático) não traumática, anti-inflamatória, bactericida, estimula a força tensil das cicatrizes, pH ótimo de 3 – 12, atua apenas em tecidos lesados, devido a anti-protease plasmática (alfa anti-tripsina).
Observações: diluições: 10% para necrose, 4 a 6% para exsudato purulento e 2% para uso em tecido de granulação.
É fotossensível, por isso, cuidados com seu armazenamento e substancias oxidantes (ferro/iodo/oxigênio), manter em geladeira.

Fibrinolisina: 

Composição: fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease (pâncreas bovino).
Forma de apresentação: pomada
Ação: através da dissolução do exsudato e dos tecidos necróticos, pela ação lítica da fibrinolisina e do ácido desoxorribonucleico e da enzima desoxorribonuclease.
Observações: monitorar a sensibilidade do paciente.

Alginato de cálcio e sódio:

Transforma a exsudação da ferida em gel, mantendo a ferida úmida, ajuda a preencher a cavidade e cotrolar sangramentos. 
É indicado para feridas infectadas, exsudativas e hemorrágicas.
Composição: 80% íon cálcio + 20% íon sódio + ácidos gulurônico e manurônico (derivados de algas marinhas).
Forma de apresentação: cordão e placa
Ação: hemostasia, debridamento osmótico, grande absorção de exsudato, umidade (formação de gel).

Filmes transparentes: 

(Opsite, Bioclusive, Hydrofilm, Tegaderm, Aquagard, Blisterfilm, Mefilm, Poliskin)
Composição: filme de Poliuretano, aderente (adesivo), transparente, elástico e semi-permeável.
Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos.
Observação: pode ser utilizado como cobertura secundária. Trocar até 7 dias.

Hidropolímero

(Allevyn,Polymen,PolyWic,Tielle Askina Transorbent)
Composto por almofadas que possuem três camadas sobrepostas, sendo uma central de hidropolímero , que se expande delicadamente à medida que absorve o
exsudato , e duas outras, formadas por camadas de não tecido não aderente, o que evita agressão aos tecidos na remoção.
Entre suas propriedades, temos: absorção, mantém meio úmido, evita maceração, barreira bacteriana (adesivo), isolamento térmico.
Indicação: feridas abertas não infectadas com baixa ou moderada exsudação.
Contra-indicação: feridas infectadas e com grande quantidade de exsudação.

Gaze de Acetato impregnada com Petrolatum (ADAPTIC)

Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de petrolatum, hidrossolúvel.
Ação: proporciona a não aderência da ferida.
Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações.
Contra-indicação: alergia

Carvão ativado e prata 

Composição: carvão ativado com prata à 0,15%, envolto por não tecido de nylon poroso, selado nas quatro bordas.
Ação: absorve exsudato, absorve os microorganismos, filtra odor, bactericida (prata).
Indicações: feridas fétidas, infectadas ou com grande quantidade de exsudato.
Contra indicações: feridas com exposição ósteo-tendinosas, em assistidos/clientes que apresentem hipersensibilidade ao material.
Observação: não pode ser cortado. Pode ser associado a outros produtos, como: alginato de cálcio e sódio. Frequência de troca segundo a saturação, em média com 48  a 72 horas.

Produtos deveridas de Iodo

Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI)
Ação: penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucléico, através da oxidação.
Indicação: antissepsia de pele e mucosas peri-cateteres.
Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: é neutralizado na presença de matéria orgânica, em lesões abertas altera o processo de cicatrização (citotóxico para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e reduz a forca tensil do tecido.

Clorexidina

Composição: Di-glucanato de clorexidina
Ação: atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática bacteriana.
Indicação: antissepsia de pele e mucosa peri-cateteres.
Contra-indicação: feridas abertas de qualquer etiologia.
Observações: a atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria orgânica, citotóxico, reduz a força tensil tecidual.

Colagenase: 

Possui ação desbridante autolítica. Indicado para desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões isquêmicas. O produto deve ser aplicado somente no local da ferida devido a sua atuação. 

Leia também: MEGA AULA – Curativos! Parte I

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Compreendendo o Monitor Multiparâmetros! Parte I

A monitorização multiparâmetros pode ser utilizada de modo diagnóstico, terapêutico ou até mesmo para prognóstico. Esse tipo de monitorização permite a equipe multiprofissional reconhecer e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente, realizar intervenções em tempo hábil e principalmente prevenir complicações.

É bastante utilizada em unidades de internação, ambulatório, cuidados críticos (UTI/PA/PS), semicríticos (semiintensiva) e centro cirúrgico.

O monitor multiparâmetros, como o próprio nome já diz, nos fornece parâmetros vitais do paciente, sendo possível prestar uma assistência qualificada de acordo com suas necessidades. Os dados fornecidos, podem ser invasivos ou não invasivos, sendo eles:

Não Invasivos: 

  • Monitorização Eletrocardiográfica e Frequência Cardíaca;
  • Oximetria de pulso (SatO2);
  • Pressão Arterial (PANI);
  • Temperatura (T°C);
  • Frequência respiratória (FR);
  • Capnografia (PCO2);
  • Indice Bispectral (BIS).

Invasiva

  • Pressão Arterial Invasiva (PAI);
  • Pressão Venosa Central (PVC);
  • Demais parâmetros derivados do cateter de Swan Ganz: Pressão da Artéria Pulmonar (PAP), Pressão do Capilar Pulmonar (PCP).

Monitorização eletrocardiográfica:

É o primeiro parâmetro fornecido pelo monitor. Ele nos trás a representação gráfica sobre a tela da atividade elétrica do coração.
É utilizado para observar, diagnosticar e avaliar o ritmo do coração.
O monitor permite visualizar o valor numérico da frequência cardíaca, como também a onda de traçado eletrocardiográfico.

É extremamente importante, pois, além da verificação da frequência cardíaca, auxilia na identificação de arritmias, anormalidades de condução e no diagnóstico dos distúrbios hidroeletrolíticos.

Pode ser de 3, 4 ou 5 vias de monitorização. 

Material necessário:

Eletrodos e luvas de procedimento. 

Técnica:

  1.  Higienizar as mãos;
  2. Reunir o material, encaminhar ao leito do paciente e explicar o procedimento;
  3. Conferir a pulseira de identificação do paciente;
  4. Retirar os lacres dos eletrodos, colocando estes na região torácica do paciente, conforme determinação exemplificada no monitor;
  5. Conectar os eletrodos aos cabos do monitor;
  6. Ligar o monitor cardíaco;
  7. Estabelecer limites máximo e mínimo de alarme, e manter o alarme sonoro ligado;
  8.  Reunir o material e deixar a unidade em ordem;
  9. Retirar as luvas;
  10. Descartar os materiais;
  11. Higienizar as mãos;
  12. Realizar anotação de enfermagem.

Lembre-se:

Caso seja necessário, realize a tricotomia do tórax. Poderá ser utilizado tricotomizador
elétrico ou lâmina de barbear, para melhor fixação dos eletrodos;
• Não esqueça de estabelecer os limites de alarmes segundo a faixa etária e quadro clínico do paciente.

Conheça mais sobre o exame de Eletrocardiografia, clique AQUI

Cuidados de Enfermagem: 

  • Observar reação alérgica ao gel ou à cola do eletrodo. Deve ser retirado e ser substituído por eletrodo hipoalérgico;
  • Seguir recomendação do fabricante para colocação dos eletrodos;
  • A troca do eletrodo deve ser realizada diariamente após o banho e sempre que
    necessário;
  • Certificar-se do funcionamento adequado do monitor cardíaco;
  • Verificar se os parâmetros para disparar os alarmes estão ajustados;
  • Verificar se o alarme está funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que o cabo do monitor está conectado adequadamente aos eletrodos;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação dos eletrodos;
  • Pacientes que utilizem marcapasso, é preciso adaptar o monitor multiparâmetros para função de leitura de marcapasso;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sobre o procedimento;
  • Alterações no padrão de ECG devem ser comunicadas imediatamente ao médico e/ou enfermeira;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme, rotina da instituição de saúde.

Pressão arterial Não Invasiva (PANI)

O monitor multiparâmetros, pode fornecer os dados da Pressão Arterial Não Invasiva ou não.

Métodos de Verificação Auscultatório:

Comumente é o método mais utilizado. É um necessário um esfigmomanômetro
e um estetoscópio.

Métodos de verificação Automatizado:

Utilizado nas Unidades de cuidados críticos, semi-críticos e centro cirúrgico.
É necessário um monitor multiparâmetros, um módulo de pressão, um cabo e um manguito.

Cuidados de enfermagem 

  • Manguito de pressão adequado conforme circunferência do braço;
  • Evitar a superinsuflação e consequentemente o garroteamento do membro do paciente;
  • Ao obter uma pressão inaudível com o método auscultatório, solicitar que outro membro da equipe realize a mensuração, confirmando o resultado;
  • Pacientes com acesso venoso periférico, proceder a aferição da pressão contrário ao acesso venoso;
  • Pacientes mastectomizadas ou com fístula arteriovenosa, aferição deve ser realizada em membro contrário;
  • Método automatizado, atentar-se à programação do aparelho (instabilidade hemodinâmica);
  • Realizar rodízio do manguito de pressão arterial se possível;
  • Atenção à desconexão do equipamento ou afrouxamento do manguito no membro do paciente;
  • Alterações repentinas no valor mensurado, devemos certificar o valor, repetindo o processo;
  • Comunicar ao médico e/ou enfermeira valores alterados da pressão arterial;
  • Realizar a higienização do manguito com álcool a 70% a cada troca de paciente. Unidades de longa permanência, recomenda-se a lavagem do manguito com água e sabão;
  • Calibração dos equipamentos periodicamente;

Temperatura:

A mensuração mais  utilizada é a axilar, com tempo de permanência de 3 minutos, porém existem outras formas de mensuração, vamos conhecer? 

  •  Oral;
  • Retal;
  • Timpânica;
  • Esofágica.

0 termômetro digital deve ser higienizado com álcool a 70% a cada uso;
A sonda retal pode ser lavada com água e sabão (somente a extremidade) e depois
higienizada com alcool a 70% ou higienização conforme rotina institucional.

Cuidados de Enfermagem 

  • A sonda esofágica deve ser esterilizada a cada uso;
  • A sonda do termômetro esofágico deve ser fixada com fita microporosa. Realizar a troca da fixação diariamente após o banho e quando necessário;
  • Temperatura automática através de termômetro esofágico e/ou retal, deve-se estar atento a diferença de valores de referência (verificar protocolo da institucional);
  • A sonda do termômetro retal deve ser fixada com fita microporosa no glúteo do paciente;
  • Cuidado nas trocas de fralda para a mobilização do termômetro. Recolocar com
    anestésico local caso seja necessário;
  • Valores alterados na sonda esofágica e/ou retal, deve-se verificar seu possível deslocamento. Em geral, sondas retais tendem a deslocar nas
    evacuações.
  • Estar atento aos cuidados aos pacientes febris, em especial as crianças que facilmente apresentam crise convulsiva por hipertermia.
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Frequência Respiratória:

Outro parâmetro fornecido pelo monitor é a frequência respiratória. 

Cuidados de Enfermagem

  • Equipe de enfermagem deve possuir conhecimento técnico para atender prontamente as alterações significativas para o estado clinico
    do paciente.
  • Valor normal: 16 a 20 mrpm;
  • Pacientes com dispneia devem ser mantidos em posição Fowler;
  • Observar e anotar em prontuário o padrão respiratório (ritmo, profundidade, simetria do tórax);
  • Observar o cansaço aos mínimos esforços e procurar não exigir do paciente nenhuma atividade sem o auxílio de oxigenoterapia;
  • Estar atento a qualquer enfisema subcutâneo, abaulamento, assimetria da respiração, em especial após procedimentos de punção próximo a região torácica;
  • Administrar oxigenoterapia conforme a prescrição médica;
  • Ao encontrar valores ou padrão respiratório alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou a enfermeira.

Capnografia (CO2)

É a monitorização do gás carbônico. É utilizada nas unidades de cuidados críticos para pacientes graves. Em geral, manipulada por fisioterapeutas e anestesistas. Ainda assim, a  enfermagem deve possuir conhecimentos para prestar os cuidados adequados.

Compreendendo melhor: 

É o registro do gás carbônico no final da expiração e juntamente com a capnometria, constituem a essência da monitorização da função respiratória.

Conhecimentos necessários: 

  • É aferida por um detector que é colocado no final do tubo endotraqueal;
  • Nos fornece a analíse da pressão parcial de CO2;
  • Sua unidade de medida é: mmHg;
  • Valores normais: 35 a 45 mmHg.

Cuidados de Enfermagem: 

  • Realizar a higiene do sensor com álcool a 70% a cada troca do equipamento por paciente;
  • Evitar a condensação de vapor de água no circuito do ventilador para que as leituras não sejam falsamente elevadas;
  • Ao encontrar valores alterados, comunicar imediatamente ao médico e/ou enfermeira.

Oximetria de Pulso (SPO2)

É utilizado nas Unidades de Clínica médica, cirúrgica, centro cirúrgico e unidades de
cuidados críticos e semi-críticos;
É colocado um sensor de oximetria, ligado ao monitor multiparâmetros que nos fornece a visualização de uma onda de pulso e o valor mensurado da saturação de oxigênio e o pulso cardíaco.

Saturação de O2:

Seu valor normal é acima de 94%! Alterações e falsas leituras da saturação de oxigênio, são causadas geralmente por: 

  • Hipotensão;
  • Edema;
  • Perfusão periférica prejudicada.

Vantagens:

  • É um método não invasivo;
  • Fornece informação instantânea e contínua de alterações fisiológicas e rápida atuação em situações de hipóxia;
  • Possui pequena margem de erro.

Indicações: 

  • Permite ajustar a FiO2 e PEEP de acordo com a necessidade do paciente;
  • Auxílio no ajuste do ventilador mecânico e do desmame ventilatório;
  • Detecção de hipóxia;
  • Avaliação rápida da disfunção respiratória.

 A oximetria de pulso é um método de interpretação da relação da oxi-hemoglobina e da desoxi-hemoglobina medida por pletismografia óptica e espectroscopia por transiluminação do leito capilar pulsátil.

Deu pra entender? Vamos simplificar então?

É utilizado um sensor colocado no dedo ou no lóbulo da orelha do paciente e este transmite comprimentos de onda, sendo possível determinar a Taxa de concentração de oxigênio por meio da absorção.

Material: 

  • Monitor multiparâmetros;
  • Cabo de oxímetro do monitor;
  • Sensor de oxímetro (modelo de acordo com faixa etária);

Técnica: 

  • Higienizar as mãos e explicar o procedimento ao paciente/família;
  • Conectar o cabo de SpO2 ao monitor;
  • Ligar o monitor;
  • Fixar o dedal apropriadamente no dedo do paciente, oposto ao cateter intra-arterial;
  • Selecionar/tocar a tela na opção desejada para ajuste do alarme visando alterar os parâmetros, se necessário;
  • Manter alarme sempre ligado;

Lembrando que: 

  • A higienização das mãos e o descarte de material seguem padronização do SCIH de cada instituição de saúde.
  • O tipo e o tamanho de sensor de oxímetro corretos são definidos de acordo com o tipo de paciente a ser monitorizado.
  • Um mínimo fluxo arterial deve estar presente para que sejam obtidos níveis de saturação, a luz infravermelha seja emitida e o foto-detector estejam um oposto do outro.
  • Devemos fazer rodízio do local de colocação do sensor de oxímetro, evitando-se assim lesões e queimaduras;

Funcionamento do Oxímetro: 

O equipamento utilizado para mensurar os valores de saturação de oxigênio no sangue é
denominado oxímetro. Este pode ser manual (portátil) ou fixo ao leito (normalmente acoplado a monitor de multiparâmetros).
O sensor é formado por um par de pequenos diodos emissores de luz e é colocado em uma parte do corpo do paciente que seja translúcida, como a ponta dos
dedos ou o lóbulo da orelha. A intensidade com que a luz emitida pelo sensor
consegue atravessar o tecido determinará a saturação de oxigênio no sangue;
O mecanismo de leitura pelo oxímetro e automático, e o valor é expresso no monitor.

Vantagens: 

  • Facilidade para mensurar os valores;
  • Procedimento não invasivo;
  • Correlaciona-se bem com as medidas de saturação da hemoglobina;
  • Indica adequado suprimento de O2 aos tecidos;
  • Pode indicar o status do fluxo sanguíneo aos órgãos vitais e a capacidade de carrear do sangue.
  • Em pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia intensiva, o oxímetro está associado aos monitores multiparâmetros, ou seja, no mesmo equipamento é possível monitorar a frequência cardíaca, a frequência respiratória e
    a pressão arterial de modo não invasivo e invasivo;
  •  É possível também visualizar o traçado elétrico do paciente;

Cuidados de enfermagem: 

  • Se as extremidades do paciente estiverem frias, procurar aquecê-las, pois a hipoperfusão distal provocará interferência nos valores de saturação de oxigênio no sangue;
  • Remover esmaltes coloridos, pois impossibilitam a leitura óptica infravermelha;
  • Certificar-se do posicionamento adequado do sensor;
  • Certificar-se de que o sensor não está fazendo pressão exagerada sobre os dedos ou o lóbulo da orelha;
  • Certificar-se de que o cabo do oxímetro está conectado adequadamente ao sensor;
  • Certificar-se de que o oxímetro esta funcionando corretamente;
  • Certificar-se de que os parâmetros para disparo do alarme estão ajustados;
  • Certificar-se de que o alarme esta funcionando corretamente;
  • Alternar o local de posicionamento do sensor, a fim de evitar lesões de pele;
  • Observar a integridade da pele no local de colocação do sensor;
  • Orientar o paciente e os familiares para o não manuseio do sensor;
  • Manter o paciente e os familiares orientados sabre o procedimento;
  • Anotar no prontuário do paciente valores encontrados, conforme rotina da instituição de saúde;
  • Manter o paciente confortável.

Ficou com dúvida de algum dos parâmetros acima? Leia nosso artigo sobre Sinais Vitais, clique AQUI

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Entendendo sobre Oxigenoterapia! Definições e tipos!

Definição:

Consiste na administração de oxigênio, de modo terapêutico,  numa concentração de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia.

Esta técnica possui como principal objetivo aumentar o nível de oxigênio que é trocado entre o sangue e os tecidos.

Objetivos:

  1. Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia e melhorar a difusão do Oxigênio;
  2. Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldades de transporte de oxigênio;
  3. Facilitar a absorção de ar nas cavidades orgânicas;
  4. Minimizar a carga de trabalho cárdio-pulmonar;
  5. Manter PaO2 entre 80 a 100 mmHg e saturação de O2 entre 90 a 100%.

Indicações:

Segundo a “American Association for Respiratory Care” (AARC), as indicações básicas de oxigenoterapia são:

  • PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente);
  • Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de
    doenças cardiorrespiratórias;
  • IAM;
  • Intoxicação por gases (monóxido de carbono);
  • Envenenamento por cianeto. 

 

Benefícios: 

  • Melhora a troca gasosa;
  • Vasodilatação arterial pulmonar;
  • Baixa sobrecarga de trabalho miocárdico;

Métodos da oxigenoterapia:

Cateter nasal:

É ofertado ao paciente uma concentração que varia de 25 a 45% e com um fluxo de 0,5 até 5L/mim.

Vantagens: Permite o paciente falar e se alimentar e fazer atividades diárias sem interromper a oxigenoterapia.

Desvantagens: Não conhecer o fluxo exato da FiO2; ressecamento da mucosa, irritação cutânea (dermatites de contato) e vazamentos.

Atenção: Para fluxos superiores à 4L/mim é necessário utilizar umidificação.

Máscara facial e Nebulização:  

Também não oferecem concentrações fixas de ar inspirado. Devem ser anatômicas, transparentes e resistentes.

Vantagens: Consegue fornecer maiores concentrações de oxigênio.

Desvantagens: Precisa ser retirada para cuidados diários e alimentação deve ser retirada e também se o paciente apresentar claustrofobia.

Máscaras com reservatório de oxigênio

É uma máscara com as mesmas características da máscara facial, porém com uma bolsa onde o oxigênio é armazenado e liberado durante as inspirações do paciente.

Vantagens: Consegue fornecer maiores concentrações de oxigênio.

Desvantagens: Precisa ser retirada para cuidados diários e alimentação deve ser retirada e também se o paciente apresentar claustrofobia.

Máscaras de Venturi 

Dos métodos de oxigenoterapia não invasivo, é considerado o método mais seguro, pois fornece uma FiOconhecida.

O sistema Venturi é baseado na passagem de um alto fluxo de oxigênio a orifícios no corpo da máscara, cuja escala de concentração de oxigênio varia de 24% a 50% (FiO 2de 24, 28, 31, 35, 40 e 50%).

Esse tipo de máscara é utilizado em ambiente hospitalar, principalmente pós extubação.

Vantagens: Consegue fornecer uma FiO2 conhecida ao paciente.

Desvantagens: Precisa ser retirada para cuidados diários e alimentação deve ser retirada e também se o paciente apresentar claustrofobia.

Tenda facial 

É uma máscara constituída de material maleável e transparente, geralmente utilizada com crianças, principalmente neonatos.

Este tipo de máscara oferece uma concentração elevada de oxigênio.

CPAP

É um aparelho que envia um fluxo de ar contínuo para as vias respiratórias, por meio de uma máscara, evitando a apneia do sono. A quantidade do fluxo de ar enviado é determinada pela pressão informada no exame de polissonografia.

Vantagens: A autorregulação do fluxo de ar oferecido ao paciente. Por conta dessa característica, o aparelho é indicado nos casos em que não há recomendação de uso de uma pressão fixa, como acontece com a apneia obstrutiva do sono.

Desvantagens: Precisa ser retirada para cuidados diários e alimentação deve ser retirada e também se o paciente apresentar claustrofobia.

Invasivos:

Traqueostomia:

É uma pequena intervenção cirúrgica que consiste na abertura de um orifício na traqueia e na colocação de uma cânula para passagem de ar.

Vantagens: menos lesão da orofaringe e traqueia do paciente , mais facilidade e eficiência de limpeza e secreção de aspirações.

Desvantagens: Como todo procedimento cirúrgico , por mais simples que seja, existe possibilidade de distúrbios de cicatrização e infecção local. 

Intubação Orotraqueal (ou endotraqueal)

É um procedimento de suporte avançado de vida onde o médico, com um laringoscópio, visualiza a laringe e através dela introduz um tubo na traqueia (tubo endotraqueal).

Vantagens: Prevenir a aspiração de conteúdo gástrico e de corpos estranhos. Possibilitar uso de ventilação com pressões mais altas, sem risco maior de distensão gástrica, facilitando assim a ventilação e a oxigenação alveolar. 

Desvantagens: Lesões na mucosa.

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Qual a sequência correta para coletar exames laboratoriais?

Durante muito tempo, os laboratórios utilizam tubos de vidro em suas coletas. E para que os resultados fossem confiáveis e fidedignos, haviam diretrizes para a ordem coleta de cada tubo para evitar a contaminação com aditivos de um tubo para o outro.

Atualmente, os laboratórios passaram a utilizar em suas coletas tubos de plástico, e isso levou a atualização das antigas diretrizes de como coletar. Vamos aprender corretamente como coletar amostra de sangue tanto para tubos de plástico, quanto para tubos de vidro. 

Tubos plásticos:

  1. Frascos para hemocultura.
  2. Tubos com citrato (tampa azul-claro).
  3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou amarela).
  4. Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde).
  5. Tubos com EDTA (tampa roxa).
  6. Tubos com fluoreto (tampa cinza).

Tubos de vidro:

  1. Frascos para hemocultura.
  2. Tubos para soro vidro-siliconizados (tampa vermelha).
  3. Tubos com citrato (tampa azul-claro).
  4. Tubos para soro com ativador de coágulo com gel separador (tampa amarela).
  5. Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde).
  6. Tubos com EDTA (tampa roxa).
  7. Tubos com fluoreto (tampa cinza).

Cuidados de enfermagem na coleta de sangue:

Imediatamente após a coleta, não esqueça de homogeneizar os tubos sem chacoalhar, evite hemolise!

Você conhece quais são os tubos para coleta de sangue e a sua finalidade? Se ainda não, confira a nossa postagem onde falamos tudo sobre CLIQUE AQUI!

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Referências:

Bowen RAR, Remaley AT. Interferences from blood collection tube components on clinical chemistry assays. Biochemia Medica. 2014;24(1):31-44. doi:10.11613/BM.2014.006.

CLSI H3-A6, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipunctures; Approved Standard, 6thed.

Nikolac N, Šupak-Smolčić V, Šimundić A-M, Ćelap I. Croatian Society of Medical Biochemistry and Laboratory Medicine: national recommendations for venous blood sampling. Biochemia Medica. 2013;23(3):242-254.

Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso – 2. ed. Barueri, SP: Minha Editora, 2010.

 

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Sonda Nasoenteral – Definição, passagem e cuidados de enfermagem!

Há 03 vias possíveis de administração de calorias e nutrientes aos pacientes, são elas:

  • Oral;
  • Enteral;
  • Parenteral.

Sonda Nasoenteral:

É a progressão da sonda através da narina até o sentido pré-pilórico (no estômago) ou pós-pilórico (no intestino, duodeno ou jejuno) para a administração de nutrientes pelo trato gastrintestinal.

É desejável que a ponta progrida até a parte distal do duodeno ou proximal do jejuno. É utilizada para administrar alimentação e medicação via enteral. É indicada quando o cliente não quer comer, não pode comer, não consegue comer.

A sonda:

A sonda de Dobbhoff é radiopaca, de silicone ou poliuretano, e por serem desse material, não sofrem alterações com o pH ácido, tem maior durabilidade e irritam menos a mucosa.

São extremamente maleáveis e possuem um fio guia para serem introduzidas que só são retirados após confirmação da sonda através do exame de raio-x.

As sondas de nº 12, 14, 16 ou 18 French são utilizadas para adultos e as de nº 04, 06,08 ou 10 para crianças dependendo da idade.

Possui um adaptador em uma de suas extremidades onde é possível conectar equipos e seringas.

É desejável que a sonda seja de menor calibre para não causar desconforto.

Objetivo:

  • Garantir ao paciente nutrição adequada;
  • Suprir demanda metabólica decorrente de diversas patologias e situações de estresse.
  • Corrigir desnutrição aguada ou crônica e hipoproteinemia.

Equipe multiprofissional em Terapia Nutricional:

Médico: Indica e prescreve a melhor nutrição enteral para cada paciente de acordo com suas necessidades.

Enfermeiro: Responsável pela passagem de sonda nasoenteral e pela continuidade da terapia nutricional.

Técnico de Enfermagem: juntamente com o enfermeiro, é responsável pela manutenção e permeabilidade da sonda. Também é responsável pela troca das dietas e computar sua infusão no balanço hídrico.

Nutricionista: Avaliação do estado nutricional dos pacientes e suas necessidades.

Farmacêutico: Realiza todas as operações de desenvolvimento, preparo, avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte de nutrientes.

Indicação:

  • Anorexia severa;
  • Inconsciência;
  • Lesões orais;
  • Traumas;
  • Intervenções cirúrgicas.
  • Disfagia
  • Estados hiper catabólicos.

Contra-Indicações:

  • Diarréia / vômito
  • Íleo paralítico
  • Obstrução intestinal
  • Refluxo gástrico
  • Sangramento GI
  • Doença inflamatória intestinal
  • Intolerância persistente a dieta (diarreia, vômitos e náuseas).

Complicações

As complicações da nutrição enteral podem ser classificadas, em três grupos distintos:
  •  As complicações mecânicas, as quais se relacionam com a introdução e manutenção da sonda nasoentérica;
  • Complicações gastrointestinais, as quais estão relacionadas com a infusão da dieta no tubo digestivo;
  • E as complicações metabólicas, as quais estão relacionadas com os efeitos metabólicos da dieta após a sua absorção.

Vias de Administração: 

  • Nasoentérica (SNE): Uso para períodos curtos, até 45 dias.
  • Nasogástrica (SNG): Uso para períodos curtos, até 45 dias
  • Gastrostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias
  • Jejunostomia: Uso para períodos longos, mais de 45 dias. Não pode administrar medicações VO por essa via.

Métodos de Administração: 

  • Intermitente (volume 350ml);
  • Contínua;
  • Bolos (criança).

O procedimento: 

  1. Verificar na PM a solicitação de passagem de SNE.

5. Explicar o procedimento e a sua finalidade.

6. Posicionar o paciente em decúbito elevado ou sentado para prevenir bronco aspiração de conteúdo gástrico se houver vômitos.

7. Colocar os equipamentos de proteção individual.

8. Abrir a sonda e conferir se a mesma está pérvias e sem rupturas.

9. Colocar a toalha sobre o tórax do cliente, para proteger sua roupa e lençóis de cama contra sujidades.

10. Observar se há sujidade na narina e se necessário, fazer higiene antes do procedimento.

11.Combinar com o cliente um sinal que ele poderá fazer, caso queira que você interrompa o procedimento.

15. Verificar se a sonda não se encontra enrolada na boca;

16. Observar sinais de cianose, tosse ou desconforto respiratório, neste caso retirar, pausar enquanto o paciente se acalme e prosseguir a passagem.

Lembre-se de instruir que o cliente baixe o queixo, para fechamento da traqueia; e pedir que ele faça movimentos de deglutição quando sentir a sonda na garganta!

17. Após, realizar os testes para observar se a sonda está bem locada:

Imagem relacionada

Teste da aspiração do conteúdo gástrico: Conectar a seringa a sonda e aplicar pressão negativa (aspiração) e observar se há retorno do conteúdo gástrico.

Teste da audição: Injetar de 10 a 20 cc de ar na sonda e verificar a presença de ruídos com auxílio do estetoscópio na altura do epigástrio.

 18. Em seguida devemos fixar a sonda na narina sem tracioná-la.

19. Posicionar o paciente confortável, agradecer pela colaboração;

20. Deixar a unidade e o material em ordem;

21. Retirar as luvas, óculos e mascara;

22. Lavar as mãos;

23.  Fazer anotação de enfermagem (hora, tamanho e tipo da sonda, narina que foi introduzida, medida da parte exteriorizada, volume e aspecto da secreção drenada, intercorrências.)

Atenção: A sonda só poderá ser utilizada após confirmação de localização através do exame de raio-x e confirmação do médico.

Materiais necessários para troca do sistema:

  • 01 seringa oral pack;
  • 01 frasco de nutrição enteral;
  • 01 equipo para dieta enteral;
  • 01 rótulo para dieta;
  • Água mineral.

Procedimento de retirada da sonda

  • Confirmar se o procedimento está prescrito;
  • Explicar o procedimento ao cliente;
  • Avaliar o funcionamento intestinal auscultando para ver se há peristaltismo ou flatos;
  • Ajudar o cliente a assumir a posição semi-Fowler;
  • Lavar as mãos e calce luvas;
  • Usar uma seringa com 10 ml de soro fisiológico a 0,9%, para irrigar a sonda;
  • Certificar de que a sonda não está com conteúdo gástrico;
  • Soltar a fixação da sonda;
  • Fechar a sonda, dobrando-a em sua mão;
  • Pedir ao cliente para prender a respiração, para fechar a epiglote;
  • Cobrir e retirar imediatamente a sonda;
  • Ajudar o cliente a fazer uma higiene bucal completa;
  • Anotar a data e a hora de retirada da sonda. 

Cuidados de Enfermagem: 

  • Observar a permeabilidade da via;
  • Antes de iniciar a dieta, realizar teste de posicionamento da sonda;
  • Atentar-se a fixação da sonda, se estiver em mau estado, realizar troca imediata;
  • Lavar antes, durante e após medicações com 20 ml de água.

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Salinizar ou Heparinizar cateteres venosos periféricos?

A terapia intravenosa é um importante recurso terapêutico, sendo indicada para a maioria dos pacientes hospitalizados, sendo condição prioritária para o seu atendimento. E um evento frequentemente observado é a obstrução dos cateteres venosos devido à formação de coágulos ou precipitado de fármacos.

Salinizar ou Heparinizar?

Segundo o parecer do COREN-SP, o uso do SF 0,9% para salinização dos cateteres venosos periféricos tem sido muito recomendado para manutenção da permeabilidade e prevenção de complicações decorrentes de associação medicamentosa.

Apresentando como vantagem menor custo que a heparinização, além de ser um procedimento mais simples e de eliminar a possibilidade de incompatibilidade com as drogas e soluções administradas. Além disso, elimina o risco de alergia, trombocitopenia e hemorragia.

A heparina interage com a antitrombina, formando um complexo ternário que inativa várias enzimas da coagulação, tais como os fatores da coagulação (II, IX e X) e mais significativamente a trombina.

Assim recomenda-se que sua concentração seja a menor possível para manter a permeabilidade do cateter. A escolha do método depende das rotinas das instituições e se for indicado o uso da heparina, recomenda-se que a concentração não cause anticoagulação sistêmica, aumentando o risco de hemorragias.

Estudos feitos com base em uma revisão sistemática com meta análise e uso da solução salina e heparina, evidenciou não haver diferença na permeabilidade e prevenção de obstrução de cateteres,  com uso de SF 0,9% e heparina em acessos venosos. Porém nos acessos arteriais o uso da heparina prolonga o tempo de permeabilidade e redução dos coágulos.

Independente da solução, é importante exercer uma pressão positiva na hora de injetar a solução e fechamento rápido do sistema ou uso de dispositivo com válvula antirefluxo na luz do cateter.

Vale ressaltar que além da infusão intermitente, o uso de lavagens (flush) em cateteres de infusão contínua também é recomendado, com o objetivo de manter a permeabilidade do cateter e evitar infecções de corrente sanguínea relacionada ao cateter através da redução do biofilme.

A prescrição da salinização e heparinização dos cateteres podem ser feitas pelo enfermeiro, desde que haja previsão no protocolo institucional, conforme legislação do exercício profissional.

Quanto à execução da Permeabilização do Cateter Venoso Periférico:

Indicações:

  • Antes e após a cada administração de medicamentos;
  • Após a administração de sangue e derivados;
  • Quando converter de infusão continua para intermitente;
  • A cada 12 horas quando o dispositivo não for usado.

Material Necessário (salinização):

  • 01 Par de luvas de procedimento;
  • 01 ampola de S.F. 0,9%;
  • 01 seringa de 10ml;
  • 01 agulha 40X12;
  • 02 álcool Swab;
  • 01 bandeja;
  • Película para Fixação ou Micropore.

Técnica:

  1. Realizar a higienização das mãos;
  2. Separar o material necessário;
  3. Aspirar a solução fisiológica a 0,9% na seringa de 10 ml;
  4. Fazer a desinfecção da via com álcool swab;
  5. Aspirar o dispositivo para confirmar o fluxo do cateter;
  6. Administrar um volume mínimo de ao menos 2 (duas) vezes o volume da capacidade do cateter (priming);
  7. Fazer a desinfecção da via após o procedimento com álcool swab;
  8. Fechar a via com oclusor (tampinhas) estéreis (conector valvulado para manter sistema fechado);
  9. Desprezar o material utilizado em local apropriado;
  10. Realizar a higienização das mãos;
  11. Realizar checagem e anotações em prontuário.

Fonte: Coren

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Tipos de isolamentos ou precauções existentes no hospital

Você já ouviu falar dos isolamentos ou precauções hospitalares? Todos sabemos que o ambiente hospitalar é um ambiente propício a disseminação de microrganismos e o isolamento de pacientes é uma forma antiga para prevenção de disseminação de doenças. Vamos entender melhor!

Isolamento:

É a segregação de pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença, sob condições que permitam evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a outros.

Precauções:

Conjunto de medidas e recomendações que visam evitar ou diminuir a transmissão direta ou indireta de doenças infecto contagiosas ou microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes e profissionais de saúde ou visitantes.

Tipos de Isolamento ou Precaução: 

O tipo de isolamento é determinado de acordo com o agente infeccioso confirmado ou suspeito. Existem quatro tipos de Isolamento ou Precaução, são eles:

  1. Precauções Padrão
  2. Precauções de Contato
  3. Precauções com Gotículas Perdigoto
  4. Precauções com Gotículas Aerossóis

Precaução Padrão:

É indicado a todos os pacientes e toda a equipe multiprofissional deve aderir.

São medidas de proteção que devem ser aplicadas sempre que houver risco de contaminação com:

  • Sangue ou fluido corporal, mesmo que estes não sejam visivelmente perceptíveis;
  • Contato com pele não íntegra;
  • Contato com  mucosas.

Cuidados:

  • Higienização das mãos
  • Luvas de procedimento (uso de luvas não estéreis mas limpas quando existir possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, sangue, secreções, excreções com exceção do suor, pele não íntegra, mucosas. Entre um paciente e outro, ou entre sítios anatômicos do mesmo paciente, deve-se trocar as luvas. Após o uso, retirá-las e imediatamente higienizar as mãos);
  • Avental (limpo e não estéril, é utilizado para proteger as roupas e superfícies corporais de respingos de sangue, secreções e excreções e líquidos corporais. Após o procedimento retirar o avental e providenciar a higienização das mãos de imediato);
  • Máscaras, Óculos proteção: (Devem ser utilizar para proteger as mucosas oral, nasal e ocular de respingos de secreções, excreções, sangue e líquidos corporais);
  • Cuidados com Artigos e Equipamentos de Assistência ao Paciente (Devem ser manuseados de forma que não contaminem o ambiente, os pacientes e os profissionais de saúde e encaminhados para a limpeza e desinfecção ou esterilização);
  • Controle de Infecção no Ambiente Não é apenas o paciente que fica colonizado por micro-organismos. Todo o ambiente ao seu redor também fica colonizado. Por isso que aparelhos de uso geral como: estetoscópio, aparelho de pressão, termômetro, cabos de monitorização podem carregar bactérias, por isso, devem ser higienizados após cada uso.
  • Cuidado com Roupas ( roupas usadas, sujas com sangue, secreções , excreções e líquidos corporais deverão ser condicionadas em sacos impermeáveis para evitar contaminação de superfícies ambientais.
  • Prevenção de Acidentes posterior Contaminação (prevenir acidentes com perfuro-cortantes, bisturis e outros, não reencapar agulhas, descarte correto observando limite dos recipientes);
  • Acomodação Adequada do Paciente (deve utilizar quarto privativo quando o paciente não for capaz de manter sua higiene pessoal e do ambiente).

Precauções de Contato:

Precauções de contato são medidas aplicadas para a prevenção da transmissão de agentes infecciosos através de contato direto ou indireto com o paciente ou ambiente.

Deve ser adotada quando o paciente tem potencial de transmissão por meio direto e indireto. É importante lembrar,que na precaução de contato a precaução padrão também deverá ser aplicada!

A transmissão pode ocorrer por meio de:

  • Contato Direto: Transmissão de microrganismos de um paciente para outro através do contato direto da pele.
  • Contato Indireto: Transmissão de microrganismos por meio de fômites ou veículos inanimados como roupas contaminados, artigos e equipamentos contaminados.

Na Precaução por Contato deve-se:

  • Oferecer quarto privativo ou comum para o mesmo microorganismo;
  • Luvas e Avental deverão ser utilizados pelo profissional para o contato com o paciente ou material infectante;
  • Devemos evitar o transporte do paciente se possível;
  • Artigos e Equipamentos deverão ser de uso exclusivo para cada paciente.

 

A precaução por gotículas é utilizada quando o potencial de infecção se dá por meio do ar envolvendo dois tipos:

  1. Precaução por gotículas;
  2. Precaução por gotículas aerossol.

Precaução por gotículas:

A transmissão por gotículas, se dá através de partículas maiores que 5μm (micras), são gotículas eliminadas através de:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros;
  • Realização de procedimentos como a aspiração de secreções.

Os perdigotos atingem cerca de um metro de distância e rapidamente se depositam no chão. Podemos citar como exemplo, a transmissão das seguintes doenças:

  • Doença meningocócica;
  • Gripe;
  • Coqueluche;
  • Dfteria;
  • Caxumba e;
  • Rubéola.

Cuidados:

  • A pessoa deve ser internada em um quarto privativo (um único paciente no quarto), preferencialmente.
  • Se não for possível, o outro leito deve ficar a uma distância de no mínimo 1 metro;
  • A porta do quarto deve permanecer sempre fechada;
  • Todas as pessoas que entrarem no quarto (inclusive visitas), devem usar máscara cirúrgica (tampando nariz e boca) durante todo o tempo que permanecerem no quarto;
  • Ao sair do quarto, a máscara deve ser jogada no lixo (não pode guardar para usar depois);
  • O paciente não pode sair do quarto, por exemplo: caminhar pelo corredor do hospital, a não ser que seja preciso, exemplo: realizar algum exame;
  • Caso o paciente precise sair do quarto, deverá usar a máscara cirúrgica todo o tempo que estiver fora.

Precauções por Aerossóis:

A transmissão por aerossóis, acontece quando partículas menores que 5μm (micras), são eliminadas por meio das vias aéreas, quando ressecadas, através da:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros.

O aerossóis podem permanecer por horas suspensas no ar podendo atingir outros ambientes através das correntes de ar. São doenças transmitidas por aerossóis:

  • Mycobacterium tuberculosis,
  • Sarampo e;
  • Varicela.

Cuidados:

  • O paciente deve ficar obrigatoriamente em um quarto sozinho.
  • O quarto deve ser com pressão negativa, com ar condicionado de alta pressão de filtro de alta eficácia.
  • A porta do quarto deve ficar SEMPRE fechada
  • Obrigatório o uso de mascara de tipo N95 ou PPF -22 para todo profissional que entrar no quarto. A máscara poderá ser reutilizada desde que não esteja dobrada, amassada ou molhada.
  • Se precisar sair do quarto, o paciente deve usar máscara cirúrgica.

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Como higienizar as mãos corretamente?

As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar, e sua adequada higienização é fundamental para o controle de infecções. A equipe hospitalar, ao iniciar suas atividades em áreas críticas, deve retirar adornos (anéis, pulseiras, relógios) e lavar as mãos até o cotovelo com sabão degermante.

Nunca esqueça! Higienizar as mãos constantemente ajuda a evitar uma série de infecções e salvar vidas!

Lavar ou higienizar: qual a diferença entre os dois?

O termo “lavagem das mãos” é mais conhecido popularmente, geralmente os profissionais da saúde, referem-se a esse ato como: “higienização das mãos” devido à técnica e maior abrangência deste procedimento. Esse procedimento pode ser realizado tanto com água e sabão, quanto com álcool gel!

Por que higienizar as mãos é tão importante?

Usamos as mãos praticamente para tudo que fazemos e a pele é um reservatório de diversos microrganismos. Por meio do contato direto (pele com pele) ou indireto (toque em objetos e superfícies contaminadas), esses microrganismos podem se transferir de uma superfície para outra. As mãos são um veículo eficiente para a transmissão de infecções e bactérias.

 

Água com sabonete ou soluções alcoólicas: o que usar?

A higienização das mãos com soluções alcoólicas e com água e sabão são igualmente eficazes! Devemos utilizar água e sabão quando as mãos estiverem com sujidades visíveis.  Esse procedimento deve durar em torno de um minuto. Nas demais situações, podemos utilizar álcool gel, utilizando a mesma técnica por 20 a 30 segundos.

Quando higienizar as mãos?

Em casa: Há várias situações em que a higienização de mãos é obrigatória: antes, durante e depois do preparo de qualquer alimento; antes de tocar em qualquer coisa que vá à boca do bebê; antes e depois de pegar numa pessoa doente; após coçar ou assoar o nariz; antes e depois das refeições; após ir ao banheiro; antes e depois de tratar algum machucado ou ferimento; depois de trocar fraldas ou ajudar uma criança a ​se limpar; depois de tocar, alimentar ou limpar um animal; depois de manipular a comida ou objetos de seu gato ou cachorro e depois de tocar no lixo.

No hospital: Ao chegar ao quarto do paciente para visitá-lo, higienize as mãos para não trazer micro-organismos de fora. Ao sair do quarto, também.

Como higienizar as mãos corretamente?

Higienize suas mãos sempre!

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