Categoria: Terapia Intensiva

Tipos de Dietas na UTI: Cuidados Nutricionais Críticos

A alimentação adequada desempenha um papel crucial nos cuidados intensivos, e diferentes tipos de dietas são implementados para atender às necessidades específicas dos pacientes na UTI. Vamos explorar essas dietas e destacar considerações importantes para enfermeiros.

1. Dieta Enteral:

  • Descrição: Administração de nutrientes diretamente no trato gastrointestinal.
  • Indicações: Pacientes com função gastrointestinal preservada.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Verificar a posição correta do tubo.
    • Monitorar sinais de complicações, como obstruções ou refluxo.

2. Dieta Parenteral:

  • Descrição: Administração de nutrientes diretamente na corrente sanguínea.
  • Indicações: Quando a via enteral não é viável.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Manter uma técnica asséptica rigorosa durante a administração.
    • Monitorar sinais de infecção ou reações adversas.

3. Dieta por Sonda Nasogástrica:

  • Descrição: Introdução de nutrientes por meio de uma sonda inserida através das narinas até o estômago.
  • Indicações: Pacientes que necessitam de suporte nutricional temporário.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Verificar a posição correta da sonda antes da administração.
    • Avaliar regularmente a tolerância e prevenir complicações, como a pneumonia associada à aspiração.

4. Dieta Pós-Gastrectomia:

  • Descrição: Alimentação adaptada para pacientes submetidos à remoção parcial ou total do estômago.
  • Indicações: Pacientes após gastrectomia.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Monitorar a tolerância alimentar e adaptar a dieta conforme necessário.
    • Orientar o paciente sobre modificações dietéticas a longo prazo.

5. Dieta Hipercalórica e Hiperproteica:

  • Descrição: Dieta rica em calorias e proteínas para pacientes com necessidades aumentadas.
  • Indicações: Pacientes com lesões graves, queimaduras ou condições que requerem recuperação nutricional acelerada.
  • Cuidados Enfermagem:
    • Monitorar a resposta do paciente e ajustar a dieta conforme as necessidades metabólicas.

Ao compreender e aplicar essas diferentes dietas, os enfermeiros na UTI desempenham um papel vital na promoção da nutrição adequada, essencial para a recuperação eficaz e o suporte à saúde dos pacientes críticos.

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Ritmos chocáveis x Ritmos não chocáveis na PCR

Antes de aprender sobre os ritmos, vamos relembrar o que é uma Parada Cardíaca:

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A PCR pode acontecer nos seguintes ritmos existentes:

Chocáveis

  • Fibrilação Ventricular (FV)
  • Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP)

Não chocáveis

  • Assistolia
  • Atividade Elétrica sem Pulso (AESP)

Na parada cardiorrespiratória (PCR), é crucial distinguir entre ritmos cardíacos chocáveis e não chocáveis, pois a terapia adequada depende do tipo de ritmo observado. Aqui estão os principais ritmos chocáveis e não chocáveis na PCR:

Ritmos Chocáveis:

  1. Fibrilação Ventricular (FV): A FV é um ritmo cardíaco caótico no qual os ventrículos do coração tremem rapidamente, não permitindo a ejeção de sangue. É considerada uma das causas mais comuns de PCR e é tratada com desfibrilação elétrica, que fornece um choque elétrico para tentar restaurar o ritmo normal.
  2. Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP): Na TVSP, os ventrículos do coração se contraem rapidamente, mas não é perceptível um pulso detectável. Embora seja um ritmo grave, pode ser tratado com desfibrilação, principalmente se evoluir para FV.

Ritmos Não Chocáveis:

  1. Assistolia: A assistolia é a ausência completa de atividade elétrica no coração. Não há contração cardíaca visível e nenhum pulso detectável. Não é responsiva à desfibrilação, e o tratamento se concentra em medidas avançadas de suporte de vida, como compressões torácicas eficazes e administração de medicamentos.
  2. Atividade Elétrica sem Pulso (AESP): AESP ocorre quando há alguma atividade elétrica no ECG, mas não há pulso detectável. Essa condição pode ter várias causas subjacentes e requer tratamento da causa subjacente, como hipovolemia ou hipoxemia, além de suporte avançado de vida.

É crucial que nós da equipe de enfermagem, socrristas e profissionais de saúde no geral que respondem a uma PCR sejamos capazes de identificar rapidamente o tipo de ritmo e tomar as medidas apropriadas. A desfibrilação é eficaz apenas para ritmos chocáveis, enquanto ritmos não chocáveis requerem intervenções diferentes e abordagens específicas, incluindo a resolução da causa subjacente. O reconhecimento e a resposta rápidos são fundamentais para melhorar as chances de sobrevivência do paciente em uma PCR.

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Insuficiência Renal Crônica: Fisiologia, Causas, Tratamento e Diagnóstico

A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição médica complexa que afeta os rins, órgãos essenciais para a regulação do equilíbrio de líquidos, eletrólitos e resíduos metabólicos no organismo. Neste post, abordaremos em detalhes a fisiologia da doença, suas causas, opções de tratamento e métodos de diagnóstico.

Fisiologia da Insuficiência Renal Crônica:
A IRC é caracterizada pela perda progressiva e irreversível da função renal ao longo do tempo. Os rins são compostos por milhões de néfrons, unidades funcionais responsáveis por filtrar o sangue e remover os resíduos metabólicos através da formação de urina. Com a IRC, esses néfrons começam a deteriorar-se, comprometendo sua capacidade de filtrar adequadamente, e a função renal global é prejudicada.

Causas da Insuficiência Renal Crônica:
As causas da IRC são variadas e podem incluir hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças renais hereditárias, infecções recorrentes, obstruções do trato urinário e uso prolongado de certos medicamentos. Além disso, fatores como idade avançada, tabagismo e histórico familiar de doença renal também podem aumentar o risco de desenvolvimento da IRC.

Tratamento da Insuficiência Renal Crônica:
O tratamento da IRC visa retardar a progressão da doença, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. As abordagens terapêuticas podem incluir mudanças na dieta para reduzir a carga de trabalho renal, controle rigoroso da pressão arterial e do açúcar no sangue (no caso de diabetes), além do uso de medicamentos para controlar os níveis de eletrólitos e a anemia.

Diagnóstico da Insuficiência Renal Crônica:
O diagnóstico precoce é crucial para gerenciar a IRC efetivamente. Os profissionais de saúde usam uma combinação de exames de sangue e urina para avaliar a função renal, incluindo a taxa de filtração glomerular (TFG) e a presença de proteínas ou outros marcadores anormais na urina. Além disso, testes de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, podem ajudar a identificar possíveis obstruções ou anomalias estruturais nos rins.

É importante enfatizar que o tratamento da IRC é personalizado para cada paciente, levando em consideração suas condições de saúde específicas. A colaboração contínua entre o paciente, familiares e profissionais de saúde é essencial para o manejo bem-sucedido dessa condição desafiadora.

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Resumão sobre: Drogas Vasoativas

As drogas vasoativas são um grupo de medicamentos utilizados em unidades de cuidados intensivos para manter e regular a pressão arterial e o fluxo sanguíneo em pacientes criticamente enfermos. Neste artigo, vamos resumir rapidamente o que são as drogas vasoativas, seus principais efeitos e como são administradas, destacando sua importância no suporte hemodinâmico de pacientes em estado grave. Para um estudo mais detalhado, não esqueça de conferir nossa pasta sobre drogas vasoativas. temos um post falando detalhadamente sobre cada uma delas.

O que são Drogas Vasoativas?

As drogas vasoativas são substâncias farmacológicas que afetam o tônus vascular, ou seja, a contração e dilatação dos vasos sanguíneos, com o objetivo de controlar a pressão arterial e melhorar o fluxo sanguíneo em situações em que o paciente não consegue manter esses parâmetros de forma adequada.

Principais Drogas Vasoativas:

  1. Noradrenalina (Norepinefrina): É uma droga vasoativa usada para aumentar a pressão arterial em casos de hipotensão grave e choque.
  2. Dopamina: Possui efeito positivo inotrópico, aumentando a força de contração do coração, e pode ser usada em situações de baixo débito cardíaco.
  3. Adrenalina (Epinefrina): É utilizada para melhorar a contratilidade do coração e dilatar os brônquios, sendo indicada em situações de parada cardíaca e choque.
  4. Vasopressina: Atua na vasoconstrição dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial, e é usada em choque resistente a outras drogas.

Administração das Drogas Vasoativas:

As drogas vasoativas são administradas de forma intravenosa, geralmente através de uma bomba de infusão contínua. O uso dessas drogas requer monitoramento constante dos sinais vitais, pressão arterial e parâmetros hemodinâmicos para ajustar as doses conforme a resposta do paciente.

Indicações e Cuidados:

As drogas vasoativas são indicadas em situações de instabilidade hemodinâmica, como choque séptico, choque cardiogênico, hemorragia ou outras condições que ameacem a perfusão adequada de órgãos vitais. É essencial que a administração dessas drogas seja realizada sob rigorosa supervisão médica, pois seu uso inadequado pode levar a efeitos adversos, como hipertensão excessiva ou hipoperfusão.

Conclusão:

As drogas vasoativas são uma ferramenta essencial na enfermagem de cuidados intensivos, fornecendo suporte hemodinâmico vital para pacientes críticos. A compreensão de suas indicações, efeitos e cuidados é fundamental para os profissionais de enfermagem, que desempenham um papel crucial na administração segura e monitoramento dessas medicações. Ao utilizar as drogas vasoativas adequadamente, a equipe de saúde pode contribuir para a estabilização hemodinâmica do paciente e aumentar as chances de recuperação em situações críticas.

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Edema Agudo de Pulmão: Uma Emergência Respiratória que Requer Atenção Imediata

O edema agudo de pulmão (EAP) é uma emergência médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido nos tecidos pulmonares, resultando em comprometimento grave da função respiratória. O EAP pode ser desencadeado por uma variedade de condições subjacentes e requer intervenção rápida para evitar complicações graves. Neste artigo, exploraremos os principais aspectos do edema agudo de pulmão, incluindo seus sintomas, causas, diagnóstico e cuidados de enfermagem.

O que é Edema Agudo de Pulmão? O edema agudo de pulmão é uma condição em que ocorre um acúmulo excessivo de líquido nos pulmões, dificultando a oxigenação adequada e resultando em insuficiência respiratória aguda. Esse acúmulo de líquido ocorre devido ao mau funcionamento do sistema cardiovascular, geralmente relacionado a problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca congestiva.

Causas e Fatores de Risco: O EAP é frequentemente desencadeado por condições subjacentes, como insuficiência cardíaca congestiva, infarto agudo do miocárdio, valvulopatias, hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas ou doença renal. Fatores de risco incluem histórico de doenças cardíacas, hipertensão, tabagismo, obesidade e idade avançada.

Sintomas: Os sintomas do EAP podem variar em gravidade, mas geralmente incluem dispneia (dificuldade respiratória), tosse com expectoração espumosa ou sanguinolenta, respiração rápida e superficial, ansiedade, taquicardia, sudorese e sensação de sufocamento. O paciente pode apresentar pele pálida, cianose e sinais de má perfusão periférica.

Diagnóstico: O diagnóstico do EAP é baseado nos sinais e sintomas clínicos, exame físico, radiografias de tórax e exames complementares, como gasometria arterial, ecocardiograma, eletrocardiograma (ECG) e biomarcadores cardíacos. Esses exames ajudam a identificar a causa subjacente do EAP e avaliar a gravidade da condição.

Cuidados de Enfermagem:

  • Avaliação inicial: Realize uma avaliação completa, incluindo sinais vitais, ausculta pulmonar, oximetria de pulso e monitoramento cardíaco contínuo.
  • Oxigenoterapia: Forneça oxigenioterapia para melhorar a oxigenação e aliviar a dispneia.
  • Posicionamento adequado: Coloque o paciente em posição semissentada, ajudando a reduzir a sobrecarga nos pulmões e melhorar a ventilação.
  • Monitorização rigorosa: Monitore o padrão respiratório, a frequência cardíaca, a pressão arterial e a saturação de oxigênio.
  • Terapia farmacológica: Administre medicamentos conforme prescrição médica, como diuréticos, vasodilatadores ou agentes inotrópicos, para reduzir a carga de fluidos e melhorar a função cardíaca.
  • Restrição hídrica: Limite a ingestão de líquidos de acordo com a prescrição médica para evitar sobrecarga de fluidos.
  • Suporte emocional: Forneça apoio emocional ao paciente e à família, pois o EAP pode ser uma experiência angustiante.
  • Educação do paciente: Explique a condição, o tratamento e a importância da adesão às medicações prescritas e às medidas de autocuidado.
  • Comunicação interprofissional: Colabore com outros profissionais de saúde para garantir uma abordagem multidisciplinar no cuidado do paciente.

Conclusão: O edema agudo de pulmão é uma condição respiratória grave que exige cuidados de enfermagem imediatos e eficazes. É essencial reconhecer os sinais e sintomas precocemente, implementar intervenções adequadas e colaborar com a equipe de saúde para otimizar os resultados do paciente. A enfermagem desempenha um papel crucial na avaliação, monitorização e no fornecimento de cuidados de suporte, visando a estabilização do paciente e a prevenção de complicações relacionadas ao EAP.

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A Importância da Anotação de Enfermagem na UTI: Promovendo Comunicação Efetiva e Cuidados de Qualidade

A anotação de enfermagem é uma atividade fundamental na prática diária dos enfermeiros, especialmente em ambientes críticos, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A anotação adequada e precisa é essencial para a comunicação efetiva entre a equipe de saúde, a continuidade do cuidado e o registro completo das informações relevantes sobre o paciente. Neste artigo, exploraremos a importância da anotação de enfermagem na UTI e forneceremos orientações sobre como realizar uma anotação eficaz.

  1. Comunicação interprofissional: A anotação de enfermagem na UTI desempenha um papel vital na comunicação interprofissional. Ao registrar informações relevantes, como as condições do paciente, os cuidados prestados, as respostas aos tratamentos e a evolução do quadro clínico, os enfermeiros fornecem dados essenciais para outros profissionais de saúde que também estão envolvidos no cuidado do paciente. Isso permite uma colaboração efetiva e uma tomada de decisão embasada.
  2. Continuidade do cuidado: A anotação de enfermagem adequada garante a continuidade do cuidado ao longo das diferentes trocas de turno. Ao registrar de forma clara e detalhada todas as informações relevantes sobre o paciente, como medicações administradas, procedimentos realizados, sinais vitais, resposta ao tratamento e eventos significativos, os enfermeiros permitem que a equipe de enfermagem seguinte tenha uma visão abrangente e atualizada do estado do paciente.
  3. Registro de observações clínicas: A anotação de enfermagem na UTI é fundamental para registrar observações clínicas relevantes. Isso pode incluir mudanças nos sinais vitais, níveis de dor, estado mental, reações alérgicas, drenagem de drenos, eliminações, alterações na pele e quaisquer complicações ou eventos adversos. Essas informações ajudam a identificar tendências, alterações no estado do paciente e necessidades de intervenção imediata.
  4. Avaliação e planejamento de cuidados: A anotação de enfermagem na UTI é um recurso valioso para avaliar o progresso do paciente e planejar o cuidado futuro. Registre as metas de cuidado estabelecidas, as intervenções realizadas, as respostas do paciente e quaisquer alterações no plano de cuidados. Essas informações ajudam a monitorar a eficácia das intervenções e a ajustar o plano de cuidados de acordo com as necessidades do paciente.
  5. Registro de medicações e terapias: A anotação de enfermagem deve incluir detalhes sobre a administração de medicamentos, incluindo nome, dose, via de administração e horário. Registre também informações sobre terapias específicas, como ventilação mecânica, suporte hemodinâmico, diálise e outros procedimentos realizados. Essas informações são cruciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
  6. Registro de interações com o paciente e a família: A anotação de enfermagem na UTI também deve incluir informações sobre as interações com o paciente e a família. Registre as informações fornecidas, as preocupações expressas, as orientações dadas, as necessidades psicossociais identificadas e as medidas de apoio oferecidas. Esses registros ajudam a promover uma abordagem centrada no paciente e a fornecer suporte adequado às necessidades emocionais do paciente e de seus familiares.

Conclusão: A anotação de enfermagem na UTI desempenha um papel vital na comunicação, na continuidade do cuidado e no registro adequado das informações relevantes sobre o paciente. Ao registrar de forma clara, completa e precisa, os enfermeiros contribuem para a segurança, a qualidade do cuidado e a efetividade das intervenções. Seguir diretrizes institucionais e adotar um padrão consistente de anotação é fundamental para garantir uma prática de enfermagem baseada em evidências e uma prestação de cuidados de qualidade na UTI.

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Agitação do Paciente em UTI: Estratégias e Cuidados de Enfermagem para o Manejo Seguro

A agitação do paciente em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma situação desafiadora que requer uma abordagem cuidadosa e eficaz por parte da equipe de enfermagem. Lidar com a agitação de forma adequada é essencial para garantir a segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de outros pacientes na unidade. Neste artigo, vamos discutir estratégias e cuidados de enfermagem para o manejo seguro da agitação do paciente em uma UTI.

  1. Avaliação inicial: Ao lidar com um paciente agitado, a avaliação inicial é fundamental. Verifique o estado geral do paciente, os sinais vitais, a saturação de oxigênio, o nível de consciência e a presença de dor ou desconforto. Identifique quaisquer fatores precipitantes, como dor não controlada, desconforto respiratório, distúrbios metabólicos, delirium ou ansiedade.
  2. Comunicação clara e calma: Mantenha uma abordagem de comunicação clara, calma e respeitosa com o paciente. Explique de forma simples e tranquila as ações que serão realizadas e os motivos por trás delas. Mantenha-se presente e disponível para responder a quaisquer perguntas ou preocupações que o paciente possa ter.
  3. Ambiente tranquilo e seguro: Crie um ambiente tranquilo e seguro para o paciente. Reduza a estimulação excessiva, diminuindo o ruído, a luz intensa e as distrações desnecessárias. Certifique-se de que o leito esteja organizado, sem obstáculos que possam aumentar a agitação ou causar quedas.
  4. Intervenções não farmacológicas: Utilize intervenções não farmacológicas para acalmar o paciente agitado. Isso pode incluir técnicas de relaxamento, como respiração profunda, música suave, massagem terapêutica e distração com atividades apropriadas. Essas intervenções podem ajudar a reduzir a ansiedade e promover a sensação de segurança.
  5. Restrição física como último recurso: A restrição física deve ser considerada apenas como último recurso e usada com extrema cautela e conformidade com as políticas institucionais. Antes de recorrer a essa medida, esgote todas as outras estratégias e avalie cuidadosamente os riscos e benefícios. Se a restrição física for necessária, siga as diretrizes institucionais, garantindo o uso adequado de dispositivos de contenção e a monitorização contínua do paciente.
  6. Farmacoterapia: Em alguns casos, a administração de medicamentos sedativos pode ser necessária para controlar a agitação. É essencial que a escolha, a dosagem e a administração dos sedativos sejam feitas em conformidade com as diretrizes clínicas e as políticas institucionais. Monitore de perto os efeitos sedativos, os sinais vitais e a resposta do paciente à medicação.
  7. Colaboração interdisciplinar: Trabalhe em estreita colaboração com outros profissionais de saúde, como médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, para obter uma abordagem abrangente no manejo da agitação do paciente em UTI. A colaboração interdisciplinar pode ajudar a identificar as causas subjacentes da agitação e desenvolver estratégias eficazes de intervenção.
  8. Documentação adequada: Registre de forma clara e precisa todas as intervenções realizadas, os medicamentos administrados, as respostas do paciente e qualquer incidente relacionado à agitação. Essa documentação é essencial para fornecer uma continuidade de cuidados e comunicar informações importantes à equipe de enfermagem em turnos subsequentes.

Conclusão: O manejo da agitação do paciente em uma UTI exige uma abordagem holística e individualizada. Ao utilizar avaliação adequada, comunicação eficaz, intervenções não farmacológicas, farmacoterapia criteriosa e restrição física como último recurso, os enfermeiros desempenham um papel fundamental na garantia da segurança e no bem-estar do paciente. Ao trabalhar em colaboração com outros profissionais de saúde, é possível criar um ambiente propício à recuperação e promover o cuidado de qualidade na UTI.

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PICC – Cateter Central de Inserção Periférica

PICC

O Cateter Central de Inserção Periférica, também conhecido como PICC,  é um cateter de longa permanência que possui sua inserção periférica com localização central. Nos últimos anos vem sendo utilizado cada vez mais nos pacientes que necessitam de terapia infusional prolongada.

O cateter

Esse cateter é confeccionado em material macio, flexível que pode ser silicone ou poliuretano e também é radiopaco (pode ser visualizado em radiografias).

Atualmente no mercado temos modelos como:

  • Power PICC

  • Valvulado

A escolha de quantos lúmens deverá ser observada e decidida mediante a terapia indicada e o caso clínico do paciente. Portanto, eles podem ser:

  • Monolúmen
  • Duplo lúmen
  • Triplo lúmen

Ele é indicado para pacientes em que fazem uso de terapia intravenosa com:

  • Drogas vasoativas;
  • Soluções vesicantes e irritantes;
  • Nutrição parenteral prolongada;
  • Antibióticoterapia;
  • Infusões hipertônicas

O enfermeiro e o PICC

Quando o assunto é PICC o enfermeiro é o grande protagonista! Você sabia que de acordo com a resolução 258/2011, o COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) passou a reconhecer a implantação do PICC, como uma competência do enfermeiro, mediante curso com formação específica? Isso mesmo, é uma atribuição do enfermeiro habilitado.

Indicações

  •  Obter via pérvia de acesso venoso profundo por tempo prolongado;
  • Administrar soluções hiperosmolares (ex: nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas);
  • Administrar soluções vesicantes e irritantes.

Contra-indicações:

  • Administrar grandes volumes “em bolus” e sob pressão;
  • Difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematoma e trombo no local ou membro da punção;
  • Lesões cutâneas no local da inserção.

Benefícios

  • Fácil inserção do cateter e manuseio pela equipe;
  • Tempo de permanência prolongado;
  • Menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares centrais;
  • Preservação da rede venosa;
  • Indicado para terapia domiciliar;
  • Redução do estresse causado por múltiplas punções;
  • Preservação dos demais acessos venosos;
  • Melhor hemodiluição das drogas, diminuindo a agressão ao sistema vascular;
  • Não há risco de trombose de sistema porta;
  • Menor desconforto e dor para o paciente;
  • Menor restrição da mobilidade;

Procedimento:

Escolha do acesso venoso:

Preferencialmente as veias escolhidas são:

  • basílica
  • cefálica
  • mediana cubital.

Características

A veia escolhida deve possuir algumas características, como: serem veias palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória.

 A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e não apresentar sinais de: hematomas, infecção (flebites, celulites e abscessos), alterações anatômicas.

Escolha do cateter 

O cateter a ser utilizado deve ser proporcional ao calibre proporcional ao da veia selecionada e da terapia proposta e sempre deve-se dar preferência a cateter de lúmem único, exceto se paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva.

Material Necessário 

Bandeja contendo material estéril:

  • 2 cubas redondas
  • 1 tesoura
  • 1 pinça anatômica pequena não serrilhada
  • 1 pinça Pean
  • 2 campos simples
  • 1 campo fenestrado
  • Gaze
  • Avental
  • Campo estéril
  • Gorro
  • EPI’s: máscara, óculos e luvas estéreis

Demais materiais:

  • Clorexidina degermante e alcoólica
  • Soro Fisiológico 0,9%
  • Seringas de 10 ml
  • Fita métrica não estéril;
  • Cateter de calibre adequado (acompanhado de fita métrica, conjunto de agulha e introdutor estéreis); 

  • Película transparente
  • Anestésico local
  • Ultrassom

Procedimento

Medidas prévias à inserção do PICC

  • Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de realizar radiografia imediatamente ao término do procedimento;
  • Higienizar as mãos;
  • Avaliar as condições clínicas do paciente;
  • Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento; 
  • Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax;
  • Garrotear o membro escolhido para a punção;
  • Realizar o exame físico dos vasos sangüíneos através da técnica de inspeção e palpação e com auxílio de ultrassom;
  • Retirar o garrote após exame físico;
  • Mensurar com a fita métrica: perímetro braquial; distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápulo-umeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal, acrescentar ao valor mensurado, aproximadamente 3cm.

Inserção do cateter:

É necessário que durante esse momento do procedimento, o profissional que executará a punção seja auxiliado por outro profissional.

Profissional que irá auxiliar:

  • Paramentar-se com: gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
  • Higienizar as mãos;
  • Auxiliar o profissional que irá realizar a punção a paramentar-se.
  • Abrir o material estéril;
  • Posicionar o ultrassom.

Profissional a executar a punção: 

  • Paramentar-se com: gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
  • Higienizar as mãos com solução degermante;
  • Vestir o avental estéril;
  • Calçar as luvas estéreis;
  • Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9% ou clorexidina alcoólico;
  • Posicionar os campos simples e fenestrados;
  • Lubrificar o cateter com a solução salina a 0,9%, preenchendo o lúmem através do injetor lateral. Para os cateteres que não possuam injetor lateral, sugere-se que sejam imersos em recipiente estéril, contendo solução salina a 0,9%.
  • Medir o cateter com a fita métrica estéril e cortá-lo de acordo com a medida realizada anteriormente;
  • Executar a punção introduzindo apenas o bisel da agulha com auxílio do ultrassom.
    Introduzir aproximadamente 5cm do cateter lentamente na luz do vaso através da agulha ou cateter introdutor, com auxílio da pinça anatômica;
  • Retirar a agulha ou o cateter introdutor da luz do vaso, pressionando a pele;
  • Partir a agulha ou o cateter introdutor conforme orientação do fabricante;
  • Retirar o fio guia (se houver);
  • Avançar por completo o cateter utilizando a pinça auxiliar até alcançar a medida aferida previamente;
  • Testar a permeabilidade do cateter, com solução salina a 0,9%;
  • Realizar  exame de raio-x para verificar o correto posicionamento do cateter;

  • Retirar os campos;
  • Realizar a limpeza do sítio de inserção com solução salina a 0,9% ou solução alcoólica;
  • Preparar gaze e fita adesiva (se não dispuser de curativo transparente) para fixação do cateter.
  • Fixar o cateter da seguinte forma: colocar gaze no sítio de inserção sob e sobre o cateter; colocar sobre a gaze o curativo transparente (se houver);
  • Fixar a fita adesiva em chevron sobre o curativo transparente.
  • Retirar a paramentação;
  • Lavar as mãos com sabonete líquido comum;

Permeabilização do cateter

Diária

  • O volume e concentração das soluções utilizadas devem estar determinados na rotina/protocolo de utilização do cateter;
  • Realizar flush de solução salina 0,9% ao término da infusão de medicamentos (principalmente: NPT, quimioterápicos, sangue, antibióticos, medicações de horário etc);
  • Heparina: 10U/ml (Verificar a protocolo institucional quanto ao uso). 

Semanal

  • Deverá ser realizada de acordo com a rotina/protocolo pré-estabelecido.

Avaliação do sítio de punção

  • Frequência: diária. Atentar-se para os sinais flogísticos na inserção do cateter. 

Técnica

  • Inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia, a fim de observar sinais de infecção (dor, rubor, enduração, calor, secreção);
  • Aferir as circunferências dos membros. Um aumento nestes valores, quando comparadas às medidas entre o membro puncionado e o contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a suspeita de trombose ou extravasamento.

Curativo

  • Primeira troca: deverá ser realizada sempre após 24 horas do procedimento ou conforme rotina institucional.

Trocas subsequentes

  • Curativo transparente ou convencional: deverá ser trocado, apenas em caso de sujidade, umidade ou desprendimento . Nas trocas subsequentes dos curativos transparentes não é necessária a utilização de gaze. Atentar-se para rotina institucional.

A prematuridade e o PICC

A prematuridade é uma das principais causas de internação na unidades neonatais, responsáveis por elevadas taxas de morbidade no período perinatal.

O PICC é muito utilizado na terapia infusional como medida fundamental para recuperação do neonato, entre suas vantagens, temos:

  • Reposição de eletrólitos;
  • Administração de nutrição parenteral;
  • Antibioticoterapia;
  • Evita múltiplas punções culminando em flebotomia.

O PICC vem sendo utilizado em unidades neonatais com uma frequência cada vez maior por ser um dispositivo de longa permanência e com um menor risco de complicações mecânicas e infecciosas.

Nas instituições onde o uso de PICC é implantado, deve ser elaborada uma estratégia de educação continuada que permite capacitar os profissionais quanto à sua manipulação e manutenção.

O cateter central x cateter de linha média 

O cateter é considerado posicionado em nível central, quando se localiza dentro dos limites do tórax. A posição ideal da ponta do cateter, é quando este estiver localizado no terço distal da veia cava superior.

O cateter é considerado em posição periférica, quando se localiza fora dos limites do tórax, com a ponta próxima a veia axilar, sendo indicado para casos de hidratação venosa por tempo prolongado. Nesta localização, não se deve ministrar soluções hiperosmolares, irritantes ou vesicantes.

Vale ressaltar que conforme indicação clínica: o PICC poderá ser utilizado como cateter de linha média, porém o cateter de linha média não poderá ser utilizado como PICC.

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Aprendendo sobre as Meias Antiembólicas

As meias elásticas terapêuticas tiveram seu grande avanço com Conrad Jobst, em 1950, quando ele desenvolveu o gradiente de compressão ambulatorial, empregado até os dias de hoje.  Essas meias terapêuticas baseiam-se no gradiente, pois a compressão máxima é exercida no tornozelo, decrescendo em direção a coxa.

As meias elásticas são classificadas de acordo com o gradiente de compressão, e segundo as diretrizes para compressão dividem-se em:

  • Meias elásticas preventivas: possuem menos de 15mmHg de compressão no tornozelo e dispensam prescrição médica;
  • Meias elásticas terapêuticas: compressão no tornozelo acima de 15mmHg e necessitam de orientação médica para serem utilizadas;
  • Meias antiembólicas: específicas para a profilaxia de tromboembolismo venoso, cor branca, sem ponteira, apresentando 18 a 23mmHg de compressão no tornozelo.

Como funciona?

O corpo humano dispões de um mecanismo fisiológico complexo que mantém o sangue fluído, proporcionando sua circulação dentro dos vasos sanguíneos. Distúrbios hematológicos ou relacionados aos vasos sanguíneos podem ocasionar alterações tanto na fluidez como da circulação sanguínea.

As alterações hematológicas podem ocasionar sangranento excessivo ou formação de massas endovasculares, denominadas trombos. 

As alterações nos vasos sanguíneos também podem propiciar a formação desses mesmos trombos, por deficiência circulatória. Estes ocasionam a trombose, que pode ser venosa ou arterial, e muitas vezes, leva o paciente ao óbito.   

TVP x TEP compreendendo a diferença

Entende-se como Trombose Venosa Profunda (TVP) a formação de um trombo dentro do vaso venoso profundo, tendo como principal complicação o Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

A etiologia da trombose encontra-se na interação de três fatores:

  • Estase venosa
  • Lesão da parede endotelial
  • Hipercoagulabilidade

Sendo a estase venosa o principal fator predisponente da trombose venosa. Esses três fatores, compõe a Tríade de Virchow que foi descrita pela primeira vez em 1856, pelo patologista Rudolf Virchow.

A estase venosa ocorre quando há diminuição do fluxo venoso, ocasionando maior quantidade de sangue dentro do vaso. os fatores pró e anticoagulantes da crculação encontram-se em equilíbrio, sendo que a diminuição do fluxo, ocasionada por relaxamento da musculatura, principalmente da panturrilha, e a diminuição do débito cardíaco provocam a ativação de fatores pró-coagulantes, favorecendo a formação de trombos. O relaxamento dessa musculatura pode ser causado por repouso, por anestesias e paralisias.

Essa condição pode acometer tanto pacientes cirúrgicos quanto  clínicos, colocando-os em risco de TEP quando o trombo aderido à parede do vaso se desprende, podendo causar a obstrução de vasos arteriais ou venosos de acordo com sua origem. 

A TVP é um importante problema médico que resultam em altos índices de morbimortalidade. Existem evidências de que o uso de tromboprofilaxia  deve ser realizados para muitos grupos de pacientes, incluídos aqueles submetidos a grandes cirurgias gerais, ginecológicas, urológicas, cirurgias de extremidade inferior, artroplastias e fraturas de quadril, neurocirurgias, bem como em grandes traumatizados ou casos de lesões na medula e em pacientes com patologias clínicas de alto risco para tromboembolismo.

Desta forma, a Joint Commission on Acreditation of Healthcare  Organizations e a National Quality Forum estabeleceram a padronização de medidas preventivas, diagnósticas e de tratamento criterioso no ambiente hospitalar. 

O tratamento de melhor resultado, ainda, é a prevenção, que consiste na estratificação de risco dos pacientes, deambulação precoce, exercícios ativos e passivos.  De acordo com a estratificação de riscos, o Conselho Internacional indica a utilização de métodos mecânicos:

Meias antiembólicas:

Meias antiembólicas + compressão pneumática intermitente   

As meias antiembólicas de compressão graduada estimulam o fluxo sanguíneo e impedem a dilatação de dos vasos venosos. Apresentam compressão graduada ao longo da trama, exercendo maior pressão nos tornozelos que na fossa poplítea e na região superor da coxa. 

As meias destinadas as profilaxias da TVP são de cor branca, apresentam diferentes compressões ao longo da trama e são abertas nos dedos, de acordo com o Consenso Internacional para a Prevenção da TVP.

Para a afetividade da terapêutica, é necessária a mensuração da perna do paciente, de modo a adequar a meia ao comprimento e à circunferência da panturrilha e da coxa.

Material necessário:

  • Meia de compressão antiembólica adequadas ao tamanho do paciente de acordo com as medidas.
  • Fita métrica.

Procedimento de mensuração:

  1. Higienizar as mãos.
  2. Orientar o paciente e familiar sobre o procedimento e sua importância.
  3. Higienizar as mãos novamente.
  4. Aferir com a fita métrica a circunferência da panturrilha e o comprimento do calcanhar até a fossa poplítea (para meias de compressão até o o joelho).
  5. Aferir com a fita métrica a circunferência da coxa (na parte mais larga) , a circunferência da panturrilha e o comprimento da perna (do calcanhar até a prega glútea).
  6. Identificar nas orientações contidas na embalagem das meias, aquela que se adequou às medidas mensuradas.

Procedimento de calçamento (ou colocação):

  1. Conferir se a meia escolhida é a adequada ao paciente.
  2. Higienizar as mãos.
  3. Abrir o invólucro.
  4. Retirar as meias do pacote.
  5. Virar as meias do avesso e calça-las até o calcanhar (na meia, há marcação da localização do calcanhar) do paciente.
  6. Posicionar-se lateralmente em relação ao membro do paciente e vestir a meia até o joelho ou até a coxa dele.

Cuidados de enfermagem:

  • Deixar a meia sem vincos ou dobras, para evitar o garroteamento.
  • Manter os dedos cobertos.
  • Verificar perfusão periférica.
  • Só retirar a meia para o banho ou quando estiver suja.
  • No caso de retirada para o banho, por logo em seguida.
  • No caso de sujidade, providenciar a lavagem ou outro par.
  • Não é necessário realizar “pausa” na terapêutica.
  • Sempre atentar-se para vestir corretamente as meias.

Contraindicações:

  • Isquemia do membro.
  • Infecção do membro.
  • Neuropatia periférica.

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Pressão Arterial Invasiva (PAI)

Como já estudamos aqui no site, temos vários modos de obter parâmetros de Pressão arterial. Os métodos frequentemente utilizados para aferir a pressão arterial são: não invasivos manuais ou automatizados e invasivo. Hoje iremos abordar sobre o método invasivo, a também chamada de PAI ou PAM!

Pressão Arterial Invasiva (PAI)

É um índice hemodinâmico básico, frequentemente utilizado para guiar intervenções terapêuticas, com a vantagem de favorecer valores pressóricos mais fidedignos em pacientes críticos e portadores de hipertensão ou hipotensão arterial severa.

A monitorização da PAI é realizada por meio da canulação/punção ou dissecção de uma artéria (radial, femoral ou pediosa) que é conectada a um sistema de transdutor de pressão. 

 Locais de inserção

Os locais mais comuns para a inserção do cateter são as artérias:

  • Radial;
  • Femoral;
  • Pediosa.

São obtidas pelos métodos de punção percutânea ou dissecção. Sem dúvida, a artéria de primeira escolha é a artéria radial.

O procedimento

É introduzido um cateter na artéria escolhida e após ligado a sistema transdutor de pressão por onde é obtido os parâmetros da pressão arterial.

A canulação arterial é geralmente um procedimento seguro e com grande benefício para o avanço nos cuidados do paciente.

A artéria radial é a primeira opção de acesso arterial, devido a facilidade de punção e ao menor número de complicações deste sítio. Sempre que possível dar preferência para o lado corporal não dominante e realizar o teste de Allen com o objetivo de avaliar a presença de circulação colateral adequada para a mão pela artéria ulnar.  Caso não seja possível, a segunda opção é a femoral e só então a pediosa.

Esse procedimento pode ser realizado a beira leito da UTI desde que seja utilizado técnica estéril. 

PAI - Inserção

PAI – Inserção

Teste de Allen

O teste de Allen, é realizado para verificar a patência das artérias radial e ulnar. É muito importante avaliar a mão antes de procedimentos como gasometria arterial ou punção arterial devido ao risco de isquemia com esses procedimentos. 

Como realizar

Comprime-se as artérias radial e ulnar no nível do punho com as duas mãos e solicita-se ao paciente abrir e fechar a mão. Solta-se uma das artérias e avalia-se a coloração. Em seguida, repetimos o procedimento liberando a outra artéria.  

O teste é positivo quando o enchimento de uma das artérias é lento. Por exemplo: o tempo de enchimento capilar da mão pela artéria ulnar deve ser de 5 a 7 segundo. Tempo maior que 7 a 15 segundos para o retorno significa enchimento capilar ulnar inadequado, portanto a artéria radial não deve ser cateterizada.

Indicação

  • Choque;
  • Cirurgia cardiopulmonar;
  • Grandes cirurgias vasculares, torácicas, abdominais ou neurológicas;
  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Uso de monitorização da pressão intracraniana;
  • Emergência hipertensiva associada à dissecção de aorta ou AVC;
  • Necessidade de gasometria arterial mais que três vezes ao dia;
  • Controle rigoroso da pressão arterial para conduta clinica.
  • Pacientes graves com infusão contínua de drogas vasoativas, vasodilatadores, vasopressores ou inotrópicos
  • Parada cardíaca
  • Trauma neurológico ou politrauma
  • Insuficiência respiratória grave
  • Procedimentos cirúrgicos de grande porte
  • Uso de balão intra-aórtico

Contraindicações 

  • Doença vascular periférica;
  • Doenças hemorrágicas;
  • Uso de anticoagulantes e trombolíticos;
  • Áreas infectadas;
  • Queimaduras nos locais de punção.

Complicações

  • Insuficiência vascular;
  • Vasoespasmo;
  • Redução da perfusão capilar;
  • Oclusão arterial;
  • Hemorragia;
  • Hematoma local;
  • Infecção do sítio do cateter;
  • Trombose;
  • Injeção acidental de drogas por via arterial;
  • Isquemia e necrose;
  • Embolização arterial e sistêmica.

A cateterização arterial permite:

  • Monitorização contínua direta da pressão arterial;
  • Retirada frequente de sangue para exames e medição de gases sanguíneos arteriais, evitando-se desconforto e lesão arterial provocados por punções frequentes;
  • Posição de um local para remoção rápida do volume sanguíneo, em situações de sobrecarga volêmica;
  • Mensuração acurada, frequente e contínua da pressão arterial nos pacientes que utilizam drogas vasoativas potentes ( noradrenalina, nitroprussiato de sódio, adrenalina, dopamina, etc).

Compreendendo o Transdutor

Para viabilização da monitorização hemodinâmica contínua, o cateter arterial é conectado a um sistema transdutor de pressão que converte o sinal mecânico em sinal elétrico interpretado pelo monitor que por sua vez registra de forma gráfica e numérica e em tempo real as pressões diastólica, sistólica e média.

Equipamentos - Monitoramento da Pressão Arterial Invasiva

É utilizado um equipo acoplado ao um soro para auxiliar a manter o sistema pressurizado e pérvio. 

A conexão ao transdutor eletrônico é feita por interposição de cateter de polietileno rígido esterilizado, não menor que 30cm nem maior que 120cm de comprimento. 

ATENÇÃO: Não acrescentar tubos intermediários com flexibilidade e tamanho não padronizados, pelo risco de causar interferência no resultado.

Todo o sistema deve ser preenchido com solução salina fisiológica estéril. Em alguns hospitais, utiliza-se SF 0,9% com heparina na proporção de 1 unidade/ml, mas não esqueça que isso varia de acordo com a instituição. 

 A solução glicosada a 5% não deve ser utilizada devido a sua maior viscosidade, o que pode causar alteração no resultado. Qualquer bolha de ar deve ser retirada do sistema para evitar que os resultados não sejam subestimados.

Devemos sempre manter  a bolsa pressurizadora em 300 mmHg quando adultos e 200 mmHg para crianças.

Curiosidade: 

Porque manter o soro pressurizado a 300 ou 200 mmHg?

Após realizado algumas pesquisas, foi verificado que esse parâmetro era suficiente para permitir que o sistema fique pérvio. O sistema pressurizado, infunde continuamente 3ml/h da solução. Esse valor não causa danos a artéria e permite que o sistema mantenha-se pérvio, sem coagulações! 

O sistema deve ser zerado antes do início das medidas. A zeragem é fundamental para garantir o nivelamento do local do sistema circulatório e do transdutor de pressão.

A onda de pressão é captada pelo diafragma do transdutor que transforma o impulso mecânico em impulso elétrico e amplificado por um monitor eletrônico.

A pressão arterial média (PAM) é o valor médio da pressão durante todo um ciclo do pulso de pressão. 

Pressão Arterial Média, o que é?

A PAM – Pressão Arterial Média – pode ser obtida com a pressão arterial invasiva ou não através da fórmula: 

PAM = PAS+PAD x 2
                        3

Onde:

  • PAM = Pressão Arterial Média
  • PAS= Pressão Arterial Sistólica
  • PAD=Pressão Arterial Diastólica

Exemplo:

Foi aferida a PA, da paciente ACL, 65 anos, e obteve-se o seguinte parâmetro: 120x80mmHg. Calcule a PAM usando a fórmula:

PAM = PAS +PAD x 2
                        3

PAM = 120 + 80 x 2
                        3

PAM = 120+160   = 93mmHg
                        3

Material necessário

  • Mesa auxiliar
  • Solução antisséptica
  • Cateter arterial
  • Gaze estéril
  • Máscara descartável
  • Avental estéril
  • Luva estéril
  • Campo estéril – fenestrado
  • Seringa descartável
  • Agulha 13 x 0,38
  • Agulha 40 x 12
  • Anestésico local
  • Solução salina 0,9% – 500 ml
  • Heparina sódica – 5.000 UI/ml (Caso a instituição utilize!)
  • Kit – transdutor de pressão
  • Bolsa pressurizadora
  • Fio de sutura agulhado mononylon
  • Pinça para sutura/porta-agulha

Intervenções de Enfermagem

Atribuições do técnico no procedimento:

  • Posicionar o paciente adequadamente para o procedimento;
  • Selecionar material para punção arterial, selecionar monitor com módulo de PAM, bomba de infusão para o soro fisiológico de manutenção ;
  • Preparar o material para o procedimento (cateter, campos estereis, EPI’s) 
  • Oferecer ao médico material para punção, paramentação e antissepsia;
  • Preparar o sistema conectando o transdutor de pressão ao frasco de da solução salina 0,9% de 500 ml na  bolsa de pressurização, exercer pressão de 300 mmHg e conectar a saída do transdutor ao cabo de pressão ligado ao monitor
  • Retirar o ar do sistema para evitar erros de leitura.
  • Zerar o sistema (linha axilar média – 4º. espaço intercostal) e ativar os alarmes
  • Após a fixação do cateter, realizar curativo oclusivo.
  • Preferencialmente deve ser zerado com cabeceira a 30º, sendo que se a zeragem for outra deverá ser informada e registrada em local visível a equipe;

Cuidados de Enfermagem ao manuseio do sistema:

  •  Estar atento a manutenção do pressurizador: mantê-lo sempre com a permeabilidade do cateter pelo fluxo contínuo de SF 0,9% (500ml) e a bolsa pressurizadora com 300mmHg.
  • Realizar flush de SF 0,9% a cada 6 horas.
  • Atentar para coágulos e permeabilidade do sistema.
  • Acompanhar fixação do cateter, e após realizar curativo estéril, atentando para possibilitar observação da equipe após.
  • Assegurar fixação do membro, prevenindo retirada acidental do cateter.
  • Observar constantemente a curva. Atentar-se para sinais infecção do sítio punção.
  • Sempre higienizar as mãos para manipular o cateter ou sistema.
  • Realizar zeragem do sistema a cada 6 horas ou sempre que alterar o nível da cama.

Cuidados de Enfermagem na manutenção do cateter:

  • Mantenha o membro aquecido e em posição funcional.
  • Monitore as extremidades do membro cateterizado (temperatura, presença de edema, coloração, perfusão capilar e sensibilidade) a cada 4 horas.
  • Monitore a presença de sangramento, principalmente em pacientes portadores de coagulopatia.
  • Inspecione o sítio de inserção do cateter – hiperemia e presença de secreção – infecção pode estar associada ao tempo de permanência do cateter (mais do que 72 horas) ou à falta de assepsia.
  • Mantenha a permeabilidade do cateter – mantenha a bolsa pressurizadora com pressão de 300 mmHg para evitar retorno de sangue e obstrução do cateter.
  • Mantenha as conexões seguras e fixadas adequadamente para prevenir desconexão acidental e hemorragia.
  • Utilize técnica asséptica para a manipulação do sistema.
  • Mantenha a permanência do cateter somente durante o tempo necessário para o controle hemodinâmico, pois o risco de trombose aumenta com o tempo de permanência.
  • Troque o sistema de pressão invasiva conforme protocolo institucional, evitando contaminação.
  • Troque a solução salina sempre que necessário.

Enfermeiros na passagem de PAI

A RESOLUÇÃO COFEN Nº 390/2011 normatiza a execução, pelo enfermeiro, da punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização de pressão arterial invasiva.

Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a punção arterial tanto para fins de gasometria como para monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento privativo do Enfermeiro, observadas as disposições legais da profissão.

  • Parágrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos, competências e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua realização.

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