Categoria: Semiotécnica

Salinizar ou Heparinizar cateteres venosos periféricos?

A terapia intravenosa é um importante recurso terapêutico, sendo indicada para a maioria dos pacientes hospitalizados, sendo condição prioritária para o seu atendimento. E um evento frequentemente observado é a obstrução dos cateteres venosos devido à formação de coágulos ou precipitado de fármacos.

Salinizar ou Heparinizar?

Segundo o parecer do COREN-SP, o uso do SF 0,9% para salinização dos cateteres venosos periféricos tem sido muito recomendado para manutenção da permeabilidade e prevenção de complicações decorrentes de associação medicamentosa.

Apresentando como vantagem menor custo que a heparinização, além de ser um procedimento mais simples e de eliminar a possibilidade de incompatibilidade com as drogas e soluções administradas. Além disso, elimina o risco de alergia, trombocitopenia e hemorragia.

A heparina interage com a antitrombina, formando um complexo ternário que inativa várias enzimas da coagulação, tais como os fatores da coagulação (II, IX e X) e mais significativamente a trombina.

Assim recomenda-se que sua concentração seja a menor possível para manter a permeabilidade do cateter. A escolha do método depende das rotinas das instituições e se for indicado o uso da heparina, recomenda-se que a concentração não cause anticoagulação sistêmica, aumentando o risco de hemorragias.

Estudos feitos com base em uma revisão sistemática com meta análise e uso da solução salina e heparina, evidenciou não haver diferença na permeabilidade e prevenção de obstrução de cateteres,  com uso de SF 0,9% e heparina em acessos venosos. Porém nos acessos arteriais o uso da heparina prolonga o tempo de permeabilidade e redução dos coágulos.

Independente da solução, é importante exercer uma pressão positiva na hora de injetar a solução e fechamento rápido do sistema ou uso de dispositivo com válvula antirefluxo na luz do cateter.

Vale ressaltar que além da infusão intermitente, o uso de lavagens (flush) em cateteres de infusão contínua também é recomendado, com o objetivo de manter a permeabilidade do cateter e evitar infecções de corrente sanguínea relacionada ao cateter através da redução do biofilme.

A prescrição da salinização e heparinização dos cateteres podem ser feitas pelo enfermeiro, desde que haja previsão no protocolo institucional, conforme legislação do exercício profissional.

Quanto à execução da Permeabilização do Cateter Venoso Periférico:

Indicações:

  • Antes e após a cada administração de medicamentos;
  • Após a administração de sangue e derivados;
  • Quando converter de infusão continua para intermitente;
  • A cada 12 horas quando o dispositivo não for usado.

Material Necessário (salinização):

  • 01 Par de luvas de procedimento;
  • 01 ampola de S.F. 0,9%;
  • 01 seringa de 10ml;
  • 01 agulha 40X12;
  • 02 álcool Swab;
  • 01 bandeja;
  • Película para Fixação ou Micropore.

Técnica:

  1. Realizar a higienização das mãos;
  2. Separar o material necessário;
  3. Aspirar a solução fisiológica a 0,9% na seringa de 10 ml;
  4. Fazer a desinfecção da via com álcool swab;
  5. Aspirar o dispositivo para confirmar o fluxo do cateter;
  6. Administrar um volume mínimo de ao menos 2 (duas) vezes o volume da capacidade do cateter (priming);
  7. Fazer a desinfecção da via após o procedimento com álcool swab;
  8. Fechar a via com oclusor (tampinhas) estéreis (conector valvulado para manter sistema fechado);
  9. Desprezar o material utilizado em local apropriado;
  10. Realizar a higienização das mãos;
  11. Realizar checagem e anotações em prontuário.

Fonte: Coren

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Tipos de isolamentos ou precauções existentes no hospital

Você já ouviu falar dos isolamentos ou precauções hospitalares? Todos sabemos que o ambiente hospitalar é um ambiente propício a disseminação de microrganismos e o isolamento de pacientes é uma forma antiga para prevenção de disseminação de doenças. Vamos entender melhor!

Isolamento:

É a segregação de pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença, sob condições que permitam evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso a outros.

Precauções:

Conjunto de medidas e recomendações que visam evitar ou diminuir a transmissão direta ou indireta de doenças infecto contagiosas ou microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes e profissionais de saúde ou visitantes.

Tipos de Isolamento ou Precaução: 

O tipo de isolamento é determinado de acordo com o agente infeccioso confirmado ou suspeito. Existem quatro tipos de Isolamento ou Precaução, são eles:

  1. Precauções Padrão
  2. Precauções de Contato
  3. Precauções com Gotículas Perdigoto
  4. Precauções com Gotículas Aerossóis

Precaução Padrão:

É indicado a todos os pacientes e toda a equipe multiprofissional deve aderir.

São medidas de proteção que devem ser aplicadas sempre que houver risco de contaminação com:

  • Sangue ou fluido corporal, mesmo que estes não sejam visivelmente perceptíveis;
  • Contato com pele não íntegra;
  • Contato com  mucosas.

Cuidados:

  • Higienização das mãos
  • Luvas de procedimento (uso de luvas não estéreis mas limpas quando existir possibilidade de contato com sangue, líquidos corpóreos, sangue, secreções, excreções com exceção do suor, pele não íntegra, mucosas. Entre um paciente e outro, ou entre sítios anatômicos do mesmo paciente, deve-se trocar as luvas. Após o uso, retirá-las e imediatamente higienizar as mãos);
  • Avental (limpo e não estéril, é utilizado para proteger as roupas e superfícies corporais de respingos de sangue, secreções e excreções e líquidos corporais. Após o procedimento retirar o avental e providenciar a higienização das mãos de imediato);
  • Máscaras, Óculos proteção: (Devem ser utilizar para proteger as mucosas oral, nasal e ocular de respingos de secreções, excreções, sangue e líquidos corporais);
  • Cuidados com Artigos e Equipamentos de Assistência ao Paciente (Devem ser manuseados de forma que não contaminem o ambiente, os pacientes e os profissionais de saúde e encaminhados para a limpeza e desinfecção ou esterilização);
  • Controle de Infecção no Ambiente Não é apenas o paciente que fica colonizado por micro-organismos. Todo o ambiente ao seu redor também fica colonizado. Por isso que aparelhos de uso geral como: estetoscópio, aparelho de pressão, termômetro, cabos de monitorização podem carregar bactérias, por isso, devem ser higienizados após cada uso.
  • Cuidado com Roupas ( roupas usadas, sujas com sangue, secreções , excreções e líquidos corporais deverão ser condicionadas em sacos impermeáveis para evitar contaminação de superfícies ambientais.
  • Prevenção de Acidentes posterior Contaminação (prevenir acidentes com perfuro-cortantes, bisturis e outros, não reencapar agulhas, descarte correto observando limite dos recipientes);
  • Acomodação Adequada do Paciente (deve utilizar quarto privativo quando o paciente não for capaz de manter sua higiene pessoal e do ambiente).

Precauções de Contato:

Precauções de contato são medidas aplicadas para a prevenção da transmissão de agentes infecciosos através de contato direto ou indireto com o paciente ou ambiente.

Deve ser adotada quando o paciente tem potencial de transmissão por meio direto e indireto. É importante lembrar,que na precaução de contato a precaução padrão também deverá ser aplicada!

A transmissão pode ocorrer por meio de:

  • Contato Direto: Transmissão de microrganismos de um paciente para outro através do contato direto da pele.
  • Contato Indireto: Transmissão de microrganismos por meio de fômites ou veículos inanimados como roupas contaminados, artigos e equipamentos contaminados.

Na Precaução por Contato deve-se:

  • Oferecer quarto privativo ou comum para o mesmo microorganismo;
  • Luvas e Avental deverão ser utilizados pelo profissional para o contato com o paciente ou material infectante;
  • Devemos evitar o transporte do paciente se possível;
  • Artigos e Equipamentos deverão ser de uso exclusivo para cada paciente.

 

A precaução por gotículas é utilizada quando o potencial de infecção se dá por meio do ar envolvendo dois tipos:

  1. Precaução por gotículas;
  2. Precaução por gotículas aerossol.

Precaução por gotículas:

A transmissão por gotículas, se dá através de partículas maiores que 5μm (micras), são gotículas eliminadas através de:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros;
  • Realização de procedimentos como a aspiração de secreções.

Os perdigotos atingem cerca de um metro de distância e rapidamente se depositam no chão. Podemos citar como exemplo, a transmissão das seguintes doenças:

  • Doença meningocócica;
  • Gripe;
  • Coqueluche;
  • Dfteria;
  • Caxumba e;
  • Rubéola.

Cuidados:

  • A pessoa deve ser internada em um quarto privativo (um único paciente no quarto), preferencialmente.
  • Se não for possível, o outro leito deve ficar a uma distância de no mínimo 1 metro;
  • A porta do quarto deve permanecer sempre fechada;
  • Todas as pessoas que entrarem no quarto (inclusive visitas), devem usar máscara cirúrgica (tampando nariz e boca) durante todo o tempo que permanecerem no quarto;
  • Ao sair do quarto, a máscara deve ser jogada no lixo (não pode guardar para usar depois);
  • O paciente não pode sair do quarto, por exemplo: caminhar pelo corredor do hospital, a não ser que seja preciso, exemplo: realizar algum exame;
  • Caso o paciente precise sair do quarto, deverá usar a máscara cirúrgica todo o tempo que estiver fora.

Precauções por Aerossóis:

A transmissão por aerossóis, acontece quando partículas menores que 5μm (micras), são eliminadas por meio das vias aéreas, quando ressecadas, através da:

  • Fala;
  • Tosse;
  • Espirros.

O aerossóis podem permanecer por horas suspensas no ar podendo atingir outros ambientes através das correntes de ar. São doenças transmitidas por aerossóis:

  • Mycobacterium tuberculosis,
  • Sarampo e;
  • Varicela.

Cuidados:

  • O paciente deve ficar obrigatoriamente em um quarto sozinho.
  • O quarto deve ser com pressão negativa, com ar condicionado de alta pressão de filtro de alta eficácia.
  • A porta do quarto deve ficar SEMPRE fechada
  • Obrigatório o uso de mascara de tipo N95 ou PPF -22 para todo profissional que entrar no quarto. A máscara poderá ser reutilizada desde que não esteja dobrada, amassada ou molhada.
  • Se precisar sair do quarto, o paciente deve usar máscara cirúrgica.

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Como higienizar as mãos corretamente?

As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar, e sua adequada higienização é fundamental para o controle de infecções. A equipe hospitalar, ao iniciar suas atividades em áreas críticas, deve retirar adornos (anéis, pulseiras, relógios) e lavar as mãos até o cotovelo com sabão degermante.

Nunca esqueça! Higienizar as mãos constantemente ajuda a evitar uma série de infecções e salvar vidas!

Lavar ou higienizar: qual a diferença entre os dois?

O termo “lavagem das mãos” é mais conhecido popularmente, geralmente os profissionais da saúde, referem-se a esse ato como: “higienização das mãos” devido à técnica e maior abrangência deste procedimento. Esse procedimento pode ser realizado tanto com água e sabão, quanto com álcool gel!

Por que higienizar as mãos é tão importante?

Usamos as mãos praticamente para tudo que fazemos e a pele é um reservatório de diversos microrganismos. Por meio do contato direto (pele com pele) ou indireto (toque em objetos e superfícies contaminadas), esses microrganismos podem se transferir de uma superfície para outra. As mãos são um veículo eficiente para a transmissão de infecções e bactérias.

 

Água com sabonete ou soluções alcoólicas: o que usar?

A higienização das mãos com soluções alcoólicas e com água e sabão são igualmente eficazes! Devemos utilizar água e sabão quando as mãos estiverem com sujidades visíveis.  Esse procedimento deve durar em torno de um minuto. Nas demais situações, podemos utilizar álcool gel, utilizando a mesma técnica por 20 a 30 segundos.

Quando higienizar as mãos?

Em casa: Há várias situações em que a higienização de mãos é obrigatória: antes, durante e depois do preparo de qualquer alimento; antes de tocar em qualquer coisa que vá à boca do bebê; antes e depois de pegar numa pessoa doente; após coçar ou assoar o nariz; antes e depois das refeições; após ir ao banheiro; antes e depois de tratar algum machucado ou ferimento; depois de trocar fraldas ou ajudar uma criança a ​se limpar; depois de tocar, alimentar ou limpar um animal; depois de manipular a comida ou objetos de seu gato ou cachorro e depois de tocar no lixo.

No hospital: Ao chegar ao quarto do paciente para visitá-lo, higienize as mãos para não trazer micro-organismos de fora. Ao sair do quarto, também.

Como higienizar as mãos corretamente?

Higienize suas mãos sempre!

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Sinais Vitais: como aferir corretamente?

Quem já está na área sabe que uma das coisas que mais fazemos durante o plantão é aferir sinais vitais! E é sobre isso que vamos falar hoje!

O que são Sinais Vitais?

São os sinais das funções orgânicas básicas, sinais clínicos de vida que refletem o equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os sistemas do organismo e uma determinada doença.

Você sabia? A atenção especial aos sinais vitais foi defendida desde a antiguidade por Hipócrates, como um dos mais importantes dados do exame físico. Porém hoje, são frequentemente tratados com negligência; esses sinais permitem diagnosticar doenças como hipertensão arterial, choque, sepse, febre, hiperatividade simpática, entre tantas outras, bem como monitorizar evolutivamente doenças em curso.

Os sinais vitais são:

  • Pulso
  • Temperatura
  • Respiração
  • Pressão Arterial
  • Dor (sim, a dor recentemente passou a ser o quinto sinal vital!)

Pulso

Após cada batimento cardíaco, quando o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume resultantes provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial. Essa onda resultante é chamada de Pulso.

Alguns fatores podem provocar alterações passageiras no pulso, como: hipotensão, emoções, exercícios, alimentação, consumo de tóxico, etc.

Locais para verificação do pulso:

Habitualmente, aferimos o pulso através da artéria radial.  Porém, existem outros locais do corpo onde podemos realizar essa mensuração:

Terminologias:

  • Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal;
  • Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
  • Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais;
  • Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos;
  • Taquisfigmia: pulso acelerado;
  • Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal;
  • Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico.

Parâmetros de referência para pulsação:

  • Adultos – 60 a 100 bpm;
  • Crianças – 80 a 120 bpm;
  • Bebês – 100 a 160 bpm.

Técnica – como aferir?

  • Higienize as mãos;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as;
  • Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma artéria superficial e comprima levemente;
  • Conte os batimentos durante 1 min;
  • Observe arritmias e amplitude;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

ATENÇÃO:

Pulsos filiformes devem sempre ser confirmados em um grande tronco (carotídeo, femoral, ou mesmo ápex cardíaco).

Nunca use o polegar para aferir o pulso, pelo risco de confundir a sua própria pulsação com a do paciente.

Preferencialmente, não aferir em membro que possua fístula ou que tenha sido realizado cateterismo cardíaco.

Temperatura

A temperatura corporal de uma pessoa varia de acordo com o sexo, suas atividades físicas recentes, consumo de alimentos e líquidos, horário do dia que é mensurada e nas mulheres, do estágio do ciclo menstrual.

Terminologia

  • Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C;
  • Afebril: 36,1°C a 37,2°C;
  • Febril: 37,3°C a 37,7°C;
  • Febre: 37,8°C a 38,9°C;
  • Pirexia: 39°C a 40°C;
  • Hiperpirexia: acima de 40°C.

Valores de referência para a temperatura

  • Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C;
  • Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C;
  • Temperatura retal: 37°C a 38°C.

Verificação da temperatura axilar

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo;
  •  Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize  o resultado;
  • Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C;
  • Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação de temperatura oral

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, mantendo a boca fechada;
  • Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resultado;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70% e guarde-o em local apropriado;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Verificação da temperatura retal

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material necessário;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Calce as luvas de procedimento;
  • Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
  • Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita flexionada (posição de Sims);
  • Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanhado a curvatura do reto, aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adultos;
  • Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor;
  • Lave o termômetro com água e sabão;
  • Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a 70%;
  • Retire as luvas de procedimento;
  • Higienize as mãos;
  • Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário do paciente.

Respiração:

O processo complexo que envolve o aparelho cardiorrespiratório, que consiste nas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente, com particular importância na captação de Oxigênio e eliminação do Gás carbônico. O oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com frequência regular. Essa troca de gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto.

Terminologia

  • Eupneia: respiração normal.
  • Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
  • Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta.
  • Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda.
  • Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade.
  • Apneia: ausência da respiração.
  • Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte.
  • Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de como diabético.
  • Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia.
  • Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios.

Valores de referência para respiração

  • Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;
  • Crianças – 20 a 25 inspirações/ min;
  • Bebês – 30 a 60 respirações/ min.

Verificação de frequência respiratória

  • Higieniza as mãos;
  • Posicione o paciente confortavelmente;
  • Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observe os movimentos respiratórios;
  • Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor e as características da respiração na folha de anotação de enfermagem.

Pressão Arterial

A pressão ou tensão arterial é função do produto: débito cardíaco x resistência vascular periférica, ou seja, a pressão arterial reflete na pressão que o sangue exerce contra a parede dos vasos, quando é lançado na corrente sanguínea, pelo ventrículo esquerdo, sendo essa pressão dependente de cinco fatores:

  1. Força contrátil do coração (ventrículo esquerdo): uma fraca contração da bomba cardíaca leva a uma queda na pressão; já que o débito cardíaco, que é a quantidade de sangue ejetado do ventrículo esquerdo fica prejudicado.
  2. Resistência Vascular periférica: quando o calibre dos vasos periféricos torna-se reduzido (vasoconstrição) a pressão se eleva, devido ao aumento da resistência, já quando esses têm um calibre mais amplo (vasodilatação), ocorre diminuição da pressão sanguínea.
  3. Volume do sangue circulante (volemia): é de fácil compreensão de que quanto maior a quantidade de sangue no interior dos vasos, maior será a pressão exercida sobre os mesmos e vice-versa.
  4. Viscosidade sanguínea: é decorrente da composição dos fluídos corporais circulantes, das proteínas (pressão oncótica) e dos elementos figurados do sangue: Quanto mais viscoso, mais alta será a pressão arterial.
  5. Elasticidade da parede dos vasos: Relaciona-se à resistência oferecida pelos vasos ao fluxo sanguíneo, Quanto menos elástica for a parede do vaso, maior será a resistência oferecida por ele, consequentemente, a pressão.

Temos a pressão máxima, chamada de sistólica que é exercida pelo batimento cardíaco no momento  em que o ventrículo esquerdo ejeta o sangue através da artéria aorta.  E pressão mínima que é a diastólica, que é apressão que está continuamente presente nas arteriais na fase de relaxamento e enchimento do ventrículo.

Terminologia

  • Hipertensão: PA acima da média
  • Hipotensão: PA inferior à média
  • Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam
  • Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam

Valores de referência para pressão arterial

  • Hipotensão – inferior a 100 x 60
  • Normotensão – 120 x 80
  • Hipertensão limite – 140 x 90
  • Hipertensão moderada – 160 x 100
  • Hipertensão grave – superior a 180 x 110

Verificação da pressão arterial

  • Higienize as mãos;
  • Prepare o material na bandeja;
  • Explique o procedimento ao paciente;
  • Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito;
  • Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima;
  • Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço;
  • Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
  • Solicite que o paciente não fale durante a mensuração;
  • Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente;
  • Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica ( ponto de desaparecimento do pulso radial);
  • Proceda à deflação lentamente;
  • Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som ( Fase I de Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação;
  • Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff);
  • Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento;
  • Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente;
  • Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio;
  • Guarde o material;
  • Higienize as mãos;
  • Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem.

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Sondagem Nasogástrica e os Cuidados de Enfermagem

A sondagem nasogástrica é frequentemente utilizada no ambiente hospitalar. Neste procedimento, utilizamos uma sonda de Levine onde introduzimos a mesma através da boca ou nariz até o estômago com a finalidade de estabelecer via pérvia para alimentação e/ou administração de medicamentos ou para alívio de distensão abdominal por meio de drenagem de conteúdo gástrico.

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A sonda nasogástrica é feita de PVC e é transparente, flexível e atóxico. Ela não é radiopaca e não possui fio guia.

Indicação:

  • Descompressão estomacal;
  • Diagnosticar motilidade intestinal;
  • Prevenção de distensão abdominal no pós cirúrgico;
  • Administração de dietas ou medicações;
  • Obter amostras de materiais gástricos para exames;
  • Remover substâncias tóxicas ingeridas;
  • Remover gás e secreções do estômago;
  • Controlar sangramento gástrico;
  • Dificuldade para deglutição.

Pode ser utilizada:

Aberta: drenagem de conteúdo gástrico e gases.

Fechada: Administração de medicamentos e dietas.

Contraindicações:

  • Atresisas e estenoses de esôfago;
  • Varizes esofagianas sem sangramento (a sonda pode ferir as varizes ou deslocar coágulos tamponantes);
  • Pós operatório de cirurgia realizada via transnasal;
  • Traumas de base de crânio;
  • Fraturas de face;
  • Fístulas nasais;
  • Restrições anatômicas;
  • Lesões de mucosas orais ou nasais por ingestão cáustica.

Quem passa a SNG?

Conforme a Ressolução do COFEN 453/2014, a passagem de SNG passou a ser competência do Enfermeiro devido a sua complexidade e cabendo aos técnicos e auxiliares a sua manutenção.

Materiais:

  • EPI’S (Óculos de proteção, máscara, luvas de procedimento);
  • Sonda de calibre adequado (nº 12, 14,16 ou 18 French para adulto normal e nº 04, 06,08 ou 10 para crianças dependendo da idade);
  • Lubrificante hidrossolúvel (xilocaína a 2% sem vasoconstritor);
  • Gazes;
  • Seringa de 20 ml;
  • Toalha;
  • Recipiente com água;
  • Estetoscópio;
  • Luvas de Procedimento;
  • Tiras de fita adesiva (micropore, etc)
  • Coletor s/n.

Como passar a SNG:

  1. Verificar na PM a solicitação de passagem de SNG.

5. Explicar o procedimento e a sua finalidade.

6. Posicionar o paciente em decúbito elevado ou sentado para prevenir bronco aspiração de conteúdo gástrico se houver vômitos.

7. Colocar os equipamentos de proteção individual.

8. Abrir a sonda e conferir se a mesma está pérvias e sem rupturas.

9. Colocar a toalha sobre o tórax do cliente, para proteger sua roupa e lençóis de cama contra sujidades.

10. Observar se há sujidade na narina e se necessário, fazer higiene antes do procedimento.

11.Combinar com o cliente um sinal que ele poderá fazer, caso queira que você interrompa o procedimento.

Lembre-se de instruir que o cliente baixe o queixo, para fechamento da traqueia; e pedir que ele faça movimentos de deglutição quando sentir a sonda na garganta!

Após, realizar os testes para observar se a sonda está bem locada:

Imagem relacionada

Teste da aspiração do conteúdo gástrico: Conectar a seringa a sonda e aplicar pressão negativa (aspiração) e observar se há retorno do conteúdo gástrico.

Teste da audição: Injetar de 10 a 20 cc de ar na sonda e verificar a presença de ruídos com auxílio do estetoscópio na altura do epigástrio.

Em seguida devemos fixar a sonda na narina sem tracioná-la. 

Em seguida deixe o paciente confortável e não se esqueça de descartar os materiais e anotar o procedimento!

Cuidados de enfermagem: 

  • Realizar meso para evitar o tracionamento da sonda;
  • Observar o volume e aspecto do líquido drenado e anotar;
  • Sempre testar o posicionamento da sonda antes de administrar nutrientes ou medicações;
  • A seringa para ministrar medicações e nutrientes deve estar sem agulha;
  • lavar a sonda antes, durante a após a administração de medicações;
  • Antes de ser aberta a sonda deve ser pinçada para evitar a entrada de ar;
  • Após administrar medicações via sonda, a mesma deve permanecer fechada por 30 mim e só então ser aberta;
  • Sempre observar se a sonda não está exteriorizada.

 

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