Conheça as classificações das Teorias de Enfermagem

As classificações das teorias são baseadas no alcance/âmbito ou na abstração e no tipo ou na finalidade da teoria (descrição, previsão, produção de situação). A seguir, descreveremos cada uma delas:

  • Âmbito da Teoria: refere-se à complexidade e ao grau de abstração. Inclui o nível de especificidade e o concretismo de seus conceitos e proposições. A classificação usa os termos “metateoria”, “filosofia” ou “visão de mundo” para descrever a base filosófica da disciplina. Para caracterizar a estrutura conceitual, utiliza a teoria de médio alcance para definir estruturas que são relativamente mais focadas que as grandes teorias. Já microteoria, teoria específica à situação ou teoria prática são utilizadas para descrever as de âmbito menor (HIGGINS; MOORE, 2000; PETERSON, 2004);
  • Metateoria: foca, na enfermagem, os aspectos amplos, como os processos de geração de conhecimento e o desenvolvimento da teoria. Os aspectos metateóricos relacionam-se com a filosofia da enfermagem e abordam quais os níveis de desenvolvimento da teoria são necessários para a prática, a pesquisa e o ensino de enfermagem (WALKER; AVANT, 2005);

  • Grandes Teorias (Macroteoria): são as mais complexas e as de âmbito mais abrangente. Elas tentam explicar as amplas áreas dentro da disciplina e podem incorporar outras teorias. Inespecíficas, utilizam conceitos abstratos e são desenvolvidas por meio da avaliação atenta e profunda das ideias existentes, em oposição à pesquisa empírica (FAWCETT, 2000);
  • Teorias de Médio Alcance: têm ideias mais circunscritas e concretas. São específicas e englobam um número limitado de conceitos e um aspecto restrito do mundo real. Pode ser a descrição de determinado fenômeno, a explicação do relacionamento entre os fenômenos ou a previsão dos efeitos de um fenômeno ou outro (FAWCETT, 2000);
  • Teorias Práticas: explicam um pequeno aspecto da realidade e tendem a ser prescritivas. São limitadas a populações ou campos específicos da prática e, com frequência, usam o conhecimento de outras disciplinas. Exemplos: o vínculo entre mãe e bebê e o controle da dor oncológica (MCKENNA, 1993);
  • Teorias Parciais: são aquelas em estágio de desenvolvimento, alguns conceitos foram identificados e algumas relações entre eles foram definidas, porém a teoria ainda não está completa (KECK, 1998);
  • Finalidade das Teorias: as teorias são definidas como invenções intelectuais destinadas a descrever, explicar, prever ou prescrever os fenômenos. Foram descritos quatro tipos de teorias, conforme o quadro a seguir.
Tipo de Teoria Conceito Exemplos
Teorias de isolamento dos fatores (teorias descritivas). Proporcionam observação e significado referentes aos fenômenos. Desenvolvimento de um modelo teórico para descrever a experiência das mães cujas gestações foram complicadas pela síndrome de HELLP.
Teorias do relacionamento dos fatores (teorias explicativas). Demonstram como e por que os conceitos são relacionados e podem lidar com a causa e o efeito e as correlações que regulam as interações. Modelo da dispneia crônica: define-se e descreve-se juntamente com os antecedentes fisiológicos da dispneia crônica e suas consequências.
Teorias relacionadas com a situação (teorias previsíveis). Defendem que a eficácia na prestação de atendimento depende de inúmeros fatores, como as características do prestador de cuidados, as interações interpessoais, o preparo educacional do prestador de cuidados, bem como fatores de adaptação, estabilidade econômica e mecanismos de enfrentamento. Criado modelo teórico destinado a prever o bem-estar entre as sobreviventes de câncer de mama.
Teorias produtoras de situações (teorias prescritivas). Abordam a terapêutica de enfermagem e as consequências das intervenções. Desenvolvimento de uma teoria de médio alcance de intervenção cronoterapêutica para a dor pós-cirúrgica.

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